Autor Tópico: Vídeos políticos  (Lida 68236 vezes)

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Offline JJ

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1575 Online: 07 de Agosto de 2018, 16:43:04 »

Por que Estados Unidos não devem se desculpar por Hiroshima


Visita de Obama vai reativar um debate que nunca acaba sobre o bombardeio atômico que encerrou a guerra
Por Vilma Gryzinski

access_time 5 dez 2016, 11h20 - Publicado em 21 maio 2016, 15h29

 


Brumas da guerra: militar americano do grupo preso pelos japoneses; três foram executados


O passado não acaba nunca. Uma das questões históricas e morais mais avessas à cicatrização é a das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki para levar o Japão a aceitar a derrota e assinar a rendição, no capítulo final da II Guerra Mundial.


O presidente Barack Obama vai visitar Hiroshima na próxima sexta-feira e inevitavelmente provocar queixas. Por suas tendências anteriores, ele deverá fazer algo bem parecido com um pedido de desculpa, mesmo que amortecido entre invectivas contra as guerras. Será chamado de traidor. Nada do que diga, porém, acalmará aqueles que consideram o uso único, até hoje, de armas atômicas, um crime de guerra que, entre as vítimas da explosão em si e as da radiação, deixou quase 200 mil mortos.


Mais adiante, voltaremos à discussão entre historiadores. Mas, como a visita de Obama trará, de novo, mais visibilidade às imagens terríveis e conhecidas pela maioria da humanidade das cidades calcinadas e dos corpos descarnados dos sobreviventes, vamos lembrar aqui um episódio do qual poucos sequer ouviram falar, fora da China.


Antes, é preciso resumir a história de um bombardeio planejado pelo tenente-coronel Jimmy Doolittle, um daqueles pilotos de filme de guerra. A ideia era retaliar, mesmo que de maneira quase simbólica, o ataque contra Pearl Harbour, o bombardeio japonês contra a Marinha americana no Havaí que levou à guerra entre Japão e Estados Unidos.


Os dezesseis bombardeiros modificados que participaram da Operação Doolittle, operados por 80 voluntários, decolaram do porta-aviões Hornet para um voo e uma missão sem precedentes: bombardear alvos militares em Tóquio, levando a guerra ao coração do inimigo. Como não podiam voar de volta, seguiram até a China, numa área longe do controle direto dos invasores japoneses. Todos os aviões estraçalharam-se em pousos forçados, mas a maioria dos tripulantes conseguiu saltar. Oito foram capturados imediatamente pelos japoneses. Dentre eles, três foram executados, um morreu de inanição e os outros conseguiram sobreviver às condições bárbaras até a libertação.


Os tripulantes americanos que conseguiram escapar foram ajudados, famintos e feridos, por chineses e missionários estrangeiros das províncias de Zhejiang e Jiangxi. Foi contra elas que a força japonesa de ocupação desfechou a operação de represália coletiva.


O padre americano Wendelin Dunker estava numa cidade da região e descreveu assim o que os japoneses fizeram: “Eles fuzilaram todos os homens, mulheres, crianças, vacas, porcos ou qualquer outra coisa que se mexesse. Estupraram todas as mulheres e meninas entre 10 e 65 anos. Antes de incendiar a cidade, saquearam tudo. Os humanos não foram enterrados, mas deixados para se putrefazer com o gado e os porcos.”


Em Nancheng, uma cidade antiga cercada por muralhas, outro missionário americano, Frederick McGuire, deixou relatos de um horror indizível. Logo de início, 800 meninas e mulheres foram trancadas num barracão para os estupros coletivos, semelhantes aos que o Exército Islâmico pratica hoje no Iraque e na Síria. Não havia fuga possivel. Durante um mês, os soldados japoneses rondavam pelas ruas de Nancheng, “bêbados quase todo o tempo”, usando apenas roupa de baixo em busca de vítimas para estuprar. Ao fim, o incêndio da cidade de 50 mil habitantes durou três dias.


Os chineses que haviam ajudado os pilotos americanos, que deixaram luvas, cigarros e até paraquedas num sinal de agradecimento que selaria seu destino, foram torturados de diferentes maneiras. Depois, alguns foram obrigados a comer excrementos e fazer fila para o “concurso de tiro”: eram enfileirados e os japoneses apostavam quantos conseguiriam matar com uma só bala. Outro foi embrulhado num cobertor, amarrado numa cadeira, embebido em querosene e queimado vivo. A mulher dele foi quem teve que atear fogo.


Das 28 cidades da região, só três escaparam ao massacre por terra e aos bombardeios aéreos. Ao deixarem as províncias, as forças do exército imperial usaram armas biológicas manejadas pela Unidade 731, um grupo secreto. Agentes patológicos de cólera, antrax e tifo causaram vítimas em número impossível de ser calculado, pois todos os postos de atendimento médico haviam sido destruídos.


Aproximadamente, 250 mil pessoas foram mortas na operação de represália. Ao todo, na China, que ainda vivia sua própria guerra civil, o número de mortos na II Guerra é calculado em dez milhões.


Obviamente, esta história pouco conhecida foi resumida para dar uma ideia da quantidade de crimes de guerra praticados pelo Japão durante o período em que foi tomado por uma ideologia fascista que pretendia se estender por quase todo o Oriente, movida por conceitos de superioridade racial.


Nada, porém, altera a essência da pergunta feita no inicio: existiram ou não justificativas militares e morais para as bombas atômicas recém-saídas do laboratório secreto de Los Alamos, cujo uso foi autorizado por Harry Truman apenas três meses depois de se tornar presidente, com a morte de Franklin Delano Roosevelt.


As dúvidas começaram a aflorar menos de um ano depois do lançamento das bombas, com a consequente rendição incondicional do Japão – mantido, porém, o imperador em cujo nome todas as atrocidades haviam sido praticadas, mas considerado importante na crucial reconstrução do país conduzida pelos Estados Unidos. “É a minha opinião que o uso dessa arma bárbara em Hiroshima e Nagasaki não consistiu em ajuda material em nossa guerra contra o Japão”, escreveu um ex-integrante do Estado Maior durante a grande guerra, William Leahy. “Os japoneses estavam quase derrotados e prestes a se render. Ao usá-la, adotamos o padrão ético vigente entre os bárbaros da Idade das Trevas.”


