Autor Tópico: Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?  (Lida 84759 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1075 Online: 25 de Janeiro de 2016, 12:54:00 »
Mas vou chamar atenção pra outra coisa nesse seu post, a inversão de valores. Também é sintomático como ele é usado nesse caso das cotas, assim com ele é usado em outros casos de ativismo de minorias. De repente, um instrumento que age diretamente contra um sistema discriminador é acusado de ser aquilo que ele combate. Universidades públicas ( e privadas) são amplamente dominadas por pessoas brancas de classe média, e quanto mais concorrida a escola, mais elitizadas elas se tornam. Quantos brancos para um negro/pardo? O sistema de cotas só seria discriminador se ele tirasse os privilégios de brancos e dessem ao negros/pardos, fazendo com que proporcionalmente eles ocupassem mais vagas do que sua proporção populacional, e longe disso, ele apenas garante uma parte bem menor do que essa proporção, mas bem maior do que o 999/1.

Isso está fundamentalmente errado, e de forma bastante simples de compreender.

A discriminação racial/sexual é um "mecanismo" individual. Fulano é de uma raça/sexo, está fora, é de outra, está dentro.

Os números do quadro geral podem no máximo sugerir haver um padrão de discriminação racial, mas não são prova, e nem é a homogeneidade prova de não estar havendo discriminação racial.

Repito: mesmo se negros e brancos (ou homens e mulheres) estivessem igualmente representados em todos os níveis de uma instituição, ainda assim pode estar estar havendo casos de indivíduos (mesmo negros ou mulheres) sendo racialmente discriminados -- e "negativamente" discriminados, excluídos de onde lhes seria direito/justo por capacitação individual, porque no meio da coisa teve alguém que falou, "nah, já tem negrinho/mulherzinha demais por aqui", e tinha o poder de mexer os pauzinhos para eles serem excluídos.


O que sistemas de cotas fazem é, inegavelmente tentar amenizar uma heterogeneidade de representação (que nem é necessariamente em si mesma resultado de discriminação injusta) através de discriminação racial ou sexual. "É" isso. "É". Não tem o que discutir. Não tem. Negar é duplipensar, negação.

É efetivamente dizer, "discriminação racial/sexual não é discriminação racial/sexual".

Isso só começa a deixar de ser duplipensante se você não nega o tautológico e em vez disso tenta afirmar que é uma "discriminação racial/sexual positiva/benéfica/justa". O que, apesar de deixar de ser questionável no sentido mais estrito de lógica/paradoxo/duplipensar, ainda será no quesito moral.

Não tão raramente as pessoas admitem alguma validade, justiça, em discriminação sócio-econômica favorecendo aquele que está em piores condições. Mas é justamente essa mesma perspectiva moral que faz questionável a adição das discriminações racial ou sexual "benéficas".

Essas duas só "funcionam" se fechamos os olhos aos indivíduos, e enxergamos só uma parte seletiva do "cenário geral", sem atentar nem mesmo para conseqüências de pessoas menos capacitadas tomando o lugar de pessoas mais capacitadas. Em coisas como ensino superior isso pode não ser tão trágico, apenas incorrer em um custo maior do que seria fazer as coisas de acordo com eficiência (o que argumentalmente se desmembra até haver menos verba para investir em educação básica dos mais pobres), mas pode ser perceptivelmente mais grave em situações como, colocar na função de bombeiros, pessoas com constituição física que as torna menos eficientes para esse tipo de atividade.



Piadas de negro, de loira, de gordo, de português, gago, padre, papagaio, não importam no caso, quaisquer que sejam as mais comuns ou as mais grosseiras e sem-graça.

Offline Gabarito

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1076 Online: 25 de Janeiro de 2016, 15:36:37 »
Acho que os negros que entram por cotas devem sentir, no íntimo, sua dignidade e orgulho próprio feridos, uma vez que deram (outros, terceiros) um jeitinho para eles entrarem.
Não foi por merecimento, esforço, estudo ou dedicação em aprender e seguir a regra universal de obter seu lugar ao sol com notas mais altas e melhor demonstração de conhecimento.
Alguém abriu o portão lateral e disse: "Entrem por aqui. Não precisa de nota, entrem!"
Acho que esse expediente de cotas atenta gravemente contra negros que possuem amor próprio.
Estão sendo tratados como coitadinhos e está se passando a mão na cabeça deles e dizendo: "Não chorem. Demos um jeito e vocês não precisam provar nada para entrar."
Fica explícita a inferioridade já na entrada. São inferiores, por lei. Estão lá por causa da lei. Não por competência, capacidade ou nível intelectual mais elevado.
Atenta contra a dignidade e é apelativo.

Comentários que vi por aí:

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Postado 23/01/2016 - 12:35

O que acho tragicamente engraçado é quando alguém apresenta como evidência de que as cotas são um sucesso o fato de que aumentou o número de "negros" na universidade e de "negros" formados. Mas é claro que aumentou, se eles tem vagas garantidas, que foram subtraídas do restante da população, é um resultado lógico que o número de "negros" vai aumentar em relação aos demais. Isso é como dizer que tinha 10 laranjas e 2 maçãs num sexto, colocaram mais 5 maçãs e daí, ó, que interessante! aumentou o percentual de maçãs! Ora, será que esse povo de esquerda não sabe matemática ou acha que a gente não sabe? Ou estão só se fingindo de sonsos mesmo?

Aumentou o número de "negros" na faculdade. Na marra. E daí? Daí nada. Na média o país continua tão burro e pobre quanto. Querem realmente melhorar as condições sociais do país? Promovam educação de base. Educação de verdade, que capacite as pessoas para competir no mercado de trabalho e no mercado de empreendimento, não essa educação que ensina pras pessoas reclamar da vida, arrumar alguém pra culpar, e ficar de papo pro ar esperando alguém resolver seus problemas. E promovam mudanças jurídicas e administrativas que criem um ambiente amigável ao empreendimento, ao trabalho, à geração de riqueza. Parafraseando o Clinton, é *sempre* a economia, estúpido. Ou, pra citar um líder mais querido pelo povo da esquerda, é como disse Deng Xiaoping, enriquecer é glorioso.

PS: Coloquei a palavra negro entre aspas porque acho um acinte chamar alguém que tem ancestrais brancos e negros de negro. Parece que se está tratando a herança negra como uma doença pegajosa, que contamina qualquer um que a toque e destrói qualquer outra ascendência que a pessoa tenha. Quem é fruto da combinação de etnias distintas é mestiço, como aliás, somos praticamente todos os brasileiros.


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Alan Rodrigues 1 ano atrás
Agora me diz: Qual a porra da diferença entre negro e branco, amarelos, azuis, todos pobres e alunos da mesma escola pública de merda? O que o negro tem (ou não tem) que necessita de privilégios para ingressar em uma universidade? Você está me dizendo que negros não tem a mesma capacidade intelectual que outras etnias? Por quê?! Sendo que as condições são as mesmas para muitos, independente da cor. Cotas para pessoas carentes, que dependem unicamente da droga de ensino das escolas públicas... beleza, faz sentido. Agora para cor, aí não. O preconceito está na criação dessa cota!!!
   
Alan Rodrigues 1 ano atrás
Lembrando que para ingressar em uma universidade pública, não irão olhar sua cor ou raça, e sim sua nota!
   
Alan Rodrigues 1 ano atrás
E mais uma coisa... ser discriminado na rua, ser chamado de "macaco", enfim, esse racismo no meio social não influencia em nada na sua nota final para ingressar em uma universidade. Então a pessoa branca ou de alguma outra cor, na mesma condição social que alguns negros, que se dane né? Já que o negro tem cota e a outra "cor" não. Se te chamam de macaco vá à delegacia e não atrás de cota, pois não há nenhuma relação nisso, é oportunismo e falta de vergonha na cara, simplesmente. Loiras são chamadas de burras, nem por isso tem cotas para loiras.
   
DEMOS GAMER 1 ano atrás
COTA é a maior idiotice que ja criaram e antes que venham falar que eu não sei pq eu não sou negro, eu nunca fui rico, meu pais nunca tiveram dinheiro pra me pagar um faculdade mas eu fui atrás e consegui fazer trabalhando de domingo a domingo por 4 anos. Cotas não resolve só cria mais racismo. O brasil ja tem mais de 500 anos, quem é branco hoje em dia por acaso tem culpa de atos de outras pessoas? eu sou um branco pobre então eu sou discriminado por causa disto?



E um vídeo.

