Autor Tópico: O julgamento da quadrilha petista do mensalão  (Lida 117961 vezes)

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #425 Online: 30 de Setembro de 2012, 19:54:10 »
 :lol:

http://www.jornaldamidia.com.br/2012/09/30/mensalao-stf-autoriza-abertura-de-nova-fase-nas-investigacoes/

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Mensalão: STF autoriza abertura de nova fase nas investigações

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O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de um inquérito para investigar repasses feitos pelo esquema para pessoas ligadas ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e a outros políticos petistas. O novo inquérito, a ser instaurado na Justiça Federal em Belo Horizonte, também vai investigar repasses a pessoas que trabalharam com os deputados Benedita da Silva (PT-RJ) e Vicentinho (PT-SP), além de dezenas de outras pessoas e empresas que receberam dinheiro do esquema.

Essas pessoas não são parte do processo que está em julgamento no Supremo desde o início de agosto, porque os repasses só foram descobertos pela Polícia Federal quando a ação principal já estava em andamento no STF. A nova fase do caso foi inaugurada há pouco mais de um mês, após pedido da Procuradoria-Geral da República para que fossem aprofundadas as investigações sobre o destino do dinheiro distribuído pelo PT com a colaboração do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

O requerimento cita nominalmente Pimentel, um dos principais auxiliares da presidente Dilma Rousseff, Benedita e Vicentinho, dizendo que, como eles têm foro privilegiado, a investigação deverá voltar ao Supremo “caso surjam indícios concretos de que os valores arrecadados” destinavam-se aos três. (…) Seguindo o caminho do dinheiro distribuído pelo empresário, a polícia chegou a Rodrigo Barroso Fernandes, em Belo Horizonte. Na época do repasse, em 2004, ele era coordenador financeiro do comitê da campanha de Fernando Pimentel à Prefeitura de Belo Horizonte, diz a PF.

As investigações também apontaram repasses para Carlos Roberto de Macedo Chaves, que teria feito dois saques no valor de R$ 50 mil em agosto e setembro de 2003. Ele disse à PF que trabalhou como contador da campanha de Benedita em 2002. De acordo com a polícia, a origem desse dinheiro foi o fundo Visanet, controlado pelo Banco do Brasil e por outras instituições financeiras.

Em relação a Vicentinho, a PF descobriu que o produtor audiovisual Nélio José Batista Costa recebeu R$ 17 mil da empresa Estratégia Marketing, de Valério, em agosto de 2004, “devido aos serviços prestados durante a campanha eleitoral do candidato Vicentinho para a Prefeitura de São Bernardo do Campo”. (Folha)



Offline _Juca_

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #426 Online: 01 de Outubro de 2012, 08:53:50 »
Citação de: Juca
Ademais, você um pastor, vir me atacar com um argumento de que estou fazendo pregação, convenhamos, é um tanto quanto hipócrita da sua parte, a não ser que já deixou a fantasia religiosa de lado. Além do que, no histórico de minhas postagens, na grande maioria das vezes eu tento argumentar, certo ou errado.

Caramba, Juca, você que fala tanto em ad hominem apelou feio agora... O Calvino pode ser pastor, mas que eu tenha visto nunca fez proselitismo religioso aqui no CC. Nada a ver misturar o assunto do tópico com a vida pessoal do cara.

Não estou aqui para posar de advogado do Calvino, mesmo porque ele é bem crescidinho para se defender sozinho. Mas, justiça seja feita, talvez você tenha postado de cabeça quente, reconheço este tipo de ataque não é do seu feitio.



Fabricio, o cara está me chamando de religioso e proselitista, você quer o que? Ele é religioso,  e faz uso pejorativo do termo, isso pra mim conota hipocrisia sim. Nada contra a pessoa dele, que aliás tem todo o direito de ser religioso.

Offline Geotecton

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #427 Online: 01 de Outubro de 2012, 09:17:50 »
:lol:

http://www.jornaldamidia.com.br/2012/09/30/mensalao-stf-autoriza-abertura-de-nova-fase-nas-investigacoes/

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Mensalão: STF autoriza abertura de nova fase nas investigações
[...]

Será que, desta vez, chega no Lula?  :)
« Última modificação: 01 de Outubro de 2012, 09:20:38 por Geotecton »
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Offline calvino

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #428 Online: 01 de Outubro de 2012, 11:15:27 »

Será que, desta vez, chega no Lula?  :)

Acho mais fácil chegar no saci pererê antes.
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #429 Online: 01 de Outubro de 2012, 19:04:45 »
:lol:

http://www.jornaldamidia.com.br/2012/09/30/mensalao-stf-autoriza-abertura-de-nova-fase-nas-investigacoes/

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Mensalão: STF autoriza abertura de nova fase nas investigações
[...]

Será que, desta vez, chega no Lula?  :)

Não sei, mas a rataiada já está correndo para todo lado.

Ainda vou acabar votando na Dilma ou no cara, nos últimos dez anos ninguém ferrou tantos petistas quanto eles. :lol:

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #430 Online: 01 de Outubro de 2012, 19:06:57 »

Será que, desta vez, chega no Lula?  :)

Acho mais fácil chegar no saci pererê antes.

Não se dividirem a quadrilha e algum condenado se tocar que foi trouxa ao deixar o chefe de fora e assumir a culpa sozinho, ou se alguém achar que acabará como o Celso Daniel.

Offline calvino

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #431 Online: 02 de Outubro de 2012, 10:32:23 »
Calvino, primeiramente desculpe por não responder as suas perguntas, mas a ultima sobre as provas me pareceu um pouco de provocação, porque ficou redundante.

Juca, acredite ou não eu gosto de discutir idéias com você apesar de achá-lo incrivelmente cabeça dura.
Mas nesse tópico em específico me perdoe, mas não lhe dirigirei mais a palavra devido ao comportamento que você vem demonstrando.

Você tem selecionado as perguntas e respondido só as que lhe convém. Tem escolhido as fontes de informações válidas ex: Carta Capital pode, Veja não, etc; não define questões básicas como certo e errado ou mesmo parâmetros para que o debate de idéias ocorra dentro deles.

Suas idéias são as mesmas basicamente desde o início do tópico e não parece disposto a mudá-las. É um direito seu, mas não vejo porque qualquer discussão seguir então.

Se continuarmos, acabará em cartões e prefiro evitá-los.