Até hoje, um raciocínio semelhante é usado entre a corrente dos “revisionistas” americanos – os da historiografia “marxista” simplesmente dão a questão por encerrada ao sustentar que o único objetivo era intimidar a União Soviética e estamos conversados, para que se preocupar, por exemplo, com documentos e outros instrumentos de estudo? “A alegação de que a bomba evitou a morte de 500 mil americanos é insustentável”, escreveram Gar Alperovitz e Kai Bird, dois estudiosos do assunto.


O físico e polemista Henry I. Miller mantém a correção da análise feita na época pelo Estado Maior americano. Depois de todo o sangue derramado na guerra do Pacífico, que ainda por cima não tinha o terror, o drama e a glória de fácil entendimento do teatro europeu, a invasão do Japão, com resistência até a morte dos militares e parte da população civil, resultaria em cerca de 1,2 milhão de baixas nas forças americanas, das quais 267 mil mortes.


Ou até mais, diz ele: “Um estudo feito pelo físico William Shockey para a equipe do secretário da Guerra Henry Stimson calculou que a invasão do Japão custaria de 1,7 a 4 milhões de baixas entre os americanos, incluindo de 400 mil a 800 mil fatalidades, e de cinco a dez milhões de mortes entre os japoneses.”


O bombardeio em massa de civis foi um dos aspectos mais trágicos da II Guerra. A Alemanha nazista começou, lançando os ataques contra cidades inglesas, ao longo do terrível ano da Batalha da Inglaterra. Só em Londres, morreram 30 mil pessoas.


Mais tarde, Dresden e Hamburgo também sofreram ataques mortíferos. O bombardeio de Tóquio, com bombas incendiárias convencionais, causou mais vítimas do que o de Hiroshima. Só para lembrar: quem declarou guerra aos Estados Unidos foi o Japão, numa iniciativa fantasticamente estúpida e providencial para o presidente Roosevelt e seus aliados vencerem a resistência interna à participação americana na guerra.


A força do povo japonês e a visão estratégica dos americanos se uniram para refazer, com resultados excepcionais, um país destruído pelo próprio delírio de seus governantes, tal como na Alemanha.


Generalizar os males da guerra e considerar que todos foram vítimas indiscriminadas das forças malignas que elas desencadeiam é obscurecer os acontecimentos históricos. Mesmo que o passado histórico continue a mudar o tempo todo, movido pela capacidade humana de se analisar e criticar. Isso não significa não honrar e sofrer pela memória dos mortos de Hiroshima e Nagasaki.


https://veja.abril.com.br/blog/mundialista/por-que-estados-unidos-nao-devem-se-desculpar-por-hiroshima/

« Última modificação: 07 de Agosto de 2018, 16:45:29 por JJ »

Offline Geotecton

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1576 Online: 07 de Agosto de 2018, 18:19:16 »
[...]
Sobre as bombas atômicas, o que ele convenientemente não menciona é que jogaram a segunda bomba três dias depois da primeira! 3 dias depois!

Então esse papo de que a bomba foi para salvar vidas é asqueroso. E só jogaram duas bombas porque havia apenas DUAS bombas. Se houvesse três teriam lançado as três. Na verdade houve 3, mas a primeira eles testaram lá no deserto.

Os americanos correram para jogar a segunda bomba 3 dias depois para não dar tempo do Japão se render. Nagasaki não foi para forçar uma rendição e nem para assustar os russos, como especulam alguns. Para assustar os soviéticos bastava Hiroshima.

O verdadeiro motivo dessa gente incinerar dezenas de milhares de pessoas, assim, como se fosse uma coisa banal, foi ainda mais banal: queriam aproveitar a guerra para testar o máximo possível a nova arma. E como só tinham duas só podiam testar as duas.

Por isso escolheram duas cidades que não eram alvos militares, e por não terem importância militar nenhuma é que justamente estavam intactas, nunca tinham sido bombardeadas. Claro, se lançassem a bomba em Tókio, que já estava devastada, ou qualquer outra cidade industrial japonesa, não seria tão propício para avaliar a destruição que a bomba atômica causaria.

Quem é capaz de matar milhares de pessoas sabendo que muitas dessas sofrerão uma morte horrível, apenas para testar um pouco mais uma nova tecnologia?

Quem?

Gente  "respeitável" como Roosevelt, Einsenhower, MacCarthur, Churchill... não somente "monstros" como Stalin ou Hitler.

Também acho que é hipócrita o argumento de 'poupar vidas'.

Mas ele não é errôneo.

Se o EUA tivesse que invadir o Japão para ocupá-lo, certamente haveria de milhares de mortes nos bombardeios e nos combates corpo-a-corpo. Não sei qual em qual ordem de magnitude as mortes chegariam, se de dezenas ou de centenas.

Mas que seriam muitas, não tenho nenhuma dúvida. E isto por causa do tipo da estruturação social japonesa e de sua imensa carga de doutrinação política e nacionalista, quase religiosa, que refletia diretamente nas forças armadas do Japão.

Os soldados japoneses eram obstinados e fanáticos. As narrativas de violência e crueldade deles contra soldados inimigos e as populações submetidas não são poucas.

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Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1577 Online: 07 de Agosto de 2018, 19:08:20 »
[...]
Sobre as bombas atômicas, o que ele convenientemente não menciona é que jogaram a segunda bomba três dias depois da primeira! 3 dias depois!

Então esse papo de que a bomba foi para salvar vidas é asqueroso. E só jogaram duas bombas porque havia apenas DUAS bombas. Se houvesse três teriam lançado as três. Na verdade houve 3, mas a primeira eles testaram lá no deserto.

Os americanos correram para jogar a segunda bomba 3 dias depois para não dar tempo do Japão se render. Nagasaki não foi para forçar uma rendição e nem para assustar os russos, como especulam alguns. Para assustar os soviéticos bastava Hiroshima.

O verdadeiro motivo dessa gente incinerar dezenas de milhares de pessoas, assim, como se fosse uma coisa banal, foi ainda mais banal: queriam aproveitar a guerra para testar o máximo possível a nova arma. E como só tinham duas só podiam testar as duas.

Por isso escolheram duas cidades que não eram alvos militares, e por não terem importância militar nenhuma é que justamente estavam intactas, nunca tinham sido bombardeadas. Claro, se lançassem a bomba em Tókio, que já estava devastada, ou qualquer outra cidade industrial japonesa, não seria tão propício para avaliar a destruição que a bomba atômica causaria.