Dinesh D'Souza expõe toda hipocrisia de estudante progressista.
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Publicado em 29 de jun de 2015 · 6 meses atrás

Durante a sessão de perguntas numa palestra sobre seu documentário "América: Imagine o Mundo sem Ela" realizada na faculdade de Amherst, Dinesh D´Souza, imigrante indiano que é atualmente um dos principais articulistas conservadores dos EUA, responde de maneira surpreendente a pergunta de um estudante progressista a respeito da "injustiça social" contra os negros americanos.

(ativem a legenda em português)

Offline Gabarito

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1077 Online: 25 de Janeiro de 2016, 15:54:48 »
Aproveitando o embalo, que nem é sobre cotas, mas um pouco sobre esquerdismo e racismo, segue um texto sobre isso:

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J. R. Guzzo: Aparências e fatos
23/01/2016 às 14:50 \ Opinião
Ubes - Paulo Yuri


Foto: Paulo Yuri

A fotografia que aparece foi tirada durante um encontro de estudantes em Brasília, em novembro do ano passado, e mostra a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, um desses grupos chapa-branca que se apresentam ao público como “movimento social”, pregando num megafone. A foto diz muito, ou talvez diga tudo, sobre a situação atual da luta de classes no Brasil. A moça bonita (aliás, se fosse feia, nenhum fotógrafo iria perder seu tempo com ela, não é mesmo?) que cavalga esse pobre-diabo é da classe dominante ─ basta olhar cinco segundos para a figura. O rapaz é da classe dominada ─ o “tipo brasileiro”, ou “moreno”, desses que se encontram aos milhões na fila do ônibus ou esperando a bondade de um atendimento na porta do hospital público. Estão na posição em que sempre estiveram neste nosso Brasil, e que treze anos de governo popular de esquerda comandado por Lula, Dilma e o PT não mudaram em um milímetro: ela montada, ele servindo de montaria. Seus mundos não se comunicam ─ depois da manifestação, esgotada a utilidade que o homem do povo teve para a garota da elite, ela retorna à sua classe, ele volta à sua periferia. Serve de cavalgadura ─ é essa a sua função, e apenas essa. O que mais poderia mostrar com tanta clareza quem está por cima e quem está por baixo? Ninguém planejou para que as coisas ficassem assim, claro. Mas foi assim que ficaram.

A líder estudantil tecnicamente é de esquerda; seu papel na luta de classes, segundo a boa teoria, seria servir aos deserdados da terra. Mas na prática o que ela faz é servir-se do deserdado da foto como o seu burro de carga. Olhe-se de novo para a cena: poderíamos estar diante de uma gravura de Rugendas, Debret ou Taunay, que retrataram com tanta exatidão o Brasil de 200 anos atrás, com os seus senhores e os seus escravos. Ninguém está dizendo aqui que o “movimento estudantil” é a favor da escravidão, ou coisa parecida, porque obviamente não é isso que acontece. Mas também não dá para fazer de conta que basta pegar um megafone e tirar carteirinha de membro dessa ou daquela organização “social”, “progressista” ou de “esquerda” para emigrar da elite e virar “povo”; não é assim que funciona. Como mostra a foto, certas coisas não mudam, salvo nas aparências. O resto é uma monumental conversa fiada.

Offline _Juca_

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1078 Online: 25 de Janeiro de 2016, 16:37:30 »

Não quero me concentrar somente sobre este trecho que você apresentou mas lendo-o com cuidado, não consegui localizar qual é a parte em que em que a senhorita-inicial mandou 'tomar no c...' a senhorita-pivô desta discussão.

Naquele trecho, que reproduzo agora de forma ipsis literis "Por causa dessas MERDAS DE COTA VAI TODO MUNDO TOMAR NO __ DESGRAÇA", parece que o 'tomar no c...' é uma forma de lamento e não de xingamento. Para reforçar a minha interpretação, eu penso que ela usaria a palavra 'desgraçados' para concluir um xingamento. Mas ela usou 'desgraça' no lugar.

Assim como você me ofendeu por tabela (aceito as desculpas) e ofendeu todas as pessoas que concordam com ela chamando-as de idiotas, essa moça branca mandou todo mundo tomar no cu, e "todo mundo" deve incluir principalmente quem passou pelo sistema de cotas, ninguém é idiota aqui para não entender o fato, não é mesmo? Mas não importando muito isso, eu só queria deixar registrado a diferença entre o seu modo de argumentar e o da garota negra, ela respondeu a uma ofensa com ironia mas sem ofender, e você respondeu a uma pessoa ofendida, ofendendo mais ainda.


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Esta é a sua interpretação. A minha se baseia na lei maior, que é a Constituição, na qual afirma que todos somos iguais perante a lei. Se for o caso, então, mude-a colocando um artigo que, de modo claro, afirme que certas pessoas são preferidas dentre as demais, por questões históricas e biológicas.

E você só se atenta a esse fato quando de alguma forma acha que está perdendo alguma coisa. Por esse artigo na constituição os direitos das pessoas negras estão sendo violados a cada segundo, quando elas não tem a mesma oportunidade dos brancos. E já que você se apega tanto a constituição: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=17715:stf-decide-por-unanimidade-que-sistema-de-cotas-e-constitucional


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Você ainda não entendeu que não existe um 'sistema discriminador' e sim algumas pessoas que usam de sua posição na sociedade e no estado, para subjugar outras, sendo que as principais, para o seu desgosto como 'admirador do deus-estado', são aquelas que ocupam ou são agentes do estado.

Se o 'instrumento anti-discriminação' promove, direta ou indiretamente, atos discriminatórios, ele não é eticamente justificável, mesmo que a sua finalidade seja..., digamos..., "nobre".

Que mundo você vive, hein Geotecton? Quer dizer que um sistema arcaico de vestibular, onde só passa quem está muito preparado, ou seja pessoas brancas que estudam nas melhores escolas e PAGAM os melhores cursinhos, e não precisam trabalhar para se sustentar, não é um sistema que discrimina? Por outro lado, as cotas que quebram esse paradigma e inserem diretamente uma parte das pessoas mais pobres e negras, esse sim discrimina, mas os brancos, os grandes beneficiários do sistema de vestibular.

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E por que isto ocorre?

Por causa do racismo ou principalmente pela péssima qualidade da escola pública nos níveis fundamental e médio?

E porque ela está péssima?

Por causa somente de orçamento ou porquê o processo pedagógico está ultrapassado?

De qualquer modo, preterir a entrada em uma universidade de jovens brancos que não tem nenhuma responsabilidade e muito menos culpa pelo descalabro que é a escola pública, não é, sob hipótese nenhuma, correto e nem eticamente sustentável.

Os jovens brancos não tem culpa, certo? Então vamos continuar sem fazer nada, e esperando que o sistema público de ensino fundamental se iguale ao sistema privado, quem sabe com sorte daqui uns 200 anos, né? É isso, já que jovens brancos não tem culpa, vamos continuar culpando os negros, via privação de condições igualitárias de oportunidades.


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A universidade, desde o seu primórdio, não foi e nem é projetada para receber pessoas pelo critério racial e sim pelo da qualidade e desempenho delas nos estágios que precedem o do universitário. Por isto que o problema maior está na parte basal do ensino, tanto na qualidade como na acessibilidade da população mais carente que, aí sim, inclui uma parcela expressiva de pessoas negras. Melhorando substancialmente a base (aumentar o orçamento, aperfeiçoar a gestão, etc) o desempenho das classes sociais menos abastadas aumentará, especialmente dos negros.


E você acredita que isso pode ser feito em quantas décadas ( séculos?), se contarmos a qualidade de nossos governantes e com mentalidade pseudo colonial que ainda faz parte de boa parcela da população, especialmente brancos de classe média. No menor sinal de que seus privilégios podem vir a ser abalados, aiaiai, começam a sapatear feito crianças birrentas dizendo que estão sendo discriminados.



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A minha crítica para todos os grupos supra-mencionados é o mesmo para todas as demais pessoas que ao formarem grupos, se tornam influentes e começam a impor regras que os beneficiem como corporativismo, às expensas das demais pessoas, especialmente aquelas que não fazem parte de nenhum grupo icônico hodiernamente.

Então pare de colocar espantalhos porque a plantação é muito pequena.

Cara estou me segurando na cadeira, agora.  :lol:

Grupos supra mencionados = gays; mulheres; negros

forma grupos= LGBTs; feministas; movimento negro

começam a impor regras= direito de se casarem com pessoas do mesmo sexo; ganharem os mesmo salários que homens; terem acesso as melhores universidades.

expensas das demais pessoas= mulheres, negros e gays não pagam impostos?

grupo icônico hodiernamente = que pérola, quem é esse grupo, homens brancos de classe média? Porque mulheres, negros e gays já estão excluídos automaticamente.

