Não faz sentido essa comparação. Brancos, amarelo, gordos, etc, não são vistos como bandidos, não são confundidos com empregados domésticos, etc.
Qualquer um pode ser visto como bandido. Entre correndo numa loja, sem tirar capacete de moto.
O que não faz sentido é o critério de "pessoas do grupo que tem mais bandidos e/ou empregadas domésticas devem ter desconto da nota para entrar na faculdade". Branquelo que raspa a cabeça e é confundido com neonazista merece algum tipo de desconto por isso?
brancos continuam sendo proporcionalmente representados, os gordos também, mesmo os deficientes são.
Não sabemos disso. Os gordos podem ter, devido a condição, QI reduzido, e menor QI é associado a maior dificuldade em entrar na faculdade, então é provável que a representação não seja 100% proporcional sob uma análise mais cuidadosa. Há toda uma série de tipos diferentes de deficientes.
Em todo caso, se as pessoas entram por cotas, isso necessariamente implica que pessoas desses grupos e outros/quaisquer serão impedidas de entrar a fim de satisfazer as cotas, dos grupos que tiverem a reserva de vagas.
Só os negros e índios não conseguem ter uma participação proporcional.
Não,
são os que tiram nota baixa que não conseguem participação proporcional, independentemente da raça ou qualquer condição física.
Porque o mecanismo é filtrar notas mais altas.
Brancos e amarelos ricos ou pobres que tiram/tiravam as mesmas notas de quem só entra por ser cotista, não entram. Pessoas que poderiam ser favorecidos por cotas que tirassem notas altas, entram. Simples assim.
Essa reclamação contra a cota é muito mimimi, brancos pobres tem cotas sociais, ou seja, não são prejudicado pelas cotas raciais,
Apenas assumindo que a cota social seja ampla o bastante para que não haja pobres sendo excluídos a fim de satisfazer as reservas de vagas raciais. Se as notas de cortes raciais são menores do que as sociais, deve ser praticamente certo que isso não é o caso, que há pobres sendo excluídos da faculdade por discriminação racial, apenas. A "mesma" discriminação que
não é o que reduz a proporção de negros e índios nas faculdades.
Mas como tem muito branco, tudo bem, porque os indivíduos não contam como vítimas de "injustiça".
Só na cabeça de quem nunca sofreu discriminação racial é que cotas vão piorar o problema.
Não tem absolutamente nada a ver com "não ter sofrido discriminação racial", isso é só uma tentativa baixa de desqualificação do argumento por ad hominem.
O problema é que, especialmente negros, já sofrem com estigmas como de incompetência, baixa qualificação. Então, damos um desconto para entrarem na faculdade. É evidente que ao menos em nível imediato isso apenas reforça ao estigma. Os próprios debates em torno disso já escancaram isso, com negros se comparando e sendo comparados a deficientes, grávidas, etc, etc.
O preconceito racial é mais forte* entre os mais pobres. Justamente os pobres que são excluídos da faculdade, mesmo com nota melhor, para dar lugar a negros, mulatos e índios.
* mais forte/comum, não "exclusivo".
Mas do pobre branco que tem vaga social? Não, aí ninguém reclama. Bom mesmo é reclamar do acesso dos negros, é isso que incomoda.
Não é o "acesso dos negros" o problema. Isso é só apelação muito baixa em tentar desqualificar por ad hominem, como racista.
A oposição à discriminação racial vestibular se dá apenas porque as pessoas comumente consideram justo que pessoas, de qualquer cor, que viveram sob a mesma condição sócio-econômica, sejam avaliadas como IGUAIS, sem preferências raciais.
Ainda sofre de alguns dos mesmos problemas, como, a possibilidade, aparentemente verificada em alguns países, de cotistas terem desempenho inferior, menor aproveitamento da faculdade. Mas é praticamente toda uma outra discussão, onde o fator racial para um desconto maior é apenas um agravamento da mesma coisa, e não uma questão distinta.
Na verdade poucos ligam para os brancos ricos.
A preocupação é com aqueles brancos pobres ou borderline (classe média baixa ou média endividada), cujos pais se esforçam igual condenados pra bancarem uma escola particular baratinha (que mesmo assim é absurdamente superior à pública) e acabam ficando sem a tão sonhada e batalhada vaga na universidade pública (a única faculdade boa que podem cursar) porque um gostosão mais favorecido lhe tomou a vaga por ser negro, ou então sua vaga é tomada por pessoas que cursaram bons colégios públicos (Escola Militar, CEFET, etc) ou pessoas cujas condições ela não causou e tem culpa ZERO nas mesmas.
Claro, ai em vez de reclamar do playboy rico que sempre teve o que quis, pegando a vaga dele, ele reclama do negro pobre.
"Grrr! Malditos brancos, pretos, pardos, e amarelos ricos, estudaram em escolas melhores que eu, assimilando mais e melhor aquilo que é ensinado na escola, e agora tiram notas melhores que a minha no vestibular! Grrrr!!!! FORA PLAYBOYS!!!!!111111"
(Acho que "rico"/playboy aqui pode ser só ter cursado algo como SENAI)