Quem é capaz de matar milhares de pessoas sabendo que muitas dessas sofrerão uma morte horrível, apenas para testar um pouco mais uma nova tecnologia?

Quem?

Gente  "respeitável" como Roosevelt, Einsenhower, MacCarthur, Churchill... não somente "monstros" como Stalin ou Hitler.

Também acho que é hipócrita o argumento de 'poupar vidas'.

Mas ele não é errôneo.

Se o EUA tivesse que invadir o Japão para ocupá-lo, certamente haveria de milhares de mortes nos bombardeios e nos combates corpo-a-corpo. Não sei qual em qual ordem de magnitude as mortes chegariam, se de dezenas ou de centenas.

Mas que seriam muitas, não tenho nenhuma dúvida. E isto por causa do tipo da estruturação social japonesa e de sua imensa carga de doutrinação política e nacionalista, quase religiosa, que refletia diretamente nas forças armadas do Japão.

Os soldados japoneses eram obstinados e fanáticos. As narrativas de violência e crueldade deles contra soldados inimigos e as populações submetidas não são poucas.



Mas não foi contra esse fato que eu argumentei com o JJ.

Ninguém questiona que o número de mortes acabou sendo bem menor com a guerra se encerrando em agosto de 45, após os ataques nucleares.

Eu também não questiono isso.

O que não encaixa neste argumento é o segundo ataque, à cidade de Nagasaki, ocorrer 3 dias depois de Hiroshima.

Não por acaso fiz esse comentário na véspera do aniversário do bombardeio de Hiroshima.  Hiroshima foi em 6 de agosto de 45, Nagasaki em 9 de agosto. 6 dias depois o Japão se rendeu, em 15 de agosto.

Em 8 de agosto bombardeios americanos lançaram panfletos exigindo a rendição e no dia seguinte... Nagasaki.

Veja, eles não esperaram por uma resposta dos japoneses para atacar Nagasaki. E era muito provável que  Hiroshima fosse suficiente para forçar uma rendição. Mas não em 3 dias...

A bomba era algo completamente novo então imagina-se que o procedimento seria o de:

1 - Primeiramente receber a notícia do ataque. Que segundo a Wikipedia veio dos próprios americanos.

2 - Enviar observadores a Hiroshima para um primeiro relato.

3 - Enviar observadores técnicos para elaborar relatórios técnicos detalhando a real dimensão do poder da nova arma.

4 - Estes relatórios serem enviados a Tokyo.

5 - A junta militar que governava de fato o país teria que se reunir, entender e avaliar os relatórios, discutir o que fazer, e finalmente decidir se continuava a guerra ou não.

Isso dificilmente poderia acontecer em apenas 3 dias. Tanto que, mesmo depois de Nagasaki, houve uma demora de 6 dias para essa resposta.

Por isso a minha tese é de que a principal motivação para o segundo ataque foi a de não perder a oportunidade de fazer o segundo teste.  Os alvos foram de fato escolhidos levando em conta esse requisito: de que fosse em um lugar incólume para que depois eles pudessem avaliar acuradamente o que uma bomba atômica seria capaz de fazer.

Citação de: Wikipedia
A Escolha dos Alvos

O alvo teria que ser maior do que 4,8 km de diâmetro e ser um alvo importante em uma grande área urbana;

A explosão teria que criar dano efetivo;

O alvo teria que ser um local improvável de sofrer ataques em agosto de 1945.[72]

Enfim, não vejo justificativa para que não tivessem esperado pelo menos uma semana, ou pelo menos esperado qualquer resposta oficial do Japão. E aí, se eles dissessem, "não, não nos rendemos, podem lançar mil bombas", então sim: Nagasaki.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1578 Online: 07 de Agosto de 2018, 19:26:49 »
Os japoneses eram aliados dos alemães que tentaram desenvolver uma bomba atômica durante a guerra.

Não usariam contra os americanos se conseguissem a tempo?

Offline Skeptikós

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1579 Online: 07 de Agosto de 2018, 19:33:05 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline pehojof

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1580 Online: 07 de Agosto de 2018, 19:56:09 »
[...]
Sobre as bombas atômicas, o que ele convenientemente não menciona é que jogaram a segunda bomba três dias depois da primeira! 3 dias depois!

Então esse papo de que a bomba foi para salvar vidas é asqueroso. E só jogaram duas bombas porque havia apenas DUAS bombas. Se houvesse três teriam lançado as três. Na verdade houve 3, mas a primeira eles testaram lá no deserto.

Os americanos correram para jogar a segunda bomba 3 dias depois para não dar tempo do Japão se render. Nagasaki não foi para forçar uma rendição e nem para assustar os russos, como especulam alguns. Para assustar os soviéticos bastava Hiroshima.

O verdadeiro motivo dessa gente incinerar dezenas de milhares de pessoas, assim, como se fosse uma coisa banal, foi ainda mais banal: queriam aproveitar a guerra para testar o máximo possível a nova arma. E como só tinham duas só podiam testar as duas.

Por isso escolheram duas cidades que não eram alvos militares, e por não terem importância militar nenhuma é que justamente estavam intactas, nunca tinham sido bombardeadas. Claro, se lançassem a bomba em Tókio, que já estava devastada, ou qualquer outra cidade industrial japonesa, não seria tão propício para avaliar a destruição que a bomba atômica causaria.

Quem é capaz de matar milhares de pessoas sabendo que muitas dessas sofrerão uma morte horrível, apenas para testar um pouco mais uma nova tecnologia?

Quem?

Gente  "respeitável" como Roosevelt, Einsenhower, MacCarthur, Churchill... não somente "monstros" como Stalin ou Hitler.

Também acho que é hipócrita o argumento de 'poupar vidas'.

Mas ele não é errôneo.

Se o EUA tivesse que invadir o Japão para ocupá-lo, certamente haveria de milhares de mortes nos bombardeios e nos combates corpo-a-corpo. Não sei qual em qual ordem de magnitude as mortes chegariam, se de dezenas ou de centenas.

Mas que seriam muitas, não tenho nenhuma dúvida. E isto por causa do tipo da estruturação social japonesa e de sua imensa carga de doutrinação política e nacionalista, quase religiosa, que refletia diretamente nas forças armadas do Japão.

Os soldados japoneses eram obstinados e fanáticos. As narrativas de violência e crueldade deles contra soldados inimigos e as populações submetidas não são poucas.