Espero que entenda,


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Ademais, você um pastor, vir me atacar com um argumento de que estou fazendo pregação, convenhamos, é um tanto quanto hipócrita da sua parte,

Não consigo enxergar hipocrisia uma vez que nunca neguei ser pastor e pregar sempre que possível.
Ao contrário de você que é frequentemente chamado de religioso petista pelos seus colegas ateus, e de pregador, mas que parece não ter a ombridade de assumi-lo.


Cordialmente;

 
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Offline Unknown

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #432 Online: 02 de Outubro de 2012, 10:43:27 »
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Advogados de condenados apelarão ao STF

Assim que for publicada oficialmente a decisão do Supremo Tribunal Federal condenando quem recebeu dinheiro do esquema do mensalão, advogados dos réus considerados culpados pretendem recorrer à Corte sustentando que o julgamento teve contradições. A medida deverá postergar o cumprimento de penas que serão fixadas pelo STF.

O advogado do deputado federal Pedro Henry (PP-MT), José Antônio Álvares, afirmou que os ministros do Supremo estão cedendo às pressões da opinião pública ao condenar os réus do processo do mensalão. Henry foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sendo absolvido da acusação de formação de quadrilha. "Os ministros são pessoas como nós, leem jornais e sofrem essa pressão", disse. "Acredito que a pressão da sociedade tem sido um fator determinante nesse julgamento."

O advogado afirmou que recorrerá das condenações de seu cliente por meio de embargos de declaração. Álvares sustenta que Henry foi condenado "apenas por ser líder do PP na época". O advogado afirmou ainda que tinha esperança de votos por absolvição de juízes "garantistas" e "legalistas", mas isso não ocorreu.

A expectativa da defesa é que no julgamento dos embargos o STF possa rever sua posição retirando as condenações, ainda que o objetivo desses recursos seja apenas o de esclarecer as decisões do tribunal. Advogado do delator do esquema, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, Luiz Francisco Barbosa afirmou que o relator do processo, Joaquim Barbosa, fez uma confusão de datas e fatos, concluindo que foi indevido o recebimento pelo ex-parlamentar de R$ 4 milhões.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254016969
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Mensalão foi compra de votos e não caixa 2, confirma STF

O Supremo Tribunal Federal confirmou nessa segunda-feira, 1º, a existência de um balcão de compra e venda de apoio parlamentar e condenou por corrupção passiva todos os deputados que receberam dinheiro do mensalão. A tese do caixa 2 de campanha, encampada pelo PT e pelo ex-presidente Lula, foi rechaçada pela maioria dos ministros do STF.

Para o decano da Corte, ministro Celso de Mello, "marginais do poder" formaram uma "quadrilha de assaltantes de cofres públicos" que praticaram atos que comprometem a "integralidade dos valores que formam a ideia de República" e frustram "a consolidação das instituições".

Na sessão dessa segunda, foram condenados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha Pedro Corrêa (PP-PE) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). O delator do mensalão, Roberto Jefferson, Bispo Rodrigues e Romeu Queiroz e o deputado Pedro Henry (PTB-MT) foram condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E o ex-deputado José Borba (PP-PR), por corrupção passiva.

Ao condenar todos os parlamentares que receberam recursos do mensalão, ministros confirmaram que houve compra de apoio parlamentar no Congresso para aprovar projetos de interesse do governo Lula. "O que houve, a meu ver, considerada a corrupção e que o dinheiro não cai do céu, foi a busca de uma base de sustentação", afirmou o ministro Marco Aurélio Mello. "Essa corrupção não visou a cobrir simplesmente deficiências de caixa dos diversos partidos envolvidos na espécie, mas sim a base de sustentação para aprovarem-se, sofrendo com isso a própria sociedade, determinadas reformas", acrescentou.

O presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, afirmou que apelar à versão do caixa dois chegava a ser absurdo. Decano da Corte, Celso de Mello disse que o esquema do mensalão comprometeu a República e pôs em risco a legitimidade das instituições. "Esses atos significam tentativa imoral e ilícita de manipular criminosamente à margem do sistema constitucional o processo democrático."

Rechaçada
A tese de que os recursos serviram para o pagamento de despesas de campanha não contabilizadas foi rechaçada também por Celso de Mello, Gilmar Mendes, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Marco Aurélio. Rosa Weber e Dias Toffoli não chegaram a se manifestar abertamente sobre o destino dos recursos. O revisor, ministro Ricardo Lewandowski, indicou em seu voto concordar com a tese de que o mensalão foi usado para saldar um acordo entre partidos firmado em 2002.

Independentemente de divergências, todos os ministros condenaram os parlamentares que receberam o mensalão. Na sessão de ontem, os ministros precisavam apenas confirmar a condenação de Pedro Henry, decidir se deputados formaram quadrilhas para receber o dinheiro e dissimular sua origem e ainda definiriam a situação de outros réus.

Com a condenação dos réus que receberam os recursos do mensalão, o STF encerra, nesta 30.ª sessão, mais um capítulo. Nesta quarta, 3, a Corte entra no capítulo mais complexo do processo: decidir sobre quem estava no comando do esquema. Serão julgados os dirigentes petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254016973
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Com um ministro a menos, julgamento tem 1º empate

O julgamento do ex-deputado José Borba levou o Supremo Tribunal Federal a um impasse. Com uma vaga aberta no tribunal, os ministros se dividiram ao julgar a acusação de lavagem de dinheiro e o julgamento terminou empatado em 5 a 5. A tendência, conforme os ministros, é de que Borba seja absolvido.

Borba foi condenado por todos os ministros pelo crime de corrupção passiva por ter se beneficiado dos recursos do mensalão. Mas cinco dos integrantes entenderam que ele não omitiu nem tentou dissimular o recebimento do dinheiro. O próprio deputado foi à agência sacar o dinheiro e chegou a apresentar sua identidade. Por isso, não teria praticado o crime de lavagem de dinheiro.

Outra parte do tribunal julgou que Borba tentou apagar o rastro dos recursos. Borba foi a uma agência do Banco Rural para sacar R$ 200 mil do mensalão que estavam à sua disposição. Ao chegar à agência, ele identificou-se mostrando a carteira de deputado. No entanto, recusou-se a assinar o recibo do saque. Para concluir a operação, o operador do mensalão, Marcos Valério, despachou a ex-diretora da SMPB, Simone Vasconcelos, de Belo Horizonte para Brasília. Chegando à agência, ela assinou o recibo e entregou o dinheiro a Borba. Para cinco ministros, esse procedimento configurou a prática da lavagem de dinheiro.

