Indenizações são pagas porque o estado cometeu um erro e tem que reparar. Infelizmente o estado brasileiro demorou 130 anos pra fazer essa reparação. O tempo passou, mas os efeitos do erro são sentidos até hoje, basta a proporção de negros na pobreza, a minoria de negros nas faculdades públicas, etc. Obviamente que não da pra saber com certeza quem era escravo ou não, existem africanos chegando hoje ao brasil que tem direito a cota., mas ainda sim se faz necessário um ajuste ao erro do passado.
Não se duvidando de "boas intenções", elas por si só são insuficientes, e não justificam fazer qualquer coisa, muito menos criar mais mais injustiça.
Isso é, se nos preocupamos com os resultados práticos das coisas, que inclui até mesmo a melhora das condições dos descendentes de escravos, e não só com "imagem".
Mas se o que se objetiva é apenas imagem, pode-se deixar de lado a melhora substancial da situação, e fazer qualquer coisa mesmo, claro. Se prejudicar a uma fração do white trash, que se fodam. Não faltará quem minimize ou até veja isso como "bem feito", como revanche devida.
Então vamos deixar várias gerações de negros sem faculdade até que um dia, quem sabe, o ensino médio e fundamental público chegue ao mesmo padrão das melhores escolas de ponta do país e eles possam disputar em pé de igualdade com os brancos? É essa a proposta contrária?
Não. Há várias outras opções que não façam mal a ninguém.
Como dizem todos os filósofos e profetas (Karl Popper e código de ética médico inclusos), é preferível 'não fazer o mal' do que 'fazer o bem'.
Que opções poderíamos ter? Não é difícil imaginar:
1- Criar cursos pré-vestibulares públicos, abertos a todos os que estudam em escolas públicas ou de determinada faixa de renda
2- Criar condições para que mais pessoas possam estudar em escolas privadas (vouchers, terceirização da educação estatal, melhora da economia, mais empregos, menos taxações, etc)
3- Entregar os valores gastos pelo estado na educação (por aluno) para as famílias, em forma de "tíquetes educação", para que estudem em escolas privadas. Essa é uma medica extrema, caso o governo se mostre completamente incapaz de organizar e administrar uma escola.
4- Entregar a administração das escolas aos militares. Se conseguirem fazer 40% do que fazem nos colégios militares em todas as escolas, já seria um progresso absurdo.
Nenhuma das propostas acima prejudica outras pessoas, sejam pobres ou ricas, brancas ou negras.
Estou partindo do pressuposto de que estudar em escola particular não seja pecado, merecendo quem faz isso uma punição.