A Lava Jato foi a melhor coisa que aconteceu ao Brasil e no Brasil, nos últimos treze anos. É nossa maior chance de "despetização". Infelizmente corre grande perigo de ser sabotada. Culpá-la por qualquer coisa, direta ou indiretamente, é outro engodo petista, lançado pela própria presidente e seu ministério.
A Lava Jato é resultado de vários anos de uma nova independência de poderes, que o PT diz que incentivou, o que é uma meia-verdade.
Dizer que uma investigação de corrupção prejudica a economia é como dizer que a febre prejudica a cura da gripe.
A 'Lava Jato' (esse nome errado sempre me dói no ouvido) será benéfica se não for somente uma despetização e sim 'despeemedebização', 'despepeesização' e demais. A corrupção colou no PT principalmente por ter sido tão duro com outros corruptos mais antigos, sendo que quando tomou o poder aperfeiçoou os métodos antes condenados. Mas é ingenuidade acreditar que a corrupção foi inventada pelo PT, ou dizer que 'agora é maior'. Maior e mais dolorido sempre é o calo que temos hoje, o de ontem já cicatrizou.
Enfim, em todo caso tenho tres indícios fortes de que a Dilma vai renunciar até dezembro:
- está perdendo apoio mesmo no PT, e pior, pelos motivos errados (a permanência do Levy)
- o Michel Temer está abrindo as asinhas e perdendo o medo
- a principal: a Dilma diz que não renuncia, e toda afirmação do governo sempre é uma afirmativa do contrário , pelo menos nestes trópicos !
A Lava Jato parece mais uma exceção à regra do que resultado de uma suposta independência de poderes, quanto mais promovida por essa corja. E ao que tudo indica, sob forte risco de sabotagem, veja por exemplo o caso da escuta ilegal na cela de Youssef. Aguardemos, também, as decisões do novo ministro do STJ, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, citado nas mensagens telefônicas de Marcelo Odebre
shit, indicado por Dilma, segundo mais votado da lista, o que chama a atenção, pois foge à regra que ela vinha seguindo de indicar sempre o primeiro. Outro fato um tanto suspeito é o pedido de Toffoli para compor a segunda turma, que julgará o Petrolão, seguido de reunião com Dilma, Cardoso e Mercadante. O afastamento do delegado Eduardo Mauat, agora reintegrado, mas com limitações. O "reforço" à operação, de mais vinte delegados, direto de Brasília, sem solicitação por parte de Curitiba - alguns dos quais, integrantes de operações que melaram no passado. O pedido de arquivamento de investigação da gráfica VTPB por Janot. Os diversos encontros "casuais" do Procurador Geral com ministros do governo e dos Tribunais Superiores. As suspeitas envolvendo integrantes do TCU e outras siglas que não me lembro agora. E a lista segue. São muitos os motivos para duvidar da tese de independência de poderes, sinceramente. MUITOS!
Concordo, contudo, que a despetização não basta. Tem ir além, mas uma coisa de cada vez, é preciso ter foco.