Traduzindo:

""A minha crítica para todos as mulheres, gays e negros é o mesmo para todas as demais pessoas que ao formarem grupos LGBT, feministas, ativistas negros, se tornam influentes e começam a impor casamento do mesmo sexo, igualdade salarial entre os generos e incursão às melhores universidade que os beneficiem como corporativismo , às expensas das demais pessoas ( incluindo elas mesmas), especialmente aquelas que não fazem parte de nenhum grupo de homens brancos de classe média.
""


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Então vamos formalizar logicamente o seu raciocínio:

Premissa 1) Geotecton não deve nada para ninguém.

Premissa 2) A "dívida é da sociedade".

Premissa 3) Geotecton faz parte da sociedade.

Conclusão: Geotecton deve para alguém.

Tem algo errado.

Claro que tem, é o fato de você não reconhecer que faz parte de um grupo que detém um privilégio histórico pelo fator "cor da pele", em detrimento de outro. Você como branco sempre teve e continuará tendo vantagens contra qualquer negro na sociedade formatada nos padrões atuais.


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Não nego a existência do racismo. Ele existe, seja de forma velada ou explícita, em quase todos os graus hierárquicos e de relações na sociedade.

Mas o desequilíbrio é principalmente sócio-econômico.

Claro que o desiquilíbrio é principalmente sócio-econômico, só que desequilibrado pro lado dos negros/pardos.


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Problema este que continuará perdurando porque não somente encontra a resistência dos tradicionais 'donos da casa-grande' mas também porque interessa aos neo-donos (políticos de esquerda), pois sem o binômio 'pobres-marginalizados' eles perdem as suas 'bandeiras' (mentirosas, por sinal).

Então um político que defende as cotas, o feminismo e os direitos dos negros que são bandeiras defendidas pela esquerda, mas não necessariamente precisem ser de esquerda, estão na verdade querendo que perdure as distorções? Um tanto contraditório seu raciocínio.



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Se você diz que eu sou míope...


Eu sou muito mais velho que você; toda a minha família veio da camada mais inferior do estrato social (os meus antepassados passaram fome e extrema necessidade quando chegaram ao Brasil, no final do século XIX) e de onde vim, eu ouvi, vi e senti muito mais discriminação com pessoas popbres do que com negros.

Só reforça ainda mais minha impressão de sua miopia sobre a segregação.



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O fato do forista Diegojaf não ser petista não impede que eu discuta e dele discorde sobre esta questão.

Claro que não, mas eu aposto que se ele continuar a defender a questão aqui, alguém uma hora escorrega nesse quiabo.
« Última modificação: 25 de Janeiro de 2016, 16:42:24 por _Juca_ »

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1079 Online: 25 de Janeiro de 2016, 17:04:02 »
Acho que os negros que entram por cotas devem sentir, no íntimo, sua dignidade e orgulho próprio feridos, uma vez que deram (outros, terceiros) um jeitinho para eles entrarem.
Não foi por merecimento, esforço, estudo ou dedicação em aprender e seguir a regra universal de obter seu lugar ao sol com notas mais altas e melhor demonstração de conhecimento.
Alguém abriu o portão lateral e disse: "Entrem por aqui. Não precisa de nota, entrem!"
Acho que esse expediente de cotas atenta gravemente contra negros que possuem amor próprio.
Estão sendo tratados como coitadinhos e está se passando a mão na cabeça deles e dizendo: "Não chorem. Demos um jeito e vocês não precisam provar nada para entrar."
Fica explícita a inferioridade já na entrada. São inferiores, por lei. Estão lá por causa da lei. Não por competência, capacidade ou nível intelectual mais elevado.
Atenta contra a dignidade e é apelativo.
Não acho que pensam assim, os que de fato pensam assim são em geral abertamente contrários as ações afirmativas baseadas em "raça". Acho que devem pensar mais como jogadores de jogos online, mas aqueles jogos em que se pode conseguir algumas vantagens pagando por elas. Eles devem se vir como os jogadores que não possuem recursos para se comprar as vantagens. Por exemplo, um jogo de carros e corridas, onde só se é possível comprar alguns dos melhores carros e peças de desempenho através do uso de dinheiro de verdade, e não somente com aquele que se consegue pelas suas conquistas no jogo. Neste jogo, aqueles jogadores que possuem dinheiro para investir na compra destes carros e componentes melhores, conseguem uma vantagem sobre os demais jogadores que não possuem os mesmos recursos, e por este motivo encabeçam na maioria das vezes o ranking dos jogadores com os melhores resultados daquele jogo.

Na vida real, no contexto de se conseguir uma vaga em uma universidade, estes negros cotistas devem se ver como aquele jogador que não teve recursos para  pagar pelo melhor preparo, e ver os brancos como pessoas que puderam comprar o melhor preparo, e que por isso alcançam resultados melhores do que eles. A cota, no caso, equilibraria esta injustiça, dando aos menos favorecidos a mesma oportunidade dos mais favorecidos de entrar na lista daqueles que fazem curso superior. O raciocínio falha, no entanto, como muito já mostraram, pelo fato da cota ser racial, e não econômica, já que muitos negros, mesmo que tenham estudado o ensino médio inteiro em escola pública, pode ter tido um ensino de qualidade, enquanto outros brancos, não, e que por isso, faria muito mais sentido a cota ser apenas econômica do que também racial (apesar desta linha de argumentação também já ter sido refutada).
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Geotecton

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1080 Online: 25 de Janeiro de 2016, 18:58:05 »
Não quero me concentrar somente sobre este trecho que você apresentou mas lendo-o com cuidado, não consegui localizar qual é a parte em que em que a senhorita-inicial mandou 'tomar no c...' a senhorita-pivô desta discussão.

Naquele trecho, que reproduzo agora de forma ipsis literis "Por causa dessas MERDAS DE COTA VAI TODO MUNDO TOMAR NO __ DESGRAÇA", parece que o 'tomar no c...' é uma forma de lamento e não de xingamento. Para reforçar a minha interpretação, eu penso que ela usaria a palavra 'desgraçados' para concluir um xingamento. Mas ela usou 'desgraça' no lugar.
Assim como você me ofendeu por tabela (aceito as desculpas) e ofendeu todas as pessoas que concordam com ela chamando-as de idiotas, essa moça branca mandou todo mundo tomar no cu, e "todo mundo" deve incluir principalmente quem passou pelo sistema de cotas, ninguém é idiota aqui para não entender o fato, não é mesmo?

Agradeço o seu aceite de pedido de desculpa.

Então agora é a sua vez de me chamar de 'idiota', porque continuo tendo a sincera dúvida de que está correta a minha interpretação do que foi escrito.


Mas não importando muito isso, eu só queria deixar registrado a diferença entre o seu modo de argumentar e o da garota negra, ela respondeu a uma ofensa com ironia mas sem ofender, e você respondeu a uma pessoa ofendida, ofendendo mais ainda.

Certo. Não vou prolongar isto porque tanto você, o Diegojaf e o Buck já me admoestaram sobre o linguajar empregado.

Vou me resignar, concordando que não foi adequado.


Esta é a sua interpretação. A minha se baseia na lei maior, que é a Constituição, na qual afirma que todos somos iguais perante a lei. Se for o caso, então, mude-a colocando um artigo que, de modo claro, afirme que certas pessoas são preferidas dentre as demais, por questões históricas e biológicas.
E você só se atenta a esse fato quando de alguma forma acha que está perdendo alguma coisa.

Não.

Eu me atento sempre a este fato porque há um sem-número de leis e normas, inclusive da Constituição, que discordo mas, ainda assim, cumpro-as.


Por esse artigo na constituição os direitos das pessoas negras estão sendo violados a cada segundo, quando elas não tem a mesma oportunidade dos brancos.

Se você conseguir demonstrar que todas as pessoa negras estão em desvantagem e são preteridas por brancas, sua análise estará correta. Do contrário...


E já que você se apega tanto a constituição:

http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=17715:stf-decide-por-unanimidade-que-sistema-de-cotas-e-constitucional

Estou ciente da decisão do STF.

Mas mantenho a minha posição.


Você ainda não entendeu que não existe um 'sistema discriminador' e sim algumas pessoas que usam de sua posição na sociedade e no estado, para subjugar outras, sendo que as principais, para o seu desgosto como 'admirador do deus-estado', são aquelas que ocupam ou são agentes do estado.

Se o 'instrumento anti-discriminação' promove, direta ou indiretamente, atos discriminatórios, ele não é eticamente justificável, mesmo que a sua finalidade seja..., digamos..., "nobre".
Que mundo você vive, hein Geotecton?

