O texto não é meu, mas eu pergunto: por que os islamitas fogem em massa para a Europa?
Fogem é? Não sabia!
Achava que iam pra lá pra ganhar a vida, assim como portugueses, italianos, alemães, japoneses, libaneses fizeram quando vieram para cá. E você, ou seus antepassados, fugiram da Europa para cá? Por quê?
Bem, todos os dias há notícias de barcos ou navios com centenas de imigrantes desesperados tentando entrar na Europa, muitos morrendo afogados.
Mudando de assunto:
O Rio recebeu levas e mais levas de imigrantes judeus e sírio-libaneses ao longo do século XX.
Quem mudou para se adaptar? Eles ou o Rio?
Temos clubes como o Sírio Libanês e o Monte Sinai. Temos colégios para os filhos de judeus, como o Liessin e o Scholem Aleichem.
Temos a região da Saara, no centro do Rio, cheia de lojinhas de árabes e judeus.
Temos os onipresentes quibes e esfihas nos botequins.
Temos sinagogas, igrejas maronitas e até discretas mesquitas.
Mas são raríssimas as mulheres de véu nas ruas. E, que eu saiba, esses imigrantes jamais tentaram nos impor seus costumes ou alegar que suas leis prevalecem sobre a Lei Maior. Quem cria problemas são os crentelhos.
O que vemos são judeus e árabes integrados a nossa sociedade há gerações. Trabalharam duro, em muitos casos enriqueceram e hoje ninguém se lembra de suas origens. São legítimos cariocas.
Compare-se isto aos enclaves islâmicos na Inglaterra, França, Espanha, Alemanha etc., onde eles se agarram a seus costumes e leis e de onde saem os terroristas.
Você sabe quantas mulheres islâmicas na França, em um universo de 5 milhões de islâmicos usam o véu? 2.000!! Isso pra você é estatisticamente significante para considerar eles como "revoltados" com o sistema ocidental? Se for, tá foda.
Você vai ver eles transitando com a mesma frequência que vê judeus com quipás.
Você, o Madiba e o Geotecton são as vítimas perfeitas do terrorismo. Vocês ecoaram e aumentaram o extremismo de maneira que beira o irracional. Todas as impressões que vocês sustentam não aguentam uma análise comparativa com qualquer outra religião.
O problema do terror ou do extremismo não é o islã. Ocorre que neste momento da história, ele está incidindo mais em uma parte ínfima do que se chama "mundo islâmico". Assim como no passado ocorreu com os judeus, com os cristãos, com os comunistas, com os anti-colonialistas, com os anarquistas...
O terrorismo é uma ferramenta política que não dá certo. Em um estudo, dos 28 grupos de maior relevância para o terrorismo no mundo, menos de 10% dos grupos terroristas alcançaram o sucesso e isso aconteceu naqueles que tinham objetivos claros, não os vagos como a Al Qaeda (destruir o ocidente). Quanto menos específicos os objetivos de um grupo terrorista, mais tempo ele vai perdurar, porque ele pode se virar pra qualquer lado, mas mais difícil será para alcançar seus objetivos e, por isso, irão eventualmente falhar.
Em um estudo do START que analisou 648 grupos terroristas entre 1968 e 2006, somente 10% dos grupos alcançaram seus objetivos e terminaram. O Hezbollah, alcançou o sucesso quando abandonou as armas e partiu pra política, mas os motivos deles, como exposto acima, não eram religiosos, mas políticos. Essa é a forma como 43% dos grupos terrorista termina.
Os outros 40% foram eliminados com o uso de inteligência e força policial tradicional, não militar, ou seja, com a criação de políticas de direito interno e julgamentos tradicionais. Só 7% terminaram com o uso de ações militares.
Neste período, nenhum, eu repito, NENHUM grupo terrorista religioso alcançou seus objetivos.
O pânico de "choque de civilizações" que vocês fomentam ou de "nós contra eles" não encontra respaldo na realidade e no universo de estudos acadêmicos da área. O islã não é pior e não fomenta o extremismo mais do que qualquer outra religião.