Na sessão de ontem, o voto do presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, empatou o julgamento. O resultado já era previsível. E por isso os ministros decidiram não entrar em polêmica e deixar para o fim do julgamento uma decisão sobre o destino de Borba. Mesmo ministros que votaram pela condenação de Borba afirmam, reservadamente, que o empate deve favorecer o acusado.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254016965
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'Parlamentares corruptos são marginais do poder'

Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello fez ontem uma contundente crítica aos réus do mensalão acusados de comprar e vender apoio de deputados, definindo-os como "marginais do poder". Para ele, o esquema de corrupção macula a República e atenta contra a legitimidade do Legislativo.

"Esses atos de corrupção", disse o ministro, "significam tentativa imoral e penalmente ilícita de manipular criminosamente, à margem do sistema constitucional, o processo democrático, comprometendo-lhe a integridade, conspurcando-lhe a pureza e suprimindo-lhe os índices essenciais de legitimidade, que representa atributos necessários para justificar a prática honesta e o exercício regular do poder aos olhos dos cidadãos". Celso de Mello fez as declarações ao condenar os deputados que receberam recursos do mensalão em troca de apoio ao governo Lula.

"Esse quadro de anomalia revela as gravíssimas consequências que derivam dessa aliança profana entre corruptos e corruptores", prosseguiu. "Desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores, em comportamentos criminosos, devidamente comprovados, que só fazem desqualificar e desautorizar, perante as leis criminais do País, a atuação desses marginais do poder."

Celso de Mello acrescentou que a corrupção "compromete a integralidade dos valores que formam a ideia de República" e afeta o princípio democrático. A aliança entre corruptos e corruptores "em verdadeiro assalto aos cofres públicos" compromete políticas públicas com o desvio de recursos que seriam destinados a investimentos em educação e segurança.

"O ato de corrupção é um gesto de perversão da ética do poder e da ordem jurídica", disse ainda. "Esses atos significam tentativa imoral e ilícita de manipular criminosamente à margem do sistema constitucional o processo democrático." O ministro enfatizou que corruptos e corruptores devem ser condenados. "O ato de corrupção constitui um gesto de perversão da ordem. E isso reflete no próprio sistema jurídico que entre nós prevalece, porque se impõe a todos os cidadãos um dever muito claro de que o Estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se admite corromper."

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254016975
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Democracia, práticas políticas e o STF

Nas democracias representativas, as políticas públicas dependem das relações entre Legislativo e Executivo. Nos regimes parlamentaristas e presidencialistas, essas relações são definidas pelos sistemas partidários e eleitorais, que promovem um número maior ou menor de canais de representação e, consequentemente, o maior ou menor custo de governabilidade. A confluência dessas variáveis implicam democracias consensuais ou majoritárias.

O modelo definido pela Constituição é o da democracia consensual, caracterizada pela existência de diversos canais de representação. Temos eleições diretas e independentes nas diferentes instâncias, um sistema multipartidário com listas abertas - os eleitores escolhem os candidatos. Esse modelo dá ao eleitor maior escolha ao reduzir o poder das estruturas partidárias e do filtro que podem exercer no diálogo entre representantes e representados. Tal liberdade aumenta ao permitir o voto em candidatos de partidos diferentes para o Executivo e o Legislativo. Mas isso torna as agendas desses Poderes independentes e fragmentadas, obrigando a negociações complexas e estimulando a personalização da prática política.

A discussão sobre o modelo político brasileiro é essencial para a democracia. Não é ele, porém, que está em jogo no STF. Não se questiona a validade de negociações entre Poderes nem a legitimidade de acomodações entre eles. Esse processo é o coração da política nas democracias.

O que está em jogo é o tipo de prática que tem marcado a disputa pelo poder e a busca pela governabilidade nesse modelo. Atrelar-se à atuação pública - em qualquer de suas dimensões: votando ou deixando de votar, agindo ou deixando de agir - ao recebimento de vantagens particulares, sejam pessoais ou partidárias, não é decorrência inevitável do chamado presidencialismo de coalizão. É uma escolha que tem suas raízes históricas no patrimonialismo brasileiro.

A busca de apoio político solicita a criação de mecanismos de convencimento de grupos muitas vezes antagônicos. No fragmentado sistema partidário brasileiro, esta é uma tarefa complicada. O Supremo vai estabelecer, para a sociedade, quais as práticas legítimas para a obtenção desse apoio e quais as ilegítimas, quais fortalecem o sistema democrático e quais o ameaçam.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254016982

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

Offline _Juca_

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #433 Online: 02 de Outubro de 2012, 12:11:19 »

Juca, acredite ou não eu gosto de discutir idéias com você apesar de achá-lo incrivelmente cabeça dura.

Não posso negar que sou... :lol:, e claro, também gosto de discutir idéias com todos, independente de quem seja.

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Mas nesse tópico em específico me perdoe, mas não lhe dirigirei mais a palavra devido ao comportamento que você vem demonstrando.

É um direito seu, lamentavelmente.

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Você tem selecionado as perguntas e respondido só as que lhe convém. Tem escolhido as fontes de informações válidas ex: Carta Capital pode, Veja não, etc; não define questões básicas como certo e errado ou mesmo parâmetros para que o debate de idéias ocorra dentro deles.

É por isso talvez que não tenha respondido algumas perguntas suas. Me parece que você é extremamente seletivo quanto ao que lê do que eu posto. Talvez se lesse todos meus posts com atenção veria que eu acho positivo o que está acontecendo, ademais que todas minhas questões foram pertinentes. Como o porque de se julgar às vésperas das eleições, porque tratamentos diferentes a partidos diferentes na mesma questão, porque se abriu uma jurisprudência que antes era quase sagrada, etc.

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Suas idéias são as mesmas basicamente desde o início do tópico e não parece disposto a mudá-las. É um direito seu, mas não vejo porque qualquer discussão seguir então.

