Autor Tópico: Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes  (Lida 108564 vezes)

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Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #500 Online: 19 de Agosto de 2013, 11:34:08 »

Mas a municipalização vale para os grandes centros e as pequenas cidades, não é verdade? E os problemas decorrentes do gerenciamento público não me parecem se diferenciar os grandes  centros contra os  pequenos no que diz respeito ao repasse dos municípios e à qualidade dos gestores, podemos ver bons e mal exemplos talvez sem muitas diferenças. Posso estar enganado, mas seria bom alguma referência de cunho não anedótico que mostrasse que pequenas cidades dão calotes em seus médicos numa proporção maior que nas grandes.

O problema não é o fato de supostamente as cidades menores darem mais calote, mais o estrago que um calote dado por cidades pequenas causa a mais.

Nas cidades grandes, os médicos podem ter vários vínculos em diversos locais (cidade em si e redondezas), de forma que a sua renda não dependa inteiramente da prefeitura. Em cidades muito afastadas, o médico teria sua renda inteiramente dependente da prefeitura, de forma que irá tomar no c* direitinho se levar calote.

O programa Mais Médicos, por ter o salário pago diretamente pelo governo federal, atraiu uma grande quantidade de interessados, acima do que o governo esperava.



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #501 Online: 19 de Agosto de 2013, 11:39:04 »
Até onde a violência pode forçar toda uma classe médica a se concentrar em "bastiões" de segurança pessoal e ou financeira?

A pergunta é séria ou apenas retórica?  :o
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Offline Donatello

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #502 Online: 19 de Agosto de 2013, 12:23:17 »
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Sugiro, a título de esclarecimento, pesquisar quanto se paga a médicos aprovados em concurso público - vou lhe ajudar, aqui no Rio é entre 1200 a 1800 de salário base inicial.

É mais ou menos a base inicial no Estado de SP, com teto chegando a 15000. E vou lhe dizer uma coisa, dado o custo de vida nos grandes centros, o salário nas pequenas cidades pode render até uns 50% mais que nas grandes, isso não mostra porque médicos não vão aos recantos do Brasil.
Vocês estão certos desses números?

Porque eles não batem com estas duas pesquisas no Cathos sobre ofertas de emprego para ambulatório de Clínica Médica nos dois estados citados : [RJ] [SP].

As remunerações que dei uma olhada (dentre as que deixavam claro tanto o salário quanto a carga horária) variaram, mas em geral são coisas do tipo uma vaga de 3825,70 (o anúncio informa que a empresa paga os benefícios típicos mais 600 reais adicionais, acho que dá pra entender isso como um cash por fora) por uma carga de 12 horas semanais (se trabalhar sob o mesmo regime 4 vezes por semana ganha cerca de 12 mil com três dias de fuelga pra passear) na capital paulista. Outra vaga, também na capital paulista, paga R$ 6.354,00 por 20 horas. Mais uma, do Rio, pra ganhar R$ 5000 e quebradinhos 20 horas por semana. O piorzinho foi de R$ 6.000 pra 40 horas, também no Rio (que na real, achei bem ruinzinho mesmo, mas me parece que este é o piso real da categoria tanto pelo que eu já tinha em mente quanto pelo que eu vi agora via Googleráculo).

Será que vocês não estão usando eventuais salários/dia como base? Porque é muito comum da propaganda coitadística de algumas classes isso, o trabalhador chorão mostrar no Facebook ou na matéria jornalística a parte do salário no contra-cheque mas tampar a parte da carga-horária. O salário de uma categoria deve ser calculado por 40 ou (no caso de categorias que tenha limitação de carga horária, como jornalista e telefonista) 30 horas, se o cara trabalha só 10 horas por semana tem que multiplicar por 4 ou por 3, senão é manipulação da realidade.

Ou será que estão levando em conta o salário salário base definido em dissídio ou coisa do tipo? Porque se for isso é um péssimo critério, eu dou meu rabo pro médico que me provar que já tendo terminado o curso ganha 1200 pra cumprir carga horária de 40 horas, mas nem sendo muito pereba.

Nos concursos a variação é grande, mas pelo que olhei em alguns que estão abertos [AQUI] a renda não costuma sair por menos do que R$ 3.500 20h/sem (o que, reconheço, é pouco, R$ 7.000 pra trabalhar de segunda a sexta e levando em conta a complexidade da profissão e os custos da formação, mas lembro: a carga horária never and nunca é cumprida integralmente no serviço público) mas em muitos casos é bem maior que isso, mesmo nas capitais; pelo que dei uma olhada tem umas variações pra cima e pra baixo, mas a moda mesmo fica em torno das 10 pilas por 40 horas, um pouquinho mais que isso.

E não estou falando que ache absurdo os salários não, médico tem mesmo que ganhar bem, a carreira nas públicas é concorrida pra caralho (quase sempre a mais concorrida), nas particulares é cara pra burro (em geral o curso mais caro), é o curso superior mais longo e pesado (no número e na variedade de disciplinas) que existe. Só que estes salários iniciais de 1200 a 1800 reais me parecem bem fantasiosos (até porque, repito, não faria sentido mesmo: o cara pagar 2000, 3000, 4000 reais de mensalidade durante 6 anos para sair com um diploma no braço pra catar emprego pagando 1500 reais).



Ps.: não tinha visto que o post se referia ao serviço público, especificamente, whatever, não bate do mesmo jeito.
« Última modificação: 19 de Agosto de 2013, 12:38:23 por Donatello van Dijck »

Offline _Juca_

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #503 Online: 19 de Agosto de 2013, 12:42:49 »
Minha base foi esse link.

Offline Donatello

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #504 Online: 19 de Agosto de 2013, 13:28:10 »
Pronto,   :)
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O salário nominal inicial para 20 horas passou a ser de R$ 1,9 mil.

Parte da resolução da questão já está nos termos negritados. O 20 horas eu já falei: tem que multiplicar por 2 pra ser um dado honesto* de comparação. E o nominal se refere ao vencimento básico, só que funcionário público nunca recebe só o vencimento, nunca recebe o salário nominal, eu tenho um vencimento que acho que agora tá 1.100 reais e ganho na real pouco mais que 2.000.

Lendo o tal regulamento da notícia vemos que a este salário serão acrescidas pelo menos duas verbas: PPM (uma espécie de prêmio por produtividade que na prática todo médico em atividade ganha independente do que produza, no valor de apenas R$5.025,00) e GDPI (50% do salário nominal, isto é: 1900 reais, caso decida assinar 40 horas por semana). Isto é: num passe de mágica (digo, num toque de realidade e honestidade* intelectual) o salário do médico que queira trabalhar (assinar no ponto) 40 horas passa a ser 10.725 reais em vez de irrisórios 1.900.

O cara só ganha na prática estes 3.800 nominais da carga de 40 horas se estiver de licença médica (e se a doença não for funcional) , pode parecer absurdo que o cara acabe perdendo mais de 60% do salário se ficar doente, mas ele não estaria em melhores condições se fosse funcionário da iniciativa privada, já que o INSS tem um teto apenas 200 reais maior que isso. Isto é: se o cara ganhasse 12.000 num hospital privado e ficasse doente ele ganharia de auxílio-saúde pouco mais de 4000 reais, então o Alkimin está falando a verdade quando diz que as carreiras públicas e privada estão equiparadas (com a diferença que no hospital privado o cabra cumpre a carga horária, mas sei que já falei isso).


