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Ao contrário de você, que não consegue reconhecer seu erro na conduta como moderador, os meus eu já reconheci em algum momento, e não são exatamente como você gostaria que fosse.
Desculpe, _Juca_, porque estou confuso.
Você consegue mostrar quais foram as postagens que você reconheceu que estava errado sobre as questões econômicas, incluindo a elevação brutal da dívida pública; a tragédia administrativa e econômica da Petrobrás e do sistema elétrico; os números péssimos da economia no geral; as decisões ultra-equivocadas desde meados do primeiro governo Lula, tendo como exemplos o fornecimento de crédito irresponsável, o assistencialismo desvairado e a contratação de despesas fixas baseado em expectativa de faturamento?
Não tenho saco pra fincar escarafuchando tópicos e posts antigos, vou aproveitar que tenho tempo hoje e responder, e sei que vai existir réplica da sua parte e já adianto que se não responder já, é porque não vou poder, só para que o Deigo naõ ficar de mimimi acusatória dizendo que eu não respondo. E por favor vamos manter a linha no debate e nos argumentos, sem acusações e provocações gratuitas de parte a parte, isso cansa e é contra as regras do fórum.
Entendo que em momento algum fiz provocações ou acusações.
Esqueça outros foristas e concentre-se nas minhas postagens.
Se eu cometer um deslize, denuncie-me.
Sobre a elevação brutal da dívida público, você sempre colocou os números brutos absolutos e eu sempre disse que para qualquer efeito de análise é preciso colocar a relação dívida x PIB para saber o quanto o país é solvente ou não. Até o ano passado a situação era relativamente confortável e estável, e eu não estava errado, se eu dissesse que hoje ela não preocupa, aí sim eu estaria errado, o governo passa por um forte momento de contração na arrecadação o que coloca pressão nos juros e na dívida.
Em outras oportunidades eu demonstrei que a curva da dívida vinha crescendo, mesmo com as manipulações das taxas do PIB, ardilosamente chamadas de 're-cálculos' e 'correções'. Agora que não há como manipular os índices e nem o câmbio, o
real tamanho da dívida começou a aparecer, sendo que em dezembro de 2014 já estava em 58,91% e hoje está em mais de 65,20%.
A redução na arrecadação afeta indiretamente a dívida porque não há como pagar os juros dela e assim, pela primeira vez desde que começou o Plano Real, tivemos um déficit primário em 2014, repetiremos a dose em 2015 e também teremos em 2016.
Desastre completo e de responsabilidade do PT.
Pra mim esse foi o grande erro do governo da Dilma, sentar em cima do rabo e esperar que a situação melhore. A partir de 2012, quando a situação da economia começou a virar para pior o governo deveria ter feito um ajuste nas contas, seria menor, provavelmente traria retração, mas em compensação hoje estaríamos numa situação mais confortável ou menos ruim.
Concordo em parte.
Mas o que estamos presenciando não teve origem no governo Dilma e sim no de Lula, que contratou despesas fixas e discricionárias de forma irresponsável, se baseando em um cenário de crescimento contínuo de PIB, real ou manipulado. A incompetência da 'presidanta', que só você não via (ao considerá-la uma grande "estrategista" e "administradora", sic!), apenas potencializou e amplificou uma crise que já estava anunciada e com as bases instaladas.
Tragédia administrativa da BR?
Sim!
Na verdade é só meia história.
Porquê?
Tirando o roubo comprovado que sou obrigado a concordar que realmente é uma tragédia,
De integral responsabilidade do PT e partidos aliados.
se não houvesse investimentos pesadíssimos na empresa não haveria produção no pré-sal,
O conjunto de campos petrolíferos hoje chamado, popular e erroneamente, de 'pré-sal' (sic!) era conhecido pela Petrobrás desde o final de 1999, como eu já informei em postagens anteriores. A explotação dele não ocorreu antes porque o preço do barril tipo
brent em 1999 era menos que US$ 26,00, não compensando financeiramente a sua exploração.
Os 'investimentos pesadíssimos' foram feitos às expensas de um grande endividamento público (emissão de títulos da dívida, aporte para o BNDES, empréstimo para a Petrobrás) e da própria petrolífera, ao ponto da dívida dela ultrapassar hoje os US$ 100 bilhões de dólares.
Péssimo planejamento operacional e instrumentalização política de (mais) uma estatal pelo PT e partidos coligados.
se não houvesse produção no pré-sal, a produção diária teria caído quase pela metade hoje e,
De onde você tirou esta informação? Da cartola?
Em julho de 2014 o 'pré-sal' (sic!) respondia por 22% da produção e em maio de 2015 algo em torno de 30%. E neste cálculo estão incluídas, ardilosamente, as produções totais das bacias de Santos e Campos, ou seja, tem uma parte que não é do 'pré-sal' (sic!).
Além disto, o seu corolário ("produção cairia quase a metade") não corresponde, de modo algum, à sua asserção ("se não houvesse produção no 'pré-sal' (sic!)"). Cabe a você demonstrar que a Petrobrás não explotaria mais óleo de campos da margem continental, como a de Tucano-Jatobá, por exemplo.
se tivesse caído pela metade, com o preço do petróleo caindo ladeira abaixo, os investidores da BR hoje teriam motivo muito, mais muito maior para chorar as pitangas.
O fato é que ninguém sabe, com segurança, qual é o
break even do 'pré-sal' (sic). O material de propaganda da empresa afirmava que o inicial era de US$ 45,00 e aí teria passado para US$ 52,00. Alguns especialistas afirmam que, por causa do aumento dos custos do serviço da dívida (juro) contraída para financiar a infra-estrutura e mais o aumento dos impostos, o limite estaria em torno de US$ 56,00 a US$ 57,00. Ou seja, estamos no limite da viabilidade do 'pré-sal'.