A questão Calvino é que no debate temos que nos centrar nas argumentações. Eu há muito tempo  tento evitar em ficar classificando o opositor em vez dos argumentos. Não sou proselitista, não faço pregação e tento contra argumentar o máximo possível. Se não gosta das minhas posições, paciência, eu respeito, mas também quero respeito.








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Não consigo enxergar hipocrisia uma vez que nunca neguei ser pastor e pregar sempre que possível.
Ao contrário de você que é frequentemente chamado de religioso petista pelos seus colegas ateus, e de pregador, mas que parece não ter a ombridade de assumi-lo.


Cordialmente;

Calvino, você usou um ad hominem ao me chamar de proselitista e me acusar de estar fazendo pregação. Não fiz isso, não sou proselitista. O pior é que você é um pregador e rebaixou sua própria posição para me atacar.

Quem frequentemente me chamava de religioso foi banido do fórum por justamente não saber travar um debate sem ofensas, espantalhos e ad hominens. Dos demais foristas, tirando um ou outro arroubo ( também tenho os meus) esse tipo de comportamento quase não existe mais no fórum, portando eu humildemente sugeriria a você também não usar esse tipo de ad populum, pelo bem do debate.


 

Offline Canopus

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #434 Online: 02 de Outubro de 2012, 19:04:55 »
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Valdemar Costa Neto irá recorrer na OEA de decisão do Supremo
Agência O Globo
Por Evandro Eboli (eboli@oglobo.com.br) | Agência O Globo – 1 hora 41 minutos atrás

BRASÍLIA - Ex-presidente do extinto PL, o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), um dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, disse nesta terça-feira que irá recorrer da decisão. Em entrevista coletiva na Câmara, Costa Neto afirmou que irá questionar sua condenação na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). O deputado afirmou que irá recorrer "em todas as instâncias do planeta".

- Não me apresento aqui como aquele inocente destituído de toda e qualquer culpa. Desde a primeira hora que eu reconheço meus erros, por meio de confissão quando renunciei ao meu mandato (em 2005) - afirmou Costa Neto.

Na segunda-feira, os ministros do Supremo condenaram Costa Neto por corrupção passiva e por lavagem de dinheiro.

- Não encontro meios para explicar para algumas pessoas próximas alguns aspectos importantes do contraditório neste julgamento. A minha mãe ainda não entendeu o papel da relatoria que narrou argumentos da acusação sem fazer qualquer referência ao que foi dito ou apresentado pela minha defesa - afirmou o deputado.

O deputado disse também que o mensalão virou escândalo porque envolveu o PT. Na opinião de Valdemar, se os principais partidos envolvidos no caso fossem o DEM ou o PSDB, o julgamento não teria tomado essa proporção.

- O mensalão assustou toda a sociedade porque era com o PT. Se fosse com o DEM ou com o PSDB não teria a repercussão que teve - disse Valdemar Costa Neto.

Costa Neto ainda eximiu os grandes nomes do PT de qualquer ligação com o mensalão. Ele disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca teve qualquer envolvimento com o caso, que o ex-ministro José Dirceu somente participou de acordo financeiro antes da eleição. Costa Neto ainda afirmou que o ex-presidente do PT, José Genoíno, "nem sabe o que é dinheiro". Segundo Costa Neto, "era tudo com o Delúbio".

Na segunda-feira também foram condenados por lavagem de dinheiro o ex-deputado e presidente licenciado do PTB Roberto Jefferson, delator do esquema, além dos ex-deputados pelo PP Pedro Corrêa e Pedro Henry; o ex-assessor do PP João Cláudio Genu; o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, o ex-deputado pelo partido Bispo Rodrigues; o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB); o então primeiro secretário do PTB Emerson Palmieri, e o ex-deputado João Borba (ex-PMDB).

Pelo crime de lavagem de dinheiro, foram condenados Corrêa, Henry, Genu, os ex-sócios da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, Lamas, Bispo Rodrigues, Jefferson, Queiroz e Palmieri. Os réus condenados pelo crime de formação de quadrilha foram Corrêa, Genu, Quadrado, Costa Neto e Lamas. O único absolvido foi o ex-assessor do PL Antonio Lamas, por falta de provas.

fonte
A capacidade de transgredir é o que nos torna sujeitos da transformação.
_____________________________
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente.
J.krisnamurti

Offline Geotecton

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #435 Online: 02 de Outubro de 2012, 20:01:29 »
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Valdemar Costa Neto irá recorrer na OEA de decisão do Supremo
[...]

É um tremendo "cara-de-pau" e safado.
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Offline DDV

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #436 Online: 02 de Outubro de 2012, 20:36:53 »
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Valdemar Costa Neto irá recorrer na OEA de decisão do Supremo
[...]

É um tremendo "cara-de-pau" e safado.

Ele deveria pedir asilo político ao Equador.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #437 Online: 02 de Outubro de 2012, 21:48:38 »
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O deputado disse também que o mensalão virou escândalo porque envolveu o PT. Na opinião de Valdemar, se os principais partidos envolvidos no caso fossem o DEM ou o PSDB, o julgamento não teria tomado essa proporção.

Teria tomado uma proporção bem maior, afinal o PT seria oposição ao invés de governo.

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O deputado disse também que o mensalão virou escândalo porque envolveu o PT. Na opinião de Valdemar, se os principais partidos envolvidos no caso fossem o DEM ou o PSDB, o julgamento não teria tomado essa proporção.

Quem mandou passar 25 anos falando que eram os únicos políticos honestos do mundo? Teve gente que acreditou e agora caiu na real.

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Costa Neto ainda eximiu os grandes nomes do PT de qualquer ligação com o mensalão. Ele disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca teve qualquer envolvimento com o caso, que o ex-ministro José Dirceu somente participou de acordo financeiro antes da eleição. Costa Neto ainda afirmou que o ex-presidente do PT, José Genoíno, "nem sabe o que é dinheiro". Segundo Costa Neto, "era tudo com o Delúbio".

Claro que não, os caras que recebiam o dinheiro fizeram tudo por conta própria sem avisar ninguém.

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Costa Neto ainda afirmou que o ex-presidente do PT, José Genoíno, "nem sabe o que é dinheiro"

Dãããããã.... :stunned:

Criança de 10 anos inventa mentira melhor que esses caras.

Offline calvino

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #438 Online: 03 de Outubro de 2012, 08:01:18 »
É um tremendo "cara-de-pau" e safado.