* Entenda: a desonestidade não é sua, é do médico, do representante de classe entrevistado, que omite as informações para parecer ao grande público inocente e crédulo de que está passando recebendo um salário de fome quando (se não recebe uma fortuna) tá bem longe de ganhar a miséria que espalha por aí.
« Última modificação: 19 de Agosto de 2013, 17:31:47 por Donatello van Dijck »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #505 Online: 19 de Agosto de 2013, 13:45:38 »

Pra mim é simples, falta profissional, qual o problema em importá-los?

Creio que o enunciado do tópico já é bastante esclarecedor, camarada: "Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes."

Se fosse o FHCerra subsidiando importação para trabalharem no Albert Einstein, seriam só aplausos de pé vindos da direita.

Offline Hold the Door

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #506 Online: 19 de Agosto de 2013, 14:51:31 »
Isso só reforça o meu argumento de que antes de tudo a defesa da classe contra a importação de profissionais parece ser de cunho puramente corporativista.

A classe médica não está contra a importação de profissionais. Está contra a dispensa da revalidação para atuação profissional.

Ademais, eu não faço ligação partidária ideológica da questão, como alguns defensores da argumentação contrária. Pra mim é simples, falta profissional, qual o problema em importá-los?

Nenhum problema, desde que eles passem na prova de revalidação. Simples assim.
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Offline Hold the Door

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #507 Online: 19 de Agosto de 2013, 14:57:41 »

Mas a municipalização vale para os grandes centros e as pequenas cidades, não é verdade? E os problemas decorrentes do gerenciamento público não me parecem se diferenciar os grandes  centros contra os  pequenos no que diz respeito ao repasse dos municípios e à qualidade dos gestores, podemos ver bons e mal exemplos talvez sem muitas diferenças. Posso estar enganado, mas seria bom alguma referência de cunho não anedótico que mostrasse que pequenas cidades dão calotes em seus médicos numa proporção maior que nas grandes.

O problema não é o fato de supostamente as cidades menores darem mais calote, mais o estrago que um calote dado por cidades pequenas causa a mais.

Nas cidades grandes, os médicos podem ter vários vínculos em diversos locais (cidade em si e redondezas), de forma que a sua renda não dependa inteiramente da prefeitura. Em cidades muito afastadas, o médico teria sua renda inteiramente dependente da prefeitura, de forma que irá tomar no c* direitinho se levar calote.

Exato. Em uma cidade grande, normalmente o médico já está estabelecido lá, tem vários vínculos. Também toma vários calotes, mas isso não gera um prejuízo tão grande já que sua renda não depende de uma única fonte.

É uma situação muito diferente de um médico que muda para uma cidade do interior, tem gastos com transporte, aluguel de uma casa, entre outras coisas, atraído por um salário aparentemente compensador que vai ser sua única fonte de renda. E após alguns meses simplesmente quebra a cara e tudo o que resta são dívidas e prejuízos quando é obrigado a voltar sem receber um tostão.
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #508 Online: 19 de Agosto de 2013, 18:24:31 »

Difícil até falar.  Por onde começar?
Já existe um critério para a avaliação de médicos com diploma no exterior, chamado Revalida - prova essa feita pelo governo federal, sob orientação do ministerio da saude e do educação.  Agora cria-se uma outra avaliação em 3 semanas, que até agora não foi divulgada em quais critérios e parâmetros será feito, a qual não foi feito nenhum projeto piloto, na qual não se tem nenhum benchmark...
A argumentação é que vai ser tão rígida como o Revalida (que já é mamão com açucar), que ele não é feito apenas para não liberar esses médicos para trabalharem em qualquer lugar do Brasi. Ahan.  Sei.
Então pressuponho que o índedice de aprovação vai ser parecido com o revalida, não?  Ahan.
E porquê não, seguindo o exemplo Australiano citado abaixo, não se impinge uma moratória de X anos aos médicos formados no exterior?
Osler, o fato de já existir um método como o Revalida não impede que haja outras formas de avaliação, de acordo com a necessidade do sistema. A própria Austrália citada possui várias formas de ingresso no mercado, desde prova pelo AMC, entrevista, estágio rural supervisionado e moratória, dependendo se o profissional vai ficar na cidade ou no interior rural (www.doctorconnect.gov.au). Particularmente suponho que a aprovação no curso beirará 100%, ainda assim o estrangeiro estará sujeito a uma moratória como a que você sugere, já que durante 3 anos estará com a esfera de atuação restrita à Atenção Básica de sua lotação. Ainda durante todo esse tempo ele estará sendo avaliado pelo supervisores e comissões estaduais, podendo ser desligado do programa a qualquer momento, se descumprir o edital (o que vale para o estrangeiro e brasileiro). Será mesmo desligado? Sim, já que isso já ocorre com o PROVAB e a metodologia é a mesma. Nesses 3 anos, o estrangeiro pode prestar o Revalida, o que o habilitará ao registro pleno e à permanência no País.

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Você realmente acredita que esse médicos estão indo lá para fazer uma pós graduação?  Sério?
Claro que não. Mas a pós-graduação serve para vários propósitos. Primeiro há uma capacitação na Atenção Básica no SUS (e isso é desejável para o sistema), permite uma parceria com as universalidades para monitorar e avaliar os profissionais e, por fim (e talvez o mais importante), permite que se possa pagar diretamente ao profissional SEM o intermediamento do município.
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Quanto a supervisão você não acredita realmente o que escreveu, não?  Então temos um porrão de municípios sem médicos, alguns que vão receber apenas um médico (nessa primeira seleção) mas vai haver um supervisor gabaritado em cada um desses municipios, trabalhando presencialmente. Ahan. 
Perguntando:  De onde vão surgir esses supervisores, que alias vão a lugares onde nenhum médico quer ir?  E se existem supervisore/médicos que se disponham a ir nesses lugares supervisionar, porque não existem para trabalhar como médicos?
Bem, acho que você não entendeu a forma como se dará (e se dá) a supervisão. O supervisor não está 100% do tempo com o médico do programa. Esse supervisor, como disse, é responsável por 3 a 10 profissionais e existe um cronograma de visitas a esses municípios e um cronograma de atividades pedagógicas, muitas vezes pode significar o deslocamento do profissional supervisionado para a sede regional ou a central. Existe uma periodicidade que o supervisor deve cumprir, além do acompanhamento de outras atividades via web.

