Autor Tópico: A Falácia da Liberação das Armas de Fogo  (Lida 44857 vezes)

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Offline Gauss

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Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
« Resposta #525 Online: 25 de Agosto de 2018, 16:48:14 »
 ::)
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Vithor

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Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
« Resposta #526 Online: 26 de Agosto de 2018, 16:24:31 »
Acredito que liberando as armas ou não a violência no Brasil não vai mudar.

É possível haver países bem liberais no quesito armas como  Suiça e Canadá que possuem índices baixíssimos de violência.
Porém também é possível haver  países bem liberais no quesito armas como  Honduras e El salvador, EUA com índices altíssimos de violência
Mesma coisa para o outro lado.

Armar ou não armar a população não irá resolver em nada a violência.
Creio que o Brasil deveria investir na polícia e ações sociais em áreas violentas como Nova York fez, para depois pensar em liberar as armas.
Caso contrário entraremos em um Ciclo vicioso, onde se coloca a culpa da violência no Desarmamento ou na posse de armas.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
« Resposta #527 Online: 26 de Agosto de 2018, 16:36:39 »
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    http://mercadopopular.org/2018/03/mais-armas-mais-crimes/

    Mais armas, mais crimes: por que mudamos de ideia. Veja os dados.

    [...]

     A disponibilidade de armas na verdade tem dois efeitos simultâneos sobre a violência:

    • Efeito promotor. Do mesmo jeito que ocorre com as drogas, proibir o comércio de armas reduz a oferta total de armas e, com isso, aumenta o preço das armas no mercado ilegal. Isso não significa que vai ser impossível para criminosos comprar armas – mas significa que vai ser mais caro – e o esperado é que, por causa desse custo mais alto, criminosos tenham menos acesso a armas. Em resumo, o efeito promotor de violência das armas é: se as armas forem legalizadas, o preço de armamentos tenderá a cair, o acesso de criminosos a elas aumentará, e mais violência armada ocorrerá.
    • Efeito dissuasório. Criminosos, como os outros seres humanos, são, em geral, avessos ao risco. Isso não significa que a aversão ao risco deles é a mesma dos não-criminosos, mas simplesmente que, tudo o mais constante, eles prefeririam correr menor risco – por exemplo, eles prefeririam que ninguém à exceção deles tivesse armas – e maiores riscos devem ser compensados por recompensas maiores. Em resumo, o efeito dissuasório de violência das armas é: com armas legalizadas, o acesso a elas pela população civil será maior e a incerteza sobre se os civis vítimas de crimes estarem armados aumentará. Com isso, o risco para o criminoso também aumenta e, sendo ele avesso ao risco, ele tenderá a cometer menos crimes.
    [...]

    No caso da realidade brasileira, o cenário é ainda mais claro: quase a totalidade dos estudos indicam uma associação positiva entre armas e homicídios.

    Os estudos seminais no assunto foram publicados pelos economistas Daniel Cerqueira (IPEA) e João Manoel Pinho de Mello (Insper)[5]. Utilizando dados do Estado de São Paulo, eles demonstraram que, naqueles municípios onde as apreensões de armas pós-Estatuto do Desarmamento foram maiores, houve também uma queda proporcionalmente maior no número de homicídios, já considerados outras características de cada um dos municípios. Esse fluxo de queda do número de armas não teve nenhum impacto sobre atos violentos que não envolviam armas – o que indica que armas provavelmente têm um impacto de causalidade, e não somente correlação.

    A Tese de Doutorado de Gabriel Hartung (FGV/EPGE) também reforça essas conclusões, mostrando “evidências de que a queda da taxa de homicídios foi fortemente influenciada pela redução do estoque de armas”[6]. Ela também chama atenção para aspectos demográficos, mostrando que o número de crianças (5-10 anos) criadas em lares monoparentais (geralmente abandonadas pela figura paterna) têm um impacto sobre a taxa de homicídios 10 anos mais tarde.

    [...]

    Por fim, um estudo recente do economista Rodrigo Schneider (Universidade de Illinois em Urbana-Champaign) é o mais convincente quanto a relação entre o Estatuto do Desarmamento e as taxas de homicídios[7]. Usando dados bem detalhados, com 72 mil observações mês a mês no nível dos municípios, ele demonstra que no momento imediatamente posterior à implementação do Estatuto do Desarmamento (ED), houve uma ruptura na tendência da taxa de homicídios por arma de fogo – algo que, como esperado, não ocorreu nos homicídios que não utilizaram armas.

    [...]

    É verdade que existiu uma diferença nas tendências regionais de homicídios no Brasil (com um aumento no Norte-Nordeste e uma queda no Sudeste). É provável que essas divergências sejam explicadas por outras causas que não as armas e que, na ausência do Estatuto do Desarmamento, as taxas de homicídio no Norte-Nordeste fossem ainda mais altas hoje. Uma explicação importante para essa divergência é a demografia, já que o perfil etário do Norte-Nordeste é mais novo do que o do Sudeste e o número de jovens sobre a população total (particularmente de jovens que cresceram em situação de vulnerabilidade) está correlacionado com os níveis de violência.

    [...]








    Citar
    Em resumo, o efeito dissuasório de violência das armas é: com armas legalizadas, o acesso a elas pela população civil será maior e a incerteza sobre se os civis vítimas de crimes estarem armados aumentará. Com isso, o risco para o criminoso também aumenta e, sendo ele avesso ao risco, ele tenderá a cometer menos crimes.

    Acho que num país que resolve menos de 10% dos homicídios (o que talvez nem inclua latrocínios), não é desprezível a possibilidade desse fator dissuasório se anular bastante, se tornando mais um incentivo para já chegar matando, sempre que a possibilidade de fuga parecer suficientemente oportuna. Já não parece tão raro homicídio seguido do roubo apenas por sadismo.

    Mas é claro que nada disso é problema se o policial não for condenado por mandar chumbo grosso nessa escória que aterroriza a sociedade, que torna as pessoas de bem prisioneiras de seus lares.

    Offline Entropia

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #528 Online: 26 de Agosto de 2018, 22:39:26 »
    Eu já tinha falado no outro tópico sobre os artigos do "consenso científico" e como o Carlos Goés provavelmente nao leu ou escondeu o teor dos estudos quando eles nem de desarmamento falavam. Eu li os artigos do Brasil agora e 2 dos 3 apresentados falam da realidade do estado de Sao Paulo apenas. Leitura muito complicada e os autores nao facilitam no texto. O que é engracado que um dos artigos desmente o outro dizendo que a única variável efetivamente consistente para se determinar a prevalência de armas em uma região é o número de suiícidios por arma de fogo, e aí o outro artigo vem e faz a análise de estoque de armas por apreensao de armas de fogo(evidentemente que uma maior apreensao global de armas de fogo leva há uma reducao do uso das mesmas para crimes, agora as legais...)

