Autor Tópico: A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade  (Lida 42973 vezes)

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Offline Pasteur

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #375 Online: 06 de Outubro de 2016, 15:49:33 »

Mises vale ?

Será que alguém vai reclamar da fonte ?

Sua fonte agora cita dados e referências confiáveis, e não apela para autoridades anônimas. Muito  bom, está evoluindo.

Só nunca podemos confiar em tudo que eles afirmam, devemos saber filtrar as informações e sempre checar as referências e a plausibilidade das (des)informações. :ok:

Isso vale para qualquer fonte, seja Globo, UOL, BBC, El País, NYTimes, Brasil247(risos. Ok esse é difícil), Veja, Pravda, Mises, etc.

Não se preocupe: daqui a pouco ele volta com Pravda e Sputinik de novo...

Offline JJ

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #376 Online: 15 de Outubro de 2016, 09:57:22 »
Deutsche Bank. Uma situação “assustadora” de “alertas já indisfarçáveis” Deutsche Bank enfrenta uma das maiores crises da sua história.


Fotografia: REUTERS/Kai Pfaffenbach Filipe Paiva Cardoso 07.07.2016 / 14:55

 "Algo que nos deixa ainda mais preocupados é o contágio a toda a banca", alerta João Queiroz. O Deutsche é dos bancos com mais ramificações globais.


Com as ações em mínimos históricos e os custos para contratar seguros contra o risco do crédito (CDS) das obrigações do Deutsche Bank a valores mais altos que os registados em 2008, aquando do colapso do Lehman Brothers, a situação crítica do gigante alemão está cada vez mais difícil de ignorar.

“A situação do Deutsche Bank já fez tocar muitas campainhas, os sinais de alerta já são indisfarçáveis”, diz João Queiroz, Diretor de Negociação do Banco Carregosa, em declarações ao “Dinheiro Vivo”. E concretiza: “As ações do DB estão em mínimos históricos, a dívida subordinada e a dívida perpétua estão a corrigir abaixo dos 100% e os CDS (seguros para fazer face ao incumprimento da dívida) estão a valores mais altos do que em setembro de 2008, o mês da falência da Lehman.”


Se no início deste ano o custo de contratar um seguro contra o risco do Deutsche rondava os 180 euros, hoje os CDS contra a dívida a cinco anos do banco alemão já estavam perto dos 480 euros. Se alargamos o período da análise, a subida no custo para estar protegido dos títulos é ainda mais elevada.


Chumbo no teste de stress aumentou alarmes


Com um governo que tem fugido às questões sobre as crescentes dificuldades e pressões sobre o Deutsche Bank, tem cabido às principais entidades financeiras mundiais tentar chamar a atenção para o risco sistémico que o colosso alemão faz pender sobre toda a economia mundial.


O Fundo Monetário Internacional alertou a 30 de junho que o Deutsche Bank apresenta o maior risco para a estabilidade financeira mundial, na última atualização ao Financial Sector Assessment Program, documento onde pede ao governo alemão que confirme ter todas as ferramentas para lidar com uma resolução bancária.


No mesmo dia, a Reserva Federal divulgou que as subsidiárias norte-americanas do Deutsche Bank e do Santander chumbaram no teste anual de stress daquela autoridade, devido a falhas nos planos de capital e de gestão de risco. E este terá sido um dos catalisadores de nova fuga de investidores do banco alemão. Até porque no final do mês serão conhecidos os resultados dos testes de stress na Europa.


“A verdade é que os investidores estão a desfazer-se rapidamente dos papéis do Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha e um dos maiores da Europa. Os ativos do Deutsche Bank são quase metade do PIB alemão. Os sinais alarmantes agudizaram-se desde que o banco falhou os testes de pressão (testes de stress) dos EUA e à medida que se aproxima a data em que terá que se adequar aos novos rácios de capital, exigidos para os bancos europeus”, comenta João Queiroz ao Dinheiro Vivo.


