O lugar onde encontrei mais certezas sobre o assunto é, ironicamente, no clube
cético.
Provas ilícitas não podem encriminar, mas podem absolver.
As provas ilícitas não, mas as lícitas sim.
Se as conversas de fato ocorreram, e é o que parece, a justiça pode legalmente ter acesso sem muitos problemas.
Não pode porquê foram obtidas ilegalmente.
Elas estão 'contaminadas'.
Releia meu comentário.
1. Embora tudo indique que as provas provavelmente foram obtidas ilegalmente, ainda não há certezas sobre origem das mesmas;
2. Mesmo que as provas divulgadas pelo The Intercept sejam ilegais, ainda podem haver outras evidências que talvez não sejam:
(a) Nota divulgada por Sérgio Moro confirma a autenticidade das conversas, embora acuse a notícia de descontextualizá-las;
(b) Notas divulgadas pela força-tarefa da lava-jato também confirmam a autenticidade das conversas, e além de acusar a notícia de descontextualizá-las, afirma que as provas foram obtidas ilegalmente.
Tem muito advogado puto com isso, quando um juiz "atua" como promotor é inquisidor que se chama.
Não é por causa do Lula, que se foda ele
Só os Petistas pensam que Lula é inocente, pois as conversas não mudam as provas dos crimes, que são vastas.
Mas se antes haviam suspeitas de parcialidade do "paladino da justiça", agora há certezas. Ele não é o todo-poderoso-incorruptível que pensam, e mesmo ciente que era inconstitucional, agiu de forma não apenas anti-ética, mas também ilegal.
O mais irônico, é que o próprio Sérgio Moro defendeu, durante investigações do Lula, a utilização de provas obtidas ilegalmente:
"Quando era o juiz à frente da operação, Moro divulgou a conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a então presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo com o prazo da interceptação vencido em razão de sua própria ordem judicial.
O caso foi parar no STF, quando se argumentou desvio de função contra a indicação de Lula à Casa Civil. Naquela ocasião, o ministro Gilmar Mendes, relator sorteado, a conceder o pedido liminar que impediu Lula de assumir o ministério, escreveu o seguinte:
“A validade da interceptação é publicamente contestada, por ter sido realizada após ordem judicial para a suspensão dos procedimentos. De fato, houve decisão determinando a interrupção das interceptações em 16.3.2016, às 11h13. A ordem não foi imediatamente cumprida, o que levou ao desvio e gravação do áudio mencionado. No momento, não é necessário emitir juízo sobre a licitude da gravação em tela. Há confissão sobre a existência e conteúdo da conversa, suficiente para comprovar o fato. Em pelo menos duas oportunidades, a Presidente da República admitiu a conversa, fazendo referências ao seu conteúdo”."A pergunta que eu tenho é porque tão falando só do Lula? As supostas conversas falam de outros envolvidos na lava-jato. Porque somente o Lula seria solto?
Porque é o que gerou maior repercussão. Mas não é só o processo do Lula que está em jogo, outros casos da operação lava-jato também estão.