    Esse artigo aqui:
    http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/2927/1/TD_1721.pdf

    Diz que o método utilizado por este
    http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/6616/Tese%20de%20Doutorado%20-%20Gabriel%20Hartung.pdf?sequence=1

    É no no mínimo significativamente questionável.  Problemas quando se usam estudos individuais pra explicar as coisas.

    (O irônico é que no texto anterior do IMP, o Goés critica o segundo artigo, mas agora concorda com ele, só olhar aqui, é o mesma citacao http://mercadopopular.org/2015/10/afinal-armas-aumentam-ou-reduzem-crimes-veja-os-dados/)

    Sobre o "artigo mais convincente" , olhando para o caso nacional é fácil de ver a diminuicao dos homicídios por armas após o estatuto. (Embora seja questionável porque o que houve, segundo o gráfico, foi apenas uma mudanca do intercepto no gráfico, o crescimento posterior parece igual ao de antes do estatuto, o que pode gerar a inferência de que o estatuto só serviu no máximo como medida a prazo bem curto)

    Mas quando se olha pelos dados regionais, o mesmo nao se observa

    http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/mapaViolencia2015.pdf

    As Regioes Norte e Sul apresentaram aumento na taxa de homicídios por arma de fogo, enquanto as outras regioes uma queda, mas a queda foi mais significativa no Sudeste, que já apresentava uma tendência de queda grande desde 1999. A questao é que, na regiao nordeste, a queda ocorreu apenas de 2003-2004, em 2005 o número de homicídios voltou para o mesmo valor de 2003, e seguiu crescendo até explodir nos valores atuais. O mesmo acontece com todas as regioes exceto sudeste.

    Nao dá pra avaliar o efeito do estatuto com tantas variáveis sem consideracao e com resultados contrários apontados a nível regional. A menos que se considere que o estatuto só teve um efeito de  1-3 anos, o que classificaria como uma inutilidade mesmo a curto prazo.

    Citar
    Acho que num país que resolve menos de 10% dos homicídios (o que talvez nem inclua latrocínios), não é desprezível a possibilidade desse fator dissuasório se anular bastante, se tornando mais um incentivo para já chegar matando, sempre que a possibilidade de fuga parecer suficientemente oportuna. Já não parece tão raro homicídio seguido do roubo apenas por sadismo.

    Só se você considerar que o bandido já sabe onde os pertences da vítimas estao. Nao teria porque nao pensar que existiriam chacinas por motivo algum ao redor do país pelo simples motivo de que nao será resolvido.

    Offline Buckaroo Banzai

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #529 Online: 26 de Agosto de 2018, 23:08:53 »
    Sobre o "artigo mais convincente" , olhando para o caso nacional é fácil de ver a diminuicao dos homicídios por armas após o estatuto. (Embora seja questionável porque o que houve, segundo o gráfico, foi apenas uma mudanca do intercepto no gráfico, o crescimento posterior parece igual ao de antes do estatuto, o que pode gerar a inferência de que o estatuto só serviu no máximo como medida a prazo bem curto)

    Por que? Não é razoável supor que "o mesmo" aumento ocorreria, mas proporcionalmente maior, com maior oferta de armas no mercado ilegal?

    O quanto se considera que o efeito seja "curto" dependerá então do que está se considerando como o efeito; uma redução absoluta na mortalidade por armas de fogo, versus uma redução no ritmo do crescimento dessa mortalidade com menor oferta de armas de fogo, que deve aumentar em longo prazo, mesmo que as mortes violentas também aumentem.

    Analogia quase insultante, o governo aumenta o preço dos carros para reduzir congestionamentos e mortes no trânsito, isso reduz a proporção de pessoas que podem comprar carros, a proporção que compra, mas os números absolutos ainda aumentam porque a população aumenta também, e assim também os acidentes e congestionamentos. Apesar de haver um efeito inicial mais brusco imediatamente, ele não chega a ser eliminado com o tempo, na verdade o efeito pode até ser dramático se comparado com uma projeção que mantivesse os mesmos ritmos anteriores.






    Citar
    Acho que num país que resolve menos de 10% dos homicídios (o que talvez nem inclua latrocínios), não é desprezível a possibilidade desse fator dissuasório se anular bastante, se tornando mais um incentivo para já chegar matando, sempre que a possibilidade de fuga parecer suficientemente oportuna. Já não parece tão raro homicídio seguido do roubo apenas por sadismo.

    Só se você considerar que o bandido já sabe onde os pertences da vítimas estao. Nao teria porque nao pensar que existiriam chacinas por motivo algum ao redor do país pelo simples motivo de que nao será resolvido.

    Bem, isso não decorre do que eu disse, mas teoricamente, seria sim possível. É cada vez mais comum nos EUA. Alias, hoje mesmo teve mais um caso. 11 mortos feridos e 2 ou 3 mortos em um campeonato de vídeo-games.

    https://edition.cnn.com/us/live-news/madden-19-jacksonville-shooting/index.html

    O GOP vai dizer que precisa-se de maior controle de armas virtuais, dos vídeo-games e filmes. Além de maior atenção a saúde mental, contanto que não seja na saúde pública.

    De qualquer forma, eu pensava em situações como matar alguém para roubar um carro ou moto, chegarem atirando, em vez de rendendo. O produto do roubo já é ajuda até na fuga. Mas quem sabe até para roubar coisas como carteira, tênis, relógio. Já acontecia.

    Offline Entropia

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #530 Online: 27 de Agosto de 2018, 20:18:24 »
    Por que? Não é razoável supor que "o mesmo" aumento ocorreria, mas proporcionalmente maior, com maior oferta de armas no mercado ilegal?

    O quanto se considera que o efeito seja "curto" dependerá então do que está se considerando como o efeito; uma redução absoluta na mortalidade por armas de fogo, versus uma redução no ritmo do crescimento dessa mortalidade com menor oferta de armas de fogo, que deve aumentar em longo prazo, mesmo que as mortes violentas também aumentem.