Mas não foi contra esse fato que eu argumentei com o JJ.

Ninguém questiona que o número de mortes acabou sendo bem menor com a guerra se encerrando em agosto de 45, após os ataques nucleares.

Eu também não questiono isso.

O que não encaixa neste argumento é o segundo ataque, à cidade de Nagasaki, ocorrer 3 dias depois de Hiroshima.

Não por acaso fiz esse comentário na véspera do aniversário do bombardeio de Hiroshima.  Hiroshima foi em 6 de agosto de 45, Nagasaki em 9 de agosto. 6 dias depois o Japão se rendeu, em 15 de agosto.

Em 8 de agosto bombardeios americanos lançaram panfletos exigindo a rendição e no dia seguinte... Nagasaki.

Veja, eles não esperaram por uma resposta dos japoneses para atacar Nagasaki. E era muito provável que  Hiroshima fosse suficiente para forçar uma rendição. Mas não em 3 dias...

A bomba era algo completamente novo então imagina-se que o procedimento seria o de:

1 - Primeiramente receber a notícia do ataque. Que segundo a Wikipedia veio dos próprios americanos.

2 - Enviar observadores a Hiroshima para um primeiro relato.

3 - Enviar observadores técnicos para elaborar relatórios técnicos detalhando a real dimensão do poder da nova arma.

4 - Estes relatórios serem enviados a Tokyo.

5 - A junta militar que governava de fato o país teria que se reunir, entender e avaliar os relatórios, discutir o que fazer, e finalmente decidir se continuava a guerra ou não.

Isso dificilmente poderia acontecer em apenas 3 dias. Tanto que, mesmo depois de Nagasaki, houve uma demora de 6 dias para essa resposta.

Por isso a minha tese é de que a principal motivação para o segundo ataque foi a de não perder a oportunidade de fazer o segundo teste.  Os alvos foram de fato escolhidos levando em conta esse requisito: de que fosse em um lugar incólume para que depois eles pudessem avaliar acuradamente o que uma bomba atômica seria capaz de fazer.

Citação de: Wikipedia
A Escolha dos Alvos

O alvo teria que ser maior do que 4,8 km de diâmetro e ser um alvo importante em uma grande área urbana;

A explosão teria que criar dano efetivo;

O alvo teria que ser um local improvável de sofrer ataques em agosto de 1945.[72]

Enfim, não vejo justificativa para que não tivessem esperado pelo menos uma semana, ou pelo menos esperado qualquer resposta oficial do Japão. E aí, se eles dissessem, "não, não nos rendemos, podem lançar mil bombas", então sim: Nagasaki.

Meu colega Pedro Reis, essa sua especulação é visivelmente absurda, misturada com o que parece ser aquela doutrina esquerdista do "excesso de legítima defesa" :stunned: :nojo: :enjoo:

Que tipo de "teste" seria esse? :o Se a bomba mataria todos que sua devastação alcança? :hein: Eles não precisavam fazer teste nenhum, só massacrar o inimigo, devolver a moeda corrigida, com hiper juros e mega inflacionada. :idea: :wink:

Esperar o inimigo "avaliar se deve se render"?! :stunned: Sinto muito, mas com esse pensamento, você jamais seria nem sargento numa guerra, pois ia levar os seus à derrota e à morte. Os japoneses pensavam bem melhor que isso. :)

Isso que você está propondo, podemos chamar de "pacifismo" suicida. :no:
"Et quæ tanta fuit Romam tibi causa videndi?"
"Libertas, quæ sera tamen, respexit inertem,"

Offline pehojof

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« Resposta #1581 Online: 07 de Agosto de 2018, 19:57:29 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Numa guerra, todos os habitantes da nação inimiga são inimigos, até os traidores.
"Et quæ tanta fuit Romam tibi causa videndi?"
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Offline Pedro Reis

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1582 Online: 07 de Agosto de 2018, 20:11:30 »


Meu colega Pedro Reis, essa sua especulação é visivelmente absurda, misturada com o que parece ser aquela doutrina esquerdista do "excesso de legítima defesa" :stunned: :nojo: :enjoo:

Que tipo de "teste" seria esse? :o Se a bomba mataria todos que sua devastação alcança? :hein: Eles não precisavam fazer teste nenhum, só massacrar o inimigo, devolver a moeda corrigida, com hiper juros e mega inflacionada. :idea: :wink:

Esperar o inimigo "avaliar se deve se render"?! :stunned: Sinto muito, mas com esse pensamento, você jamais seria nem sargento numa guerra, pois ia levar os seus à derrota e à morte. Os japoneses pensavam bem melhor que isso. :)

Isso que você está propondo, podemos chamar de "pacifismo" suicida. :no:

Isso é para provar que você não é, nunca foi, e nunca terá condição de ser um cientista?

"A bomba mataria a todos que sua devastação alcança?" Risos...

E até onde a devastação alcança? Você só sabe se testar!

Certamente não apenas os japoneses, mas principalmente os ultra competentes cientistas de verdade em Los Alamos, pensavam beeeem melhor que isso. Por essa razão estabeleceram que os alvos deveriam ser alvos intactos, ainda incólumes diante da onda de bombardeios que varria o Japão. Porque qualquer cientista sabe que um experimento só tem validade se for controlado.

E sabe também que testar no deserto é uma coisa, em manequins e maquetes, e antigos veículos. Outra é em uma cidade de verdade e em pessoas de verdade.




Offline pehojof

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« Resposta #1583 Online: 07 de Agosto de 2018, 20:28:14 »


Meu colega Pedro Reis, essa sua especulação é visivelmente absurda, misturada com o que parece ser aquela doutrina esquerdista do "excesso de legítima defesa" :stunned: :nojo: :enjoo:

Que tipo de "teste" seria esse? :o Se a bomba mataria todos que sua devastação alcança? :hein: Eles não precisavam fazer teste nenhum, só massacrar o inimigo, devolver a moeda corrigida, com hiper juros e mega inflacionada. :idea: :wink:

Esperar o inimigo "avaliar se deve se render"?! :stunned: Sinto muito, mas com esse pensamento, você jamais seria nem sargento numa guerra, pois ia levar os seus à derrota e à morte. Os japoneses pensavam bem melhor que isso. :)

Isso que você está propondo, podemos chamar de "pacifismo" suicida. :no:

Isso é para provar que você não é, nunca foi, e nunca terá condição de ser um cientista?