Acho que basicamente no mesmo que o seu: No Brasil; na parte sul do continente americano, no terceiro planeta do sistema Solar, a Terra; que por sua vez fica na borda de um dos 'braços espiralados' da Via Láctea.


Quer dizer que um sistema arcaico de vestibular, onde só passa quem está muito preparado, ou seja pessoas brancas que estudam nas melhores escolas e PAGAM os melhores cursinhos, e não precisam trabalhar para se sustentar, não é um sistema que discrimina?

Pensei que estavamos discutindo sobre a sociedade brasileira. Agora é somente sobre o vestibular?

Sim, claro que é um processo no qual há uma forte discriminação social contra todos os pobres (que não são compostos somente de negros, conforme a sua 'obsessiva visão'), em que são favorecidos os rebentos cujos pais podem sustentá-los para que possam estudar somente.

Por isto que é importante melhorar com urgência a escola pública.


Por outro lado, as cotas que quebram esse paradigma e inserem diretamente uma parte das pessoas mais pobres e negras, esse sim discrimina, mas os brancos, os grandes beneficiários do sistema de vestibular.

Ou seja, um processo discriminador é 'aceitável' porque pune a parte que você considera como criminosa, digo, privilegiada. É isto?

E os brancos pobres não podem ter o mesmo benefício apenas porque estes não fazem parte de um etéreo grupo de pessoas detentoras do crédito da 'dívida histórica'?


E por que isto ocorre?

Por causa do racismo ou principalmente pela péssima qualidade da escola pública nos níveis fundamental e médio?

E porque ela está péssima?

Por causa somente de orçamento ou porquê o processo pedagógico está ultrapassado?

De qualquer modo, preterir a entrada em uma universidade de jovens brancos que não tem nenhuma responsabilidade e muito menos culpa pelo descalabro que é a escola pública, não é, sob hipótese nenhuma, correto e nem eticamente sustentável.
Os jovens brancos não tem culpa, certo?

Certamente que não.

Se duvidas, pergunte para algum especialista da área do direito.


Então vamos continuar sem fazer nada, e esperando que o sistema público de ensino fundamental se iguale ao sistema privado, quem sabe com sorte daqui uns 200 anos, né?

Onde foi exatamente que eu afirmei que nada deve ser feito?

Me ajude a localizar a postagem, porque quero corrigi-la.

Enquanto você busca-a, eu entendo que neste momento o meio discriminatório mais aceitável eticamente é o estabelecimento de um certo número de cotas sociais para TODAS as pessoas pobres, não importando qualquer outro critério e sem procurar uma 'culpabilidade' em pessoas ou grupos atuais por atos cometidos no passado, em outro contexto histórico.

Para o ingresso nas universidades públicas, neste sistema de cotas, seriam selecionadas pessoas pelo seu desempenho pessoal em escolas públicas principalmente e, em alguns casos, de escolas particulares.


É isso, já que jovens brancos não tem culpa, vamos continuar culpando os negros, via privação de condições igualitárias de oportunidades.

Mais um espantalho, dicotomizando novamente uma situação na questão racial, quando o mais importante é o preconceito social.


A universidade, desde o seu primórdio, não foi e nem é projetada para receber pessoas pelo critério racial e sim pelo da qualidade e desempenho delas nos estágios que precedem o do universitário. Por isto que o problema maior está na parte basal do ensino, tanto na qualidade como na acessibilidade da população mais carente que, aí sim, inclui uma parcela expressiva de pessoas negras. Melhorando substancialmente a base (aumentar o orçamento, aperfeiçoar a gestão, etc) o desempenho das classes sociais menos abastadas aumentará, especialmente dos negros.

E você acredita que isso pode ser feito em quantas décadas ( séculos?), se contarmos a qualidade de nossos governantes e com mentalidade pseudo colonial que ainda faz parte de boa parcela da população, especialmente brancos de classe média.

Não sei em quanto tempo.

Mas devolvo a pergunta: Uma vez aceitas as cotas, porque os governantes (de qualquer parte do espectro ideológico) se esforçariam em mudar o modelo de educação pública que temos hoje?


No menor sinal de que seus privilégios podem vir a ser abalados, aiaiai, começam a sapatear feito crianças birrentas dizendo que estão sendo discriminados.

Não importa o quanto você balança o seu espantalho ideológico, porque a sua premissa continua falha, visto que não são TODOS os brancos que detém estes 'privilégios'.


A minha crítica para todos os grupos supra-mencionados é o mesmo para todas as demais pessoas que ao formarem grupos, se tornam influentes e começam a impor regras que os beneficiem como corporativismo, às expensas das demais pessoas, especialmente aquelas que não fazem parte de nenhum grupo icônico hodiernamente.

Então pare de colocar espantalhos porque a plantação é muito pequena.

Cara estou me segurando na cadeira, agora.  :lol:

Porquê? Ela está quebrada?

Grupos supra mencionados = gays; mulheres; negros

forma grupos= LGBTs; feministas; movimento negro

É somente a sua cadeira que está com problemas?

O seu monitor e o seu teclado também não estão?

Ou seria a iluminação no local onde você está escrevendo?

Prefiro entender que sim, porque do contrário você está tendo problema de entendimento ou está agindo de má-fé comigo.

Observe que na parte grifada em negrito no texto infra

A minha crítica para todos os grupos supra-mencionados é o mesmo para todas as demais pessoas que ao formarem grupos, se tornam influentes e começam a impor regras que os beneficiem como corporativismo, às expensas das demais pessoas, especialmente aquelas que não fazem parte de nenhum grupo icônico hodiernamente.

eu escrevi claramente que a minha crítica era genérica e não somente contra certas atitudes dos grupos que você, mais uma vez, escolheu para serem os espantalhos deste colóquio.

 
começam a impor regras= direito de se casarem com pessoas do mesmo sexo; ganharem os mesmo salários que homens; terem acesso as melhores universidades.

Agora tenho quase tenho certeza que é com má-fé que você está escrevendo porque, do contrário, lembraria que já defendi em várias postagens de diversos tópicos, as pessoas de mesmo sexo se casarem; das mulheres terem salários equivalentes aos homens para as mesmas funções e cargos e de todos os melhores classificados nos níveis fundamental e médio terem acesso às universidades públicas.


expensas das demais pessoas= mulheres, negros e gays não pagam impostos?

E desde quando 'expensas' tem apenas o significado de 'custo financeiro'?


grupo icônico hodiernamente = que pérola, quem é esse grupo, homens brancos de classe média? Porque mulheres, negros e gays já estão excluídos automaticamente.

'Grupos icônicos' são todas as minorias que se aglutinam por terem algo em comum e fazem uso de propaganda para atingirem os seus objetivos, sejam quais forem.


Traduzindo:

""A minha crítica para todos as mulheres, gays e negros é o mesmo para todas as demais pessoas que ao formarem grupos LGBT, feministas, ativistas negros, se tornam influentes e começam a impor casamento do mesmo sexo, igualdade salarial entre os generos e incursão às melhores universidade que os beneficiem como corporativismo , às expensas das demais pessoas ( incluindo elas mesmas), especialmente aquelas que não fazem parte de nenhum grupo de homens brancos de classe média.
""


Tenho uma tradução mais simples, aplicável a você no atual colóquio:

Citar
"Porque usar um só espantalho se tenho um galpão cheio deles?"


Então vamos formalizar logicamente o seu raciocínio:

Premissa 1) Geotecton não deve nada para ninguém.

Premissa 2) A "dívida é da sociedade".

Premissa 3) Geotecton faz parte da sociedade.

Conclusão: Geotecton deve para alguém.

Tem algo errado.
Claro que tem, é o fato de você não reconhecer que faz parte de um grupo que detém um privilégio histórico pelo fator "cor da pele", em detrimento de outro. Você como branco sempre teve e continuará tendo vantagens contra qualquer negro na sociedade formatada nos padrões atuais.

Então você admite que o seu raciocínio anterior é inconsistente sob o ponto de vista lógico? Certo.

Apenas quero perguntar a você isto: Quais são as vantagens que eu tenho sobre qualquer negro na atual formatação de nossa sociedade? Pode exemplificar sem recorrer a nenhum devaneio ou wishful thinking ideológico?


Não nego a existência do racismo. Ele existe, seja de forma velada ou explícita, em quase todos os graus hierárquicos e de relações na sociedade.

Mas o desequilíbrio é principalmente sócio-econômico.
Claro que o desiquilíbrio é principalmente sócio-econômico, só que desequilibrado pro lado dos negros/pardos.

Até quando você vai insistir nesta falácia?