    Analogia quase insultante, o governo aumenta o preço dos carros para reduzir congestionamentos e mortes no trânsito, isso reduz a proporção de pessoas que podem comprar carros, a proporção que compra, mas os números absolutos ainda aumentam porque a população aumenta também, e assim também os acidentes e congestionamentos. Apesar de haver um efeito inicial mais brusco imediatamente, ele não chega a ser eliminado com o tempo, na verdade o efeito pode até ser dramático se comparado com uma projeção que mantivesse os mesmos ritmos anteriores.

    O efeito nao foi eliminado com o tempo, mas sim puxado pra baixo pois a única regiao onde ocorreu reducao significativa de homicídios por arma de fogo foi o sudeste(que os motivos vao muito além do estatuto, que possivelmente teve um efeito pífio na reducao da violência dessa regiao ao longo dos anos). E essa regiao é muito populosa, e consegue fazer com que o crescimento seja mais lento no brasil como um todo. Os homicídios explodiram no nordeste e no norte a despeito de qualquer estatuto. No Norte e no Sul, o estatuto nao teve nenhum efeito na imediata implantacao em 2003(ou se considerar o que o pessoal do mapa da violência diz, se os homicídios aumentaram é porquê o estatuto teve efeito negativo!!!111!), no nordeste, 2003-2004 houve queda nos homicídios, mas em 2005 o valor voltou a ser o de 2003. Mesmo o efeito de curto(muito curto) prazo do estatuto só foi eficiente em 2 regioes no Brasil. E nao estou falando  de apenas números brutos, eu mesmo usei a taxa de homicídios por 100mil habitantes que tem no MPV de 2015 que eu postei. O efeito é este na taxa, nao só no número.

    Aumento da taxa de homicídios: 2000-2011
    Nordeste: 71,3%
    Norte: 94,7%
    Centro-Oeste: 21,6%
    Sul: 24,9%
    Sudeste: -45%

    O declínio do crescimento se deve a reducao grande dos homicídios no Sudeste, tendo muita populacao. É quase como se fosse um país a parte.

    Suposto Efeito imediato do estatuto:
    Norte: Nao, ocorreu aumento de 2003 a 2004
    Sul: Nao, ocorreu aumento de 2003 a 2004
    Nordeste: Questionável, reduziu de 2003 a 2004 e voltou ao valor de 2003 em 2005.
    Sudeste: Sim, vamos adimitir que tenha ajudado bastante.
    Centro-Oeste: Sim.

    Ou seja, o efeito no crescimento é um enviesamento causado pela regiao sudeste. E o suposto efeito imediato ocorreu apenas nas Regioes sudeste e centro-oeste, mas o estatuto teve cobertura em todo o país. Extremamente questionável o efeito tanto curto quanto longo prazo do estatuto.

    E a sua analogia de carros fala de números brutos mas eu estou falando de taxas. De qualquer maneira, para carros é mais complicado ter um aumento de demanda ilegal de carros pra cobrir o efeito da intervencao do governo. (Tráfico de carros?). Se o Ciro na forca bruta tirar todo mundo do spc e reduzir o número de inadimplentes, mas depois esse número subir de novo porque as pessoas ficaram inadimplentes de novo, a proposta foi boa ou ruim?

    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #531 Online: 27 de Agosto de 2018, 20:45:58 »
    Complementando o Entropia, o caso do RS reforça o que ele demonstrou. Nos três primeiros anos do estatuto em vigor houve uma queda, porém um aumento absurdo nos anos seguintes.



    https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2017/01/numero-de-latrocinios-em-2016-e-o-maior-em-15-anos-no-rs-9604769.html


    Isso pode indicar até mesmo que a queda não foi causada pelo estatuto, visto este aumento absurdo nos anos seguintes.


    Os índices altos de violência, inclusive com armas de fogo, muito provavelmente são causados por fatores muito mais objetivos do que a simples posse de armas de fogo por cidadãos comuns.

    Continuando no caso do RS, temos um estado que está completamente falido. Há recordes negativos de efetividade policial nos anos recentes.
    https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2015/09/efetivo-da-bm-e-o-menor-em-33-anos-4847175.html

    Há precariedade na grande fronteira do RS com o Uruguai e Argentina, sendo que o Paraguai está há apenas 70 km atravessando a província de Entre Ríos (Argentina).
    https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2017/11/inspecao-aponta-falta-de-agentes-e-precariedade-em-postos-de-fronteira-da-pf-no-rs-cj9oooysj05vq01og42xo9522.html

    Não por a caso, é de lá que vêm a maior parte dos armamentos e drogas que abastecem as facções criminosas do RS.
    https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,armas-do-crime-vem-de-paraguai-e-eua-e-rota-e-pela-triplice-fronteira-diz-pf,70002143559

    E este é o ponto que eu quero chegar. Todos nós sabemos que são ESTAS armas que são em sua maior parte responsáveis pela violência com arma de fogo e apreensão de armas de fogo no Brasil. Porém, há algum estudo brasileiro que faça uma diferenciação entre armas de fogos ilegais (como estas que chegam da fronteira) e de armas de fogos adquiridas legalmente no cometimento de crimes com armas de fogo no Brasil?
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

    Offline JJ

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #532 Online: 27 de Agosto de 2018, 22:00:21 »





    homem bêbado passa em cima de mulher com caminhonete em briga de bar



    Offline JJ

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #533 Online: 27 de Agosto de 2018, 22:02:38 »


    Se o cara que usou a caminhonete contra as pessoas estivesse armado certamente ele teria atirado  várias vezes contra as pessoas do bar.

    Offline JJ

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #534 Online: 27 de Agosto de 2018, 22:05:45 »

    É altamente provável que aumentará a quantidade de tiroteios em brigas (brigas em bares, brigas no trânsito, etc) caso haja uma  liberação  no porte de armas. 

    A dúvida é: qual será a intensidade desse aumento ?






    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #535 Online: 27 de Agosto de 2018, 22:39:04 »

    É altamente provável que aumentará a quantidade de tiroteios em brigas (brigas em bares, brigas no trânsito, etc) caso haja uma  liberação  no porte de armas. 

    A dúvida é: qual será a intensidade desse aumento ?
    A mesma de antes do estatuto?

    Mas o porte de armas tem que ser bem regulado mesmo. Já era antes do estatuto. A questão é a posse, que tem que ser menos restritiva.
    « Última modificação: 27 de Agosto de 2018, 22:41:28 por Gauss »
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

    Offline Buckaroo Banzai

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #536 Online: 27 de Agosto de 2018, 23:01:23 »
    Por que? Não é razoável supor que "o mesmo" aumento ocorreria, mas proporcionalmente maior, com maior oferta de armas no mercado ilegal?

