Se eu lhe pergunto; "Deus existe?"
E você me responde; "Não!"
Isso não é muito diferente caso eu perguntasse; "Você acredita na existência de Deus?"
E voce me respondesse; "Eu não acredito!"
Logo acho que negar/rejeitar categoricamente é apenas uma maneira mais direta de expor sua crença na inexistência, do que dizer que não acredita, já que em essência as afirmações significam a mesma coisa.
Talvez isso gere uma certa polêmica, já que o termo/conceito crença é geralmente um tabu dentro da comunidade ateísta, e não usa-lo para definir a posição racional ateísta ou qualquer outra posição de um ateu tido como um dogma da doutrina.
Se perguntarem: "Deus existe?", a minha resposta é "não sei".
Se perguntarem: "Acreditas que Deus existe?", a minha resposta é "não".
A primeira resposta é sobre o meu conhecimento, a segunda sobre a minha crença(neste caso, ausência de crença, descrença).
Para a primeira pergunta, sou agnóstico (posição de conhecimento).
Para a segunda, sou ateu (posição de crença).
Todos os seres humanos deveriam admitir que são agnósticos em relação ao tema de deus ou deuses, porque ninguém "sabe" se ele/eles existem. Depois deveriam dividir-se em teístas e ateus, crendo e não crendo em deus/deuses, respetivamente.
Claro que quem crê em deus diz que sabe que ele existe com 100% de certeza. Mas isso é ilusão. Ninguém pode saber nada com base na fé. Fé é a pior "desculpa" que o homem inventou quando não tem provas para demonstrar a veracidade e realidade das afirmações que faz.
Abraços!
O ateísmo não se trata de ausência de crença, mas sim de uma crença negativa, de rejeição ou negação. Um ateu simplesmente acredita no inverso do que um teísta acredita, enquanto um acredita na existência de deus(es), o outro acredita na inexistência de deus(es) ou na negação de sua(s) existência(s).
Já o agnóstico, é o único dos três que não manifesta crença sobre esta questão, visto que a crença envolve a aceitação/negação de uma proposição como verdadeira. Aquele que diz conhecer acredita nisso, e aquele que acredita na existência ou não de um ser, acha que sabe. Aquele que acredita supõe saber, aquele que sabe, acredita, não tem como fugir disso.
O que você pode admitir é que acredita, mas não tem como provar sua crença. Neste caso você ainda seria ateu, pois o agnosticismo não se trata somente de reconhecer não poder provar algo, mas sim de não manifestar opinião sobre este algo, nem no sentido de acreditar (aceitar como verdadeiro), nem desacreditar (no sentido de negar que seja verdadeiro).
Ou se é ateu, ou se é agnóstico, não se pode ser os dois ao mesmo tempo.
Um agnóstico responderia a pergunta se ele acredita ou não na existência de Deus, da mesma forma que responderia a pergunta se Deus existe ou não, ou seja, "Eu não sei".
Abraços!
Não se responde a uma pergunta de "acreditas em X?" com "Não sei". As pessoas ou acreditam ou não acreditam.
Um ateu é alguém que não acredita em deus. Dizer que um ateu é alguém que acredita que deus não existe é erróneo. É o mesmo que chamar a alguém não coleccionador de selos apenas porque essa pessoa não colecciona selos. Ninguém diz "sou um não coleccionador de selos". Apenas diz que não colecciona selos e não quero saber se há selos às cores, os preços, quem está estampado neles, etc. Simplesmente não faço colecção.
