A quantos muçulmanos você já perguntou alguma coisa a respeito? Como isso se deu?
De onde geralmente vem esse "conhecimento" da não-reprovação afinal? Parece que as pessoas acham que se não viram na TV, é porque não acontece.
Eu não consigo deixar de pensar que se surgisse uma ideologia de "ateísmo radical" com o mesmo modus operandi dos islamistas radicais, que cometesse atrocidades de grande porte (em vez de apenas vandalismo esporádico), dizendo ser em nome da liberação dos grilhões da irracionalidade, a população geral teria a mesmíssima impressão, diria as mesmas coisas. O Datena diria, "eu não disse, não disse", e tudo que os ateus em geral fizessem que não fosse dar uma de Bruce Willis, irem lá e pegar os terroristas na marra, seria visto na melhor das hipóteses como algo insuficiente, e em geral como apoio/complacência. Me pergunto se já teria sido feita comparação de laicismo com uma sharia ateísta... acho vi que ao menos uma vez nesse fórum.
A diferença que usariam (e que usam aqui mesmo nesse instante) para se isentar é que o ateísmo "de verdade" não têm qualquer "prescrição". Mas é justamente isso que os Datenas da vida vêem como problema, isso não os pararia. Então não deveria ser difícil notar a similaridade com a pessoa que não compactua com os atos dos radicais pratiamente se limitar a dizer que "aquilo não é o ateísmo/islã de verdade".
Sem falar que é muita inenuidade (ou fingimento) querer que meramente um ateísmo "puro" do dicionário fosse ser o critério para algo desse tipo, tentando se isolar de qualquer associação ideológica como a postura comum de se ser "contra a ignorância", vendo na religião uma de suas manifestações mais perigosas, cuja erradicação seria benéfica à humanidade.
Buckaroo, acontece que NÃO EXISTE esse ateísmo hipotético, então sua comparação é puramente um espantalho.
Se houvesse uma manifestação ateísta nos moldes que você falou, duvido muito que "líderes ateístas" (caso houvessem) dariam aval a ela, como fazem muitos líderes islamitas. E, se os "líderes ateístas" dessem apoio à violência, e a maioria dos ateus moderados ficasse calada, seja à força ou por conivência, poderíamos com toda certeza chamar o ateísmo de violento e radical. Não vejo muito sentido nessa defesa do Islã, que é notoriamente uma religião violenta e radical, porque "a maioria dos Islamistas é moderada e pacífica"
O problema aqui não é dizer que a maioria dos muçulmanos é radical. O problema é que, apesar dessa "maioria moderada" que nunca aparece (e nem estou dizendo que deveria, eu mesmo não me manifestaria se fosse um deles, afinal tenho amor à vida), quem dá o tom das manifestações são os radicais. São eles que aparecem, eles que destroem embaixadas, exigem a morte de infiéis.
O ponto de vista dos defensores do Islã parece ser "ah, eles matam, queimam embaixadas, destroem as cidades, seus líderes dão suporte á violencia por motivos completamente fúteis, mas não podemos dizer que o Islã é uma religião violenta porque a maioria é de moderados".
Tantos os moderados quanto os radicais são islamitas. Se os moderados não conseguem impor sua forma de ver a religião, então quem representa a verdadeira face do islã no momento são os radicais, e o Islã é inegavelmente uma religião violenta, pouco importando o número de moderados. Se no futuro os moderados conseguirem mudar as coisas, aí sim poderemos dizer que o Islã é um religião pacífica.