Então certamente você não conhece política ou religião. O risco potencial que os evangélicos têm em poder propor leis é enorme, maior do que quase qualquer outro grupo ideológico.
Entendo a preocupação, mas creio não ser bem assim...
Não sou nenhum analista político, mas penso que a tendência futura é uma maior e mais evidente polarização (grupos liberaris de um lado e conservadores do outro).
Por algum tempo, acredito que as leis muito liberais ainda serão barradas, e ainda haverá um certo equilibrio, mas que logo passará.
Vejo um panorama futuro muito mais favorável aos grupos liberais dos que aos conservadores (não apenas baseado na minha fé, mas principalmente pelo que tenho visto)
São cada vez mais notáveis discursos, políticas e leis conservadoras; como o novo código florestal, proposto pela Frente Parlamentar da Agropecuária, grupo conservador, as novas atas e bases da CDH que agora é presidida pelo Feliciano e o tradicionalismo cultural pregado por Bolsonaro e Garotinho, dentre outros.
Ao contrário dos liberais que são minoria e geralmente pertencem às camadas mais ricas da sociedade, que são alimentados por conteúdo intelectual mais variado portanto menos enviesado, os reacionários estão geralmente nas camadas pobres que digerem pouco ou nenhum conteúdo intelectual, frequentam igrejas e se alinham sempre a quem responde aos seus interesses, que são, por sua vez, quem também diz quais são os interesses de seus seguidores.
A única "liberal" que chega próxima a Jean Wyllys, o mais notável, é Marta Suplicy, que não defende causa própria. Todos os demais são pequenos ou inexpressivas no espectro político e no poder.
Diferentemente dos esquerdistas citados anteriormente, os religiosos são um risco ainda maior para a sociedade quando políticos, não somente por serem religiosos, infelizmente.
Primeiramente é regra basearem suas opiniões em uma dita ética baseada na bíblia, o que fere diversos princípios políticos e legais se são adotados em uma formulação de lei ou ação legal.
Depois, quem elege os religiosos são fiéis das suas respectivas igrejas ou de igrejas com doutrinas semelhantes. Como os políticos potencialmente conseguem basicamente qualquer coisa dos incultos, assim como os outros "pastores", coisas estas como sexo e dinheiro, é claro que ao menos uma parcela dos eleitores tomam como critério de voto pura e simplesmente o nome do candidato, o que não é incomum, mas no caso é direcionado especificamente aos outros religiosos.
Por fim, como foi dito por Gramsci e principalmente por Althusser, "religião é mais forte que qualquer ideologia", os religiosos não somente seguem uma religião, a adotam como filosofia de vida e configuram suas atitudes de acordo com o que lhes é ensinado, são muito mais fanáticos que qualquer guerrilheiro das FARC e se juntam a favor de uma causa com o mínimo questionamento dos meios, dos fins e das consequências. Não é à toa que a esquerda considera a igreja um Aparelho Ideológico.