“Algo que nos deixa ainda mais preocupados é o poder de contágio a toda a banca europeia e não só: o DB é, dos bancos universais, aquele que mais tem relações com outras instituições de crédito”, conclui o Diretor de Negociação do Banco Carregosa.


Ontem, o mesmo responsável do Carregosa, e em declarações ao Dinheiro Vivo sobre a situação italiana, já tinha apontado como “bastante assustador” o facto de o mercado atualmente atribuir ao Deutsche Bank uma capitalização bolsista a rondar os 17 mil milhões de euros, quando a instituição detém mais de 1,6 biliões em ativos.


Itália, Alemanha, as regras e os contágios


Ontem, e em declarações sobre a situação da banca italiana, a equipa de research do BiG alertou para o impacto que a recapitalização dos bancos transalpinos pode ter no restante sistema financeiro, em declarações ao “Dinheiro Vivo”.



Há, neste momento, duas opções em cima da mesa em relação à Itália e ambas acarretam riscos de dimensões difíceis de prever. Por um lado, Matteo Renzi pode furar as regras europeias e avançar com a recapitalização da banca sem impor perdas aos credores privados. Uma decisão deste género poderia aliviar o stress sobre a banca mas representaria mais um golpe à credibilidade do projeto europeu.


“Caso Bruxelas decida quebrar as regras de resgates à banca que entraram em vigor este ano, deixando o Estado italiano participar no resgate (…), isso poderia aliviar o stress sobre os bancos, mas iria enfraquecer a credibilidade nas regras e o tecido político de Bruxelas, exacerbando o discurso anti-bancos e reforçando as forças mais radicais”, apontou o BiG.


Mas se Bruxelas forçar a imposição de perdas nos bancos italianos a troco de recapitalização, a situação pode tornar-se igualmente perigosa: “Caso a UE não deixe quebrar (…) poderá haver consequências imprevisíveis e graves seja a nível financeiro, seja político – forçando perdas a acionistas, credores e depositantes, o que poderá gerar um evento de risco sistémico tendo em conta a magnitude do nível de recapitalização” em preparação em Itália. E neste impacto sistémico voltamos a encontrar o Deutsche Bank.


“Este será o ‘último muro’ até aos riscos/incerteza que pairam sobre o nível de capitalização dos maiores bancos europeus – por exemplo o Deutsche Bank – , o que poderia equivaler a uma espécie de momento ‘Lehman’ para todo o sector financeiro Europeu”, apontou a equipa de research do BiG ao Dinheiro Vivo.




https://www.dinheirovivo.pt/banca/deutsche-bank-uma-situacao-assustadora-onde-os-alertas-ja-sao-indisfarcaveis/



« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 10:09:16 por JJ »

Offline JJ

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #377 Online: 15 de Outubro de 2016, 10:13:35 »
O imbróglio italiano

Os bancos da Itália, que têm € 360 bilhões de créditos duvidosos, serão o estopim da próxima crise europeia

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The Economist

08 Julho 2016 | 05h00

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Leia 'The Economist' em português no Estadão

No mundo inteiro, os investidores andam com os nervos à flor da pele. Nos últimos dias, a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano atingiu o nível mais baixo já registrado; e quem se dispõe a comprar os títulos de 50 anos do governo suíço, aceita rentabilidade negativa. Parte da inquietação tem origem no Reino Unido, que há duas semanas resolveu se lançar no desconhecido.


A libra, que na quarta-feira, chegou a seu patamar mais baixo em 31 anos em relação ao dólar, ainda não chegou ao fundo do poço; alguns fundos imobiliários britânicos viram-se obrigados a suspender os resgates, a fim de fazer frente à queda acentuada no valor de seus ativos.


Mas a vitória do Brexit não é suficiente para explicar o desassossego cambial. Outra ameaça financeira, potencialmente mais perigosa, desponta no horizonte, do outro lado do Canal da Mancha, onde as claudicantes instituições de crédito italianas estão à beira de uma crise.