O pior é saber que se o cara concorrer ele ganha outra vez.
Ou pelo menos entra por vias "tiriricárias".
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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #439 Online: 03 de Outubro de 2012, 14:33:50 »
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STF inicia julgamento de cúpula petista no mensalão

O relator da ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, inicia nesta quarta-feira a leitura de seu voto sobre os réus acusados de corrupção ativa, que inclui a cúpula do PT à época do escândalo, em 2005.

A Corte já concluiu que houve a compra de apoio parlamentar ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenando 10 réus por corrupção passiva, inclusive o delator do suposto esquema, o ex-deputado e presidente licenciado do PTB Roberto Jefferson.

A decisão derruba tese das defesas dos réus, que justificavam os recursos apontados na acusação como caixa dois eleitoral.

Os ministros irão, agora, analisar as acusações sobre os réus que integrariam o chamado "núcleo político" do suposto esquema. Eles teriam estabelecido um "engenhoso esquema" de desvio de recursos públicos para a compra de apoio parlamentar, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

Veja abaixo as acusações contra os réus apontados como integrantes do "núcleo político", além de Marcos Valério, considerado o "principal operador" do suposto esquema.

JOSÉ DIRCEU
Acusações: formação de quadrilha e corrupção ativa

Ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, é apontado como mentor e "chefe da quadrilha" responsável pelo suposto esquema, segundo a denúncia. Considerado o principal réu do processo, Dirceu teria liderado o suposto esquema e seria responsável por negociar os acordos de compra de votos.

Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, "sem sombra de dúvida", Dirceu "agiu sempre no comando das ações dos demiais integrantes", com "notória ascendência sobre os demais agentes."

Renunciou ao cargo de ministro na esteira do escândalo e teve seu mandato de deputado federal cassado em 2005.

A defesa nega que Dirceu usou seu cargo para beneficiar empresas e disse não haver prova material para a condenação do petista.

DELÚBIO SOARES
Acusações: formação de quadrilha e corrupção ativa

Tesoureiro do PT à época do escândalo, Delúbio seria a ligação entre o "núcleo político" e o "núcleo operacional", formado pelo publicitário Marcos Valério, pelo Banco Rural e BMG.

Segundo a denúncia, ele indicava os beneficiários e os valores a serem repassados pelo suposto esquema.

A defesa argumentou que Delúbio não tinha participação em costurar apoio político para afastar a tese de compra de votos e disse que o réu gerenciou um caixa dois eleitoral.

Segundo a defesa, os empréstimos seriam para o pagamento de dívidas de campanha.

JOSÉ GENOINO
Acusações: formação de quadrilha e corrupção ativa

Ex-presidente do PT, também integraria o "núcleo político" e seria responsável por representar Dirceu em negociações com partidos aliados.

De acordo com a denúncia, ele realizava os acertos com os beneficiários sobre os valores que seriam pagos em troca de apoio a matérias de interesse do governo. Em nome do partido, obteve empréstimos ilícitos.

A defesa argumentou que Genoino não administrava as finanças do partido, ficando responsável somente pelas relações políticas do PT, incluindo a base aliada, e que desconhecia as demais pessoas apontadas como integrantes do suposto esquema.

MARCOS VALÉRIO
Acusações: formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas

Publicitário e sócio das agências SMP&B e DNA, é apontado como principal operador do suposto esquema, integrante do "núcleo operacional".

Segundo a denúncia, Valério utilizaria as agências para viabilizar as atividades do suposto esquema.

Ele teria desviado recursos dos contratos firmados por suas empresas com o governo, negociado empréstimos "fictícios" com o Banco Rural e o BMG para esconder a origem do dinheiro, e a acusação o aponta como responsável por repassar verbas a parlamentares aliados.

Valério já foi condenado por corrupção ativa e peculato em relação a desvios em contratos de publicidade na Câmara dos Deputados e no Banco do Brasil e lavagem de dinheiro.

Segundo a defesa, os recursos citados na denúncia não foram usados para a compra de apoio de congressistas e constituíam caixa dois de campanha.

A defesa disse ainda que o dinheiro supostamente desviado teria sido de um fundo particular, não se tratando de recursos públicos, e rebateu a acusação de que os serviços publicitários contratados não foram prestados.

http://noticias.br.msn.com/saiba-mais-stf-inicia-julgamento-de-cúpula-petista-no-mensalão-1
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STF começa a julgar participação de Dirceu no mensalão

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta quarta-feira o julgamento do "núcleo político" do chamado mensalão, etapa que pode condenar a cúpula do PT à época do escândalo, cujo principal acusado é o ex-ministro José Dirceu, considerado o "chefe da quadrilha".

A Corte já concluiu que houve compra de apoio parlamentar no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelado em 2005. Identificou intermediários e beneficiários do chamado mensalão e condenou 10 réus por corrupção passiva. Agora, julga aqueles acusados de serem os responsáveis pela compra de apoio.

O Ministério Público Federal (MPF) apontou a existência de um "núcleo político", que seria composto pela cúpula petista à época e responsável pela articulação do esquema.

Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula, foi descrito como mentor e "chefe da quadrilha", responsável por negociar os acordos de compra de votos, e é considerado o principal réu do processo.

O então presidente do PT, José Genoino, seria responsável por representar Dirceu em negociações com partidos aliados e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares seria o responsável por indicar os valores e os beneficiários pelos recursos.

O entendimento, pela maioria dos ministros do Supremo, de que houve compra de apoio parlamentar indica que os acusados pelo MPF de liderarem o esquema poderiam ser condenados também, mas na sessão desta quarta deve ser conhecido apenas o parecer do relator, ministro Joaquim Barbosa, que inicia a leitura do voto sobre a cúpula petista.

"Cada caso é um caso. As circunstâncias são diferentes de caso a caso. Há uma sinalização, mas não significa que os três réus vão ser automaticamente condenados", disse o advogado constitucionalista Ives Gandra Martins.

Delúbio foi o único dos três a ter assumido algum crime, o de caixa dois eleitoral, a mesma tese apresentada pela defesa dos demais réus.

A alegação foi derrubada pelos ministros do STF, que entenderam que os recursos apontados pelo MPF foram canalizados para a compra de votos.

A defesa de Dirceu nega que o réu tenha participado do suposto esquemas e diz não haver prova material para a condenação do petista.