 :sleepy: :olheira:

Não porque eu não creio que eu precise provar isso. |( Mas se serviu para você entender de vez, aleluia! :!: :idea: :oba: :lol:





"A bomba mataria a todos que sua devastação alcança?" Risos...

Tá vendo só?! Você quer fazer discurso de "pacifista" mas ri de uma coisa dessas! :o :stunned:




E até onde a devastação alcança? Você só sabe se testar!

E já tinham testado os efeitos físicos da devastação da detonação em objetos. A menos que você leve em consideração que alguém além do Indiana Jones sobreviveria se abrigando dentro de uma geladeira, qualquer um pode concluir os efeitos em pessoas no caminho do calor, do vento e das ondas de choque. Os efeitos da radiação, também se tinha conhecimento de seus efeitos biológicos.



Certamente não apenas os japoneses, mas principalmente os ultra competentes cientistas de verdade em Los Alamos, pensavam beeeem melhor que isso. Por essa razão estabeleceram que os alvos deveriam ser alvos intactos, ainda incólumes diante da onda de bombardeios que varria o Japão. Porque qualquer cientista sabe que um experimento só tem validade se for controlado.

Mas isso é simplório da atividade bélica, e você só não entende porque é um "pacifista" suicida, que pensa em termos de "economia de mortes e destruição". Mas guerreiros combatendo o inimigo querem destruir e matar o que ainda não foi morto e destruído. Gastar uma arma caríssima e difícil para atacar o que já estava atacado?! :o :stunned:

Só um "pacifista" mesmo para pensar assim... :biglol:




E sabe também que testar no deserto é uma coisa, em manequins e maquetes, e antigos veículos. Outra é em uma cidade de verdade e em pessoas de verdade.

E já tinha sido em Hiroshima. Até eu sei que só dois testes em ciência não são diferentes de um só. Aquilo era ataque sem deixar tempo para o inimigo reagir nem pensar, só isso, é toda a "maldade" que teve ali. :wink:
« Última modificação: 07 de Agosto de 2018, 20:31:20 por pehojof »
"Et quæ tanta fuit Romam tibi causa videndi?"
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Offline Agnoscetico

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« Resposta #1584 Online: 07 de Agosto de 2018, 20:32:08 »
O que seria "assumir o erro" no caso?

"Os esquerdistas" já "assumiram o erro" do Champinha provavelmente ser esquerdista, ou do PCC todo ser, bem como o CV?

Champinha era esquerdista, direitista, centrista, fascista, taxista, manobrista, .., ..ista? Era só um assassino, que provavelmente tava pouco se lixando pra esquerda ou direita ou não matou em nome do esquerdismo, direitismo, etc . Ele perguntou a vítima se ela era esquerdista ou direitista pra poupar ou matar ela?

PCC pratica esquerdismo quando vende drogas, obtendo lucros capitalistas?




Offline Pedro Reis

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« Resposta #1585 Online: 07 de Agosto de 2018, 20:36:06 »
Infelizmente a sua colocação demonstra primariância até para quem, como você, nunca foi um tecnolólogo.

Mesmo não sendo sua área, pehoj, qualquer pessoa com cultura geral básica intui que os americanos tinham todo interesse em responder questões como:

- Até onde a devastação alcança?

- O que acontece às telecomunicações do inimigo?

- Qual o extato impacto material?

- Qual o impacto sobre o ambiente? Fauna, flora, vida marinha...

- Qual o raio do extermínio da onda de choque?

- Qual o raio do extermíno pelo calor gerado?

- Qual o raio do extermínio apenas por radiação?

- Alguém vai morrer uma semana depois? Um mês, um ano depois... dez anos depois?

- O que acontece às futuras gerações?

Enfim, o que acontece que se nós resolvermos acabar com os malditos comunistas usando essa coisa, em um ataque em massa contra a URSS? Até que magnitude poderia alcançar este ataque sem afetar o resto da Europa, sem alcançar o Reino Unido... sem, quem sabe, alcançar até os EUA? E se os russos conseguirem a bomba, podemos entrar em uma guerra nuclear e ainda esperar vence-la?

São perguntas básicas que os militares e, principalmente, cientistas costumam fazer. Estes últimos, para responde-las desenvolvem modelos e realizam experimentos.

Offline Pedro Reis

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« Resposta #1586 Online: 07 de Agosto de 2018, 20:40:55 »

 Até eu sei que só dois testes em ciência não são diferentes de um só.

Você pensa que sabe.

Por razões óbvias, é preciso ser bastante econômico quando se trata de testes com explosões nucleares. Os cientistas norte-coreanos só fizeram dois.

E aqueles foram os únicos dois testes que foram feitos até hoje em condições de conflito real. Possivelmente as duas únicas oportunidades que teriam antes de uma guerra total com os russos e os chineses.


Offline Geotecton

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« Resposta #1587 Online: 07 de Agosto de 2018, 21:06:42 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Sério?

Então espero que você já tenha condenado também os alemães, os britânicos, os japoneses e os soviéticos, porquê todos eles usaram intensamente armas contra civis.
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Offline Pedro Reis

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« Resposta #1588 Online: 07 de Agosto de 2018, 22:04:42 »

Não porque eu não creio que eu precise provar isso. |( Mas se serviu para você entender de vez, aleluia! :!: :idea: :oba: :lol:


Seu pehojof... se eu lhe colocasse uma questão interessante, o senhor responderia?

Mas eu não posso perguntar publicamente. Porém lhe adianto e asseguro que não é uma questão pessoal, nem envolvendo seus amigos, nem nada relacionado com isso... é uma dúvida, digamos... neutra. Diria técnica.

Mas não é nenhuma pegadinha, é coisa séria. Pelo menos pra mim.

Eu gostaria de saber sua opinião.

Offline -Huxley-

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« Resposta #1589 Online: 07 de Agosto de 2018, 22:11:52 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.


Offline Buckaroo Banzai

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« Resposta #1590 Online: 07 de Agosto de 2018, 22:15:11 »
O que seria "assumir o erro" no caso?

"Os esquerdistas" já "assumiram o erro" do Champinha provavelmente ser esquerdista, ou do PCC todo ser, bem como o CV?

Champinha era esquerdista, direitista, centrista, fascista, taxista, manobrista, .., ..ista? Era só um assassino, que provavelmente tava pouco se lixando pra esquerda ou direita ou não matou em nome do esquerdismo, direitismo, etc . Ele perguntou a vítima se ela era esquerdista ou direitista pra poupar ou matar ela?