Primeiro ministro italiano


O primeiro-ministro italiano tem razão: pressão do mercado sobre os bancos não diminuirá enquanto a confiança não for minimamente restabelecida


A economia da Itália é a quarta maior da Europa, mas também é uma das que se encontram em situação mais delicada. A dívida pública do país equivale a 135% do PIB; no interior da União Europeia, a taxa de emprego entre os italianos adultos só não é mais baixa do que a observada na Grécia.


Faz anos que a economia italiana, sufocada pelo excesso de regulamentações e pela baixa produtividade, está moribunda. Em meio à estagnação e à deflação, os bancos do país carregam um fardo de cerca de € 360 bilhões (US$ 400 bilhões) em empréstimos de liquidação duvidosa, valor que corresponde a um quinto do PIB. Juntas, as instituições de crédito detêm provisões para apenas 45% desse montante. Na melhor das hipóteses, a fragilidade dos bancos limitará o crescimento econômico da Itália; na pior, alguns deles levarão a breca.


Não admira que os investidores tenham batido em retirada. De abril para cá, as ações dos maiores bancos italianos perderam aproximadamente 50% de seu valor, num movimento que se intensificou depois da vitória do Brexit no referendo britânico de 23 de junho. A preocupação mais imediata é com a insolvência do Monte dei Paschi di Siena, o banco mais antigo do mundo. Malograram várias tentativas feitas para recuperá-lo: a instituição vale hoje apenas um décimo de seu valor contábil e corre sério risco de não ser aprovada no teste de estresse a que o Banco Central Europeu a submeterá no fim do mês.


Se, por um lado, as tribulações por que passa o sistema bancário italiano são perigosas por conta do próprio porte das instituições que estão em jogo, por outro, também são reflexo de dois males que afetam em maior escala a área do euro como um todo: a tensão entre regras elaboradas em Bruxelas e a dinâmica política interna de cada país; e o conflito entre países credores e devedores. Ambos são consequência de reformas financeiras insuficientes. Se não for enfrentado de forma adequada, o imbróglio italiano pode levar ao fim da zona do euro.


A ideia é boa, mas... A Itália precisa submeter urgentemente seus bancos a uma faxina ousada e abrangente. Com o capital privado em fuga e grande parte dos recursos do fundo de emergência destinado a socorrer instituições financeiras em dificuldades já utilizada, isso exigirá aportes de dinheiro público. A questão é que, politicamente, a solução é quase impossível de ser implementada.


Na zona do euro, normas recém-criadas determinam que os bancos não podem ser socorridos, a menos que os primeiros a sofrerem perdas sejam os detentores de seus títulos de crédito. A ideia de impor prejuízos aos credores, em vez de passar a conta para os contribuintes é ótima. Na maioria dos países, os títulos dos bancos ficam com grandes investidores institucionais, que conhecem os riscos e têm condições de suportar eventuais perdas.
 
 
Mas, na Itália, em virtude de uma peculiaridade do código tributário do país, cerca de € 200 bilhões em títulos emitidos por instituições bancárias estão nãos mãos de pessoas físicas. Quando, em novembro, alguns bancos pequenos foram socorridos em conformidade com a nova regulamentação, um investidor se suicidou. Sobreveio um temporal político. Obrigar italianos comuns a absorver novos prejuízos causará sérios danos ao primeiro-ministro Matteo Renzi, lançando por terra suas esperanças de vencer o referendo, a ser realizado no segundo semestre deste ano, sobre uma reforma constitucional que altera a organização do Parlamento do país. Renzi quer que as normas sobre a ajuda a bancos sejam aplicadas com flexibilidade.


Mas a política também impõe restrições à liberdade de ação dos países credores. Os alemães dizem, com razão, que os problemas dos italianos foram causados, em larga medida, por eles mesmos, que demoraram demais a abrir os olhos para as dificuldades de suas instituições bancárias. Qualquer sistema que permita que os integrantes da zona do euro sejam seletivos na aplicação das novas regras deve provocar insatisfação entre os eleitores alemães.