    O quanto se considera que o efeito seja "curto" dependerá então do que está se considerando como o efeito; uma redução absoluta na mortalidade por armas de fogo, versus uma redução no ritmo do crescimento dessa mortalidade com menor oferta de armas de fogo, que deve aumentar em longo prazo, mesmo que as mortes violentas também aumentem.

    Analogia quase insultante, o governo aumenta o preço dos carros para reduzir congestionamentos e mortes no trânsito, isso reduz a proporção de pessoas que podem comprar carros, a proporção que compra, mas os números absolutos ainda aumentam porque a população aumenta também, e assim também os acidentes e congestionamentos. Apesar de haver um efeito inicial mais brusco imediatamente, ele não chega a ser eliminado com o tempo, na verdade o efeito pode até ser dramático se comparado com uma projeção que mantivesse os mesmos ritmos anteriores.

    O efeito nao foi eliminado com o tempo, mas sim puxado pra baixo pois a única regiao onde ocorreu reducao significativa de homicídios por arma de fogo foi o sudeste(que os motivos vao muito além do estatuto, que possivelmente teve um efeito pífio na reducao da violência dessa regiao ao longo dos anos). E essa regiao é muito populosa, e consegue fazer com que o crescimento seja mais lento no brasil como um todo. Os homicídios explodiram no nordeste e no norte a despeito de qualquer estatuto.

    Sim, mas isso não seria inesperado do desarmamento ter um efeito não-nulo na redução do ritmo da subida na violência.

    É praticamente algo tautológico supor que mais armas legais no mercado são eventualmente mais armas no mercado negro, barateando o acesso aos criminosos, e aumentando a mortalidade por armas de fogo.

    A menos que se faça a suposição de que este mercado (para os criminosos), já está completamente satisfeito, que a demanda efetiva não cresce com oferta maior e mais barata.

    E esta ocorrência muito provavelmente se daria com efeitos de retroalimentação positiva: com menor restrição legal de armas, o consumo legal aumenta motivado pelo medo crescente, isso indiretamente aumenta a oferta no mercado negro, que propicia aumento da violência, que aumenta o medo, que leva as pessoas a comprar mais armas.




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    No Norte e no Sul, o estatuto nao teve nenhum efeito na imediata implantacao em 2003(ou se considerar o que o pessoal do mapa da violência diz, se os homicídios aumentaram é porquê o estatuto teve efeito negativo!!!111!), no nordeste, 2003-2004 houve queda nos homicídios, mas em 2005 o valor voltou a ser o de 2003. Mesmo o efeito de curto(muito curto) prazo do estatuto só foi eficiente em 2 regioes no Brasil. E nao estou falando  de apenas números brutos, eu mesmo usei a taxa de homicídios por 100mil habitantes que tem no MPV de 2015 que eu postei. O efeito é este na taxa, nao só no número.

    Não sei se faz muita diferença números brutos ou taxa de homicídios, a questão mais relevante seria a taxa de aumento nesses números, preferivelmente com algum "ajuste"/consideração com fatores como pirâmide etária e composição familiar como correlatos de fatores de risco.

    Analogia é algo como aquecimento global; pode "parar" as emissões de CO2 humanas, que o aquecimento ainda tem um fôlego autônomo, mas isso não significa que ele manterá o mesmo ritmo, apesar de ainda ser positivo.





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    Ou seja, o efeito no crescimento é um enviesamento causado pela regiao sudeste. E o suposto efeito imediato ocorreu apenas nas Regioes sudeste e centro-oeste, mas o estatuto teve cobertura em todo o país. Extremamente questionável o efeito tanto curto quanto longo prazo do estatuto.

    Os estudos explicitamente não atribuem toda variação ao estatuto, tem os outros fatores como pirâmide etária e etc.

    Que possível explicação poderia haver para a oferta de armas crescente no mercado negro não aumentar a violência, ou, sua redução, reduzir o aumento da violência? Frisando -- reduzir o ritmo no aumento, não reduzir a violência.

    Isso me parece inquestionavelmente a hipótese mais onerosa, sendo necessário postular mecanismos ou estados duvidosos das coisas, como uma satisfação plena da demanda por armas e munições, em abundância tal que não faz qualquer diferença. Você oferece uma arma ilegal baratíssima para um bandido, e eles rejeitam, já tem um arsenal estocado e não tem mais onde guardar. Todos eles, porque nem tem mais bandidos "novos" surgindo, todo mundo empregado e satisfeito, fora os bandidos já atualmente estabelecidos.




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    E a sua analogia de carros fala de números brutos mas eu estou falando de taxas. De qualquer maneira, para carros é mais complicado ter um aumento de demanda ilegal de carros pra cobrir o efeito da intervencao do governo. (Tráfico de carros?).

    Eu acho que não consegui explicar direito, porque tentei enfatizar não um efeito em números brutos (redução ou estagnação), mas uma desaceleração no ritmo do aumento do problema. Menor abastecimento do mercado ilegal via mercado legal = menor abastecimento dos criminosos. É algo muito implausível de ter um efeito nulo, mesmo que não signifique de maneira alguma a eliminação do mercado ilegal, apenas a redução de uma fonte. Fonte que, é razoável supor, tenderia a se abrir cada vez mais.



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    Se o Ciro na forca bruta tirar todo mundo do spc e reduzir o número de inadimplentes, mas depois esse número subir de novo porque as pessoas ficaram inadimplentes de novo, a proposta foi boa ou ruim?

    Não enxergo qualquer analogia. Tirar as pessoas da inadimplência na canetada não está fechando qualquer "fonte" de inadimplência, mas talvez até de certa forma abrindo. Já a redução da entrada de armas no mercado negro praticamente só pode ter um efeito positivo, reduzindo o ritmo de armamento dos criminosos, se comparada a um cenário onde essa fonte se mantém aberta ou se abre mais, mesmo que eles continuem se armando com um mercado negro ainda existente, mas com menor oferta, mais cara.

    Offline Buckaroo Banzai

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #537 Online: 27 de Agosto de 2018, 23:12:02 »
    Complementando o Entropia, o caso do RS reforça o que ele demonstrou. Nos três primeiros anos do estatuto em vigor houve uma queda, porém um aumento absurdo nos anos seguintes.

    Não se supõe que a redução na oferta de armas de fogo no mercado negro, indiretamente decorrente da redução da oferta legal, seja a única determinante do ritmo de homicídios, até porque a própria oferta no mercado negro pode aumentar, mesmo que a fonte de armas legais se feche em algum grau considerável.

