Renato,
Ainda que façam sentido suas afirmações e até considero muitas delas verossímeis, o problema é que são afirmações muito gerais, mais baseadas em opiniões que em fatos. Passa a impressão de que você é detentor de algum conhecimento que só você tem.
Explico.
Pra comprovar o que você disse, por exemplo, eu deveria conhecer o pensamentos dos supostos líderes dessas empresas. Eu deveria, também, conhecer a cabeça dos editores; observar padrões ideológicos, conhecer suas tendências políticas e, pra completar, saber se tudo o que promovem nas suas salas de edição condizem com os interesses de seus patrões. Pior, eu deveria pegar cada notícia publicada, esmiuçar todas e, quem sabe, descobrir algum padrão ideológico se formando. Também, eu deveria saber de todas as pretensões dos jornalistas, saber quantos tiveram suas notícias negadas e por quê. Eu li o estadão hoje, supondo que existam ali 100 notícias. Estendendo isso pelo mês inteiro, seriam 3000 noticias. Eu consigo então perceber alguma linha ideológica, alguma tipo de tendência se formando? Mesmo admitindo-se que qualquer viés na imprensa depende do editor e dos interesses econômicos que ele representa, quando de uma notícia vinculada a respeito de qualquer assunto, como é que eu vou saber se aquilo ali é tendenciosos?
A princípio eu acho isso impossível. Eu também que acho praticamente tudo que se produz na imprensa pode vir a ser tendencioso, mas antes pelas pessoas que escrevem as matérias, que por algum alinhamento de poder que os obriga.
Usar só o lucro como justificativa é muito pouco. Você parece estar seguindo uma lógica sobre a imprensa um dia exposta por Noam Chomsky. A ideia é linda, eu gostaria de ver alguma realidade.
A Record, por exemplo, jamais haverá de falar mal da igraja evangélica a qual ela representa. Agora, isso não significa que tudo que sai dali é enviesado da forma que você afirma.
A descrição de fatos é manipulável, não nego. Generalizar essa afirmação acho precipitado.