NãoDeus não joga com dados,
Eu recomendo novamente a leitura do tópico "criacionistas: proposta de como melhor defender o criacionismo".
Uma parte do texto da primeira mensagem:
Se você se considera um criacionista, você provavelmente leu em algum site ou livro de autores fundamentalistas/criacionistas, que:
- o "evolucionismo" é ou fracassado, "só uma teoria", "não uma lei", "não um fato", é uma questão de de fé, tanto ou mais quanto a vertente criacionista especificamente proposta por eles;
- que o criacionismo exposto por eles, ou criacionismos em geral, são tão ou mais fundamentados cientificamente que o evolucionismo, e ganha cada vez mais adeptos no meio científico, enquanto o "evolucionismo" é cada vez mais questionado;
- que não há evidências para o evolucionismo: não existiriam os "elos perdidos" -- alguns sendo inclusive fraudes -- necessários para comprovação da teoria, que as similaridades apontadas como evidência de parentesco são só coincidências, igual ou melhor explicadas como se devendo a um mesmo criador;
- que coisas como o big-bang e a origem da vida, ao não serem ainda não totalmente compreendidas, comprometem ao evolucionismo como um todo, colocando o criacionismo como um competidor cientificamente páreo;
- que o evolucionismo e o ateísmo têm conseqüências moralmente deploráveis, e que isso talvez até tenha influência na comprovação das teorias, ou possivelmente que o evolucionismo é sustentado ideologicamente, apenas para permitir a negação da existência de Deus;
- Etc.
Você pode supor que está nos fazendo um favor, vindo nos trazer conhecimento sobre as falhas e fraudes do evolucionismo. Que talvez o evolucionismo seja a razão pela qual muitos de nós não crêem na existência de Jeová e que Jesus foi crucificado para nos salvar.
OK, a intenção não é má. O problema é que estamos já "cientes" de todos esses pontos, levantados inúmeras vezes, com inúmeras sutis variações, por cada criacionista que já passou por aqui ou em outros lugares, ou ao longo da história, desde a aurora da investigação científica sobre essas questões sobre origens das espécies, da Terra, outras coisas do universo, e dele próprio. Nada do que nos disser será uma novidade.
[...]
Não sou criacionista, este termo simplifica muito a minha crença.
"Criacionista", na acepção comum, é aquele que defende essas coisas que está defendendo até agora: que o universo e os seres vivos foram projetados de forma altamente especificada por um deus, que teria "inventado" tudo nos mínimos detalhes, e, em muitos casos, como no seu, de acordo com o que narra alguma interpretação bem literal do livro gênesis.
A forma de pensar cetica, não dá espaço a abordar de uma maneira diferente? Isso não seria uma imposição por si só?
Não existe "a forma de pensar cética", uniformizada. Cada um pode ou não se considerar "cético", e ter diferentes modos de pensar, uns sendo mais ou menos céticos que outros, sem necessariamente ter muito a ver com os céticos, zetéticos e pirrônicos da Grécia.
O sentido comum hoje em dia é, em linhas bem gerais, acreditar mais em ciência do que religião, esoterismo, misticismo, e outras coisas não muito bem estabelecidas, como contato com extraterrestres, medicina alternativa, etc. O ceticismo sobre essas coisas talvez até seja mais importante na "definição" atual do que sobre religião, porque ao menos uma parte dos que se consideram céticos, acreditam em algum deus, não necessariamente Jeová (são geralmente agnósticos), mas podendo até ser esse.