    Em uma realidade paralela, sem estatuto, e sem uma redução correspondente no mercado negro, o aumento seria maior.

    Intuitivamente acho mais razoável supor um efeito maior de longo prazo, qualquer diferença significativa de curto prazo se devendo a não tanto aos criminosos de carreira (não diretamente afetados, raríssimos os casos em que fossem ter tido suas armas entregues por algum parente), mas a homicídios por motivos fúteis reduzidos. Em longo prazo, é reduzido o efeito retroalimentativo das pessoas se armando por um medo crescente e aumentando cada vez mais a oferta, cada vez mais barata, no mercado negro. 


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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #538 Online: 31 de Agosto de 2018, 23:57:21 »


    Ancap detonando Amôedo só por causa da questão das armas:

    <a href="https://www.youtube.com/v/Ro0nJg67HiI" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/Ro0nJg67HiI</a>



    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #539 Online: 01 de Setembro de 2018, 09:49:11 »
    Fake News.

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    No Recife, João Amoêdo defende privatizações e liberação de armas

    http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2018/08/31/interna_politica,761499/no-recife-joao-amoedo-defende-privatizacoes-e-liberacao-de-armas.shtml

    Citar
    O pré-candidato do Partido Novo à presidência João Amoêdo concedeu uma entrevista à Gazeta Online. Entre outros temas relacionados às suas bandeiras e de sua legenda, o engenheiro fez uma afirmação significativa: a de que liberação de armas não é política de segurança. [1]

    Isso não significa que Amoêdo seja a favor do desarmamento – ele acredita apenas que a questão está mal colocada. “Julgamos que as pessoas devem ter direito à sua legítima defesa. É claro que tem de haver um processo de checagens e testes para que a pessoa tenha direito à compra e ao porte de arma, mas deveria ser uma prerrogativa de qualquer cidadão”, afirmou.

    Contudo, o engenheiro não acredita que armar a população seja medida para resolver o problema. “Ela (a solução) cabe ao estado e ele não tem que terceirizar isso às pessoas. Defendemos (o porte de armas) como uma política ligada à liberdade das pessoas e não uma política de segurança”, explicou. Como políticas de segurança, Amoêdo pretende integrar melhor as diversas esferas de planejamento e execução, treinar e preparar melhor as polícias, reformar a Lei de Execução Penal e estimular parcerias público-privadas para os presídios.

    https://www.boletimdaliberdade.com.br/2018/06/25/joao-amoedo-diz-que-liberacao-de-armas-nao-e-politica-de-seguranca/


    Citar
    Armas
    Na sabatina, o candidato foi questionado sobre o porte de armas e disse ser a favor. "Um dos valores principais do Novo é a defesa das liberdades individuais. O cidadão tem direito à legítima defesa. Seríamos a favor do porte de armas, com alguns testes, condicionantes. De forma alguma entendo que isso é uma política de segurança pública”.

    “Não é dando arma para todo mundo que vai resolver o problema da segurança, mas é uma liberdade que as pessoas têm que ter, com sua responsabilidade atrelada", completa.
    https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2018/noticia/2018/08/28/joao-amoedo-diz-que-ira-privatizar-caixa-economica-banco-do-brasil-e-correios.ghtml

    Citar
    Usar arma é um legítimo direito do cidadão, diz Amoêdo

    Não é só o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) que defende o porte de armas para o cidadão brasileiro. O presidenciável João Amoêdo (Novo), no Recife, nessa quinta-feira (30), também contou por qual razão defende o uso de armas. Segundo ele, esse é um “legítimo direito do cidadão”.

    Amoêdo disse que a liberdade para as pessoas usarem armas não irá aumentar o clima de insegurança no país. “Inclusive, desde que nós implementamos o Estatuto do Desarmamento, tiramos as armas da população de bem e, no entanto, o índice de criminalidade no Brasil vem crescendo ano após ano. Em vários países do mundo como os Estados Unidos é um exemplo, onde o crescimento da venda de armas de fogo aumentou, o índice de criminalidade reduziu. Então não tem, necessariamente, uma associação entre as duas coisas”, argumentou durante uma coletiva no comitê da legenda, no bairro do Pina. 

    O candidato falou que é o cidadão que tem que ser “responsável” por sua vida. “Ele tem que ser responsável pelas decisões que toma. Muitas vezes o Estado brasileiro julga o cidadão como se fosse alguém infantil, então ele pega o fundo de garantia do trabalhador, aplica numa taxa menor que é a poupança, faz com que o trabalhador tenha que fazer voto obrigatório, impede que o brasileiro tenha arma, tudo isso dentro do conceito de que nós não somos capazes de cuidar de nós mesmos e que precisamos do Estado, através de alguns políticos, para dizer o que a gente deve fazer, como deve fazer e de que forma a gente vai fazer. Isso tá errado, é isso que a gente quer mudar”. [...]
    http://www.leiaja.com/politica/2018/08/31/usar-arma-e-um-legitimo-direito-do-cidadao-diz-amoedo/


    Citar
    [...]
    Desarmamento

    Nessa questão o pré-candidato explicou, também ao HuffPost Brasil, que o partido se posiciona contra. Para ele, assim como para o Novo, “as pessoas devem ter liberdade de portar arma se for de seu interesse, claro que com responsabilidade”.

    https://www.semprefamilia.com.br/o-que-joao-amoedo-pensa-sobre-aborto-drogas-casamento-gay-e-desarmamento/



    Amoêdo, como sempre, é o cara com a visão mais sensata. Nunca fui tão representado por um candidato como estou sendo nestas eleições.
    « Última modificação: 01 de Setembro de 2018, 09:51:47 por Gauss »
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.


    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #541 Online: 01 de Setembro de 2018, 12:20:53 »
    As pessoas pró-estatuto do desarmamento são contra o direito a legítima defesa?
    Desarmamentistas, de modo geral, acreditam que apenas o estado deve prover a defesa do cidadão, como se isso fosse possível. Já ouviu o jargão "Nunca reaja, em hipótese alguma"?

    Também seria contraditório um grupo que quer que a população fique desarmada serem a favor da legítima defesa. Seria como querer que o Brasil atingisse altos índices de educação sem nenhuma escola.
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #542 Online: 01 de Setembro de 2018, 12:57:18 »
    Fake News.