"Dirceu é acusado por provas indiretas. A defesa mostrou que não há provas, mas houve outras condenações por provas indiretas", disse Ives Gandra Martins.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse haver evidência "contundente" da atuação de Dirceu como líder do esquema, mas reconheceu que, como todo "chefe de quadrilha", o ex-ministro não deixou rastros.

"QUEM É O CORRUPTOR?"
Já defesa de Genoino argumenta que ele não administrava as finanças do partido, ficando responsável somente pelas relações políticas do PT, incluindo a base aliada, e que desconhecia as demais pessoas apontadas como integrantes do suposto esquema.

"A grande discussão é que, já temos os corrompidos, agora quem é o corruptor?", disse o professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro Pedro Abramovay.

O relator, até agora, concordou integralmente com a denúncia do procurador-geral, que pediu a condenação de todos os acusados. Após o voto de Barbosa nesta quarta, o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, julgará os réus e somente depois os demais ministros vão se pronunciar, o que deve ocorrer a partir da próxima semana.

"Vão ser votações mais divididas. Barbosa precisa mostrar como eles (Dirceu, Genoino e Delúbio) participaram do esquema", disse Abramovay.

Os três são acusados, ainda, de formação de quadrilha, o último item que será julgado pelos ministros.

O julgamento completou esta semana dois meses, com expectativa dos ministros de encerramento ainda em outubro.

http://noticias.br.msn.com/stf-começa-a-julgar-participação-de-dirceu-no-mensalão-1
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Leis votadas via mensalão podem ser contestadas

A confirmação, pelo Supremo Tribunal Federal, de que deputados venderam apoio ao governo Lula pode levar à contestação dos projetos por ele votados e que contaram com apoio dos partidos envolvidos no escândalo - PP, PMDB, PTB e PR (antigo PL). O questionamento foi levantado pelo decano da Corte, ministro Celso de Mello, ao manifestar seu voto na segunda-feira (1) - como antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Naquela sessão consolidou-se a opinião majoritária, na Corte, de que o mensalão não consistiu em caixa 2 para ajudar os partidos, mas de compra de votos para aprovação de projetos de interesse do governo.

Em sua exposição, o ministro Celso de Mello comparou o deputado que vende seu voto ao juiz que vende sentenças. Se confirmado que o magistrado recebeu dinheiro para alterar o resultado de um julgamento, lembrou o ministro, aquele que se sentiu prejudicado pode contestar a decisão e anular a sentença. Neste caso, segundo o decano do STF, partidos políticos poderiam questionar a validade das propostas aprovadas à custa do recurso dos votos comprados.

Conforme acusou o Ministério Público - e confirmaram ministros da Corte -, deputados receberam dinheiro do mensalão para aprovar, por exemplo, as reformas da Previdência e Tributária e a Lei de Falências. O processo legislativo, por isso, poderia estar viciado.

O PSOL, criado por dissidentes que se rebelaram contra a orientação do PT e decidiram votar a favor da Reforma da Previdência, ainda no governo FHC, já estuda um recurso ao Supremo.

Consultados, alguns ministros do Supremo admitem que a condenação dos parlamentares, já dada como certa, pode servir de argumento para a contestação da legalidade dos projetos.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254037928
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Condenados podem receber penas menores

Deputados e ex-parlamentares condenados por corrupção passiva no processo do mensalão podem receber penas menores que as previstas no Código Penal. Em novembro de 2003 foi sancionado o aumento de 1 para 2 anos da pena mínima e de 8 para 12 anos da punição máxima por esse crime. No processo, porém, quase todos os acusados negociaram ou receberam o primeiro repasse de recursos antes da sanção - podendo, portanto, ser enquadrados na lei antiga.

Ironicamente, a aprovação de penas mais altas para os crimes de corrupção contou com a participação de sete dos oito já condenados. Na presidência da Câmara estava, então, o petista João Paulo Cunha (PT-SP). A votação foi simbólica. "

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254037807

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Offline Laura

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #440 Online: 03 de Outubro de 2012, 14:46:01 »
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Condenados podem receber penas menores

Deputados e ex-parlamentares condenados por corrupção passiva no processo do mensalão podem receber penas menores que as previstas no Código Penal. Em novembro de 2003 foi sancionado o aumento de 1 para 2 anos da pena mínima e de 8 para 12 anos da punição máxima por esse crime. No processo, porém, quase todos os acusados negociaram ou receberam o primeiro repasse de recursos antes da sanção - podendo, portanto, ser enquadrados na lei antiga.

Ironicamente, a aprovação de penas mais altas para os crimes de corrupção contou com a participação de sete dos oito já condenados. Na presidência da Câmara estava, então, o petista João Paulo Cunha (PT-SP). A votação foi simbólica. "

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=254037807

Esse pessoal não é bobo mesmo...


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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #442 Online: 03 de Outubro de 2012, 15:47:04 »
Por que razão esse pessoal é pago para fazer votações simbólicas?

Porque os bobos somos nós.

Não lembro bem, mas votação simbólica é quando o presidente da sessão só anuncia a medida/lei e ela só não é aprovada caso a maioria se manisfeste contra. Se ninguém disser nada, está aprovada. É isso?

Offline Diegojaf

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #443 Online: 03 de Outubro de 2012, 17:08:16 »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #444 Online: 03 de Outubro de 2012, 17:12:08 »
Por que razão esse pessoal é pago para fazer votações simbólicas?

Porque os bobos somos nós.

Não lembro bem, mas votação simbólica é quando o presidente da sessão só anuncia a medida/lei e ela só não é aprovada caso a maioria se manisfeste contra. Se ninguém disser nada, está aprovada. É isso?

Por aí. Na votação simbólica há um acordo prévio entre as legendas e tudo o que eles precisam é não se manifestar contra. Não é computado voto a voto, se a maioria não se retirar, tá aprovado.

De acordo com o regimento interno...

