Racismo e hipocrisia...Sério, não aguento mais debater esse assunto, nunca precisei de cotas, nunca fui rica, estudei em escola pública, acho vitimismo sim, o Barata já me crucificou aqui por não concordar com cotas raciais, acha que sou uma "adestrada".
Pois copiando e colando, sem omitir a fonte, o texto abaixo diz exatamente o que eu penso sobre COTAS RACIAIS.
Negro que não é negro passou em concurso por causa de cotas que não são só para negros
O sistema de cotas (quaisquer uma delas, seja pra ingresso no Ensino Superior, seja pra concurso público) é algo que políticos adoram, ainda mais porque isso os ajuda a serem eleitos. Já começa pela formação do Congresso, que tentam obrigar que tenha um contingente maior de mulheres, mesmo levando em conta que a maioria dos eleitores são do sexo feminino, e se elas não querem votar nelas mesmas, obrigar por força de lei que tenha um candidato que de outra maneira não seria eleito não é ir contra a vontade da população? Já a cota para negros e pardos para ingresso no Ensino Superior é para "corrigir" uma dívida histórica.. Em 10 anos aplicando o critério de cotas teve tempo suficiente para garantir ensino de qualidade desde a Educação Básica, mas assim como a CPMF, as cotas viraram muleta, em que ninguém se sentiu na necessidade de mudar algo. Veio a
lei 12.990, de 9 de junho de 2014, a qual garantiu 20% das vagas dos concursos públicos para negros. Ponto, estamos mudando o país, certo?
Bem, esqueceram que estamos no Brasil, a Terra do Jeitinho. Um cardiologista que passou no concurso do Instituto Nacional do Câncer declarou-se negro. O problema é que ele tem tom de pele claro, que o Ministério Público Federal (por meio de mágica, imagino) está investigando o caso. Temos vários probleminhas aí.
lei 12.990, de 9 de junho de 2014:
Antes de mais nada, vamos ler a Lei (já que eu sei que vocês não clicaram no link).
Art. 1º Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei
Art. 2º Poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Parágrafo único. Na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Resumindo a lei: Você quer uma vaga? Se você se autodeclarar negro ou pardo, poderá concorrer às vagas destinadas a cotistas. Ok, beleza. Como fazer isso? Bem, usa-se o critério do IBGE. Mas pelo visto ninguém sabe como é esse critério. Pois vou lhes contar.
Primeiro, é autoatribuição. Você se diz negro, você é negro. Eu conheço gente do IBGE que me disse que isso é um inferno na hora de tabular os dados. O pesquisador não pode interferir na pesquisa. Assim, se ele for falar com o senhor Johan Strauss Reichsfuhrer da Silva e este disser que é negro, mesmo sendo loiro e de olhos azuis, o pesquisador terá que jogar na planilha que o sr. Johan é negro. Se o senhor Johan for preencher o formulário, ele pode declarar-se até asiático (já veremos mais sobre isso mais pra frente). A resposta é valida.
O segundo método é a heteroatribuição de pertença. Este método dependerá de uma segunda pessoa (pode ser mais de uma até) que definirá o grupo étnico do sujeito. No caso do senhor Johan Strauss Reichsfuhrer da Silva (não ria, eu já vi delegado chamado Hitler Musslini), ele iria para uma ala, em que alguns oficiais nomeados avaliaram-no para saber se ele é negro, pardo, branquelo, japa etc.
O terceiro método é a identificação de grandes grupos populacionais por meio de técnicas como DNA. Só que DNA não pode ser aplicável me pesquisas para saber se o sr. Johan é negro, branco, indiano, iraniano etc., pois é invasivo, e ninguém é obrigado ceder material biológico, senão por força de ordem judicial. (prestem atenção em tudo o que estou escrevendo). Isso tudo pode ser problemático, como foi o caso de irmãos gêmeos que prestaram concurso para a UnB. Um foi reconhecido como negro, mas o outro não, e eles são gêmeos idênticos.

Tudo isso foi o preâmbulo para relatar um ocorrido.
O dr. Bruno Feijó Ouriques é médico cardiologista. Ele pleiteou uma das 11 vagas para cotistas no último concurso para o INCa. É esse distinto senhor aqui:

Bem, a alegação é que o dr. Ouriques não poderia se candidatar na vaga de cotas porque não é negro, mas a legislação diz que pode-se declarar como negros os negros e pardos. Eu não sei, mas ele não tem cara de caucasiano. Os irmãos da UnB não parecem negros, absolutamente negros. Vejamos outra pessoa:

O dr. Kootrapali, digo, o ator Kunal Nayyar não é africano, ele nasceu em Londres, Inglaterra. É europeu. Não é afrodescendente. Na verdade ele tem feições orientais. Sim, orientais asiáticas, pois ao que eu me lembre de Geografia, a Índia fica na Ásia, assim como Arábia Saudita, Irã, Israel, Paquistão etc. Nem todo asiático se parece com o Bruce Lee. Sabia a Sofia Loren e a Monica Bellucci? São tão latinas quanto Pancho Villa, Chico Anísio, Ana Maria Braga e o Papa Francisco.. Nayyar poderia se candidatar a cotas? E a filha do Richard Dawkins? Ela é afrodescendente, já que papai Dawkins nasceu no Quênia. Quem tem direito a cotas? Eu? Eu sou europeu, pois nasci na Irlanda. Tão europeu quanto o Rei da Suécia. Putin é tão asiático quanto Nayyar, quanto Kim Jong Un, quanto Shimon Peres quanto Aiatolá Kamenei.
Outras pessoas se autodeclararão negros, e mesmo alguém de cabelos loiros e olhos azuis ainda serão negros. Como fazer? Esses negros deixaram de ser negros de verdade?

Um aborígene australiano é considerado negro para ganhar cotas? Se for, estamos resgatando uma dívida histórica com eles, sendo que eles jamais sabiam que o Brasil existe?
Isso já aconteceu antes, e vai acontecer de novo. Não tem como prevenir. Ser afrodescendente não garante pele negra, nem mesmo sendo nascido lá, filho de tribos africanas, ou de alguém que emigrou. O quão negro você tem que ser?
Não, péra! Vamos baixar uma lei obrigando a todo mundo a registrar o seu DNA, para que Sua Fordeza decida quem é negro? Levando em conta a alta miscigenação do Brasil, temos que criar parâmetros. A partir de tantos genes podermos dizer quem é quem, pois todos os pardos são iguais, mas alguns são mais pardos que os outros. Deu muito certo. Até poderíamos contratar a IBM para construir sistemas que façam a triagem dessas pessoas. Olha que maneiro! Que satisfação de morar num lugar assim!
Oh! maravilha!
Que adoráveis criaturas temos aqui!
Como é bela a espécie humana!
Ó ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
que possui gente assim!
– A Tempestade, Ato V
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/09/branco-olhos-verdes-aprovado-cotas-itamaraty.html