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    No Recife, João Amoêdo defende privatizações e liberação de armas

    http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2018/08/31/interna_politica,761499/no-recife-joao-amoedo-defende-privatizacoes-e-liberacao-de-armas.shtml

    Citar
    O pré-candidato do Partido Novo à presidência João Amoêdo concedeu uma entrevista à Gazeta Online. Entre outros temas relacionados às suas bandeiras e de sua legenda, o engenheiro fez uma afirmação significativa: a de que liberação de armas não é política de segurança. [1]

    Isso não significa que Amoêdo seja a favor do desarmamento – ele acredita apenas que a questão está mal colocada. “Julgamos que as pessoas devem ter direito à sua legítima defesa. É claro que tem de haver um processo de checagens e testes para que a pessoa tenha direito à compra e ao porte de arma, mas deveria ser uma prerrogativa de qualquer cidadão”, afirmou.

    Contudo, o engenheiro não acredita que armar a população seja medida para resolver o problema. “Ela (a solução) cabe ao estado e ele não tem que terceirizar isso às pessoas. Defendemos (o porte de armas) como uma política ligada à liberdade das pessoas e não uma política de segurança”, explicou. Como políticas de segurança, Amoêdo pretende integrar melhor as diversas esferas de planejamento e execução, treinar e preparar melhor as polícias, reformar a Lei de Execução Penal e estimular parcerias público-privadas para os presídios.

    https://www.boletimdaliberdade.com.br/2018/06/25/joao-amoedo-diz-que-liberacao-de-armas-nao-e-politica-de-seguranca/


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    Armas
    Na sabatina, o candidato foi questionado sobre o porte de armas e disse ser a favor. "Um dos valores principais do Novo é a defesa das liberdades individuais. O cidadão tem direito à legítima defesa. Seríamos a favor do porte de armas, com alguns testes, condicionantes. De forma alguma entendo que isso é uma política de segurança pública”.

    “Não é dando arma para todo mundo que vai resolver o problema da segurança, mas é uma liberdade que as pessoas têm que ter, com sua responsabilidade atrelada", completa.
    https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2018/noticia/2018/08/28/joao-amoedo-diz-que-ira-privatizar-caixa-economica-banco-do-brasil-e-correios.ghtml

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    Usar arma é um legítimo direito do cidadão, diz Amoêdo

    Não é só o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) que defende o porte de armas para o cidadão brasileiro. O presidenciável João Amoêdo (Novo), no Recife, nessa quinta-feira (30), também contou por qual razão defende o uso de armas. Segundo ele, esse é um “legítimo direito do cidadão”.

    Amoêdo disse que a liberdade para as pessoas usarem armas não irá aumentar o clima de insegurança no país. “Inclusive, desde que nós implementamos o Estatuto do Desarmamento, tiramos as armas da população de bem e, no entanto, o índice de criminalidade no Brasil vem crescendo ano após ano. Em vários países do mundo como os Estados Unidos é um exemplo, onde o crescimento da venda de armas de fogo aumentou, o índice de criminalidade reduziu. Então não tem, necessariamente, uma associação entre as duas coisas”, argumentou durante uma coletiva no comitê da legenda, no bairro do Pina. 

    O candidato falou que é o cidadão que tem que ser “responsável” por sua vida. “Ele tem que ser responsável pelas decisões que toma. Muitas vezes o Estado brasileiro julga o cidadão como se fosse alguém infantil, então ele pega o fundo de garantia do trabalhador, aplica numa taxa menor que é a poupança, faz com que o trabalhador tenha que fazer voto obrigatório, impede que o brasileiro tenha arma, tudo isso dentro do conceito de que nós não somos capazes de cuidar de nós mesmos e que precisamos do Estado, através de alguns políticos, para dizer o que a gente deve fazer, como deve fazer e de que forma a gente vai fazer. Isso tá errado, é isso que a gente quer mudar”. [...]
    http://www.leiaja.com/politica/2018/08/31/usar-arma-e-um-legitimo-direito-do-cidadao-diz-amoedo/


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    [...]
    Desarmamento

    Nessa questão o pré-candidato explicou, também ao HuffPost Brasil, que o partido se posiciona contra. Para ele, assim como para o Novo, “as pessoas devem ter liberdade de portar arma se for de seu interesse, claro que com responsabilidade”.

    https://www.semprefamilia.com.br/o-que-joao-amoedo-pensa-sobre-aborto-drogas-casamento-gay-e-desarmamento/



    Amoêdo, como sempre, é o cara com a visão mais sensata. Nunca fui tão representado por um candidato como estou sendo nestas eleições.

    Então se alguém puder informar pessoal dessa gafe do Alexandre Porto, porque estrago já foi feito pois muita gente viu vídeo e tomou como verdade "contra" o Amôedo.



    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #543 Online: 01 de Setembro de 2018, 13:27:59 »
    Então se alguém puder informar pessoal dessa gafe do Alexandre Porto, porque estrago já foi feito pois muita gente viu vídeo e tomou como verdade "contra" o Amôedo.

    Infelizmente as pessoas apenas escolhem acreditar no que é conveniente para si, nunca na verdade. :/
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

    Offline Buckaroo Banzai

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #544 Online: 01 de Setembro de 2018, 14:23:38 »
    As pessoas pró-estatuto do desarmamento são contra o direito a legítima defesa?
    Desarmamentistas, de modo geral, acreditam que apenas o estado deve prover a defesa do cidadão, como se isso fosse possível. Já ouviu o jargão "Nunca reaja, em hipótese alguma"?

    Também seria contraditório um grupo que quer que a população fique desarmada serem a favor da legítima defesa. Seria como querer que o Brasil atingisse altos índices de educação sem nenhuma escola.

    "Nunca reaja", não é no sentido de "não faça dessa vítima da sociedade uma vítima ainda mais vitimada ao violentamente oprimí-la tentando impedir a sua expressão de desespero classificada como 'crime' pela privilegiada sociedade burguesa", mas de que a reação tem maiores chances de terminar muito pior para quem tenta se defender (ou, defender geralmente a propriedade) do que se fosse simplesmente roubada.

    O estatuto do desarmamento, pelo que entendo, não determina de fato um desarmamento absoluto, mas permite àqueles que se considerar terem necessidade (imagino requerer ameaça de morte em vez de apenas risco de roubo), tenham uma arma.

    Auto-defesa não se resume a reação, muito menos a reação armada, que será a estratégia menos eficiente, com maior mortalidade dos que se colocam em situação de depender dela.