Se Renzi tem muito a ganhar com a flexibilização ou suspensão das normas, é provável que a indulgência represente custos políticos na Alemanha, que deve realizar eleições no ano que vem. “Acabamos de estabelecer as normas do sistema de crédito”, disse Angela Merkel em resposta a um apelo de Renzi por tratamento leniente. “Não podemos alterá-las a cada dois anos.”


Mas o primeiro-ministro italiano tem razão. A pressão do mercado sobre os bancos italianos não diminuirá enquanto a confiança não for minimamente restabelecida, e isso só vai acontecer com intervenção governamental. Se a nova regulamentação do sistema de crédito for aplicada de forma rígida na Itália, a reação dos pequenos investidores terá efeitos negativos sobre a confiança e viabilizará a chegada ao poder do Movimento Cinco Estrelas, um grupo que responsabiliza o euro pelas dificuldades econômicas do país.


Aumentará a sensação de que a Itália é pouco beneficiada pelo compartilhamento de riscos no interior da área do euro e sofre com as inúmeras restrições a que está sujeita – como a impossibilidade de promover desvalorizações cambiais para estimular a economia, o pacto fiscal que engessa seu orçamento e, agora, o respeito a regras sobre o socorro a instituições financeiras, as quais entraram em vigor depois que outros países socorreram seus bancos. Se os italianos perderem a fé no euro, a sobrevivência da moeda única estará comprometida.


Não faz sentido seguir à risca as novas normas se isso levar ao fim da moeda única. Portanto, o melhor a fazer é permitir que o governo italiano injete capital em seus bancos, a fim de aplacar os temores de uma crise sistêmica. A ajuda precisa vir com algumas condições: uma reforma do sistema bancário que obrigue a fusão das pequenas instituições e promova um corte de despesas com a eliminação do número excessivo de agências que há no país. Para aumentar as chances de que as normas sobre o socorro a instituições financeiras venham a ser aplicadas no futuro, elas precisariam ser modificadas, de modo que os pequenos investidores que já detenham títulos de bancos sejam explicitamente protegidos.


O mais provável é que se opte por algum tipo de remendo paliativo. Já se fala na inclusão de uma cláusula que permita uma injeção temporária de capital no Monte dei Paschi. Talvez isso seja suficiente estancar a queda das ações, de modo que outros bancos italianos, como o UniCredit, consigam levantar capital no mercado. Os europeus certamente saudariam esse resultado como um exemplo de solidariedade embasada no respeito às regras. Mas, se a história serve de guia, tal medida não tornará as instituições financeiras italianas suficientemente saudáveis, e tampouco resolverá os problemas estruturais do bloco europeu. Uma das lições do Brexit é que ignorar as preocupações dos eleitores não é uma estratégia sustentável. A precária arquitetura financeira da zona do euro duplica o problema, passando por cima do que pensam os cidadãos de países credores e devedores. Não vai dar para empurrar a coisa com a barriga para sempre – e é por isso que os investidores têm toda a razão de estar tão apreensivos.


© 2016 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. TRADUZIDO POR ALEXANDRE HUBNER, PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM.


http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-imbroglio-italiano,10000061635



« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 10:18:05 por JJ »

Offline JJ

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #378 Online: 15 de Outubro de 2016, 10:27:04 »

Plano para salvar o Monte dei Paschi com risco de execução elevado


SÉRGIO ANÍBAL 01/08/2016 – 20:01

Será possível atrair os investidores a colocarem 5000 milhões de euros num banco que perdeu 8000 milhões desde 2014?

 
O banco Monte dei Paschi di Siena exite há 544 anos



Faltavam poucos minutos para que fossem divulgados os resultados dos temidos testes de stress à banca europeia quando, na passada sexta-feira, a instituição financeira mais antiga do mundo anunciou que tinha finalmente encontrado a solução para a sua sobrevivência. Contudo, passados quatro dias, e à medida que vão sendo conhecidos os detalhes da operação, vai ficando cada vez mais evidente que o banco italiano Monte dei Paschi di Siena ainda tem uma tarefa muito complexa pela frente em que nenhum detalhe pode correr mal.