PCC pratica esquerdismo quando vende drogas, obtendo lucros capitalistas?



Agora todo esquerdista é comunista/capital-abolicionista, anti-lucro, ou faz voto de pobreza? Os guerrilheiros que assaltavam bancos eram falsos esquerdistas? A família Castro não é esquerdista? :hein:


E o que seria o "mamãe falei" "assumir o erro dos direitistas" nesse caso?

Offline -Huxley-

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« Resposta #1591 Online: 07 de Agosto de 2018, 22:24:31 »
Caramba, não existe esquerdista capitalista?  :histeria: :histeria: :histeria: :histeria: Lula foi empresário até pouco antes de ser preso, logo ele não seria esquerdista. Idem para José Dirceu e um monte de petistas influentes. O PT não deve ser de esquerda.  :histeria:
« Última modificação: 07 de Agosto de 2018, 23:49:52 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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« Resposta #1592 Online: 07 de Agosto de 2018, 22:44:08 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Sério?

Então espero que você já tenha condenado também os alemães, os britânicos, os japoneses e os soviéticos, porquê todos eles usaram intensamente armas contra civis.

<a href="https://www.youtube.com/v/kS2_YFbzAVs" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/kS2_YFbzAVs</a>

Offline Skeptikós

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« Resposta #1593 Online: 07 de Agosto de 2018, 23:47:01 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Sério?

Então espero que você já tenha condenado também os alemães, os britânicos, os japoneses e os soviéticos, porquê todos eles usaram intensamente armas contra civis.
Condeno todos. Atacar civis é terrorismo, atacar instalações militares ou tropas que estão ali como inimigos declarados, armados e dispostos a mata-lo, aí sim, neste caso eu não discordo, é justo.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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« Resposta #1594 Online: 07 de Agosto de 2018, 23:55:55 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Eu não engulo este argumento utilitarista de que sem as bombas a guerra poderia ter sido muito mais destrutiva (inclusive para vidas humanas de civis). Isso me faz lembrar o dilela moral onde um cirurgião tem a sua disposição uma pessoa a beira da morte, com poucas chances de sobreviver, e outras 5 que, caso recebam a doação dos órgãos da primeira, teriam altas chances de sobreviver, mas somente se a doação ocorresse rapidamente. Ele poderia matar o primeiro paciente e fazer as doações rapidamente salvando 5 vidas ou, tentar salvar o paciente número um correndo o risco de no final perder todos os pacientes. A segunda opção me parece moralmente superior, e, segundo demonstrado por Michael Sandel em suas palestras de Harvard, a maioria de seus alunos pensam o mesmo.

Resumindo, não acho justo sacrificar civis com base numa conjectura não testada de que seria muito pior caso eles não fossem sacrificados (e não somente pelo fato da hipótese não ter sido testada, mas simplesmente por eu achar moralmente errado o raciocínio utilitarista utilizado nesta situação).
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline -Huxley-

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« Resposta #1595 Online: 07 de Agosto de 2018, 23:57:28 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Sério?

Então espero que você já tenha condenado também os alemães, os britânicos, os japoneses e os soviéticos, porquê todos eles usaram intensamente armas contra civis.
Condeno todos. Atacar civis é terrorismo, atacar instalações militares ou tropas que estão ali como inimigos declarados, armados e dispostos a mata-lo, aí sim, neste caso eu não discordo, é justo.

Como o cara do "Hoje no Mundo Militar" mostrou no vídeo do YouTube que apresentei, em guerra, nem sempre o dilema é atacar civis ou não, mas sim minimizar ou não o número de mortes de civis. Sem falar na menção de que Hiroshima era um alvo militar bastante estratégico. Não existia a possibilidade de "guerra cirúrgica" naquela ocasião, se é que isso já existiu em qualquer grande guerra de tempos mais recentes. 
« Última modificação: 08 de Agosto de 2018, 00:34:42 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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« Resposta #1596 Online: 08 de Agosto de 2018, 00:02:26 »
JJ, você acredita que os americanos agiram certo ao lançar armamento nuclear em cidades, matando milhares de civis japoneses?

Eu vejo como inaceitável, mesmo numa guerra, usar armamento militar contra civis.

Eu não engulo este argumento utilitarista de que sem as bombas a guerra poderia ter sido muito mais destrutiva (inclusive para vidas humanas de civis). Isso me faz lembrar o dilela moral onde um cirurgião tem a sua disposição uma pessoa a beira da morte, com poucas chances de sobreviver, e outras 5 que, caso recebam a doação dos órgãos da primeira, teriam altas chances de sobreviver, mas somente se a doação ocorresse rapidamente. Ele poderia matar o primeiro paciente e fazer as doações rapidamente salvando 5 vidas ou, tentar salvar o paciente número um correndo o risco de no final perder todos os pacientes. A segunda opção me parece moralmente superior, e, segundo demonstrado por Michael Sandel em suas palestras de Harvard, a maioria de seus alunos pensam o mesmo.

Resumindo, não acho justo sacrificar civis com base numa conjectura não testada de que seria muito pior caso eles não fossem sacrificados (e não somente pelo fato da hipótese não ter sido testada, mas simplesmente por eu achar moralmente errado o raciocínio utilitarista utilizado nesta situação).

Você está fazendo uma leitura interpretativa muito ruim dos dilemas morais de Marc Hauser. A resolução do caso do dilema atômico da segunda guerra não é a situação que o deontologismo padrão proíbe, ele se parece mais com o caso do trem imparável que tem um desvio que pode salvar cinco pessoas, mas uma pessoa tem o azar de estar presa naquele local do trilho. Isso seria diferente de jogar um gordo que estivesse fora do trilho para ser usado como freio humano, sem seu consentimento, isto é, usado como um apenas meio para o fim da salvação coletiva. Na primeira situação, o indivíduo teve o azar de estar naquela situação. Na outra, ele foi tragado para a situação desafortunada sem seu consentimento e usado meramente como meio. Marc Hauser mostrou, em suas pesquisas de opinião, que o utilitarismo compatível com o deontologismo padrão recebe aprovação de 90% das pessoas, enquanto o utilitarismo incompatível com o deontologismo (ele usa esse dilema moral da cirurgia de transplante) recebe de desaprovação de 97% das pessoas. E os resultados semelhantes são encontrados até em cultura de tribo selvagem, além de haver presença de perplexidade moral (dificuldade de explicar os motivos da escolha moral), o que mostra a evidência de intuição moral selecionada darwiniana e universalmente.