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A lista de incoerências, irresponsabilidade, descaso, contradições e falta de conhecimento sobre a área (medicina e educação) é tão grande que me admira como essas coisas surgem.
É uma prática já adotada em outros países com condições semelhantes ao do Brasil. Procure alguma coisa sobre IMG nos EUA, como o Health Professional Shortage Area, e o Advanced Standing Certificate e 10-Year Moratorium na Austrália. Ainda é um progfama que teve (e ainda tem) amplo apoio da OPAS/OMS. Foi muito bem estudada pelo SGETS/MS, mais do que eu imaginava, e possui apoio e estudo de alumas faculdades de medicina (como a UFC).
Por favor me mostre com fontes sobre médicos  formados em faculdades estrangeiras que naõ tenham acordo direto e que não tenham feito revalidaçao de diploma clinicando na Austrália e EUA.
No caso dos EUA, não é dispensa da revalidação, mas a dispensa do visto de trabalho. Na Austrália encontra-se no endereço acima.
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Historicamente eu e o PT  somos contra todo tipo de tercerização do serviço público, contra medidas que burlem as leis trabalhistas vigentes, a favor do serviço público universal e de qualidade, a favor da contratação de aprovados em concurso público, da valorização desses funcionários, etc...
A parte da contratação de estrangeiros (e também dos brasileiros) é uma medida emergencial e para áreas que historicamente não conseguem a contratação de profissionais médicos. O Mais Médicos também envolve a formação de profissionais, adequação do currículo,  universalização da residência médica (de acordo com a necessidade do sistema) E carreira de saúde com vínculos desprecarizados. A carreira ainda se discute se será estadual ou regional,  porém já existem projetos piloto instalados em estados como o Acre e a Bahia (ainda que eu não considere a forma baiana a mais indicada). Outras propostas estão em discussão,  bem como a reativação das mesas de negociação em diversos estados (recentemente houve um fórum sobre as mesas de negociação no Piauí). Então é algo muito maior que apenas a contratação de estrangeiros (mas o debate é reduzido a apenas isso).
Perdão, mas o que isso tem a ver com o que eu poste?  Em algum lugar eu falei que o Mais Médicos se resumia a estrangeiros?
Você discorda do que postei em negrito?  Naõ entendi
Não discordei do que você colocou, apenas disse que isso também está em discussão dentro do próprio programa.
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Mas, como eu já comentei anteriormente, o que se esperar de um partido que sempre apoiou o fim do unicismo sindical e da contribuição sindical obrigatória e quado virou governo...
Vide acima. Porém esperemos que não se trate de um programa de governo, mas um programa de estado (e é assim que estamos encarando).
Vide acima oque?  Não entendi
As estratégias de desprecarização dos vínculos trabalhistas.
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Sim, assim como no cask dos estrangeiros.
Não existe problema com os estrangeiros, qualquer médico formado fora do Brasil é bem vindo, só é exigido que revalidem o diploma como é feito em quase todos os países do mundo.
Em casos específicos (como o do Mais Médicos) países dispensam a necessidade de revalidação do diploma ou de outro entrave a estrangeiros (como visto de trabalho), como mostrado acima. A revalidação não deixará de ocorrer e será necessária para que o estrangeiro possa atuar fora da área do programa. Quanto a ser bem vindo... O Brasil possui uma das mais baixas taxas de participação de médicos estrangeiros no mercado de trabalho (1, 79%).
No aguardo dos links demostrando que os EUA e a Australia aceitam médicos nessas condições.
E sim, os médicos estrangeiros são bme vindos.  Não temos tantos médicos estrangeiros por razões históricas, é um fenômeno mundial que os médicos tendem a querer trabahar nos garndes centros.  Inclusive nos países centrais.
Como colocado acima, os EUA dispensam o visto de trabalho convencional e adotam um especial. Na Austrália os dados podem ser vistos no www.doctorconnect.gov.au e no Australian College of rural and Remote Medicine http://www.acrrm.org.au/img-program.
Concordo que países centrais atraiam mais mão-de-obra, porém o Brasil é um país atrativos para outros países da América Latina, por exemplo. Então, ainda assim, a média ainda é muito baixa.
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Li e é onde digo sobre o terrorismo. O objetivo é espalhar o medo.
Não, vou dar um desconto pelo fato de você não ser da área médica e não participar de pelo menos 20 anos de luta pela melhora do atnedimento e da qualidade dos médicos no seu atendimento a população feita tanto pelo CRM/CFm quanto pelas associações médicas..
Não encare isso como uma crítica a suas posturas em geral, apenas questiono se vcê nesses 20 anos tem acompanhado todo o trabalho desses órgãos, assim como todos as repetidas declarações, denúnicas, processos, manifestações e quiças.
Os CRMs há algum tempo ja adotaram a tática de co-responsabilizar os gestores (e no caso "tutores") como forma de enfrentamento ao descaso do governo para com as boas práticas de saúde da população.  Foi um forma de enfrentar um jogo de empurra.
:hein: Já leu algum outro post meu?
Li vários, em grande parte concordo com suas posições, particularmente nessa discussão não.  Oque tentei lhe falar é que as entidades médicas há anos lutarm pela melhora do atendimento da população, a diferença agora é que esses comunidcados aparecem na impernsa, mas os CRMs sempre divulgaram coisas parecidas.  Não é especificamente sobre o mais médicos, a não ser que vc ache que os crms são terroristas há pelo menos 20 anos.
E o meu assombro foi não pela ação do CRM, mas pelo desconto que me foi dado. Não sou médico, mas de uma área afim, a Odontologia. No serviço público tenho quase 20 anos, participei de conferências de saúde, já atuei na AB e na média complexidade, além do serviço militar. Onde trabalho tenho uma relação grande com os conselhos (todos eles), associações e sindicatos e, de maneira geral, temos trabalhado juntos como parceiros, então eu sei das ações do CRM e do sindicato dos médicos, mas não concordo com o posicionamento que possuem hoje (a propósito, resoluções e notas dos conselhos temos acesso).

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"Supervisionar" profissionais de formação duvidosa (e serão considerados assim até realizarem revalidação como previsto) à distância é um tremendo risco.  Algum momento vai dar M.. (como já dá quando se faz supervisão de bons profissionais de maneira presencial), o que os conselhos estão alertando é para 1) evitar que incautos caiam nessa roubada 2) evitar que depois os "tutores" alegarem que não sabiam ou não concordam com possíveis  punições 3) dar aos colegas subsídios para recusarem esse tipo de serviço

O que os conselhos estão fazendo chama-se terrorismo: incutir o terror com o objetivo de não haver a adesão de tutores e supervisores. Intercorrências acontecerão com certeza, como acontecem frequentemente com profissionais brasileiros (e muitas vezes abafadas pelos conselhos), contudo a responsabilização do estrangeiro é a mesma do médico brasileiro segundo a legislação.

Se o médico é considerado um estudante, pos graduando ou residente, tendo atendido sob supervisão direta a responsabilização ética dele é diferente de um médico formado que trabalha sem supervisão.
Concordo.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #509 Online: 19 de Agosto de 2013, 19:01:46 »

Mas a municipalização vale para os grandes centros e as pequenas cidades, não é verdade? E os problemas decorrentes do gerenciamento público não me parecem se diferenciar os grandes  centros contra os  pequenos no que diz respeito ao repasse dos municípios e à qualidade dos gestores, podemos ver bons e mal exemplos talvez sem muitas diferenças. Posso estar enganado, mas seria bom alguma referência de cunho não anedótico que mostrasse que pequenas cidades dão calotes em seus médicos numa proporção maior que nas grandes.

O problema não é o fato de supostamente as cidades menores darem mais calote, mais o estrago que um calote dado por cidades pequenas causa a mais.

Nas cidades grandes, os médicos podem ter vários vínculos em diversos locais (cidade em si e redondezas), de forma que a sua renda não dependa inteiramente da prefeitura. Em cidades muito afastadas, o médico teria sua renda inteiramente dependente da prefeitura, de forma que irá tomar no c* direitinho se levar calote.