Para que não houvesse dúvidas sobre a urgência da situação, os testes de stress realizados pela Autoridade Bancária Europeia mostraram que o Monte dei Paschi é de facto o banco na Europa que se encontra numa situação mais débil, apresentando um rácio de capital negativo quando é sujeito a um cenário económico difícil durante três anos. A necessidade de reestruturar o seu balanço e de se capitalizar é imediata e de grande dimensão.

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Por isso, numa tentativa de jogar em antecipação (evitando uma reacção negativa dos mercados na segunda-feira), foi anunciado que se tinha encontrado a solução financeira que permitiria capitalizar o banco em 5000 milhões de euros até ao final deste ano, um montante aparentemente capaz de tornar o banco italiano numa instituição sólida e segura. O problema, é claro, vai estar nos detalhes da operação.


Em primeiro lugar é necessário levar em conta que, para evitar custos directos para os contribuintes e ultrapassar os obstáculos existentes nas regras europeias, a capitalização irá ser feita pelo sector privado. E que, por isso, é preciso convencer os investidores a entrar no capital do Monte dei Paschi.


Essa tarefa adivinha-se difícil. E é fácil perceber porquê. O que se vai pedir aos investidores é que coloquem 5000 milhões de euros num banco que, neste momento, não vale mais do que 1000 milhões de euros no mercado, depois de terem desaparecido 8000 milhões de euros de reforços de capital feitos durante os últimos dois anos e meio.


É verdade que, até agora, já oito bancos internacionais, incluindo o JP Morgan e o Mediobanca que organizam a operação, já assumiram o compromisso de subscrever a compra de acções, mas esse compromisso ainda está dependente da existência de um interesse efectivo dos mercados.

Para conseguir tornar o Monte dei Paschi minimamente atractivo para os investidores, será preciso efectuar uma limpeza completa aos seus balanços. E será também aqui que se jogará o sucesso da operação.


O objectivo é que o banco consiga vender a totalidade dos 27.700 milhões de euros de crédito que o banco concedeu a entidades que neste momento estão em situação de insolvência. Para que o plano corra previsto, esses créditos serão empacotados em títulos que serão depois vendidos por um valor total de 9200 milhões de euros. Isto é, por cerca de 33% do seu valor nominal.


Este é mais um dos problemas da operação, já que, num passado recente, as ofertas que foram realizadas por bancos de investimento internacionais interessados em comprar estes créditos andavam entre os 20% e os 25% do valor nominal.



Os créditos vão ficar divididos consoante o seu nível de risco. Com os empréstimos que têm uma maior probabilidade de ser recuperados (e que contarão com uma garantia do Estado), espera-se garantir 6000 milhões de euros. Haverá depois um grupo intermédio de créditos que deverá ser comprado pelo veículo Atlante (que tem outros bancos italianos como accionistas) por 1600 milhões de euros. Por fim, os créditos com um nível mais elevado de risco serão entregues aos accionistas do Monte dei Paschi, usando o capital do próprio banco.



Para garantir que tudo isto é feito até ao final deste ano (ou pelo menos até ao início de 2017) é preciso ainda a aprovação dos reguladores e deverá ser necessário um empréstimo ponte, que de acordo com vários órgãos de comunicação social, será concedido pelo banco norte-americano JP Morgan.


Vários analistas têm alertado para o facto de nenhum destes pontos do plano, que apresentam riscos elevados na sua execução, pode falhar, caso contrário um cenário de intervenção pública, em que há o risco de perdas para milhares de pequenos credores e a ameaça de contá


https://www.publico.pt/economia/noticia/plano-para-salvar-o-monte-dei-paschi-com-risco-de-execucao-elevado-1740043





Offline JJ

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #379 Online: 15 de Outubro de 2016, 10:28:57 »


Banco mais antigo da Itália balançando.  Banco gigante da Alemanha em perigo.   

As notícias  mostram riscos cada vez maiores.






« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 10:31:15 por JJ »

Offline Feliperj

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #380 Online: 18 de Outubro de 2016, 21:59:25 »
Na verdade o sistema já está quebrado! O que os BC's estão fazendo é somente jogar o estouro mais para frente. O problema é que, quanto mais jogam para frente com essa maluquice monetária, maior o problema fica. Acho que não é a toa que arrumaram um possível "conflito global" na Síria...

Rhyan

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #381 Online: 21 de Outubro de 2016, 22:34:40 »
Só Jesús pode nos salvar...

Propostas para uma reforma bancária completa e estabilizadora
Jesús Huerta de Soto


A crise financeira mundial vem explicitando a instabilidade do nosso atual sistema bancário, que opera sob reservas fracionárias.  Após o estouro da bolha imobiliária americana, vários bancos faliram nos EUA, o que levou o governo americano a utilizar dinheiro público para trazer alguma estabilidade ao setor.  Na Europa, a situação segue caótica.  Sempre que a situação parece estar se tranquilizando, surgem novas notícias de que algum grande banco de algum país está insolvente e necessitando de novos pacotes de socorro.  Caso tal pacote de socorro não seja concedido, o temor é o de que todo o sistema bancário do país pode se tornar insolvente — o que, por conseguinte, pode contaminar os bancos de todo o continente.

As causas das crises bancárias são as mesmas: os bancos detêm o privilégio de criar dinheiro do nada para conceder crédito para empresas e para pessoas físicas.  Durante o processo de expansão artificial do crédito — orquestrado pelo Banco Central em conjunto com o sistema bancário de reservas fracionárias —, uma bolha especulativa é desencadeada, dando início a uma fase de crescimento econômico que, nas palavras do próprio Alan Greenspan, pode ser caracterizada por uma "exuberância irracional".

Esta fase da expansão creditícia provoca uma série de desequilíbrios e descoordenações na economia real, fazendo com que vários projetos e empreendimentos de longo prazo, que antes da expansão do crédito se mostravam desvantajosos, se tornem agora, por causa da queda dos juros, aparentemente (muito) lucrativos.  A expansão do crédito gera um aumento da quantidade de dinheiro na economia.  Como consequência, a renda nominal das pessoas aumenta, o que gera nos empreendedores a crença de que haverá demanda futura para seus investimentos de longo prazo.

No entanto, por causa desta inflação monetária, os preços dos bens e serviços na economia começam a subir, o que leva o Banco Central a subir os juros e os bancos a cobrarem mais caro por seus empréstimos.  No final deste ciclo, quando a expansão creditícia — que não pode se perpetuar para sempre — for desacelerada, a realidade virá à tona, o mercado inevitavelmente apontará os erros cometidos durante esta época de exuberância, e todos os empreendimentos que foram iniciados porque pareciam lucrativos revelar-se-ão excessivamente ambiciosos e acabarão sendo um grande desperdício.

A redução da expansão do crédito faz com que a renda nominal dos consumidores, que até então era crescente, se estagne.  Como os preços ainda seguem crescendo, e como os consumidores estão mais endividados, sua capacidade de consumo estará afetada.  A demanda esperada para os investimentos não se concretiza.

Vários bens de capital produzidos durante o período da euforia, bem como vários empreendimentos imobiliários, se tornam ociosos, revelando que sua produção foi um erro e um esbanjamento desnecessário (o que os fez ser distribuídos incorretamente no tempo e no espaço) porque os empreendedores se deixaram enganar pela abundância do crédito, pela facilidade de seus termos e pelos juros baixos estipulados pelas autoridades monetárias.

O resultado de tudo isso é que o padrão de vida dos consumidores não aumentou em nada.  Pelo contrário: os consumidores estão agora relativamente mais pobres em decorrência de todos estes investimentos errôneos e insustentáveis que foram empreendidos em decorrência da expansão artificial do crédito, investimentos estes que imobilizaram capital e recursos escassos para seus projetos, recursos estes que agora não mais estão disponíveis para serem utilizados em outros setores da economia.  No geral, a economia está agora com menos capital e menos recursos escassos disponíveis.