Vários foristas já mostraram que o seu argumento só seria válido se TODOS os brancos fossem 'privilegiados' frente aos negros, de modo segregacionista, em qualquer aspecto da sociedade que represente uma 'oportunidade'.


Problema este que continuará perdurando porque não somente encontra a resistência dos tradicionais 'donos da casa-grande' mas também porque interessa aos neo-donos (políticos de esquerda), pois sem o binômio 'pobres-marginalizados' eles perdem as suas 'bandeiras' (mentirosas, por sinal).
Então um político que defende as cotas, o feminismo e os direitos dos negros que são bandeiras defendidas pela esquerda, mas não necessariamente precisem ser de esquerda, estão na verdade querendo que perdure as distorções? Um tanto contraditório seu raciocínio.

Para que os político continuem atuando, devem continuar existindo os motivos que os levaram a atuar. Sem problemas ('bandeiras') não há motivo para aquele grupo político existir.

E se você conhecesse um pouco mais de história, saberia que nem o feminismo (como se pratica no Ocidente), nem o direito de minorias (incluindo as étnicas e raciais) e nem o direito dos homosseuxais existiam nos países que foram socialistas/comunistas. De fato, nos países da Cortina de Ferro, em Cuba e na China, os ativistas de tais direitos foram considerados inimigos do 'socialismo' na maior parte de sua história recente. Na Coréia do Norte isto continua até hoje.


Se você diz que eu sou míope...

Eu sou muito mais velho que você; toda a minha família veio da camada mais inferior do estrato social (os meus antepassados passaram fome e extrema necessidade quando chegaram ao Brasil, no final do século XIX) e de onde vim, eu ouvi, vi e senti muito mais discriminação com pessoas popbres do que com negros.
Só reforça ainda mais minha impressão de sua miopia sobre a segregação.

Entendido.


O fato do forista Diegojaf não ser petista não impede que eu discuta e dele discorde sobre esta questão.
Claro que não, mas eu aposto que se ele continuar a defender a questão aqui, alguém uma hora escorrega nesse quiabo.

Qual?

O de nominá-lo de 'petista'?
« Última modificação: 26 de Janeiro de 2016, 21:22:48 por Geotecton »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1081 Online: 25 de Janeiro de 2016, 19:03:24 »
Ela falou "vai todo mundo tomar no cu". Isso evidentemente inclui os anti-cotas, a menos que haja cotas para pró-cotas aí, e que essas deixem os anti-cotas de fora... mas nada disso é mencionado... mas pensando bem, é coerente, uma parcela maior das vagas de tomar no cu para os defensores de cotas mesmo.

Offline Johnny Cash

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1082 Online: 25 de Janeiro de 2016, 20:38:00 »
Bom, pelo menos o Juca é educado, porque pra aguentá-lo vangloriando alguém se intitulando "preta lacradora" e afirmando que vai "roubar algo" dos outros, como sendo forma de resolver os problemas que temos hoje socialmente falando, é OSSO.

E ja evitando espantalhos, não acho que a escravidão não tenha deixado resíduos nocivos, ou que tenha parte da sociedade que precisa de ajuda da parte mais abastada (se é que há alguma moral entre essa).



Fazendo um teste, quem aí topa chegar pra negros aleatoriamente nas ruas e chamá-los de "preto lacrador"?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1083 Online: 25 de Janeiro de 2016, 22:55:35 »
Fazendo um teste, quem aí topa chegar pra negros aleatoriamente nas ruas e chamá-los de "preto lacrador"?

Praticamente OT, me lembrou de dois vídeos que vi recentemente:
<a href="https://www.youtube.com/v/95flK-IZDYg" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/95flK-IZDYg</a>
<a href="https://www.youtube.com/v/4uWGCHx9vqo" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/4uWGCHx9vqo</a>

Offline Johnny Cash

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1084 Online: 25 de Janeiro de 2016, 23:25:05 »
OT é abreviação de Off-Topic:hein:


Offline Johnny Cash

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1086 Online: 25 de Janeiro de 2016, 23:38:24 »
Certamente eu estava entre a parcela dos grandes primatas que não conhecia essa.

Talvez eu fosse o último e, agora sim, atingimos a totalidade. YEAH!  :corneta:

Offline Diegojaf

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1087 Online: 26 de Janeiro de 2016, 20:42:45 »
Sim, foi o que você disse. O negro pobre merece uma vantagem sobre seu vizinho branco pobre porque, talvez, há uma chance, de em algum momento, ele ter sofrido algum preconceito. É um argumento ingênuo e que não faz sentido nenhum. Se o problema é que há mais negros pobres do que brancos, as cotas sociais já resolvem, com o benefício de, no meio do caminho, não prejudicar pessoas que também passaram pelas mesmas dificuldades e tiveram as mesmas oportunidades, ou falta delas.

Ingênuo é você tratar preconceito como um bullying besta, que não traz maiores efeitos para a vida de uma pessoa. Você insiste em tratar do assunto como se fossem só casos isolados e sem quaisquer consequências. "Ah!! Ele só foi chamado de 'macaco'... que cara sensível".

Nós estamos falando de um preconceito que traz consequências desde a infância, com crianças negras sendo mais punidas do que brancas e até a juventude, onde elas são mais mortas pela violência do que outros grupos.

Você lida com as gerações que já passaram por uma vida de preconceitos, com as que estão passando e com as que virão a passar. Você não tem uma solução, mas várias. E uma delas são sim as ações afirmativas.

Então me explica, aí. Do jeito que você está falando, é basicamente aquilo que comentei. Um negro pobre pode, talvez, tem uma chance, de algum dia já ter sofrido algum tipo de preconceito, seja sendo seguido no shopping, seja sendo chamado de macaco, logo, por causa de algo que TALVEZ ele tenha sofrido, ele precisa de uma cota que lhe de vantagem no vestibular sobre o seu vizinho branco pobre, que passou pelas mesmas dificuldades e estudou nas mesmas escolas públicas.

E nem falo de gerações passadas, porque fica ainda mais ridículo. O negro pobre precisa de uma vantagem sobre seu vizinho branco pobre, porque seus ancestrais sofreram preconceito? Sério? Como que isso lhe da uma desvantagem em relação ao seu vizinho branco pobre?

No final das contas, tudo se trata dessa "dívida histórica" estúpida. Porque, é o único "argumento" que eu vejo aqui que "faz sentido": o negro pobre só é pobre porque seus ancestrais sofreram preconceito, logo, temos que pagar essa dívida, dando-lhe vantagem sobre seu vizinho branco pobre num critério baseado em cor da pele.

Ao invés de levar pro lado pessoal e debater nesse tom revoltado, você pode simplesmente admitir que é esse seu argumento. A discussão acaba e segue a vida.

Novamente, você criando um espantalho pra ficar mais fácil bater. Eu não falo de gerações distantes. já mortas. Falo do senhor de 60 anos que foi vítima de preconceito, da mulher de 40, do hovem de 20, da criança de 5, de quem vai nascer agora.

Foram, estão sendo e serão vítimas do preconceito, porque ao contrário do que você pensa, ele está sim arraigado em nossa sociedade, bastando ver os números de vitimismo, nível salarial e educacional. É um estado de negação constante dizer que isso é meramente social.

Você insiste em dizer que são casos isolados enquanto todos os números apontam para algo tão comum que quando se fala nisso se passa a ser chamado de "hipersensível".

Como eu já disse antes. Coloque uma criança branca e uma negra em um shopping, vista as duas bem e vamos ver qual das duas vai ser escorraçada de dentro do restaurante bacana. Nesse caso, você eliminou o denominador comum entre eles (pobreza) e mesmo assim, o preconceito existiu. Isso por si só já é um sinal de que não ten nada de "social" no preconceito que sofrem.

Outra são melhorias de ensino de base, que vão melhorar condições de negros por tabela, outras são fazer com que o Estado e seus representantes passem a ter o mesmo respeito pelos grupos minoritários que apresentam por outros que não são vítimas desses preconceitos nas mesmas condições. E todas essas exigem que esses grupos assumam posições de destaque na sociedade, que ganhem dinheiro, que quebrem uma imagem de que preto arrumado é mordomo, dirigindo carro de luxo é chofer.

Ótimo, que usem as cotas sociais. É pre isso que elas servem, para dar chance a pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que outras.

Mesma conversa furada.

E qual a solução que você propõe? Ativismo é bobagem? Tudo se resolve com o tempo? Os governantes vão fazer o que é melhor? Porque pelo que eu sei, você considera qualquer indignação de grupos minoritários como mimimi, exagero ou a palavra da moda: "hipersensibilidade".

