"Deus" sendo tudo e tudo sendo "Deus," e sendo o homem auto-consciente(pleonasmo cabeludo), logo, o homem é "Deus", portanto, "Deus" é consciente.
Isso depende do que se entende por auto-consciência.
"Esse termo tem significado e história diferente de consciência. Na realidade não significa "consciência de si", no sentido de cognição (intuição, percepção etc.) que o homem tenha de seus atos ou de suas manifestações, percepções, ideias etc., tampouco significando retorno à realidade "interior", de natureza privilegiada; é a consciência que tem de si um Princípio infinito, condição de toda realidade. Esse termo também nada tem a ver com conhecimento de si, que designa o conhecimento mediato que o homem tem de si como um ente finito entre outros."1 Logo, o homem ter consciência de si mesmo no sentido de cognição e/ou conhecimento mediato de si ente finito entre outros, não faz dele, e nem por consequência do universo (como um todo infinito), autoconsciente(s).
O Brasil é formado pelo total de sua população, parte da população é loira, logo o Brasil é loiro. Lógica perfeita.

Ter consciência é uma característica obrigatória de deus?
Se não existe consciência você esta chamando as leis da física de deus.
Não não, foi só uma pergunta...
Então a consciência é uma característica obrigatória para a definição de deus?
Não. Existem muitas definições de "deus", e nem todas envolvem uma entidade autoconsciente.
A premissa básica da qual parte o panteísmo é simplesmente a de que Deus é tudo e o todo, a universidade dos seres ou conjunto de tudo quanto existe. Logo, acha-se aquilo capaz de abarcar o tudo e o todo para identifica-lo, ou seja, o próprio Universo. Deus, isto é, o Universo, um ser imanente no mundo, à natureza, e não um ser exterior e transcendente.
Já sobre auto-consciência, não conheço dicionário e/ou livro algum, de filosofia e/ou teologia que explicitamente associe a autoconsciência divina ao conceito de panteísmo. Spinoza, o maior expoente do panteísmo, discorre em toda sua "Ética", sobre Deus e o Universo como uma unica realidade integrada, sem mencionar uma vez se quer a ideia de auto-consciência divina.
Abraços!
Sempre tive curiosidade, mas não o bastante pra ler Spinoza, (ou Espinosa, grafia preferida de alguns filósofos brasileiros) sobre isso... Deus sive natura. Deus = natureza. Imanência. É só isso? Só trocar de nome, sem nenhum superpoder mágico? Sem nenhuma autoconsciência? Qual é a graça disso? Se for só isso (que tenho quase certo que não é), não vejo diferença entre um ateu (não crê na existência de deus(es)) e um panteísta, que crê na existência de deus (=natureza).
Com a palavra, os filos da filosofia do FCC.
Bom, o conceito de Deus de Spinoza é perfeitamente compatível com o modelo cientifico do mundo, tanto que Einstein, talvez o maior cientista da história, se dizia adepto do spinozismo, ou seja, quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein, de New York, se acreditava em Deus, o físico Albert Einstein respondeu:
"Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens".2Evidentemente a concepção do Deus spinoziano não se resume a simples equivalência de
"Deus sive natura", "Deus, isto é, a Natureza".
"Um dos propósitos de sua filosofia é esclarecer a identidade existente entre nossa mente e o conjunto de todas as coisas da natureza. Para ele essa identidade somente vai acontecer quando conhecermos a nós mesmos e conhecermos também a natureza [Deus]. O conhecimento da natureza se dá quando entendemos a essência dos objetos ou da sua causa mais próxima. Verdadeiro será o conhecimento que estiver em harmonia e se adaptar à ideia do objeto."3 "Para ele, a compreensão do todo não é um simples exercício intelectual: é um exercício de liberdade."4
1 Cf. ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Martins Fontes. São Paulo: 2007. p.95.
2 Cf. Saindo da Matrix - O Deus de Einstein
3 Cf. Só filosofia - Baruch Spinoza (1632 - 1677)
4 Cf. MARIOTTI, Humberto. O CONHECIMENTO DO CONHECIMENTO - A filosofia de Baruch de Espinosa e o pensamento complexo.