O agnosticismo me parece ser um termo frequentemente compreendido apenas de forma parcial, por isso vou expor aqui como entendo a posição daquele que se declara agnóstico, e creio que será mais fácil se começar apontando aquilo que o agnosticismo não é: ele não é a posição de alguém que está indeciso, em cima do muro, ou mesmo de alguém cauteloso em afirmar algo sobre o qual não tem certeza. Não é uma espécie de “caminho do meio” entre o ateísmo e o teísmo. Da mesma forma, ele não pressupõe a existência de Deus ou entidade sobrenatural alguma para em seguida dizer que não temos como saber nada sobre essa entidade.O que o agnosticismo afirma é que não pode haver certeza acerca da natureza última das coisas no mundo, ou seja, ele é contrário a todo dogmatismo que tente descrever quaisquer aspectos da realidade como uma certeza indubitável e infalível. Se afirmo conhecer de forma inquestionável e infalível que a única explicação para o universo é Deus, estou sendo dogmático. Da mesma forma, se afirmo que o universo pode ser completamente explicado pela ciência, qualificando como falso ou desprezível tudo o que não se enquadrar em seu método rigoroso, além de demonstrar grande desconhecimento sobre a natureza do conhecimento científico, também estou sendo dogmático. Assim, não é a natureza da justificação que se dá a uma afirmação que a torna dogmática, mas sim o ato de fazer de qualquer conhecimento ou crença, por melhor justificado que esteja, uma certeza infalível e indubitável. A posição agnóstica recusa-se a qualificar qualquer crença ou conhecimento acerca do mundo de forma dogmática.
Assim, no sentido acima exposto, o agnosticismo pouco tem a ver com o teísmo ou com o ateísmo, embora não seja incompatível com nenhum deles, exceto quando se manifestam de forma dogmática. É possível ser agnóstico e mesmo assim possuir uma crença sem qualquer justificação objetiva (ter fé) de que Deus existe. O fato de não ser possível justificar uma proposição ou afirmação não me impede de tomá-la por verdadeira, até porque em nosso cotidiano fazemos isso com uma frequência muito maior do que gostaríamos de admitir. Portanto, os que partilham da crença em Deus poderiam ser chamados de agnósticos teístas sem qualquer incoerência. Da mesma forma, pode-se crer que Deus não exista, que não passe de uma criação humana, não tendo qualquer existência independente do próprio homem, o que se pode chamar de postura agnóstica e ateísta.
De fato, muitos dos que se julgam simplesmente teístas, são também agnósticos, pois falam de sua crença em Deus não como uma afirmação dogmática mas sim como uma espécie de “aposta” de que ele exista ou uma aceitação de que tudo faz mais sentido se Deus existir, sendo esta portanto uma conclusão aceitável para eles, embora estejam cientes de que podem sim, estar errados. Adicionalmente, afirmam que não se pode justificar sua crença em Deus de forma alguma, nem filosófica, nem científica. Tais teístas são também agnósticos por saberem que suas crenças são passíveis de questionamentos e por afirmarem conscientemente que o único alicerce que possuem para sua crença em Deus é sua fé, que não serve como justificativa para ninguém além deles mesmos.Wiki
Etimologia[editar | editar código-fonte]
Agnosticismo derivou-se da palavra grega agnostos, formada com o prefixo de privação (ou de negação) a- anteposto a gnostos (conhecimento). Gnostos provinha da raiz pré-histórica gno-,que se aplicava à ideia de saber e que está presente em numerosos vocábulos da língua portuguesa, tais como cognição, cognitivo, ignorar, ignoto, ignorância, entre outros.
Uso[editar | editar código-fonte]
Muitas pessoas usam, erroneamente, a palavra agnosticismo com o sentido de um meio-termo entre teísmo e ateísmo, ou ainda, que se trata de uma pessoa sem posicionamento sobre crenças. Isso é estritamente incorreto, teísmo e ateísmo separam aqueles que acreditam em divindades daqueles que não acreditam em divindades. O agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística.
Alguém que admita ser impossível ter o conhecimento objetivo sobre a questão — portanto agnóstico — pode com base nisso não ver motivos para crer em qualquer deus (ateísmo fraco), ou pode, apesar disso, ainda acreditar em algum deus por fé (fideísmo). Nesse caso pode ser ainda um teísta, caso acredite em conceitos sobrenaturais como propostos por alguma religião ou revelação, ou um deísta (deísmo), caso acredite na existência de algo consideravelmente mais vago.