Eu não ligo a mínima para o que os outros fazem ou deixam de fazer com as suas vidas privadas, incluindo a parte sexual, a menos que isto me afete diretamente.
Eu realmente preciso provar que isso é ser egocêntrico? "Os egocêntricos são sujeitos dispostos a fazer com que outros suportem as próprias dificuldades sem os ajudar, porque não se preocupam com os pensamentos, sentimentos e problemas das pessoas que os rodeiam enquanto não lhe causar infortúnio.
Sim, precisa demonstrar que a minha postura de não-interferência na vida privada das pessoas sem ser solicitado, em especial sobre as opções sexuais dela, representa uma manifestação de egocentrismo ("exaltação da própria personalidade").
Ela está em risco?
Só um cego para não perceber.
É mesmo? Que interessante porque não percebi (e não percebo) isto.
No meu 'círculo de amizade', no segmento de casais, por exemplo, não houve nenhum caso de separação nos últimos 15 anos.
De onde você concluiu isso?
Sou um filho sem pai e sem mãe, ambos se entregaram a uma vida extra-conjugal que levou ao divórcio e hoje vivem trocando de parceiros frequentemente enquanto se arrependem por terem entrado nessa vida e negado atenção aos filhos. Duvido que o sr. não se depare com um caso parecido ao longo de sua vida.
A separação de seus pais ocorreu por causa da busca por promiscuidade de um deles?
Ou aconteceu por outros motivos (que aqui não vem ao caso), mesmo que pequenos e que foram se acumulando?
O fato de se defender o respeito à livre escolha e ao direito de não interferência na vida privada põe em xeque o instituto dos 'relacionamentos conjugais'?
O fato de se defender o "respeito" à livre escolha e ao "direito" (ou seria dever?) na vida privada põe em xeque a excelência de um povo em todos os aspectos.
Não, não coloca de modo algum. Mas a ideia de que podemos interferir e controlar o que as pessoas desejam para as suas vidas privadas é que põe em risco o próprio conceito de liberdade individual e da própria democracia.
Um povo divido é um povo em decadência.
O povo alemão, entre 1932 e 1944, foi muito unido em torno de ideias 'moralizantes' e controladoras, de forma autoritária. E todos sabemos o que aconteceu.
Veja, por exemplo, o tanto que as feministas reclamam das cantadas de pedreiro que recebem na rua. Isso é uma consequência de má educação e falta de escrúpulo (novamente, advindo da má educação). Um "homem de bem", ou qualquer homem que tenha recebido uma boa educação familiar, nunca agiria dessa forma, pois sabe que além de ser uma atitude ridícula, é também desrespeitosa com as mulheres.
Sim.
E qual é a relação entre a má-educação das pessoas supra, exposta em ambiente público, com o fato das pessoas terem o direito de manter uma vida privada que só concerne a elas, no que toca a questão sexual?
Sim, em parte.
Na realidade, trata-se de querer impor a sua 'moral pessoal' sobre as dos outros.
Sim ou não? É ou não é? Vejo aqui um relativista moral.
Sim, é uma questão moral, como já afirmei antes.
Assim como, já mencionei que se trata de você querer impor a sua moral (sexual) para os outros.
Minha "moral pessoal" se aplica tanto aqui quanto no oriente e só traz benefícios à sociedade.
Você pode demonstrar que ela só traz benefícios?
E aproveito e pergunto: Ela tem alguma base religiosa?
Preciso dizer que não sou o único a compartilha-la?
E?
A não ser que você queira dizer com isto, que por existirem várias pessoas que compartilham a sua moral, você está "certo" de maneira automática.
Se for isto temos um
ad populum.
Não. Neste caso, trata-se de respeitar a opinião e atos dos outros, incluindo os que possam trazer algum dano para eles mesmos.
Não. Trata-se de viver uma vida individualista que desconsidera as consequências sociais.
De maneira alguma. Caso alguém traga algum dano a outrem, que seja julgado e condenado conforme a legislação aplicável.
O sr. também respeita a opinião e os atos de um estuprador?