Exato. Em uma cidade grande, normalmente o médico já está estabelecido lá, tem vários vínculos. Também toma vários calotes, mas isso não gera um prejuízo tão grande já que sua renda não depende de uma única fonte.

É uma situação muito diferente de um médico que muda para uma cidade do interior, tem gastos com transporte, aluguel de uma casa, entre outras coisas, atraído por um salário aparentemente compensador que vai ser sua única fonte de renda. E após alguns meses simplesmente quebra a cara e tudo o que resta são dívidas e prejuízos quando é obrigado a voltar sem receber um tostão.
Não concordo completamente por causa das causas que levam a um calote, que já postei aqui. E a mais frequente é o descumprimento da carga horária. Quando isso ocorre e é plotado pelos serviços de controle (CGU e DENASUS, por exemplo) há o corte de todos os recursos da saúde do município até que regularize a situação, o que leva, dependendo do município, até 1 ano (nas experiências que tive), com isso ele tem que financiar todo o sistema dele com recursos próprios do FPM. Em algum momento não vai conseguir honrar os compromissos. Existem outras causas também, mas acho que essa é a principal (e é o que aparece mais como dúvida na ouvidoria: profissional denunciando que não está recebendo e querendo saber o porquê. Quando vemos está com os recursos bloqueados).
Quanto a outras fontes de renda, o profissional pode dar plantão no município onde ele se encontra (e ocorre frequentemente) ou em municípios vizinhos, tanto em hospitais quanto no serviço de urgência. Se for perto de um centro regional ainda pode atender no sistema privado. Agora, essa é a realidade daqui (e imagino de em boa parte de outros estados), na região norte não penso ser possível isso.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #510 Online: 19 de Agosto de 2013, 19:08:19 »

Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #511 Online: 20 de Agosto de 2013, 01:10:49 »
Ou é a mesma pessoa e está com diploma falsificado na Espanha também...

Pode ser o mesmo ou não. Por via das dúvidas... http://oglobo.globo.com/pais/estrangeiro-suspeito-de-exercicio-ilegal-da-medicina-tinha-sido-selecionado-pelo-mais-medicos-9612287

O link confirma que, ao contrário do que você tava alegando, ele realmente cometeu exercício ilegal da medicina.

O interessante é que, pelo o que a notícia dá a entender, só foram eliminados da lista porque "caiu na imprensa".

 
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Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #512 Online: 20 de Agosto de 2013, 01:13:28 »

Mas a municipalização vale para os grandes centros e as pequenas cidades, não é verdade? E os problemas decorrentes do gerenciamento público não me parecem se diferenciar os grandes  centros contra os  pequenos no que diz respeito ao repasse dos municípios e à qualidade dos gestores, podemos ver bons e mal exemplos talvez sem muitas diferenças. Posso estar enganado, mas seria bom alguma referência de cunho não anedótico que mostrasse que pequenas cidades dão calotes em seus médicos numa proporção maior que nas grandes.

O problema não é o fato de supostamente as cidades menores darem mais calote, mais o estrago que um calote dado por cidades pequenas causa a mais.

Nas cidades grandes, os médicos podem ter vários vínculos em diversos locais (cidade em si e redondezas), de forma que a sua renda não dependa inteiramente da prefeitura. Em cidades muito afastadas, o médico teria sua renda inteiramente dependente da prefeitura, de forma que irá tomar no c* direitinho se levar calote.

Exato. Em uma cidade grande, normalmente o médico já está estabelecido lá, tem vários vínculos. Também toma vários calotes, mas isso não gera um prejuízo tão grande já que sua renda não depende de uma única fonte.

É uma situação muito diferente de um médico que muda para uma cidade do interior, tem gastos com transporte, aluguel de uma casa, entre outras coisas, atraído por um salário aparentemente compensador que vai ser sua única fonte de renda. E após alguns meses simplesmente quebra a cara e tudo o que resta são dívidas e prejuízos quando é obrigado a voltar sem receber um tostão.
Não concordo completamente por causa das causas que levam a um calote, que já postei aqui. E a mais frequente é o descumprimento da carga horária. Quando isso ocorre e é plotado pelos serviços de controle (CGU e DENASUS, por exemplo) há o corte de todos os recursos da saúde do município até que regularize a situação, o que leva, dependendo do município, até 1 ano (nas experiências que tive), com isso ele tem que financiar todo o sistema dele com recursos próprios do FPM. Em algum momento não vai conseguir honrar os compromissos. Existem outras causas também, mas acho que essa é a principal (e é o que aparece mais como dúvida na ouvidoria: profissional denunciando que não está recebendo e querendo saber o porquê. Quando vemos está com os recursos bloqueados).
Quanto a outras fontes de renda, o profissional pode dar plantão no município onde ele se encontra (e ocorre frequentemente) ou em municípios vizinhos, tanto em hospitais quanto no serviço de urgência. Se for perto de um centro regional ainda pode atender no sistema privado. Agora, essa é a realidade daqui (e imagino de em boa parte de outros estados), na região norte não penso ser possível isso.

Não considero calote o "corte de ponto" por não cumprimento da carga horária acordada com a prefeitura. Calote é quando alguém trabalha/vende e não recebe. Simples.

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Offline Fabi

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #513 Online: 20 de Agosto de 2013, 03:32:18 »
Ou é a mesma pessoa e está com diploma falsificado na Espanha também...

Pode ser o mesmo ou não. Por via das dúvidas... http://oglobo.globo.com/pais/estrangeiro-suspeito-de-exercicio-ilegal-da-medicina-tinha-sido-selecionado-pelo-mais-medicos-9612287
Uma traficante e um farsante... Só gente altamente qualificada para ser médico no Brasil.
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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #514 Online: 20 de Agosto de 2013, 03:44:13 »
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Mais Médicos seleciona e depois suspende sérvia suspeita de tráfico

Médica chegou a ser condenada, mas processo foi anulado e reiniciado.
Inicialmente, ministério disse que caso era válido. Depois, acionou a PF.


Uma médica estrangeira selecionada na primeira rodada do programa Mais Médicos, a sérvia Jelena Cvetkovic, teve sua convocação suspensa para que a Polícia Federal avalie a sua situação, já que ela é acusada de tráfico internacional de drogas no Brasil. O anúncio da suspensão foi feito pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (19).

Jelena responde ao processo em liberdade provisória, depois de obter um habeas corpus. Atualmente, segundo o ministério, ela está na Sérvia e foi um dos 358 estrangeiros selecionados para o programa, de acordo com lista divulgada na semana passada.
Na quinta-feira (15), o G1 consultou o Ministério da Saúde sobre o caso de Jelena. Inicialmente, o ministério disse que a inscrição dela era válida. Nesta segunda, no entanto, a pasta informou que tomou ciência da ação penal e acionou a PF para avaliar o caso. A previsão é que isso ocorra ainda nesta semana. Enquanto a avaliação não sair, ela fica suspensa. O advogado da médica no Brasil não quis comentar sobre sua cliente.

Entenda o caso de Jelena

Jelena foi presa em 2004, em decorrência de uma ação da Polícia Federal na Grande São Paulo contra o tráfico internacional. Na época, ela chegou a ser condenada pela Justiça a quatro anos de prisão - a sérvia ficou cerca de dois anos presa, até 2006, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a sentença, acatando pedido de habeas corpus de seu advogado.

