Entre o boquetinho no recreio e namorar um guerreirinho da Real, eu passo mas, por outro lado, acho que um compulsivozinho sexual de doze anos em casa também tiraria meu sono, o que para muitos talvez fosse o orgulho do papai/mamãe.
Tem um funkeirinho de 12 anos por aí que todas as letras de "música" são nas linhas de "como é bom transar com puta profissional, mete sua buceta no meu pau". Em outros tempos talvez isso fosse tido como pornografia infantil. Talvez também a aceitação fosse muito diferente se fosse uma "novinha" de doze anos cantando letras com o sexo "trocado".
Sei lá, acho que as pessoas de bem decidiram simplesmente ignorar o ambiente funkeiro. Tempos atrás, acho que aqui no fórum, talvez tenha sido até você, não me lembro, postaram um vídeo com umas jovenzinhas, nem imagino a idade, dançando, se é que se pode chamar aquilo de dança, ao som de "vou dar o ** de cabeça para baixo", mas não vi nada por aí sobre o assunto, nenhuma artigo, documentário, matéria no Fantástico. Era um tópico criticando esse tipo de coisa.
Faz um bocado de tempo que não vejo TV, mas o mais próximo disso que me lembro ter visto foi ainda no tempo do "axé music", quando as letras ainda se davam ao trabalho de ter "duplo sentido", por mais óbvio que fosse (e por incrível que pareça a coisa era melhor até musicalmente. A gente simplesmente não espera que as coisas possam piorar, mas a realidade nos prova errado), no contexto de música, e talvez algo mais recentemente, no ambiente de bailes/festas, um daqueles programas crentes como "fala que eu te escuto" mostrava um baile onde tinha uma "Mary go round" (não lembro o nome do brinquedo em português*) onde as meninas bebiam, sentavam lá, e eram giradas, com a intenção de fazer o álcool "subir" pela força centrífuga. Mas não me lembro de nada mais burguês do que isso, em termos de atenção na grande mídia.
* um desses:
Qual a parte de "filhos normais" você não entendeu?
Não entendi se esse tipo de comportamento seria considerado "normal" ou aceitável/recomendável, ou já um extremo, fora do normal.
E mesmo talvez um "extremo", pode ainda ser talvez visto como "normal" no sentido de "bobagens inócuas que os jovens fazem de vez em quando e não devem ser motivo de preocupação/contra-recomendação".
O que a família "mente aberta" pensa é que esse tipo de exposição preocupa não só no caso das filhas, mas também dos filhos, diferente do machismo/direitismo/conservadorismo que, exceto pelo gaysmo, acha tudo bonito.
Ah, então preocupa, mesmo aos de mente aberta?
Acho que é apenas um espantalho dos conservadores (dentre os quais eu não me incluo), que de modo geral não devem aprovar análogos masculinos (não que os pesos sejam sempre os mesmos para homens e mulheres). Acho seria mais correto rotular como "liberalismo machista/sexista" o perfil/ideologia completamente complacente com a "putaria masculina", mas é sempre tentador colocar só o "outro lado" como enviesado.
Agora, a família "mente aberta" é realista, o que os pimpolhos, bem criados, educados e informados, decidirem fazer da própria vida sexual depois de adultos, já não é da alçada dos pais, gostem eles ou não. E sim, a família "mente aberta" deseja que a filha, para o bem dela, leve bagagem para a vida, inclusive sexual, porque é saudável, faz parte da vida se aventurar, experimentar, descobrir, sofrer, se decepcionar, errar, consertar, acertar, enfim, que seja uma mulher normal, como a mãe dela, até para que ela não corra o risco de por uma aliança na mão de um machista/direitista/conservadorista/Realista/PUA/misógino/revoltado/inseguro/bitolado (nem o extremo oposto disso), porque ninguém merece um genro desses. Eu desejo que ela seja feliz e a experiência me diz que experiência de vida é fundamental para isso.
Acho curiosa a relutância em condenar taxativamente o comportamento. Parece um tremendo esforço em manter uma fachada plenamente "liberal", "moderna" ao mesmo tempo em que se tem ainda esse elemento "conservador", "retrógrado". Apenas pressionando um bocado e depois de se esquivar o tanto quanto possível, acabam admitindo, nas entrelinhas, muito timidamente, não ser algo "neutro", mas contra-recomendado. Em vez algo sobre o que fossem dizer, "meu filho/filha/irmão/irmã/esposa/marido/pai/mãe, você poderia fazer sexo oral em dezenas de estranhos em praça pública, em rede nacional, e isso apenas aumentaria o meu orgulho, e de toda família, agora como recordista mundial e desbravador(a), rompendo os grilhões da moral repressora arcaica". Mas a entonação final deve ser "liberal", e logo se fala coloca as coisa em termos mais vagos, subentendo algo de grau bem menor, mais dentro de um "liberalismo conservador", não sem qualquer restrição.
Tudo isso é medo de concordar o mínimo que seja e ser rotulado como "conservador", ou só em concordar mesmo, independentemente de rótulo?