Falsa analogia.
Em minha defesa dos atos inerentes às liberdades individuais privadas jamais englobou a aceitação de atos criminosos, como é o caso de estupro, porque é justamente uma violação de uma liberdade de uma pessoa por parte de outra pessoa.
Ou, correndo o risco de ser contraditório, diria que ele é imoral? Que não teve uma boa educação? Que foi desprezado pela família? Não venha me dizer que todos são doentes. A maioria é consciente da sua condição, mas a noção de liberdade absoluta que se prega por aí leva o sujeito à depravação.
Tirando os casos patológicos, os estupradores são, sem exceção, violadores conscientes da liberdade de outrem. Parece que você está confundindo as situações Rostov, na medida que a defesa da liberdade de escolha dos atos privados (incluindo os sexuais) não é um 'ato de consentimento' para que pessoas pratiquem atos criminosos, assim definidos em lei.
Concordo.
E qual é a relação disto com a sua 'visão de mundo', especificamente no caso da sexualidade?
Amigo, a promiscuidade é frequentemente relacionada com a negação do amor.
Mesmo que fosse o caso geral, o fato de existirem exceções já seria o suficiente para reconhecer que a 'promiscuidade' pode ser um "ingrediente sexual" para algumas pessoas, casais inclusive.
Promíscuos são, geralmente, pessoas que foram traídas ou sofreram algum trauma durante que os fizeram descrer na monogamia.
Sem dúvida que há pessoas assim.
Mas não generalize, porque há casais que (até o momento pelo menos) vivem bem com as suas opções sexuais 'heterodoxas'.
Você quer que eu prove isso também? Precisa de um silogismo para aceitar?
Se desejar...
Não é raro também mães colocarem na cabeça das filhas desde pequenas que homens não prestam. Eu mesmo já namorei uma moça que pensava assim por influência da mãe. Acabou que fui trocado por trata-la bem demais. Eu não concluí isso sozinho. Ouvi a própria dizer. Vai me dizer que isso não é culpa da falta de moralidade?
Ela o trocou porque você a tratou como uma senhorita 'prendada'?
Ou isto aconteceu porque ela não o amava?
E qual é a corrente filosófica que você mostraria para esta criança para que ela assim proceda, especialmente no que concerne aos relacionamentos afetivos e sexuais?
Não é essa a intenção. O objetivo é ensina-la a pensar. É fazê-la entender que existe uma co-responsabilidade no mundo em que vivemos. Veja um documentário demonstrando um novo modelo educacional feito na França: https://www.youtube.com/watch?v=0Tkyg3I8R9Y
Tudo bem.
Cada um educa os seus filhos conforme as suas convicções.
Non-sequitur.
A pessoa que preza pela liberdade individual, mesmo como um bem supremo, não implica que ela seja sem escrúpulos.
Implica exatamente isso.
Não, não implica.
Se você diz que não existe certo ou errado, você não tem escrúpulos.
Aqui você deu outro 'salto lógico' no vazio. Em momento algum, foi dito que não há um 'certo ou errado' em relação às múltiplas situações da vida e sim de que o que acontece no foro íntimo somente interessa às próprias pessoas e não aos demais indivíduos, especialmente àqueles que desejam controlar os outros.
Se você defende o direito de uma pessoa ser imoral e não faz nada para que ela deixe de ser, então, você é imoral, e por ser imoral, não tem escrúpulos.
Outro
non-sequitur.
Gostaria de ver o sr. respeitar o direito de um pedófilo abusar de sua filha quando ele o fez comprovadamente com consciência das consequências, apenas não achou errado o que fez. Aí está o seu relativismo moral que implica em amoralidade.
Mais um equívoco analítico seu.
A pedofilia é um comportamento definido em lei como de natureza criminosa porque implica em violação de uma liberdade pessoal por parte de outra pessoa.
Ou seja, vai contra aquilo que defendo.
E desculpe a minha omissão.
Seja bem vindo ao fórum, caro Rostov.
Obrigado, caro Geotecton.
Não há de que, meu caro Rostov.