O objetivo da operação policial era “desbaratar uma quadrilha formada por sérvios que pretendia se instalar no Brasil para praticar o delito de tráfico internacional de entorpecentes”, segundo documento do STJ com decisão favorável ao pedido de habeas corpus da sérvia.

A ação que levou à detenção de Jelena, em 2004, prendeu pelo menos cinco sérvios e um brasileiro, afirma a Justiça Federal. Ela e o grupo estavam sob “vigilância ininterrupta” da PF, de acordo com o documento do STJ.

As investigações, afirma o texto do habeas corpus, apontam que um sérvio foi contratado pelo grupo como “mula” – termo utilizado para se referir à pessoa que vai levar drogas para fora do país.

O sérvio foi preso levando mais de 11 kg de cocaína escondidos dentro de uma mala. Nos desdobramentos do caso, a PF chegou a Jelena, que foi detida em um hotel. Ela disse que suas vindas ao Brasil, na época, ocorreram para uma cirurgia nos olhos, de acordo com o documento do STJ.

Jelena foi julgada e condenada por tráfico internacional e associação para o tráfico. Após os dois anos presa, ela obteve liberdade provisória e a decisão de seu julgamento foi anulada – o STJ deu parecer favorável aos habeas corpus enviados por seu advogado, Amauri Antônio Ribeiro Martins.
Com a anulação da sentença, o processo na Justiça Federal “recomeçou do zero”. Nos pedidos de habeas corpus, o advogado Martins alegou que houve violação de domicílio, ausência de ordem judicial na operação policial contra a sérvia, prejuízo à defesa e falha no rito do processo, na medida em que a juíza deveria ter feito dois interrogatórios com a acusada, mas realizou apenas um.

O G1 tentou contato com a sérvia por meio de seu advogado, sem sucesso. Martins também não quis falar sobre o caso, apesar de procurado por telefone e pessoalmente.

Consultado sobre se houve recurso contra a anulação do processo, o Ministério Público Federal respondeu que não poderia informar porque ele corre em segredo de Justiça.

O Ministério da Saúde afirmou ao G1 que Jelena está fora do país. A assessoria de imprensa da pasta disse que, pelo relato recebido da Embaixada do Brasil na Sérvia, ela foi pessoalmente entregar os documentos.

Taboão da Serra

Jelena foi escolhida pelo Mais Médicos para trabalhar em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. O processo "reiniciado" contra ela continua tramitando, de acordo com a Justiça Federal.

O G1 questionou o Ministério da Saúde sobre a médica na quinta-feira (15). Em nota, a pasta havia dito que Jelena “enviou todos os documentos necessários para a finalização do cadastro ao programa”, incluindo uma certidão de “nada consta” de antecedentes criminais na Sérvia (seu país de atuação em medicina) e outra, “emitida no dia 25 de julho de 2013 pela Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo”, diz a pasta.

Nesta seguinda-feira (19) , no entanto, a sérvia já estava temporariamente retirada da lista do programa. Enquanto não sair uma avaliação da PF quanto à situação da estrangeira, ela fica suspensa, disse o ministério.

Boliviano

A lista do Mais Médicos inclui ainda um boliviano com documentação pendente que teve ao menos três processos judiciais movidos contra ele, dois criminais e um civil – por exercício ilegal da medicina, homicídio culposo, e erro médico, respectivamente. Freddy Poquecho que Morales foi indicado pelo programa para trabalhar na cidade de Passos, em Minas Gerais.

A classificação como “documentação pendente” indica que documentos ainda precisam ser enviados pelo profissional para comprovar sua homologação. O G1 não conseguiu localizar o boliviano ou algum advogado dele.

Trabalho ilegal

Uma das ações, movida na 2ª Vara Judicial de Américo Brasiliense, no interior de São Paulo, aponta que o boliviano estaria trabalhando ilegalmente como médico no Pronto Socorro de Rincão, a 290 km de São Paulo, próximo de Araraquara.

A denúncia apresentada à Justiça diz que Morales "exercia a atividade de médico no Pronto Socorro de Rincão sem autorização legal (não era inscrito no CRM)", segundo documento da 2ª Vara Judicial de Américo Brasiliense. "Após ser solicitado documento que comprovasse sua capacitação técnica e o CRM, [o boliviano] nunca mais retornou ao Pronto Socorro Municipal, tomando rumo ignorado.”

O boliviano não foi encontrado pela Justiça e não constituiu advogado – por isso, o processo foi suspenso, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. Caso Morales seja localizado, a ação penal voltará a ser executada e ele pode ser condenado ou absolvido, disse o TJ-SP.
O caso ocorreu em 2010 – Morales, atualmente, tem 57 anos.

Erro médico

Em outro processo, dessa vez na área civil, no qual foi condenado a pagar indenização, Morales foi acusado de erro no tratamento de uma paciente em um hospital de Porto Ferreira, no interior paulista. O boliviano prescreveu um remédio que pode ter levado a mulher à morte, de acordo com o documento emitido pela Justiça - tanto ele quanto o hospital foram processados.

Um acórdão da 7ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP, que julga um pedido de recurso do hospital, faz referência a uma perícia feita nos prontuários da paciente. Segundo a perícia, a conduta de Morales como médico “foi totalmente inadequada, sem embasamento técnico-científico e concorreu decisivamente para a morte [da mulher]”.

O hospital para o qual ele trabalhou também perdeu o processo. A indenização exigida por danos morais e materiais foi de R$ 100 mil dos dois réus – o documento da Justiça não diz se houve ou não o pagamento do montante pela instituição ou pelo médico. O G1 tentou, sem sucesso, localizar os familiares da mulher.

Homicídio culposo

Na última ação contra Morales, a Justiça o condenou por homicídio culposo. A assessoria de imprensa do TJ-SP não tinha dados sobre onde o caso ocorreu, mas ele foi registrado pelo judiciário em Jaboticabal, que fica a cerca de 80 km de Rincão. A sentença, de um ano de prisão em regime aberto, foi convertida em prestação de serviços à comunidade.

Registrado em fevereiro de 2008, o caso teve apelação dos réus – outro suspeito foi acusado com Morales. Um despacho do TJ-SP de abril de 2012 aponta que o caso deveria ter sido analisado antes de completar quatro anos, o que não ocorreu. Por isso, o crime prescreveu.

Em nota, na quinta-feira (15), o Ministério da Saúde disse que vai analisar a documentação de Morales, caso ela seja enviada, antes de validá-lo como participante do Mais Médicos.

“A validação de todos os documentos, inclusive antecedentes criminais, junto aos consulados e embaixadas é condição fundamental e irrevogável para adesão ao programa e emissão de visto e passagens aéreas pelo governo federal”, afirmou a pasta. “Caso a documentação não esteja de acordo, o Ministério da Saúde não irá validar a participação do médico no programa.”