Eu não sei se é a solução, mas as cotas sociais já estão aí. Esqueça essa besteira de "divida histórica" e dispute essas cotas com o branco/japonês/índio pobre que passou pelas mesmas dificuldades e estudou na mesma escola que você. No final, são todos pobres, independente da cor da pele. Me falar que o negro pobre que está usando cota racial pode ter sofrido, alguma vez, preconceito, e que isso lhe deixa em desvantagem no vestibular contra o branco pobre é simplesmente estúpido. Como você verifica e quantifica isso? E se o branco pobre também foi seguido em shopping ou expulso de locais pro estar mal vestido? Dá uma cota de perseguido pra ele? Sério, me ajuda, aí.

Por que algo que talvez tenha ocorrido mereça uma vantagem em um vestibular, e não simplesmente ficar com o óbvio, que é a renda familiar e classe social? Sinta-se livre para responder "eu acredito em dívida histórica".

E eu nem vou entrar no mérito de negros que não são pobres e não passaram dificuldade, mas que, mesmo assim, têm direito a cotas. Daí a coisa chega a um nível surreal de discussão, onde basicamente um lado (o seu) fecha os ouvidos e fica gritando "dívida histórica, lalalalalalala, dívida histórica".

Retire o fator "pobreza" e me diga quem é que vai continuar sendo tratado de forma diferente, quem vai ser mais abordado pela polícia, quem vai receber pior tratamento em estabelecimentos.

Não acredito em "dívida histórica". O racismo no Brasil tem que ser combatido e é curioso observar como algumas pessoas estão em um estado de negação tão grande que qualquer ferramenta nesse processo vai ser visto como um estupro dos direitos dele.

Não existe forma de mudar um sistema onde um grupo minoritário e que é alvo diário de tratamento menos digno passe a participar mais ativamente do sistema como um todo sem que aqueles que estão lá se sintam incomodados com o "pessoal diferenciado" que vai aparecer.

O preconceito piora? Que preconceito? Porque até pouco tempo, segundo você, ele sequer existia, era só "muito mais social". Agora existe preconceito? Se decide.

Eu levei sua premissa como verdadeira, só isso. E eu não sou alienado ao ponto de achar que o preconceito racial acabou, mas também não sou apocalíptico ao seu nível de achar que ser seguido em shopping e ser chamado de macaco diariamente é a regra. Muito menos acho que ter, talvez, sofrido algum tipo de preconceito, em algum momento da vida, seja motivo para receber vantagem em relação a outras pessoas que passaram exatamente pelos mesmos problemas financeiros e frequentaram as mesmas escolas, mas que, talvez, não tenham sofrido, em algum momento da vida, algum tipo de preconceito.

O seu erro é pensar  que racismo é um mero inconveniente sem maiores consequências e que ocorre uma vez na vida de cada pessoa e não diariamente em pequenos atos que geram consequências num efeito bola de neve e que geram problemas nas mais diversas áreas.

Citar
http://www.abril.com.br/noticias/brasil-discriminacao-social-supera-racial/

Diz isso pros caras mortos aqui e pra esses caras aqui...



Edit: Quote corrigido.
« Última modificação: 27 de Janeiro de 2016, 11:19:03 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Diegojaf

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1088 Online: 26 de Janeiro de 2016, 20:49:53 »
Acho que os negros que entram por cotas devem sentir, no íntimo, sua dignidade e orgulho próprio feridos, uma vez que deram (outros, terceiros) um jeitinho para eles entrarem.

?

Quer dizer então que os negros ou pessoas que usaram cotas para entrar na faculdade agora também precisam receber a aprovação da sua parte para não se sentirem "inferiores"?

Que processo complexo esse... o cara toma porrada a vida inteira, não raramente de quem simplesmente teve de tudo na vida, pra quando conseguir ter que ouvir que não foi por mérito próprio?

O cara que estuda em um colégio top, com cursinho top e com professores top e tudo pago pelos pais. Alguém discute os méritos dele ou isso só ocorre com cotistas?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1089 Online: 26 de Janeiro de 2016, 21:15:49 »
Não vi de onde tirar essa conclusão/questão a partir do que ele disse. É simplesmente natural um relativo sentimento de "inferioridade" em pensar, "é, entrei, mas no lugar de alguém que era mais preparado(a) do que eu, já que me deram um desconto".



Essa é uma visão meio filosófico-poética e não objetiva de "mérito". É um termo que deveria ser talvez substituído por "preparo", ou, referente a isso, mérito por preparo.

De modo geral, se você quer serviços profissionais, vai querer o profissional que objetivamente é o mais capacitado, independentemente de quanta dificuldade (ou comodidate) tenha tido para obter esse preparo, ou na vida em geral. Cirurgião top herdeiro de milionários formado nas faculdades mais chiques de todo o mundo, versus o esforçado auto-didata que aprendeu em livros na biblioteca e fazendo cirurgias em pequenos animais com instrumentos de cozinha improvisados. 




Acho que os negros que entram por cotas devem sentir, no íntimo, sua dignidade e orgulho próprio feridos, uma vez que deram (outros, terceiros) um jeitinho para eles entrarem.

Isso não valeria só para negros, mas para qualquer cotista, racial, social, ou sexual.

Offline Diegojaf

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1090 Online: 26 de Janeiro de 2016, 21:49:09 »
Não vi de onde tirar essa conclusão/questão a partir do que ele disse. É simplesmente natural um relativo sentimento de "inferioridade" em pensar, "é, entrei, mas no lugar de alguém que era mais preparado(a) do que eu, já que me deram um desconto".

Não necessariamente. Se o cara que recebe todas as benesses possíveis dos pais para cursar os melhores cursos não sente o complexo de ser inferior àquele que conseguiu sozinho, o cotista também não tem que se sentir inferiorizado, podendo, muito pelo contrário, mostrar que dada a oportunidade, pode obter resultados tão bons ou melhores do que o cara que teve as facilidades.


Essa é uma visão meio filosófico-poética e não objetiva de "mérito". É um termo que deveria ser talvez substituído por "preparo", ou, referente a isso, mérito por preparo.

De modo geral, se você quer serviços profissionais, vai querer o profissional que objetivamente é o mais capacitado, independentemente de quanta dificuldade (ou comodidate) tenha tido para obter esse preparo, ou na vida em geral. Cirurgião top herdeiro de milionários formado nas faculdades mais chiques de todo o mundo, versus o esforçado auto-didata que aprendeu em livros na biblioteca e fazendo cirurgias em pequenos animais com instrumentos de cozinha improvisados. 

A premissa pra ser um profissional da área médica é ter se formado em medicina. Então, o herdeiro milionário e o autodidata cursaram a mesma faculdade. Não tem como o autodidata ser sequer chamado de "profissional" sem esse critério. Nesse caso, os dois passaram pelas mesmas provas, pelos mesmos testes e exames. A especialização pós formatura vai ser diferente de acordo com as condições financeiras de cada um, mas mesmo assim, diminui muito o abismo entre eles e o potencial de alcançar bons resultados.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1091 Online: 27 de Janeiro de 2016, 02:12:03 »
Não vi de onde tirar essa conclusão/questão a partir do que ele disse. É simplesmente natural um relativo sentimento de "inferioridade" em pensar, "é, entrei, mas no lugar de alguém que era mais preparado(a) do que eu, já que me deram um desconto".

Não necessariamente. Se o cara que recebe todas as benesses possíveis dos pais para cursar os melhores cursos não sente o complexo de ser inferior àquele que conseguiu sozinho, o cotista também não tem que se sentir inferiorizado, podendo, muito pelo contrário, mostrar que dada a oportunidade, pode obter resultados tão bons ou melhores do que o cara que teve as facilidades.

Sim, é uma forma de encarar as coisas, também. Mais saudável. Mas não será sempre essa, para qualquer um, e talvez mais raramente para pessoas "treinadas" a desconfiar sempre do pior, como que "boa aparência"="branco" em anúncios de vaga de emprego.

Eu nem li o restante da mensagem a que você respondeu, só não vi como mencionar essa possibilidade implica nos cotistas precisarem então "receber a aprovação d[o Gabarito] para não se sentirem inferiores".


Citar
Essa é uma visão meio filosófico-poética e não objetiva de "mérito". É um termo que deveria ser talvez substituído por "preparo", ou, referente a isso, mérito por preparo.

De modo geral, se você quer serviços profissionais, vai querer o profissional que objetivamente é o mais capacitado, independentemente de quanta dificuldade (ou comodidate) tenha tido para obter esse preparo, ou na vida em geral. Cirurgião top herdeiro de milionários formado nas faculdades mais chiques de todo o mundo, versus o esforçado auto-didata que aprendeu em livros na biblioteca e fazendo cirurgias em pequenos animais com instrumentos de cozinha improvisados. 

