Quem viu o julgamento do Mensalão de hoje à tarde pôde conferir e constatar o impressionante
denodo e
ardor do eminenete ministro RLewandowski em buscar e construir justificativas que expliquem uma trama já muito conhecida por todos que vêm acompanhando o caso. Ele transformou-se num
valente e
incansável advogado de defesa dos réus, muito melhor do que qualquer um dos medalhões que foram legalmente contratados para a defesa. Mesmo se sujeitando a ser possivelmente voto vencido, ele até confessa que é uma situação muito difícil de analisar. Aliás, foi assim que ele começou o voto, dizendo exatamente isso.
Difícil de encontrar desculpas e justificativas para o crime, isso sim

Felizmente a corte não cochilou o tempo todo, como já até aconteceu. Recebeu intervenções praticamente de quase todos, de LFux, CLúcia, RWeber, MAMello, CMello, GMendes e, claro, do próprio relator. Pôde-se até ouvir uma frase bem sonora de LFux:

"Não se viu lavagem mais lavada do que essa!"
Mas nem assim, mesmo depois de atacado por todos os flancos, o nosso eminente julgador se deu por vencido ou por cansado. Reergueu-se ainda mais entusiasmado na explicação do inexplicável.
Arguido sobre uma suspeitíssima viagem a Portugal de Marcos Valério, Emerson Palmieri e Rogério Tolentino, ele justifica que foram em "ôba-ôba" do partido, num passeio, quando na verdade seria uma viagem para encontro com o presidente de uma empresa de comunicação portuguesa. Segundo a acusação, eles se apresentaram como representantes do PT para discutir interesses do governo junto à Portugal Telecom. No entender do ministro, Palmieri, ora sob análise, teve papel não só secundário, mas terciário (tadinho).
Fico impressionado com esse sujeito. Ele não está mais tapando o sol com a peneira. Isso é para os fracos. Ele passou desse nível.
Acho que réus, nunca na história desse país, tiveram "advogado" tão "baum".