A leitura dos documentos organizados em "Imagens da Revolução" mostra que os grupos da época não consideravam a "democracia burguesa" uma democracia e que lutavam pela "ditadura do proletariado" no Brasil.
http://editora.expressaopopular.com.br/livro/imagens-da-revolu%C3%A7%C3%A3o
Então, no meu modo de ver, visavam o Comunismo, mas só alcançaram a redemocratização burguesa. Ou seja, vangloriam-se por um fracasso. 
É o que acontece hoje com os comunistas remanescentes. Ainda sonham com os soviets. Mas, ao invés de alcança-los, ao menos, contribuem, muitas vezes, na luta por melhores condições de trabalho. 
É fato que todos na esquerda almejavam um país socialista/comunista nos mais variados graus e vertentes, mas nenhum deles programou um golpe uma revolução armada ou nada nesse estilo. Não dá pra ficar pregando a pecha de antidemocrático, golpista ou outra coisa do gênero na maioria dos grupos de esquerda, porque nem antes nem depois do golpe, na prática de suas lutas, não se demonstraram assim.
Aí vem o argumento de sempre, " ah, Cuba financiou o grupo X", "ih, grupo y era guerrilheiro", " mas todos os países socialista eram ditaduras, logo eles queriam isso". Besteira pura. Primeiro, os EUA o maior mais democrático país do mundo, financia e já financiou diversas ditaduras mundo afora, com interesses puramente ideológicos ou pragmáticos, sem que eles deixem de ser o que é, uma democracia consolidada,
assim como os grupos de esquerda da Europa ocidental desde sempre estavam engajados em grande maioria na vida democrática.
Portanto, defender a tese da guerra preventiva do militares contra o comunismo/socialismo, como se uma revolução socialista golpista realmente fosse totalmente factível e realizável no Brasil da época, sem demonstrar como, quando, onde e quem exatamente ameaçou ,com um golpe ou um plano revolucionário golpista, antidemocraticamente nossas instituições, não prova que a esquerda é esse monstro pintado de vermelho que infelizmente ainda permeia muitas mentes até os dias de hoje.
Em linhas gerais, concordo com você, Juca.
Mas não tenho como concordar com o primeiro parágrafo.
Vejamos, por exemplo, o que disse o PT no 5º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores.
"Muitos companheiros [...] não compreendem o processo de mediação que deve existir entre o momento atual, por exemplo, em que grandes massas da população ainda não se convenceram de que é preciso acabar com o domínio político da burguesia, e o momento em que a situação se inverte e torna possível colocar na ordem do dia a conquista imediata do poder. Dessa forma, seu discurso, pretensamente revolucionário, não é entendido pela população e pelos/as trabalhadores/as e, em vez de contribuir para a organização e a luta no sentido da conquista do poder e da construção socialista, a desorganizam e a transformam na luta de pequenos grupos conscientes e vanguardistas" (Resolução Política do 5º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, Programa Democrático Popular)
Deste discurso, compreendo e extraio o seguinte:
1 - Por razão de parte da população brasileira não entender a necessidade de eliminação do poder político burguês, deve-se utilizar os meios democráticos burgueses disponíveis para a conquista do poder.
2 - A conquista do poder visa a construção socialista. A construção socialista não se dá pelo meio insurrecional por ser infrutífero na conjuntura atual. Sendo apenas um meio de desorganizar o avanço revolucionário e restringir a luta a pequenos grupos conscientes e vanguardistas.
3 - Tal atitude do PT, renderia críticas justamente por parte da esquerda "consciente e vanguardista" (PCR, PCB[atual], como exemplos).
O próprio arcabouço teórico da Esquerda tem a distinção entre correntes centralizadoras e descentralizadoras, entre correntes autoritárias e libertárias.
Mas, para mim, política é isso mesmo. Na própria esquerda e entre os espectros, o problema sem solução é que:
A chama B de X
B chama A de X.
C chama AeB de X.
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