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/08/mais-medicos-seleciona-e-depois-suspende-servia-suspeita-de-trafico.html
Estamos abrindo as portas para curandeiros e facilitando a instalação de quadrilhas internacionais de tráfico de drogas. Olhe a confusão que o ministério da saúde e seu programa "mais problemas" digo, "mais médicos" estão nos metendo... Tudo pra levar médicos para cidades onde a falta de médicos é o menor dos problemas.
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Offline Fabi

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #515 Online: 20 de Agosto de 2013, 03:57:28 »
Nenhum problema, desde que eles passem na prova de revalidação. Simples assim.
Sabe é muito difícil saber o "protocolo" do que fazer com um paciente com varicela que tenha iniciado um tratamento de quimioterapia contra leucemia*. É preciso pensar/saber que quimioterapia contra leucemia destrói o lugar onde produzem glóbulos brancos, e portanto vacinas não funcionam, é preciso saber que varicela é provocada por um vírus e antibióticos não funcionam (antibióticos só funcionam com bactérias) e conhecer tratamentos modernos. Claro que as faculdades brasileiras de medicina ensinam isso mas... e as bolivianas? as paraguaias?

Mas como o Derfel disse é só questão de protocolo, nada de avaliar sintomas, pensar um pouco e saber coisas básicas. Por isso os estrangeiros não precisam do revalida, as faculdades de outros países tem protocolos diferentes, tipo receitar antibiótico para vírus e vacinar pacientes que iniciaram tratamento contra leucemia.

*Uma das questões do revalida.
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #516 Online: 20 de Agosto de 2013, 05:24:41 »

Mas a municipalização vale para os grandes centros e as pequenas cidades, não é verdade? E os problemas decorrentes do gerenciamento público não me parecem se diferenciar os grandes  centros contra os  pequenos no que diz respeito ao repasse dos municípios e à qualidade dos gestores, podemos ver bons e mal exemplos talvez sem muitas diferenças. Posso estar enganado, mas seria bom alguma referência de cunho não anedótico que mostrasse que pequenas cidades dão calotes em seus médicos numa proporção maior que nas grandes.

O problema não é o fato de supostamente as cidades menores darem mais calote, mais o estrago que um calote dado por cidades pequenas causa a mais.

Nas cidades grandes, os médicos podem ter vários vínculos em diversos locais (cidade em si e redondezas), de forma que a sua renda não dependa inteiramente da prefeitura. Em cidades muito afastadas, o médico teria sua renda inteiramente dependente da prefeitura, de forma que irá tomar no c* direitinho se levar calote.

Exato. Em uma cidade grande, normalmente o médico já está estabelecido lá, tem vários vínculos. Também toma vários calotes, mas isso não gera um prejuízo tão grande já que sua renda não depende de uma única fonte.

É uma situação muito diferente de um médico que muda para uma cidade do interior, tem gastos com transporte, aluguel de uma casa, entre outras coisas, atraído por um salário aparentemente compensador que vai ser sua única fonte de renda. E após alguns meses simplesmente quebra a cara e tudo o que resta são dívidas e prejuízos quando é obrigado a voltar sem receber um tostão.
Não concordo completamente por causa das causas que levam a um calote, que já postei aqui. E a mais frequente é o descumprimento da carga horária. Quando isso ocorre e é plotado pelos serviços de controle (CGU e DENASUS, por exemplo) há o corte de todos os recursos da saúde do município até que regularize a situação, o que leva, dependendo do município, até 1 ano (nas experiências que tive), com isso ele tem que financiar todo o sistema dele com recursos próprios do FPM. Em algum momento não vai conseguir honrar os compromissos. Existem outras causas também, mas acho que essa é a principal (e é o que aparece mais como dúvida na ouvidoria: profissional denunciando que não está recebendo e querendo saber o porquê. Quando vemos está com os recursos bloqueados).
Quanto a outras fontes de renda, o profissional pode dar plantão no município onde ele se encontra (e ocorre frequentemente) ou em municípios vizinhos, tanto em hospitais quanto no serviço de urgência. Se for perto de um centro regional ainda pode atender no sistema privado. Agora, essa é a realidade daqui (e imagino de em boa parte de outros estados), na região norte não penso ser possível isso.

Não considero calote o "corte de ponto" por não cumprimento da carga horária acordada com a prefeitura. Calote é quando alguém trabalha/vende e não recebe. Simples.


Não se trata de corte de ponto. É corte de recursos do município.  Se ele recebe 50.000 reais por mês como repasse do ministério da saúde,  passa a receber 0.

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #517 Online: 20 de Agosto de 2013, 07:26:38 »
Os políticos daqui estão mesmo contra a melhoria na saúde.

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #518 Online: 20 de Agosto de 2013, 09:26:02 »
Essas políticas que o Derfel tanto cita vem funcionando tão bem...
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Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #519 Online: 20 de Agosto de 2013, 09:31:43 »
Engraçado que o Derfel da respostas teóricas tendo todo um universo de evidências que desmentem o caráter dessas medidas e mesmo assim argumenta como se estivesse defendendo algo que não é notoriamente uma porcaria. Teoria em detrimento da realidade. Nossos funcionários públicos e políticos são pródigos disso.

Derfel o SUS esta aí,  é a porcaria e roubo que vemos todos os días,  o dia todo. Recomendo que você é seus pares façam alguma coisa para perceber o que está diante de seus olhos,, tente a projeciologia, vai te dar uma visão mais clara da realidade que a sua.
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Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #520 Online: 20 de Agosto de 2013, 09:36:51 »
Se apenas os serviços de backoffice do SUS (folha, agendamento, aprovações, contabilidade, planejamento, finanças, agendamentos,  etcc)  fosse centralizado, unificado e terceirizado, já haveria recursos MUITO maiores do que os que temos hoje.

Mas os médicos "gestores"  nem cogitam ou entendem isso.
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Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #521 Online: 20 de Agosto de 2013, 09:47:08 »
O sempre excelente Hélio Schwartsman (maldito sobrenome que eu sempre tenho que dar ctrl+c ctrl+v) falou ontem na coluna dele sobre o tema.


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Menos médicos


SÃO PAULO - É preciso muito otimismo ou então estar em campanha eleitoral para deixar de qualificar a primeira fase do Mais Médicos como um fracasso. Segundo o próprio Ministério da Saúde, foram habilitados para atuar no programa 1.618 profissionais, o que corresponde a apenas 10,5% da demanda apresentada pelos municípios. O que fazer para resolver o problema?

Comecemos pelo que não fazer e saudemos a sabedoria do governo por ter recuado da esdrúxula ideia de ressuscitar uma corveia feudal, pela qual todos os formandos em medicina estariam obrigados a trabalhar por dois anos para o SUS. Numa sociedade livre, as pessoas têm o direito de escolher onde vão morar e de aceitar ou rejeitar contratos de trabalho.

Restam, assim, as chamadas soluções de mercado. Elas são, em princípio, duas. Ou elevamos os salários até que o profissional se disponha a atuar nas áreas prioritárias, ou produzimos médicos em quantidades tais que eles aceitem ir pelo valor que as autoridades oferecerem. Nenhuma das duas é boa.

A primeira tem seu limite nos caixas das prefeituras e na Lei de Responsabilidade Fiscal. A segunda, além de demandar tempo, tende a achatar o salário de médicos, desorganizando ainda mais o sistema.

O caminho, creio, é atuar no nível da regulação e repensar os modelos. Se não querem trazer os cubanos, muito bem, podemos autorizar enfermeiros que atuem em regiões onde não há médicos a prescrever e realizar certos procedimentos.