Não há conjectura não testada para a crueldade do governo japonês e seus servos. Eles demonstraram estar à disposição de sacrificar um oceano de japoneses só para conseguir uma conquista na guerra que mantivesse sua autoperpetuação.
« Última modificação: 08 de Agosto de 2018, 00:50:32 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1597 Online: 08 de Agosto de 2018, 00:14:19 »
Uma ética em que ninguém nunca pode ser usado como meio é um axioma se parece com um princípio da não agressão nozickiano ou randiano, coisa da ética libertária, que é uma coisa que Michael Sandel criticou num de seus seu livros.

Offline Agnoscetico

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« Resposta #1598 Online: 08 de Agosto de 2018, 00:16:20 »

Por que Estados Unidos não devem se desculpar por Hiroshima


Visita de Obama vai reativar um debate que nunca acaba sobre o bombardeio atômico que encerrou a guerra
Por Vilma Gryzinski

access_time 5 dez 2016, 11h20 - Publicado em 21 maio 2016, 15h29

 


Brumas da guerra: militar americano do grupo preso pelos japoneses; três foram executados


O passado não acaba nunca. Uma das questões históricas e morais mais avessas à cicatrização é a das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki para levar o Japão a aceitar a derrota e assinar a rendição, no capítulo final da II Guerra Mundial.


O presidente Barack Obama vai visitar Hiroshima na próxima sexta-feira e inevitavelmente provocar queixas. Por suas tendências anteriores, ele deverá fazer algo bem parecido com um pedido de desculpa, mesmo que amortecido entre invectivas contra as guerras. Será chamado de traidor. Nada do que diga, porém, acalmará aqueles que consideram o uso único, até hoje, de armas atômicas, um crime de guerra que, entre as vítimas da explosão em si e as da radiação, deixou quase 200 mil mortos.


Mais adiante, voltaremos à discussão entre historiadores. Mas, como a visita de Obama trará, de novo, mais visibilidade às imagens terríveis e conhecidas pela maioria da humanidade das cidades calcinadas e dos corpos descarnados dos sobreviventes, vamos lembrar aqui um episódio do qual poucos sequer ouviram falar, fora da China.


Antes, é preciso resumir a história de um bombardeio planejado pelo tenente-coronel Jimmy Doolittle, um daqueles pilotos de filme de guerra. A ideia era retaliar, mesmo que de maneira quase simbólica, o ataque contra Pearl Harbour, o bombardeio japonês contra a Marinha americana no Havaí que levou à guerra entre Japão e Estados Unidos.


Os dezesseis bombardeiros modificados que participaram da Operação Doolittle, operados por 80 voluntários, decolaram do porta-aviões Hornet para um voo e uma missão sem precedentes: bombardear alvos militares em Tóquio, levando a guerra ao coração do inimigo. Como não podiam voar de volta, seguiram até a China, numa área longe do controle direto dos invasores japoneses. Todos os aviões estraçalharam-se em pousos forçados, mas a maioria dos tripulantes conseguiu saltar. Oito foram capturados imediatamente pelos japoneses. Dentre eles, três foram executados, um morreu de inanição e os outros conseguiram sobreviver às condições bárbaras até a libertação.


Os tripulantes americanos que conseguiram escapar foram ajudados, famintos e feridos, por chineses e missionários estrangeiros das províncias de Zhejiang e Jiangxi. Foi contra elas que a força japonesa de ocupação desfechou a operação de represália coletiva.


O padre americano Wendelin Dunker estava numa cidade da região e descreveu assim o que os japoneses fizeram: “Eles fuzilaram todos os homens, mulheres, crianças, vacas, porcos ou qualquer outra coisa que se mexesse. Estupraram todas as mulheres e meninas entre 10 e 65 anos. Antes de incendiar a cidade, saquearam tudo. Os humanos não foram enterrados, mas deixados para se putrefazer com o gado e os porcos.”


Em Nancheng, uma cidade antiga cercada por muralhas, outro missionário americano, Frederick McGuire, deixou relatos de um horror indizível. Logo de início, 800 meninas e mulheres foram trancadas num barracão para os estupros coletivos, semelhantes aos que o Exército Islâmico pratica hoje no Iraque e na Síria. Não havia fuga possivel. Durante um mês, os soldados japoneses rondavam pelas ruas de Nancheng, “bêbados quase todo o tempo”, usando apenas roupa de baixo em busca de vítimas para estuprar. Ao fim, o incêndio da cidade de 50 mil habitantes durou três dias.


Os chineses que haviam ajudado os pilotos americanos, que deixaram luvas, cigarros e até paraquedas num sinal de agradecimento que selaria seu destino, foram torturados de diferentes maneiras. Depois, alguns foram obrigados a comer excrementos e fazer fila para o “concurso de tiro”: eram enfileirados e os japoneses apostavam quantos conseguiriam matar com uma só bala. Outro foi embrulhado num cobertor, amarrado numa cadeira, embebido em querosene e queimado vivo. A mulher dele foi quem teve que atear fogo.


Das 28 cidades da região, só três escaparam ao massacre por terra e aos bombardeios aéreos. Ao deixarem as províncias, as forças do exército imperial usaram armas biológicas manejadas pela Unidade 731, um grupo secreto. Agentes patológicos de cólera, antrax e tifo causaram vítimas em número impossível de ser calculado, pois todos os postos de atendimento médico haviam sido destruídos.


Aproximadamente, 250 mil pessoas foram mortas na operação de represália. Ao todo, na China, que ainda vivia sua própria guerra civil, o número de mortos na II Guerra é calculado em dez milhões.


Obviamente, esta história pouco conhecida foi resumida para dar uma ideia da quantidade de crimes de guerra praticados pelo Japão durante o período em que foi tomado por uma ideologia fascista que pretendia se estender por quase todo o Oriente, movida por conceitos de superioridade racial.


Nada, porém, altera a essência da pergunta feita no inicio: existiram ou não justificativas militares e morais para as bombas atômicas recém-saídas do laboratório secreto de Los Alamos, cujo uso foi autorizado por Harry Truman apenas três meses depois de se tornar presidente, com a morte de Franklin Delano Roosevelt.