    Offline Agnoscetico

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #545 Online: 01 de Setembro de 2018, 14:26:49 »

    Pelo jeito Porto mentiu ou vacilou:

    <a href="https://www.youtube.com/v/TOsoe_hzvq4" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/TOsoe_hzvq4</a>



    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #546 Online: 01 de Setembro de 2018, 14:50:28 »
    As pessoas pró-estatuto do desarmamento são contra o direito a legítima defesa?
    Desarmamentistas, de modo geral, acreditam que apenas o estado deve prover a defesa do cidadão, como se isso fosse possível. Já ouviu o jargão "Nunca reaja, em hipótese alguma"?

    Também seria contraditório um grupo que quer que a população fique desarmada serem a favor da legítima defesa. Seria como querer que o Brasil atingisse altos índices de educação sem nenhuma escola.

    "Nunca reaja", não é no sentido de "não faça dessa vítima da sociedade uma vítima ainda mais vitimada ao violentamente oprimí-la tentando impedir a sua expressão de desespero classificada como 'crime' pela privilegiada sociedade burguesa", mas de que a reação tem maiores chances de terminar muito pior para quem tenta se defender (ou, defender geralmente a propriedade) do que se fosse simplesmente roubada.

    O estatuto do desarmamento, pelo que entendo, não determina de fato um desarmamento absoluto, mas permite àqueles que se considerar terem necessidade (imagino requerer ameaça de morte em vez de apenas risco de roubo), tenham uma arma.

    Auto-defesa não se resume a reação, muito menos a reação armada, que será a estratégia menos eficiente, com maior mortalidade dos que se colocam em situação de depender dela.
    O Estatuto do Desarmamento determina que para simplesmente comprar arma já deve-se demonstrar "efetiva necessidade", além de ter "carteira de trabalho assinada", por exemplo. Eles não são claros quanto à "efetiva necessidade" ou o que seria isso. É algo completamente arbitrário e sem sentido.

    Citar
    Para adquirir uma arma de fogo de uso permitido o cidadão deve dirigir-se a uma unidade da Polícia Federal munido de requerimento preenchido, além de apresentar os seguintes documentos e condições:

    (a) ter idade mínima de 25 anos, exceto para os cargos definidos no artigo 28 da Lei 10.826/03;

    (b) 1 (uma) foto 3x4 recente;

    (c) cópias autenticadas ou original e cópia do RG, CPF

    (e) comprovante de residência (Água, Luz, Telefone, DECLARAÇÃO com firma reconhecida do titular da conta ou do proprietário do imóvel). Caso o imóvel esteja em nome do cônjuge ou companheiro (a), apresentar também Certidão de Casamento ou de Comunhão Estável;

    (e) apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita;

    (f) declaração escrita da efetiva necessidade, expondo fatos e circunstâncias que justifiquem o pedido;


    (g) declaração de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal (vide exemplo);

    (h) comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual (incluindo Juizados Especiais Criminais), Militar e Eleitoral, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;

    Consulte aqui a forma de obtenção das certidões em cada localidade.
    (i) comprovante bancário de pagamento da taxa devida para a emissão do documento através da Guia de Recolhimento da União - GRU;

    (j)  comprovação de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, realizado em prazo não superior a 01 ano, que deverá ser atestado por psicólogo credenciado pela Polícia Federal;

    (k) comprovação de capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo, realizado em prazo não superior a 01 ano, que deverá ser atestado por instrutor de armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal

    http://www.pf.gov.br/servicos-pf/armas/aquisicao

    Os trechos destacados são os que eu considero que deveria ser revogado do Estatuto do Desarmamento, mantendo-se o resto. Pelo que o Amoêdo fala, é algo mais ou menos assim que ele tentaria implementar. Ninguém que comprovadamente cumpre  lei e tem capacidade técnica para o manuseio deveria ter que demonstrar para o "senhor Governo" o porque de querer comprar uma arma. É só para dificultar. Fora que trabalhadores autônomos que estão na informalidade também são impedidos de comprar armas, mesmo que cumpra todos os outros requisitos. 25 anos também acho uma idade alta, baixaria para 21 anos.


    Em relação a auto-defesa, simplesmente não importa se há riscos de morrer em uma reação armada. Há crimes no Brasil, como o abigeato, que é simplesmente quase impossível reagir sem ser uma reação armada. Em lugares rurais isolados, os criminosos praticam o crime sem nem precisar se preocupar com a polícia, já que ela não chega a tempo (ou nem chega) em tais lugares. Neste caso o produtor rural vai deixar os criminosos fazer a limpa ou vai reagir e proteger o seu sustento? O governo vai indenizar?

    Todos devem ter o direito de se defender, o governo não deveria interferir nisso.
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

    Offline Gauss

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #547 Online: 01 de Setembro de 2018, 14:53:38 »

    Pelo jeito Porto mentiu ou vacilou:

    <a href="https://www.youtube.com/v/TOsoe_hzvq4" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/TOsoe_hzvq4</a>
    Amoêdo está sofrendo muitos ataques desonestos.
    Citação de: Gauss
    Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

    Offline JJ

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #548 Online: 01 de Setembro de 2018, 15:01:17 »

    Os trechos destacados são os que eu considero que deveria ser revogado do Estatuto do Desarmamento, mantendo-se o resto. Pelo que o Amoêdo fala, é algo mais ou menos assim que ele tentaria implementar. Ninguém que comprovadamente cumpre  lei e tem capacidade técnica para o manuseio deveria ter que demonstrar para o "senhor Governo" o porque de querer comprar uma arma. É só para dificultar. Fora que trabalhadores autônomos que estão na informalidade também são impedidos de comprar armas, mesmo que cumpra todos os outros requisitos. 25 anos também acho uma idade alta, baixaria para 21 anos.

    Em relação a auto-defesa, simplesmente não importa se há riscos de morrer em uma reação armada. Há crimes no Brasil, como o abigeato, que é simplesmente quase impossível reagir sem ser uma reação armada. Em lugares rurais isolados, os criminosos praticam o crime sem nem precisar se preocupar com a polícia, já que ela não chega a tempo (ou nem chega) em tais lugares. Neste caso o produtor rural vai deixar os criminosos fazer a limpa ou vai reagir e proteger o seu sustento? O governo vai indenizar?

    Todos devem ter o direito de se defender, o governo não deveria interferir nisso.



    Concordo com a maior parte, só na idade que considero que seja melhor manter 25 anos.




    Offline Entropia

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    Re:A Falácia da Liberação das Armas de Fogo
    « Resposta #549 Online: 01 de Setembro de 2018, 16:23:55 »
    Sim, mas isso não seria inesperado do desarmamento ter um efeito não-nulo na redução do ritmo da subida na violência.