Uma tese defendida pela revista "The Economist", com a qual concordo, é a de que, no futuro, devido ao envelhecimento da população e ao aumento da prevalência das doenças crônicas, vai ser economicamente inviável formar tantos médicos quantos seriam necessários pelos padrões do século 20. Isso exigirá ampliar as responsabilidades de outros profissionais da saúde, reservando o médico para casos de maior complexidade.

É significativo que ao mesmo tempo que estamos discutindo o programa Mais Médicos tenhamos uma pressão tão grande (em parte já ganha por eles) da categoria em questão pelo tal Ato Médico que é exatamente o oposto do que o Hélio propõe. Mas ao contrário dele, eu acho que a melhor solução a longo prazo seja sim a ampliação muito significativa da oferta de vagas nas faculdades de medicina, sobretudo nas públicas.

Qual parte já foi ganha em relação a regulamentação do ato médico?  As entidades médicas dizem que "fomos" derrotados com os vetos da Dilma.

Acho que o grande medo difuso é uma redução da capacidade intelectual/profissional dos médicos se oferta de vagas nos cursos for ampliada. Acreditamos que os médicos que temos são o supra-sumo da inteligência, da capacidade de raciocínio e do conhecimento e que em nenhuma outra profissão dependemos tanto de um controle severo quanto a isso: da decisão de um médico depende diretamente a vida, um indivíduo não muito inteligente/culto expõe o paciente a risco de vida e por isso só os que foram comprovadamente geniais durante todo o processo educacional pré-graduação devem ser aceitos na medicina. O resto que vá fazer enfermagem.
É um fenômeno mundial, e tem a ver com  a tal lei da oferta e da procura.  Por N razões é maior a relação candidato vagas para medicina, então o processo de seleção acaba sendo mais estreito.  É assim no Brasil e em quase todos os lugares do mundo.

É basicamente este o argumento implícito (nem tanto) da classe para garantir sua grande (ou melhor, pequena) reserva de mercado (diretamente resultante do reduzidíssimo número de vagas universitárias)

E nem é que seja nada absurdo, em linhas gerais até que é bonitinha a lógica: realmente eu não quero um semi-analfabeto que passou na cagada e de raspão em um vestibular frouxo e que concluiu o curso mal e porcamente tendo que repetir a maior parte das disciplinas e passando de raspão na segunda vez fazendo meu diagnóstico diferencial entre câncer no estômago e dispepsia funcional (doenças com sintomas iniciais quase idênticos mas que exigem cuidados diametralmente opostos) caso eu esteja numa situação assim; ou como disse o Parcus, decidindo se vai me prescrever um antibiótico para combater o tipo de bactéria que causa amigdalite ou o que causa gonorréia (se não forem os mesmos, sei lá :) ). É óbvio que tanto a bagagem de conhecimento acadêmico (inclusive aquele obtido nos ensinos fundamental e médio) quanto a inteligência inata do indivíduo devem ter um bom papel na maior ou menor capacidade de um médico fazer diagnósticos rápidos e precisos ou escolher terapias eficazes. Se é pra escolher eu também prefiro um que tenha passado entre os 100 primeiros no geral da UNB e que tenha tido desempenho exemplar, se formando cum laude.
Não sei bem se o termo reserva de mercado se aplica.  Aqui no brasil temos mais de 11.000 médicos formados anualmente, muito egressos de faculdades privadas onde a seleção é mais "light" pois o fator financeiro conta bastante, os cursos são muito caros.  Até muito recentemtne o controle sobre a a bertura de cursos de medicina era o mais frouxo possível, não ´ea toa que o Brasil possui um número gigantesco delas (mais queo s EUA).

Um problema é que ao contrário do que intuitivamente enxergamos, isto não é tão diferente de qualquer outra área, tirando, talvez, as humanas. Um engenheiro ou um geólogo mal formado podem colocar em risco a vida de milhares de pessoas que utilizam determinado estádio, um biomédico mal formado pode zoar com os resultados dos exames fazendo com que o médico que me atenda continue dando diagnósticos furados mesmo fazendo a sua parte toda certinha, farmacêuticos mal formados podem cometer equívocos na formulação de suas pílulas levando a intoxicação ou ineficácia, engenheiros eletrônicos podem produzir celulares que explodem no meu bolso. Na verdade esta intuição que temos de que a profissão do médico especificamente é mais "crítica" eu acho que tem muito a ver com nossa tendência a acreditarmos, por exemplo, que o ônibus sempre demora mais quando estamos atrasados.
O fato de lidarmos diretamente com a saúde, e a irreversibilidade de de algumas decisões médicas fazem esse diferencial.

Erros médicos podem levar à morte, erros de engenharia podem levar à morte, erros na composição química de medicamentos e alimentos podem levar à morte. Só que os erros médicos são mais diretamente observados. Se baseado nisso os cursos de Engenharia e Farmácia sofressem as mesmas limitações impostas pelo CFM e se discutíssemos coisas como o Ato Farmaceutico ou o Ato Engenheiro estaríamos numa situação muito complicada no que diz respeito à oferta de serviços que dependam destas profissões também.
quais limitações são impostas pelo CFM aos cursos de medicina?  E a área de atuação da maioria das profissões édescrita por lei.  Só profissionais de enfermagem podem aplicar medicações endovenosas, só farmacêuticos podem ser responsáveis por farmácias, etc...  Eu não posso assinar como respnsável pro uma obra, logo o CREA está impondo limites indevidos e criando reserva de mercado?

Por outro lado (e ainda que eu venha admitir que as comparações são impróprias, que não se pode comparar proporcionalmente o peso do trabalho de um engenheiro com o de um médico, e talvez não se possa mesmo, no risco difuso com que estão relacionados) há outro detalhe: as manipulações protecionistas em relação à profissão médica não têm garantido nem de perto o modelo ideal que está implícito no "argumento" mais acima. Se garantissem nós não teríamos a quantidade de médicos que prescrevem tratamentos alternativos como auriculoterapia, que fazem pós em homeopatia, eu não teria ouvido dia desses de uma médica que trabalha lá no posto que "hoje em dia só morre de câncer quem não luta, quem se entrega à doença" (num contexto em que, durante um bate papo informal, uma auxiliar de enfermagem comparava as diferenças de sobrevida de dois parentes: um morto seis meses após o diagnóstico e outro vivo e curado após ter enfrentado um CA 15 anos antes) e não teríamos tantos médicos diagnosticando virose a qualquer paciente que apareça com dores articulares e febre e hematócritos e plaquetas sem alterações.

Idealizamos que para ser médico o sujeito tenha que ser gênio e em função disso tomamos uma série de medidas protecionistas e, depois, em função de termos tomados estas medidas, assumimos que esta idealização é verdadeira. Arcamos com os custos de uma política especial em relação à profissão e não recebemos nem de longe os benefícios prometidos, num ciclo vicioso.
Existem muitos profissionais ruins, assim como nas outras profissões, em parte pela falta d emecanismos de controle externos e internos (aí os CRMs tem sua parcela de culpa) assim como a falta de controle sobre a formação médica (a culpa nesse caso é amior do governo).

Acredito fortemente que se o número de vagas (especificamente nas universidades públicas) para as faculdades de medicina duplicassem ou triplicassem até teríamos ganho quanto à competência média dos profissionais (já que haveria disputa na carreira, é um dos aspectos perversos do mercado altamente reservado, faz com que até o médico mais relesmente formado seja muito bem situado no mercado de trabalho: nas demais profissões é comum haver uma peneira ou pelo menos uma estratificação pela qualidade de formação, os piores formados são contratados no máximo para cargos auxiliares, dificilmente passam em concursos...)

