Se negros graduados continuam ganhando menos, o problema não está fundamentalmente na graduação, sendo mais uma coisa pra pelo menos não ser favorável ao modelo de cotas hoje.
Não é um problema setorizado, você não tem um problema de negros apenas ganhando menos que brancos, eles levam muita desvantagem em tudo. Mal conseguem entrar na universidade e quando entram e conseguem se formar, eles ainda tem que enfrentar um mercado de trabalho pouco afeito a contratação e ao mérito.
O que eu faria seria garantir acesso a educação básica mais forte (com dúvidas sobre oque isso signifique) universalmente, provavelmente até mesmo adotando aquelas medidas em que forcem a permanência de filhos de políticos no ensino público, melhorando as condições sociais/ambientais dos indivíduos "em crescimento" pra que durante a faculdade aprimorem muito mais do que aspectos técnicos, e nem precisem partir de ponto muito díspar em relação aos colegas universitários.
Além disso, como venho repetindo, mudaria as regras relacionadas às drogas e tentaria melhorar as condições de gestão do SUS.
Você goste ou não é uma coisa que já acontece, pegue os indicadores históricos de saúde e educação no Brasil nas últimas décadas, eu acho que não teve um ano que regrediram. Você faria o Brasil virar uma Coréia do Sul? Não dá né, um Brasil é um país complexo e os problemas são muitos grandes, não há super heróis que dêem conta disso. Boa vontade, você e eu temos, mas sequer concordamos como melhorar a questão do racismo, só pra ficar no nosso exemplo, de duas pessoas, de como as coisas são difíceis de se resolver.
Pode até não ser definitivo. MAS, seria algo que eu acredito ser muito mais sustentável e, o mais importante, sem separar as pessoas institucionalmente pela cor da pele. Não é porque a sociedade faça isso que o governo tenha que fazer também, numa tentativa de reparação.
Aí está fundamentalmente o problema de entendimento, as cotas não estão separando as pessoas, elas estão unindo as pessoas pela cor da pele, juntando-as no mesmo meio, estão cortando a segregação no meio.