    É praticamente algo tautológico supor que mais armas legais no mercado são eventualmente mais armas no mercado negro, barateando o acesso aos criminosos, e aumentando a mortalidade por armas de fogo.

    A menos que se faça a suposição de que este mercado (para os criminosos), já está completamente satisfeito, que a demanda efetiva não cresce com oferta maior e mais barata.

    E esta ocorrência muito provavelmente se daria com efeitos de retroalimentação positiva: com menor restrição legal de armas, o consumo legal aumenta motivado pelo medo crescente, isso indiretamente aumenta a oferta no mercado negro, que propicia aumento da violência, que aumenta o medo, que leva as pessoas a comprar mais armas.

    [/quote]

    Os dados não indicam qualquer efeito do estatuto do desarmamento, vai de fazer uma hipótese de redução do crescimento. Mas aí a discussão vira efeito promotor vs efeito disuasivo. O resultado vai depender do quao grande você acha que um efeito vai ser em relação ao outro, mas os dados, como já mostrado, nao possuem informacoes suficientes pra se supor a infuência do estatuto nisso. Na realidade, a velocidade de crescimento aumentou em 3 das 5 regioes do brasil de forma extrema. O único local onde a suposta velocidade de crescimento baixou foi no sudeste e centro-oeste.

    Tautológico? Mas existem efeitos contrários a oferta do mercado negro com o aumento da oferta de armas legais. Pessoas que compram armas do mercado negro e não usam para cometer crimes irão migrar para a legalidade. E deve-se considerar o efeito da elasticidade ao mercado negro a leis, ora, se o mercado negro é o local onde se "foge" das leis, quem é fiel ao mercado negro continuará sendo, e mesmo que a oferta aumente, se a elasticidade for baixa, os criminosos simplesmente nao irao comprar mais armas por ser desnecessário frente aos gastos,Afinal, isso hoje no brasil é basicamente sustentado pelo tráfico de drogas. Seria como uma promocao na feira, se a pizza ficar 50% mais barata por um dia, as pessoas vao comprar mais pizza, mas isso não irá refletir em maior obesidade. 

    Citar

    Não sei se faz muita diferença números brutos ou taxa de homicídios, a questão mais relevante seria a taxa de aumento nesses números, preferivelmente com algum "ajuste"/consideração com fatores como pirâmide etária e composição familiar como correlatos de fatores de risco.

    Analogia é algo como aquecimento global; pode "parar" as emissões de CO2 humanas, que o aquecimento ainda tem um fôlego autônomo, mas isso não significa que ele manterá o mesmo ritmo, apesar de ainda ser positivo.

    Faz diferenca, pois em termos brutos o número de homicídios em todas as regioes exceto sudeste aumentaram mesmo após o estatuto. E, de novo, na falta de dados, não se pode supor qualquer efeito do estatuto sobre o crescimento. O que pode-se inferir, no entanto, é que devido aos dados de taxa, esse efeito é pequeno, no máximo. 



    Citar
    Os estudos explicitamente não atribuem toda variação ao estatuto, tem os outros fatores como pirâmide etária e etc.

    Que possível explicação poderia haver para a oferta de armas crescente no mercado negro não aumentar a violência, ou, sua redução, reduzir o aumento da violência? Frisando -- reduzir o ritmo no aumento, não reduzir a violência.

    Isso me parece inquestionavelmente a hipótese mais onerosa, sendo necessário postular mecanismos ou estados duvidosos das coisas, como uma satisfação plena da demanda por armas e munições, em abundância tal que não faz qualquer diferença. Você oferece uma arma ilegal baratíssima para um bandido, e eles rejeitam, já tem um arsenal estocado e não tem mais onde guardar. Todos eles, porque nem tem mais bandidos "novos" surgindo, todo mundo empregado e satisfeito, fora os bandidos já atualmente estabelecidos.

    Você está supondo um efeito do aumento do uso de armas pelo mercado negro por criminosos pelo aumento da oferta, mas como já disse, a migracao de pessoas pra fora da ilegalidade e o fato da elasticidade da demanda do mercado negro ser baixo com relacao a essas leis. Nao se pode inferir que os criminosos vao sair comprando mais armas pra cometer mais crimes. O mercado nao precisa estar "satisfeito", o efeito simplesmente nao vai ser percebido, a menos que existam dados que mostrem que a elasticidade da oferta no mercado negro sejam altas com qualquer aumento de oferta. Arma ilegal "baratíssima" ocorrer pelo aumento da oferta de armas legais no mercado parece mais extrapolacao.


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    Eu acho que não consegui explicar direito, porque tentei enfatizar não um efeito em números brutos (redução ou estagnação), mas uma desaceleração no ritmo do aumento do problema. Menor abastecimento do mercado ilegal via mercado legal = menor abastecimento dos criminosos. É algo muito implausível de ter um efeito nulo, mesmo que não signifique de maneira alguma a eliminação do mercado ilegal, apenas a redução de uma fonte. Fonte que, é razoável supor, tenderia a se abrir cada vez mais.

    Nao é implausível a medida que você considera que o efeito na oferta será baixo. Os criminosos podem comprar mais armas, mas simplesmente pra aumentar seu arsenal, a "reserva" deles que pode ser traduzida em 1 ou 2 armas em frente as 150 que eles já adquirem, que podem já ser usada em conjunto pra cometer os mesmos crimes, sem aumento do número em si. Ou entao pra aumentar o número de guarda costas de um traficante. Novamente, sem dados, suposicoes "plausíveis" existem em mais de uma direcao.



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    Não enxergo qualquer analogia. Tirar as pessoas da inadimplência na canetada não está fechando qualquer "fonte" de inadimplência, mas talvez até de certa forma abrindo. Já a redução da entrada de armas no mercado negro praticamente só pode ter um efeito positivo, reduzindo o ritmo de armamento dos criminosos, se comparada a um cenário onde essa fonte se mantém aberta ou se abre mais, mesmo que eles continuem se armando com um mercado negro ainda existente, mas com menor oferta, mais cara.

    Se ele usar dinheiro público para pagar a dívida de todo mundo, e flexibilizar os prazos para o pagamento, reduzindo drasticamente o número de inadimplentes, daqui há 2 anos esse número volta a crescer, pois as pessoas voltam a ter o nome sujo, mas eu posso supor que sem a proposta, esse número de inadimplentes estaria ainda maior. E aí?

     

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