A premissa pra ser um profissional da área médica é ter se formado em medicina. Então, o herdeiro milionário e o autodidata cursaram a mesma faculdade. Não tem como o autodidata ser sequer chamado de "profissional" sem esse critério. Nesse caso, os dois passaram pelas mesmas provas, pelos mesmos testes e exames. A especialização pós formatura vai ser diferente de acordo com as condições financeiras de cada um, mas mesmo assim, diminui muito o abismo entre eles e o potencial de alcançar bons resultados.

O ponto era o preparo medido por resultado absoluto no teste como o que determina "mérito". Em vez de formas mais abrangentes de "mérito", onde se diz que tem menos "mérito" um cara que emagreceu 80kg se internando num spa cinco estrelas, do que um pobre que fez dieta sozinho.

As vagas de faculdade não são como "prêmios por ser uma boa pessoa". A idéia é selecionar os mais preparados, assim como para um time de futebol você selecionaria os que melhor jogam futebol, e não aos melhores, depois descartar os 20% piores desses, e então pegar os próximos 20% melhores dos inicialmente descartados.


A coisa mais próxima desse argumento que faz sentido é supor que um resultado inferior para alguém presumivelmente com maiores dificuldades, terá requerido maior empenho, e empenho é uma qualidade relevante para o aproveitamento de um curso, podendo compensar menor retenção de conteúdo anterior em algum grau.

Só não sei se cotas são o melhor jeito de "selecionar" empenho. Deve ser algo principalmente acidental, não só desperdiçando vagas com pobres (ou ricos) com empenho abaixo do esperado por seu nível de dificuldades, como deixando de capturar os mais empenhados. Já exclui pobres que tenham valorizado a educação a ponto de investir em escola particular, mesmo que isso represente um custo tremendo no conforto da família. Um desincentivo a investir na educação.

Offline Diegojaf

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1092 Online: 27 de Janeiro de 2016, 08:33:49 »
Não vi de onde tirar essa conclusão/questão a partir do que ele disse. É simplesmente natural um relativo sentimento de "inferioridade" em pensar, "é, entrei, mas no lugar de alguém que era mais preparado(a) do que eu, já que me deram um desconto".

Não necessariamente. Se o cara que recebe todas as benesses possíveis dos pais para cursar os melhores cursos não sente o complexo de ser inferior àquele que conseguiu sozinho, o cotista também não tem que se sentir inferiorizado, podendo, muito pelo contrário, mostrar que dada a oportunidade, pode obter resultados tão bons ou melhores do que o cara que teve as facilidades.

Sim, é uma forma de encarar as coisas, também. Mais saudável. Mas não será sempre essa, para qualquer um, e talvez mais raramente para pessoas "treinadas" a desconfiar sempre do pior, como que "boa aparência"="branco" em anúncios de vaga de emprego.

Eu nem li o restante da mensagem a que você respondeu, só não vi como mencionar essa possibilidade implica nos cotistas precisarem então "receber a aprovação d[o Gabarito] para não se sentirem inferiores".

Ele sugere que os cotistas devem sempre se sentir preocupados com o que os outros pensam e precisam buscar a aprovação de terceiros porque supostamente as "facilidades" que eles recebem seriam algo a se envergonhar. No entanto, eu me pergunto se aqueles que recebem tudo de mãos beijadas se preocupam em receber a aprovação da sociedade e possuem algum sentimento de inferioridade perante o restante da sociedade.

Você não precisa "enxergar o pior" na questão das vagas de emprego. Basta observar objetivamente quem são as pessoas contratadas por essas empresas quando existe o quesito supra. Algo me diz que você vai encontrar um padrão não muito heterogêneo.

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Essa é uma visão meio filosófico-poética e não objetiva de "mérito". É um termo que deveria ser talvez substituído por "preparo", ou, referente a isso, mérito por preparo.

De modo geral, se você quer serviços profissionais, vai querer o profissional que objetivamente é o mais capacitado, independentemente de quanta dificuldade (ou comodidate) tenha tido para obter esse preparo, ou na vida em geral. Cirurgião top herdeiro de milionários formado nas faculdades mais chiques de todo o mundo, versus o esforçado auto-didata que aprendeu em livros na biblioteca e fazendo cirurgias em pequenos animais com instrumentos de cozinha improvisados. 

A premissa pra ser um profissional da área médica é ter se formado em medicina. Então, o herdeiro milionário e o autodidata cursaram a mesma faculdade. Não tem como o autodidata ser sequer chamado de "profissional" sem esse critério. Nesse caso, os dois passaram pelas mesmas provas, pelos mesmos testes e exames. A especialização pós formatura vai ser diferente de acordo com as condições financeiras de cada um, mas mesmo assim, diminui muito o abismo entre eles e o potencial de alcançar bons resultados.

O ponto era o preparo medido por resultado absoluto no teste como o que determina "mérito". Em vez de formas mais abrangentes de "mérito", onde se diz que tem menos "mérito" um cara que emagreceu 80kg se internando num spa cinco estrelas, do que um pobre que fez dieta sozinho.

As vagas de faculdade não são como "prêmios por ser uma boa pessoa". A idéia é selecionar os mais preparados, assim como para um time de futebol você selecionaria os que melhor jogam futebol, e não aos melhores, depois descartar os 20% piores desses, e então pegar os próximos 20% melhores dos inicialmente descartados.

A coisa mais próxima desse argumento que faz sentido é supor que um resultado inferior para alguém presumivelmente com maiores dificuldades, terá requerido maior empenho, e empenho é uma qualidade relevante para o aproveitamento de um curso, podendo compensar menor retenção de conteúdo anterior em algum grau.

Só não sei se cotas são o melhor jeito de "selecionar" empenho. Deve ser algo principalmente acidental, não só desperdiçando vagas com pobres (ou ricos) com empenho abaixo do esperado por seu nível de dificuldades, como deixando de capturar os mais empenhados. Já exclui pobres que tenham valorizado a educação a ponto de investir em escola particular, mesmo que isso represente um custo tremendo no conforto da família. Um desincentivo a investir na educação.

Detesto analogias com esportes, mas já que você começou, a universidade não é um "time de futebol", mas sim uma "escola de futebol" onde o aluno vai desenvolver as suas habilidades enquanto recebe o mesmo treinamento de outros. O "teste de admissão" é o mesmo e aqueles que tiveram um preparo prévio melhor irão entrar, ou pior, quem pode pagar, entra sem nem fazer teste.

Seu argumento seria plausível se tivéssemos diferenças observáveis entre cotistas e não-cotistas ao final do curso, quando ambos possuem o mesmo "grau hierárquico" (recém formado).

A partir daí, poderíamos fechar a questão da necessidades de cotas sociais e passaríamos às raciais quando vemos que dentro de um mesmo grau de escolaridade, os negros ainda recebem menos do que os não-negros.

Mas pode ser explicado pelo fato de que eles engravidam e fazem jornada dupla e...oh, wait.
« Última modificação: 27 de Janeiro de 2016, 08:36:36 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Gabarito

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1093 Online: 27 de Janeiro de 2016, 09:49:17 »
Acho que os negros que entram por cotas devem sentir, no íntimo, sua dignidade e orgulho próprio feridos, uma vez que deram (outros, terceiros) um jeitinho para eles entrarem.

?

Quer dizer então que os negros ou pessoas que usaram cotas para entrar na faculdade agora também precisam receber a aprovação da sua parte para não se sentirem "inferiores"?

Que processo complexo esse... o cara toma porrada a vida inteira, não raramente de quem simplesmente teve de tudo na vida, pra quando conseguir ter que ouvir que não foi por mérito próprio?

O cara que estuda em um colégio top, com cursinho top e com professores top e tudo pago pelos pais. Alguém discute os méritos dele ou isso só ocorre com cotistas?


Esclarecendo o que me passou pela cabeça quando o assunto entrou na pauta:

Política de cotas ficou parecendo com uma porta lateral para entrada de penetras.
Política de cotas ficou parecendo com alguém que entrou em concurso público com "pistolão", aquele político que dá um jeito de botar um "apadrinhado" para dentro do serviço público.
Política de cotas ficou parecendo com alguém que fura fila, que não respeita a ordem de chegada, que atravessa na frente de várias outras pessoas que chegaram antes dela. E, ainda por cima, recebe o "OK" do guarda/fiscal da fila: "- Pode furar! Eu dou cobertura!"