Então, não!, os investidores da Petrobrás não lamentariam se o 'pré-sal' (sic!) não tivesse saído do estágio de planejamento ou se, pelo menos, tivesse sido implementado seguindo um plano estratégico de política energética nacional e não apenas para satisfazer alguns sentimentos nacionalistas, os arroubos de soberba de um ignorante ou a pilantragem institucionalizada de partidos governistas.
As críticas são que os investimentos se tornaram grandes demais e a maior parte deles é em dolar, o que coloca um pressão cambial exagerada sobre a cia.
A disparada na cotação do dólar estadunidense foi apenas a 'cereja sobre o bolo' da incompetência generalizada deste governo.
Se caso a produção da BR tivesse caído para apenas a produção do pós-sal, hoje estaríamos importando perto de 1 milhão de barris por dia, o que colocaria uma pressão extra pesada para os problemas econômicos que vivemos hoje.
Explique porque estaríamos importando esta quantidade de barris.
Estou curioso.
O números péssimos da economia real, embora o governo tenha um grande quinhão de culpa por não ter feito antes o ajuste, ele não é de exclusiva ação do governo, ou você ignora a desaceleração da China que colocou um freio nas exportações e nos preços das commodities?
Muito interessante este argumento.
Mas devo lembrá-lo que você minimizou a importância dele quando eu e vários outros foristas, demonstramos que foi o aumento enorme na demanda e no valor das
commodities que impulsionou os anos de 'bonança' do Brasil entre meados do ano 2002 até meados do ano de 2013. Sim, até meados de 2013, apesar da grave crise de 2008/2009, que teve origem e afetou especialmente o EUA, embora os reflexos tenham sido mundiais, especialmente no setor financeiro.
Ou você ignora a crise hídrica que colocou pressão extra sobre os preço da energia
Não, não ignoro nada.
Mas, pelo jeito, você sim. Eu e outros foristas demonstramos que houve uma crise de magnitude semelhante entre o final de 2000 e o final de 2001, que você solenemente atribuiu a uma "incompetência do governo FHC" e ignorou todas as informações sobre hidrologia que eu apresentei então.
E, ironicamente, o sistema elétrico do Brasil somente não colapsou nos últimos dois anos por causa das termo-elétricas, a maioria planejada e construída durante o período de FHC.
e a produção da industria paulista ( essa coloca na conta do Alckmin),
Explique o que ele deveria ter feito.
ou você ignora o efeito da Lava Jato na construção civil, que uma das principais atividades geradoras de PIB ( essa você pode por na conta do governo)?
O quê????
Você está insinuando que a crise na construção civil (e por conseguinte na economia) decorre da Operação Lava Jato?
Que ela não provem de uma queda generalizada de atividade econômica por causa da corrupção endêmica e dos erros grotescos e infantis da política macro-econômica, fiscal e tributária deste governo e do senhor Lula?
Pela madrugada...
E também ignora a crise política que tomou conta do país do qual as oposições tem uma grande parcela de culpa por apostar no quanto pior melhor, tal qual você cansou de acusar o PT de fazer quando na oposição e hoje não vejo você criticar?
A oposição não tem expressão numérica suficiente para impedir projetos do governo.
Quem criou toda a crise política foram os membros do partido que você tem simpatia e os membros dos partidos aliados. O 'seu' partido porque é o responsável pelo maior 'assalto aos cofres públicos' que se tem conhecimento. E os dos outros partidos porque não passam de 'fisiologistas', tão ou mais parasitários que os petistas.
O governo tem culpa? tem.
Sem dúvida alguma.
Junto com o PT.
É o maior responsável? É.
Sem dúvida alguma.
O da atual 'presidanta' e do imediatamente anterior.
Junto com o PT.
Só que a coisa não estaria nesse pé, se todos esse fatores não existissem ou fossem mais amenos.
É claro.
O mesmo pode ser dito para qualquer governo em todo o planeta em todos os tempos.
Quanto ao crédito as famílias ( se é disso que você está falando) ele aumentou muito nos últimos 10 anos, mas além do fato de ele vir de um patamar historicamente baixo, ele ainda é relativamente menor se comparado com outros países mais ou menos desenvolvidos,
E o que importa isto?
É mais um
tu quoque?
e ele foi possível apenas por causa do aumento da renda dessas famílias e não porque o governo ( na verdade os bancos) ficou distribuindo dinheiro a vontade.
O aumento de renda aconteceu muito mais por aumento de assistencialismo ('bolsas X, Y, Z') e por decreto ('salário mínimo'), do que por produtividade, o que pressionaria a inflação (por demanda), mais cedo ou mais tarde. Deu no que estamos vendo.
Havia dinheiro para emprestar e havia para quem emprestar,
Usou o tempo verbal de forma magnífica.
Havia.
(Na realidade nunca houve)
e se a renda voltar a aumentar o crédito volta a rolar, é natural na economia capitalista atual.
Quem empresta dinheiro sem exigir uma garantia real, caminha a passos largos para o desastre financeiro.
Seja ele uma pessoa, uma empresa ou um país.
Não vou entra no mérito do assistencialismo porque foi n vezes debatido aqui e n vezes demonstrado o efeito benéfico para as famílias e a economia, essa é uma questão ideológica antes de mais nada.
Não, não é ideológica.
Basta observar o que o custo financeiro (juro) para bancar este assistencialismo eleitoreiro está fazendo hoje na economia, em especial na população que trabalha e produz.