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Art. 185. Pelo processo simbólico, que será utilizado na votação das proposições em
geral, o Presidente, ao anunciar a votação de qualquer matéria, convidará os Deputados a favor a
permanecerem sentados e proclamará o resultado manifesto dos votos.
§ 1º Havendo votação divergente, o Presidente consultará o Plenário se há dúvida
quanto ao resultado proclamado, assegurando a oportunidade de formular-se pedido de
verificação de votação.
§ 2º Nenhuma questão de ordem, reclamação ou qualquer outra intervenção será
aceita pela Mesa antes de ouvido o Plenário sobre eventual pedido de verificação.
§ 3º Se seis centésimos dos membros da Casa ou Líderes que representem esse
número apoiarem o pedido, proceder-se-á então à votação através do sistema nominal.
§ 4º Havendo-se procedido a uma verificação de votação, antes do decurso de uma
hora da proclamação do resultado, só será permitida nova verificação por deliberação do
Plenário, a requerimento de um décimo dos Deputados, ou de Líderes que representem esse
número.
§ 5º Ocorrendo requerimento de verificação de votação, se for notória a ausência de
quorum no Plenário, o Presidente poderá, desde logo, determinar a votação pelo processo
nominal.
« Última modificação: 03 de Outubro de 2012, 17:21:37 por Diegojaf »
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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #445 Online: 03 de Outubro de 2012, 17:55:40 »
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JDirceu no Facebook do Kibeloco.
ROTF LOL
 :histeria:
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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #446 Online: 03 de Outubro de 2012, 20:29:45 »
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'Seria salutar influência do Mensalão nas urnas', diz Procurador-Geral
Roberto Gurgel afirmou que ainda é cedo para falar em dosimetria de pena no julgamento que chegou hoje ao núcleo político

Brasília -  O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou em entrevista coletiva no Supremo Tribunal Federal (STF) que seria “salutar” uma influência do julgamento do Mensalão no primeiro turno das eleições municipais deste ano, que acontece no próximo domingo.

"Eu acho que de uma vez por todas, é preciso que no Brasil a lei possa valer para todos", afirmou o procurador-geral Roberto Gurgel
Foto: Alan Sampaio / iG

Antes mesmo do início do julgamento, interlocutores do PT tentavam, sem sucesso, travar o andamento do processo para depois das eleições municipais. No entanto, até o momento, apenas os políticos ligados ao PR, PP, PTB e PMDB foram condenados. Os petistas, supostos comandantes do Mensalão, estão sendo julgamentos nessa semana pré-eleitoral.

Roberto Gurgel afirmou que ainda é cedo para falar se haverá ou não repercussão nas urnas. “No dá para prever. Ao meu ver, era bom que houvesse (repercussão negativa), seria salutar”, disse Gurgel. “Se alguém pegar cadeia, deve ir para a cadeia. O que o MP sustenta que a execução das penas eventualmente fixadas devem se fazer logo em seguida à conclusão do julgamento. mas isso é uma tese que será debatida”, complementou o procurador-geral.

“Eu acho que de uma vez por todas, é preciso que no Brasil a lei possa valer para todos. Se o criminoso comum, o criminoso sem colarinho branco vai para a cadeia, é preciso que também o colarinho branco vá para a cadeia, todos são brasileiros igualmente”, concluiu.

Em algumas capitais brasileiras, alguns candidatos já sofrem a influência negativa do julgamento do Mensalão. Em Curitiba, o pedetista Gustavo Fruet , é apenas o terceiro nas pesquisas de intenções de voto apesar de ter sido um dos relatores da CPMI dos Correios. Na capital paranaense, adversários do pedetista exploram a “mudança de postura” do ex-deputado federal: de investigador à “parceiro de envolvidos no escândalo do Mensalão”.

Em São Paulo, o candidato a prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), exibiu na propaganda eleitoral gratuita peças em que o seu adversário, Fernando Haddad , aparece ao lado de Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), José Dirceu e João Paulo Cunha, único político até agora condenado por envolvimento com o Mensalão. Em Fortaleza (CE), as menções ao Mensalão tomaram conta do debate entre os candidatos Elmano de Freitas (PT), Roberto Cláudio (PSB) e Marcos Cals (PSDB).

As informações são de Wilson Lima do iG

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #447 Online: 03 de Outubro de 2012, 20:36:09 »
Meio off-topic, mas ainda em cima de cidadão comum versus colarinho branco:

Enquanto isso, um caso de furto de galinha termina chegando ao STJ...

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STJ tranca ação e absolve jovem que tentou roubar galinha em Guaxupé
Decisão sobre o caso chegou à Brasília (DF) após vários recursos.
Caso aconteceu em setembro do ano passado no Sul de Minas.

Do G1 Sul de Minas

Uma história curiosa chamou a atenção de moradores de Guaxupé (MG). Uma tentativa de furto de uma galinha foi parar no Superior Tribunal de Justiça. Segundo o boletim de ocorrência registrado pela polícia, um morador pulou a cerca de um sítio na zona rural para furtar uma galinha avaliada em R$ 30. Ao pegar o animal, o dono apareceu e aí o rapaz deixou a galinha para trás e fugiu. O caso foi parar no STJ e os ministros aplicaram ao caso o princípio da insignificância, fazendo com que o suspeito fosse absolvido.

O caso aconteceu em setembro do ano passado e só agora o STJ mandou encerrar a ação. O suposto ladrão da galinha é o catador de sucatas Leandro Aprígio, de 22 anos, que tem um galinheiro em casa. Ele desmente que tentou levar a galinha da propriedade.

"Eu tava passando ali no local, catando sucata beirando a cerca do rapaz e ele pensou que eu estava mexendo na galinha dele e eu não estava. Ele saiu correndo atrás de mim e eu corri também. Olha o tanto de galinha que tem aqui, pra que que eu vou mexer com a galinha dos outros?", perguntou o até então suspeito do crime.

O juiz Marcos Irany Rodrigues da Conceição, que recebeu a denúncia na Vara Criminal de Guaxupé, entendeu que havia indícios de materialidade e autoria. No entanto, a Defensoria Pública não concordou e entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas o recurso que garantia a liberdade do réu foi negado. Daí então, o caso foi parar no STJ, em Brasília. Desta vez, a Justiça foi favorável ao suposto ladrão da galinha. Por unanimidade, os ministros decidiram que o rapaz não deve ser processado criminalmente. A relatora, ministra Assusete Magalhães, considerou o princípio da insignificância e trancou a ação penal, livrando o suspeito do crime.

O antes suspeito e seu galinheiro: caso foi parar no STJ. (Foto: Reprodução EPTV / Marcelo Rodrigues)O antes suspeito e seu galinheiro: caso foi parar no STJ.
(Foto: Reprodução EPTV / Marcelo Rodrigues)

Para a Defensoria Pública de Guaxupé, o caso foi parar longe demais.