Na medicina o cara se forma com CR 4 na Estácio de Sá ou na Gama Filho e passa num concurso para exercer a chefia da UTI pediátrica de um grande hospital público (como único candidato). Acho que se as públicas ampliassem significativamente o número de vagas a carreira ainda continuaria sendo atrativa o suficiente para ter as melhores notas (e, por pressuposto, os melhores alunos) destas universidades e de quebra aumentaria a disputa na profissão, melhorando a qualidade geral do serviço porque pelo menos aquela (enorme) fatia dos profissionais que entraram na carreira apenas pelo pai ter os 3 mil reais de mensalidade ao mês para pagar à Universidade Pagou Passou do shopping mais próximo e não pelo desempenho espetacular num vestibular disputadíssimo encontrariam concorrência.
Já existe essa peneira no mercado, os melhores profissionais de maneira geral estão na iniciativa privada pois a remuneração e condições de trabalho são melhores.  Mesmo se se formassem mais médicos ainda assim teríamos os melhores nos mesmos lugares.
Outro ponto é a dificuldade de se formarem mais (bons médicos), atualmente o sistema de formação já se encontra  a beira do colapso (problema crônico), e ao contrário do que o governo pensa não é possível aumentar rapidamente o número de vagas nas universidades públicas nos moldes tuais e manter a (pouca0 qualidade existente - mas como não a preucupação com a qualidade....

No meu palpite os principais resultados (positivos ou negativos) gerais seriam:

I - aumento da disponibilidade de profissionais para atender as classes mais baixas e lugares mais distantes, redução de tempo de espera no plano de saúde, ou seja: o óbvio.
Não, o que determina na maioria das vezes a demora no atendimento dos planos de saúde é a restrição da dita "rede credenciada".  SO planos de saúde credenciam poucos médicos para criarem um gargalo no atendimento e com isso poupar gastos

II - redução dos esquemões no serviço público de saúde com médicos assinando ponto 5 dias em 2, ou 3, ou 4 unidades diferentes e trabalhando efetivamente 1 dia, 1 dia e meio, 2 dias no máximo, em cada. (No serviço público estes esquemões são generalizados, mas na saúde eles são maiores e são puxados pelos médicos. O médico chega na unidade para se apresentar porque acabou de passar num concurso e já bate na mesa e diz que só vai trabalhar 2 dias, aí o enfermeiro vem atrás e bate na mesa também: se ele só trabalha 2 eu só trabalho 3 e daí se forma o ciclo, se o poder dos médicos em autodefinir a própria carga horária diminui o ciclo se enfraquece: tanto é que em outros setores, como a educação, a coisa não funciona assim tão descaralhada).
Isso passa por modificações profundas no serviço público, incluindo as questões de gestão e gestão de pessoal.  Você pode hoje num passe de mágica dobrar o número de médicos no serviço público que eu afirmo que o esquemão vai continuar.

III - redução da renda média da categoria mas não o suficiente para deixar a profissão pouco atrativa (é a profissão oficialmente mais bem paga e com maior índice de empregabilidade do país, a pauta que dá origem a este tópico revela que mais de 99% da classe rejeita oportunidades de trabalhar sob uma remuneração de 10, 15 mil reais, só disso dá bem pra deduzir que precisa de muita coisa para torná-la pouco atrativa como os órgãos da classe fazem propaganda).
A maior parte dos meus colegas mantém essa boa remuneração com jornadas semanais em torno de 60 horas.
Existe uma demanda reprimida muito grande, não acho que vá cair a remuneração como alrdeado, mesmo importando médicos ou aumentando o número de formandos.

IV - aumento da eficiência geral do serviço pelo surgimento de algum nível, mesmo que incipiente, de concorrência e meritocracia no mercado de trabalho.
Já existe, vá nosmelhores hospitais e laá encontrará os melhors médicos, vá nos piores e...


P.s. 1 :Quanto ao tema específico do tópico, não acho uma péssima ideia importar médicos como solução imediatista visto que nosso problema imediato parece ser mesmo a falta deles (não a falta de fato, talvez o número de médicos até seja suficiente, mas a forte reserva de mercado acaba criando um cenário de falta aparente ou aparentemente maior).
Novamente, a questão não é ipmortar médicos, é a revalidação dos diplomas.  Além do que é um fenomeno mundial, as pessoa ssaem do seu país atrás de coisas melhroes, a maioria dos médicos que virão para cá vem de países com conjunturas ou estruturas piores que nós.


P.s. 2 : Não, se tem uma profissão que nunca mesmo passou na minha cabeça exercer foi a medicina. A agonia humana é uma coisa com a qual acredito que nunca aprenderia a lidar bem. ,)
Não fiz pediatria por conta isso  :'(
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #522 Online: 20 de Agosto de 2013, 10:57:50 »
Os políticos daqui estão mesmo contra a melhoria na saúde.
O Mais Médicos é por adesão, não imposição. O município deve aderir e solicitar o profissional para que ele vá ao município, portanto é desnecessário o decreto e ilegal, já que ele não pode se sobrepor a uma lei federal.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #523 Online: 20 de Agosto de 2013, 11:02:54 »
Engraçado que o Derfel da respostas teóricas tendo todo um universo de evidências que desmentem o caráter dessas medidas e mesmo assim argumenta como se estivesse defendendo algo que não é notoriamente uma porcaria. Teoria em detrimento da realidade. Nossos funcionários públicos e políticos são pródigos disso.

Derfel o SUS esta aí,  é a porcaria e roubo que vemos todos os días,  o dia todo. Recomendo que você é seus pares façam alguma coisa para perceber o que está diante de seus olhos,, tente a projeciologia, vai te dar uma visão mais clara da realidade que a sua.

Agnóstico, são momentos diferentes. Existem muitos problemas com o MS e na relação com os estados, existem muitos problemas com o SUS, problemas comuns a todos e problemas locais (e mais e diferentes dos que são simplesmente colocados aqui). Acho que ninguém deixa de reconhecer isso. Isso é um ponto. Outro ponto é dizer que tudo é uma porcaria e uma roubalheira. Quando estou defendendo, estou contra a esse tipo de posicionamento.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #524 Online: 20 de Agosto de 2013, 11:15:27 »
Se apenas os serviços de backoffice do SUS (folha, agendamento, aprovações, contabilidade, planejamento, finanças, agendamentos,  etcc)  fosse centralizado, unificado e terceirizado, já haveria recursos MUITO maiores do que os que temos hoje.

Mas os médicos "gestores"  nem cogitam ou entendem isso.
O problema, Agnóstico, é você não entender o sistema. Ele é municipalizado e possui gestão local. Muitos recursos ainda são descentralizados direto para as unidades e grande parte é terceirizado, o que varia de estado a estado, de município a município. A folha, por exemplo, das  UBS, UPAS e hospitais, por exemplo, podem ser feitas por fundações, OS, cooperativas e outras empresas de pessoal. O agendamento é um nível bem local e, dependendo da unidade e, novamente, do ente, é feito também por uma empresa terceirizada e por aí vai. Empresas terceirizadas é o que não falta.

 

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