Como Skeptikós falou, talvez eu tenha me enganado sobre o que vai pela cabeça de um cotista. Pode ser, mesmo, que ele não tenha consciência de que está sendo ajudado, haja visto que ele não entraria por seus próprios méritos. Ele não percebe que é inferior (isso é fato) a outros que estudaram mais que ele (refiro-me inferior nas notas, claro; como ser humano, somos todos iguais). Ele não vê que precisou de muleta para alcançar a linha de chegada do concurso. Ele não percebe que está precisando de "pistolão" para ser contratado, que alguém está "adulterando/fraudando" o resultado do concurso para que seja possível ele entrar (atenção às aspas que estou usando ao logo de todo o texto).

Sendo dessa forma, seria de se esperar que o beneficiário das cotas sentisse pesar um pouco a consciência.
Mas, pelo que vi, talvez isso não ocorra.
« Última modificação: 27 de Janeiro de 2016, 09:51:46 por Gabarito »

Offline Gabarito

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1094 Online: 27 de Janeiro de 2016, 09:59:09 »
Acho também que deve ser feito um debate sobre qual o real papel da universidade numa sociedade.

Ela deve ser considerada um lugar de excelência do conhecimento?
Ou ela deve ser considerada um lugar de compensação social?

Não importa se o coxinha estudou em cursinho top. A universidade quer os melhores.

Mas se a ela for imposta uma vocação de compensação social, acima do conhecimento, da ciência e da inovação tecnológica, aí as cotas seriam válidas.
A universidade entraria como uma câmara de compensação social, de garantia de que seria dada oportunidade de acesso ao conhecimento e formação profissional a uma gama mais variada no espectro social.

Mas se a universidade é o lugar do conhecimento, da pesquisa e vanguarda intelectual de uma sociedade, aí, não!
Ela seria o lugar para os melhores e ponto final.

Offline _Juca_

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1095 Online: 27 de Janeiro de 2016, 10:10:32 »
Bom, pelo menos o Juca é educado, porque pra aguentá-lo vangloriando alguém se intitulando "preta lacradora" e afirmando que vai "roubar algo" dos outros, como sendo forma de resolver os problemas que temos hoje socialmente falando, é OSSO.

Primeiramente obrigado pelo elogio, não sei se sou tão educado assim. Mas fica evidente que você não captou a ironia da "preta lacradora" e ou não  é capaz de captá-la devido ao seu posicionamento contrário. Osso mesmo e acusar um cotista de "ladrão", mais um pouquinho só e a gente seria capaz de achar uma pontinha de preconceito aí.

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E ja evitando espantalhos, não acho que a escravidão não tenha deixado resíduos nocivos, ou que tenha parte da sociedade que precisa de ajuda da parte mais abastada (se é que há alguma moral entre essa).

Que ajuda você acha deveria ser dada? Esmolas na rua? Não é de ajuda que negros/pardos precisam, eles precisam de oportunidades iguais e do fim do preconceito, só. Cota não é ajuda, cota é reparação de um modelo injusto, é um ajuste momentâneo que acaba quando a proporção é atingida naturalmente.






Offline Diegojaf

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1096 Online: 27 de Janeiro de 2016, 10:29:11 »
Sendo dessa forma, seria de se esperar que o beneficiário das cotas sentisse pesar um pouco a consciência.
Mas, pelo que vi, talvez isso não ocorra.

Um cara rico que por toda a vida teve uma "muleta" dos pais e foi "adestrado" nas melhores escolas e cursinhos, tem do que se envergonhar ou o mérito é algo que se "herda"?

Como já observaram aqui, em Diablo III, o mimimi foi grande porque alguns jogadores podiam comprar o equipamento mais alto e queimar várias etapas que outros jogadores pobres precisaram passar. Esse jogador possui um "valor agregado" maior do que quem precisou evoluir level a level?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Diegojaf

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1097 Online: 27 de Janeiro de 2016, 10:35:01 »
Acho também que deve ser feito um debate sobre qual o real papel da universidade numa sociedade.

Ela deve ser considerada um lugar de excelência do conhecimento?
Ou ela deve ser considerada um lugar de compensação social?

Não importa se o coxinha estudou em cursinho top. A universidade quer os melhores.

Mas se a ela for imposta uma vocação de compensação social, acima do conhecimento, da ciência e da inovação tecnológica, aí as cotas seriam válidas.
A universidade entraria como uma câmara de compensação social, de garantia de que seria dada oportunidade de acesso ao conhecimento e formação profissional a uma gama mais variada no espectro social.

Mas se a universidade é o lugar do conhecimento, da pesquisa e vanguarda intelectual de uma sociedade, aí, não!
Ela seria o lugar para os melhores e ponto final.

Ninguém chega pesquisador na universidade. É um processo que decorre do nível de educação e interesse (esse particular ao aluno) que está na instituição. O cotista não é menos interessado ou capacitado do que o não-cotista ao final da graduação, isso já está mais do que provado. Então não há que se falar do cotista como um coitado que não tem capacidade. Como o Juca disse, é uma questão de oportunidade, e dadas estas, o desempenho final é o mesmo.

O ensino superior é sim uma ferramenta de educação e a educação, por consequência, é um meio de ascensão social, basta ver que o nível de renda aumenta de acordo com o grau de instrução.

Vocês insistem nessa tecla de que a qualidade de produção científica é prejudicada pelas cotas, como se a universidade como centro de pesquisa e desenvolvimento estivesse sendo vampirizada, mas não apresentam nenhum dado que comprove essa afirmação.
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Offline Gabarito

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1098 Online: 27 de Janeiro de 2016, 10:44:32 »
Ninguém chega pesquisador na universidade. É um processo que decorre do nível de educação e interesse (esse particular ao aluno) que está na instituição. O cotista não é menos interessado ou capacitado do que o não-cotista ao final da graduação, isso já está mais do que provado. Então não há que se falar do cotista como um coitado que não tem capacidade. Como o Juca disse, é uma questão de oportunidade, e dadas estas, o desempenho final é o mesmo.


É possível que isso ocorra. Não sei. Não pesquisei e não estou inteiramente por dentro.
 :ok:

Offline Johnny Cash

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Re:Cotas RACIAIS. Qual sua opinião?
« Resposta #1099 Online: 27 de Janeiro de 2016, 11:50:02 »
Bom, pelo menos o Juca é educado, porque pra aguentá-lo vangloriando alguém se intitulando "preta lacradora" e afirmando que vai "roubar algo" dos outros, como sendo forma de resolver os problemas que temos hoje socialmente falando, é OSSO.

Primeiramente obrigado pelo elogio, não sei se sou tão educado assim. Mas fica evidente que você não captou a ironia da "preta lacradora" e ou não  é capaz de captá-la devido ao seu posicionamento contrário. Osso mesmo e acusar um cotista de "ladrão", mais um pouquinho só e a gente seria capaz de achar uma pontinha de preconceito aí.

 :lol:

Foi ela que disse que vai roubar, não eu, e pelo que entendi você aprovou tudo. Esse seu ponto é absurdo, mas educado, conforme costume.

Citar
E ja evitando espantalhos, não acho que a escravidão não tenha deixado resíduos nocivos, ou que tenha parte da sociedade que precisa de ajuda da parte mais abastada (se é que há alguma moral entre essa).

Que ajuda você acha deveria ser dada? Esmolas na rua? Não é de ajuda que negros/pardos precisam, eles precisam de oportunidades iguais e do fim do preconceito, só. Cota não é ajuda, cota é reparação de um modelo injusto, é um ajuste momentâneo que acaba quando a proporção é atingida naturalmente.

Como assim que cotas/ações-afirmativas não são ajuda? Cara, os chavões são uma coisa de louco.

O ideal não deve ser atingir proporção coisa alguma, porque senão a solução bem mais fácil seria apenas retirar a quantidade de brancos da universidade até que se tenha todo mundo em proporção à la IBGE.

O ideal deve se ter essas ajudas aplicadas para (que se crie condições para) acensão social dos ajudados, como se tem tentando fazer com as cotas, por exemplo. Mas como vemos pelos discursos, há o divisionismo inclusive provocado pelos cotistas e me parece que há gente interessada em que isso ocorra em ambos os lados das pontas da corda. E economize o tu-quoque na resposta, dizendo que (parte d)os brancos ricos são preconceituosos também, porque eu já sei disso.

Agora, pra responder a sobre qual ajuda eu acho que deveria ser dada, digo que provavelmente retornar o que é pago em imposto de modo decente em acesso a boa educação de base, universal, a saúde, a criar alternativas e propostas para redução da absurda violência que inclua aí política séria sobre as drogas e NÃO contribuir ainda mais para determinação de quem é de qual cor seria ainda melhor.

 

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