"Uma lei fria, que não analisa as circunstâncias e que admite que uma tentativa de furto de uma galinha chegue à última escala, à última instância para resolver esse litígio. É um custo que o Brasil tem desnecessário, já que as partes poderiam se resolver com um mediador", disse o defensor Leonardo César Matheus.

Ao saber que foi absolvido, Aprígio ficou emocionado. "Muito obrigado, obrigado mesmo. Justiça divina e justiça dos homens aqui na Terra. Dá vontade até de chorar, é muita alegria, felicidade", disse ele.

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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #448 Online: 03 de Outubro de 2012, 20:40:33 »
Sobre o caso da galinha e do STJ, não ficou muito claro no texto, mas o rapaz estava preso. E ficou muito tempo preso, à espera de um Habeas Corpus. O recuso teve que caminhar até o STJ para soltarem o suposto ladrão.
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Re:O julgamento da quadrilha petista do mensalão
« Resposta #449 Online: 03 de Outubro de 2012, 21:50:11 »
Barbosa condena cúpula do PT e diz que Dirceu 'comandou empreitada criminosa'

Relator condena oito réus por corrupção ativa, entre eles o ex-chefe da Casa Civil, Genoino e Delúbio; ministro absolve Geiza Dias e Anderson Adauto

O ministro-relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, condenou nesta quarta-feira oito dos dez réus acusados pela prática de corrupção ativa, entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente da sigla José Genoino. De acordo com o ministro do STF, Dirceu "comandava o destino da empreitada criminosa" e estava por trás da negociação dos recursos que alimentavam o esquema de compra de apoio na base aliada do governo Lula.

Além da cúpula do PT, foram condenados o publicitário Marcos Valério, seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, o advogado Rogério Tolentino e a ex-gerente da SMP&B Simone Vasconcellos. Barbosa absolveu a ex-funcionária da SMP&B Geiza Dias e o ex-ministro Anderson Adauto.

Barbosa apoiou a condenação de Dirceu na avaliação de que seria "impossível" acatar a tese de que o ex-ministro não tinha conhecimento da realização de pagamentos a parlamentares, operada por Delúbio e Marcos Valério.  Para o relator, o ex-ministro agia como o "negociador" dos recursos que abasteceram o valerioduto e foi o "mandante das promessas de pagamentos indevidos aos parlamentares".

"Está comprovado que Dirceu comandava o destino da empreitada criminosa", afirmou o relator. “José Dirceu efetivamente comandou a atuação de Marcos Valério e Delúbio Soares." Barbosa, que fez uma longa exposição sobre a participação de Dirceu em reuniões com dirigentes dos Bancos BMG e Rural, em companhia de Valério e Delúbio, ressaltou que coube a ele intermediar a busca por recursos para o esquema. “O acusado José Dirceu é revelado como o negociador na obtenção de recursos usados no esquema de compra de apoio político.”

Embora tenha se debruçado principalmente na relação entre Dirceu, Delúbio e Valério em seu voto, Barbosa também detalhou seu parecer sobre Genoino. O petista, segundo ele, negociava valores e intermediava transações junto ao PP e ao PTB do deputado Roberto Jefferson. Foi também sob sua gestão no comando do PT que a sede foi transformada em uma espécie de "central" para reuniões entre Valério, Delúbio e parlamentares beneficiados pelo esquema.

Sobre o ex-ministro Anderson Adauto, Lewandowski concorda com Barbosa. "É como se alguém viciado em maconha e cocaína fosse procurado por alguém que quer usar o entorpecente e manda procurar um traficante. Isso não faz dessa pessoa um traficante", disse. O revisor absolve Anderson Adauto

'Aspecto temporal'

Ao firmar um elo entre Dirceu e os operadores do mensalão, Barbosa apoiou-se principalmente no fato de o ex-ministro ter se reunido com dirigentes dos bancos Rural e BMG. Os encontros, que contavam com a presença de Valério e Delúbio, ocorreram quase simultaneamente à liberação de empréstimos fraudulentos pelas duas instituições, de acordo com o relator. Também foram realizados na mesma época em que o governo obteve vitórias importantes no Congresso, como a votação das reformas tributária e previdenciária.

Barbosa refutou a tese de que o relacionamento entre Dirceu e dirigentes dos dois bancos poderia ser considerado "normal" dadas as atribuições do chefe da Casa Civil. “O problema não é o ministro receber diretorias de instituições financeiras, mas sim o contexto em que se deram essas reuniões”, declarou. "Diante do contexto de proximidade entre Dirceu e Valério, considero impossível acolher a tese de que Dirceu não sabia que Valério fazia pagamentos em espécie em nome do PT aos novos líderes da base aliada".

“Delúbio Soares e Valério uniram-se para distribuir grande parte do dinheiro a parlamentares que mantinham reuniões com o acusado José Dirceu na Casa Civil. Portanto, reveste-se de relevância o aspecto temporal”, disse Barbosa. Segundo o relator, a denúncia comprovou que "José Dirceu exerceu o controle e execução dos atos".

Leia também: Condenações no julgamento do mensalão tiram réus da política até 2022

Para Barbosa, ficou comprovado ainda que não se tratava apenas de uma composição de alianças em torno do governo Lula e sim da compra de apoio em votações específicas no Congresso, como as das reformas da Previdência e tributária. “Houve grande distribuição de recursos a parlamentares da base aliada que votaram a favor das emendas constitucionais já mencionadas”, disse.

Versões

O ministro do STF também rechaçou a versão da defesa dos acusados de que o esquema configurava apenas um caixa 2 eleitoral. "Valério e Delúbio tentaram blindar Dirceu para reforçar a tese de caixa 2”, afirmou o relator.

Ao relembrar a notícia de que o Banco Rural teria prestado favores à ex-mulher de Dirceu, Angela Saragoça, Barbosa afirmou que os acontecimentos deixavam evidente a influência do ex-ministro sobre os demais réus. “Valério foi informado dos anseios de Ângela e intermediou os favores (...) Por fim, outros fatos revelam o poder do acusado sobre os co-réus na empreitada criminosa”, afirmou o ministro do STF em seu voto.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-10-03/para-barbosa-jose-dirceu-foi-comandante-da-compra-de-apoio-politico.html

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