Essa notícia é um salve para o colega Fabrício, morador da região:
Gastos públicos
ES: Gestão de Casagrande gastou mais com publicidade que prevenção
Governo do ES gastou mais em propaganda que prevenção de tragédias
Publicado: 1 de janeiro de 2014 às 10:41 - Atualizado às 10:45
Por: Redação
A reportagem mostra bem o que tenho visto por aqui: muita propaganda e pouquíssima ação de verdade.
Pensando um pouco mais sobre essa notícia, vejo a que ponto nós chegamos. O sujeito gasta mais dinheiro com propaganda e autopromoção do que em obras que poderiam ter salvo vidas nas últimas enchentes no estado. Leio nas notícias que o número de mortos passou dos 20 no estado, em decorrência das chuvas.
Fazendo uma analogia da coisa, a história é a seguinte: a população de um determinado lugar elege um dos seus para arrecadar recursos e coordenar ações no lugar. Esse sujeito, pega uma grande parte do dinheiro para comprar microfone, alto-falante, trombone, caixa de som com o intuito de anunciar coisas assim: "Vejam como eu estou trabalhando por vocês", "A minha administração é muito boa", "Lembrem-se de me reeleger na próxima vez, pois eu sou muito bom", etc. E o restinho de dinheiro que sobrou, o que não foi muita coisa, ele gasta com uma coisinha aqui e outra ali, mas que não representa ação efetiva de prevenção de acidente ou uma obra séria que, de fato minimize os efeitos de catástrofes naturais. O que acontece? Vem a catástrofe e muita gente morre.
Não tem culpa a chuva. Esse vem e virá todos os anos. As enchente também não. Elas são sazonais e recorrentes. Mas o tal eleito para cuidar da população podia pensar em efetivar mais ações no sentido de construir diques, adutoras, promover programas para retirar pessoas de área de risco, oferecendo moradias populares e urbanizadas em áreas seguras, fomentar estudos e pesquisas no sentido de encontrar soluções para impedir ou mesmo evitar completamente casos de mortes decorrentes de enchentes, etc e etc.
MAS NÃO!
O sujeito quer aquele dinheiro, arrecadado de todos, imposto sobre imposto, e toca a gastar em PROPAGANDA de si próprio! E, por não ter feito o que devia, porque não sobrou dinheiro ou porque ele pouco se interessa por esse assunto, morre gente, pessoas, seres humanos, todos perdem a única vida que têm. Podia ser um parente nosso, certamente tem gente boa no meio dos que morreram, pessoas que trabalhavam honestamente, eram bons pais de família, turma do bem. Que morreram... Foram visitar São Pedro, partiram para melhor, sucumbiram, bateram as botas...
E não acontece nada! Uma notícia como essa passa desapercebida. Ninguém mexe uma palha para questionar para onde estamos indo, aonde chegamos. É coisa dada como natural, corriqueira, igual ao assustador número de mortes nas estradas, maior do que muita guerra por aí, igual ao número de assaltos, latrocínios, que também mata mais do que guerras e tsunamis por aí afora. E é natural! É corriqueiro, é a coisa mais comum do mundo no nosso país, ninguém vê que aquilo
é inadmissível em muitos países do mundo civilizado. Aqui, virou rotina.
Mas não vamos nos esquecer do pior: por mais fundo que seja o poço, sempre haverá mais para onde descer. É um sumidouro, ou seja, não tem fundo. Vamos descer e descer e sempre haverá para onde descer mais.
Salvem-se quem puder!