As dúvidas começaram a aflorar menos de um ano depois do lançamento das bombas, com a consequente rendição incondicional do Japão – mantido, porém, o imperador em cujo nome todas as atrocidades haviam sido praticadas, mas considerado importante na crucial reconstrução do país conduzida pelos Estados Unidos. “É a minha opinião que o uso dessa arma bárbara em Hiroshima e Nagasaki não consistiu em ajuda material em nossa guerra contra o Japão”, escreveu um ex-integrante do Estado Maior durante a grande guerra, William Leahy. “Os japoneses estavam quase derrotados e prestes a se render. Ao usá-la, adotamos o padrão ético vigente entre os bárbaros da Idade das Trevas.”


Até hoje, um raciocínio semelhante é usado entre a corrente dos “revisionistas” americanos – os da historiografia “marxista” simplesmente dão a questão por encerrada ao sustentar que o único objetivo era intimidar a União Soviética e estamos conversados, para que se preocupar, por exemplo, com documentos e outros instrumentos de estudo? “A alegação de que a bomba evitou a morte de 500 mil americanos é insustentável”, escreveram Gar Alperovitz e Kai Bird, dois estudiosos do assunto.


O físico e polemista Henry I. Miller mantém a correção da análise feita na época pelo Estado Maior americano. Depois de todo o sangue derramado na guerra do Pacífico, que ainda por cima não tinha o terror, o drama e a glória de fácil entendimento do teatro europeu, a invasão do Japão, com resistência até a morte dos militares e parte da população civil, resultaria em cerca de 1,2 milhão de baixas nas forças americanas, das quais 267 mil mortes.


Ou até mais, diz ele: “Um estudo feito pelo físico William Shockey para a equipe do secretário da Guerra Henry Stimson calculou que a invasão do Japão custaria de 1,7 a 4 milhões de baixas entre os americanos, incluindo de 400 mil a 800 mil fatalidades, e de cinco a dez milhões de mortes entre os japoneses.”


O bombardeio em massa de civis foi um dos aspectos mais trágicos da II Guerra. A Alemanha nazista começou, lançando os ataques contra cidades inglesas, ao longo do terrível ano da Batalha da Inglaterra. Só em Londres, morreram 30 mil pessoas.


Mais tarde, Dresden e Hamburgo também sofreram ataques mortíferos. O bombardeio de Tóquio, com bombas incendiárias convencionais, causou mais vítimas do que o de Hiroshima. Só para lembrar: quem declarou guerra aos Estados Unidos foi o Japão, numa iniciativa fantasticamente estúpida e providencial para o presidente Roosevelt e seus aliados vencerem a resistência interna à participação americana na guerra.


A força do povo japonês e a visão estratégica dos americanos se uniram para refazer, com resultados excepcionais, um país destruído pelo próprio delírio de seus governantes, tal como na Alemanha.


Generalizar os males da guerra e considerar que todos foram vítimas indiscriminadas das forças malignas que elas desencadeiam é obscurecer os acontecimentos históricos. Mesmo que o passado histórico continue a mudar o tempo todo, movido pela capacidade humana de se analisar e criticar. Isso não significa não honrar e sofrer pela memória dos mortos de Hiroshima e Nagasaki.


https://veja.abril.com.br/blog/mundialista/por-que-estados-unidos-nao-devem-se-desculpar-por-hiroshima/


A vitória contra o Japão era questão de tempo e bombardear o Japão não seria necessário.
Os EUA jogaram bomba atômica pra mandar uma "indireta" pra URSS do poderio deles, caso resolvesse se meter com eles.


Offline Agnoscetico

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Re:Vídeos políticos
« Resposta #1599 Online: 08 de Agosto de 2018, 00:28:31 »
[...]
Sobre as bombas atômicas, o que ele convenientemente não menciona é que jogaram a segunda bomba três dias depois da primeira! 3 dias depois!

Então esse papo de que a bomba foi para salvar vidas é asqueroso. E só jogaram duas bombas porque havia apenas DUAS bombas. Se houvesse três teriam lançado as três. Na verdade houve 3, mas a primeira eles testaram lá no deserto.

Os americanos correram para jogar a segunda bomba 3 dias depois para não dar tempo do Japão se render. Nagasaki não foi para forçar uma rendição e nem para assustar os russos, como especulam alguns. Para assustar os soviéticos bastava Hiroshima.

O verdadeiro motivo dessa gente incinerar dezenas de milhares de pessoas, assim, como se fosse uma coisa banal, foi ainda mais banal: queriam aproveitar a guerra para testar o máximo possível a nova arma. E como só tinham duas só podiam testar as duas.

Por isso escolheram duas cidades que não eram alvos militares, e por não terem importância militar nenhuma é que justamente estavam intactas, nunca tinham sido bombardeadas. Claro, se lançassem a bomba em Tókio, que já estava devastada, ou qualquer outra cidade industrial japonesa, não seria tão propício para avaliar a destruição que a bomba atômica causaria.

Quem é capaz de matar milhares de pessoas sabendo que muitas dessas sofrerão uma morte horrível, apenas para testar um pouco mais uma nova tecnologia?

Quem?

Gente  "respeitável" como Roosevelt, Einsenhower, MacCarthur, Churchill... não somente "monstros" como Stalin ou Hitler.

Também acho que é hipócrita o argumento de 'poupar vidas'.

Mas ele não é errôneo.

Se o EUA tivesse que invadir o Japão para ocupá-lo, certamente haveria de milhares de mortes nos bombardeios e nos combates corpo-a-corpo. Não sei qual em qual ordem de magnitude as mortes chegariam, se de dezenas ou de centenas.

Mas que seriam muitas, não tenho nenhuma dúvida. E isto por causa do tipo da estruturação social japonesa e de sua imensa carga de doutrinação política e nacionalista, quase religiosa, que refletia diretamente nas forças armadas do Japão.

Os soldados japoneses eram obstinados e fanáticos. As narrativas de violência e crueldade deles contra soldados inimigos e as populações submetidas não são poucas.

O "sagrado herói salvador" Tio Sam já cometeu várias atrocidades, interna - massacre de indígenas, fazer vista grossa pra existência da segregação racial e Klu Klux Klan, etc - e externa - junto com Grã-Bretanha, fomentaram vício -
Mas quem poderia deter esses países maravilhosos portadores da moral e virtude ocidentais da "democracia" (apenas pra brancos) quando fizessem essas atrocidades obras de disseminação da "cultura democrática".


 






 

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