Todos estes empreendimentos que foram iniciados porque pareciam lucrativos não teriam sido feitos caso não houvesse ocorrido uma expansão artificial do crédito.  Tais empreendimentos não foram financiados por um aumento na poupança real dos cidadãos.  Ninguém reduziu seu consumo para que recursos escassos fossem liberados para ser utilizados nestes empreendimentos.  Tudo foi possibilitado pela simples criação de dinheiro pelos bancos.  A criação de dinheiro pelo sistema bancário faz com que haja uma disputa por recursos: de um lado, consumidores aumentam seu consumo; de outro, empreendedores aumentam seus investimentos.  O resultado é que os preços e salários da economia aumentam.

Quando a expansão creditícia é interrompida e o processo de reajuste é estabelecido, as empresas que fizeram os investimentos errôneos entram em dificuldades financeiras.  Consequentemente, elas começam a ter dificuldades em quitar seus empréstimos tomados junto aos bancos.  Muitas dão o calote.  Isso faz com que os bancos sofram reduções no valor de seus ativos (empréstimos são ativos).  Caso se torne óbvio que um determinado banco está em dificuldades, seus correntistas podem querer sacar o dinheiro de suas contas, levando o banco imediatamente à falência.  A quebra de um banco pode gerar um efeito dominó, levando à queda de todo o sistema bancário.

A resposta a esse tipo de crise financeira e bancária sempre envolve um aumento da regulamentação estatal sobre os bancos, como um aumento das exigências de capital e da proibição de determinadas operações.  Mas tais medidas apenas atacam os sintomas, deixando impávida a raiz real do problema: a capacidade dos bancos, com o aval e com o incentivo do governo, de criar dinheiro do nada para expandir o crédito.

A reforma bancária

No capítulo 9 do meu livro Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos, apresento um detalhado processo de transição rumo à única ordem financeira que, sendo totalmente compatível com o sistema de livre iniciativa, pode eliminar as crises financeiras e as recessões econômicas que ciclicamente afetam as economias mundiais.  Tal proposta de reforma financeira internacional é, obviamente, extremamente relevante em nossa época atual, tendo em vista os recentes acontecimentos no sistema bancário europeu.  Como explico em detalhes ao longo dos nove capítulos do meu livro, qualquer reforma futura irá fracassar tão miseravelmente quanto as reformas passadas caso ela não ataque as raízes dos problemas atuais e seja baseada nos seguintes princípios:

    1. Abolição da prática das reservas fracionárias e o restabelecimento de 100% de reservas para todos os depósitos em conta-corrente e demais depósitos que na prática funcionem como conta-corrente (como aqueles depósitos em poupança que podem ser movimentados por meio de cheque ou cartão de débito);

    2. Abolição dos bancos centrais, que, além de serem intrinsecamente perniciosos por atuarem como uma agência de planejamento central, também estimulam e intensificam o risco moral ao funcionarem como emprestadores de última instância.  Adicionalmente, um banco central se torna imediatamente desnecessário caso o primeiro princípio seja aplicado; e

    3. Desestatização do dinheiro, que atualmente nada mais é do que uma moeda fiduciária, sem nenhum lastro, emitida monopolisticamente pelo estado, sem nenhuma restrição.  Deve haver completa liberdade de escolha da moeda (a tendência é que o ouro seja a escolha predominante).

Esta reforma radical e definitiva marcaria essencialmente a culminação da queda do Muro de Berlim e do real socialismo, uma vez que ela significaria a aplicação dos mesmos princípios de liberalização e de propriedade privada àquela esfera — setor bancário e monetário — que até hoje é sinônimo de planejamento central (pois controlada pelos bancos "centrais"), de extremo intervencionismo (o governo estipula a taxas de juros e impõe todo um emaranhado de regulamentações ao setor), e de monopólio estatal (as leis de curso forçado, as quais impõem a aceitação obrigatória do papel-moeda fiduciário emitido pelo estado) — medidas com desastrosas consequências, como temos visto.

Devo enfatizar que o processo de transição — descrito detalhadamente em meu livro, e sintetizado na próxima seção — também permite, desde o início, a estabilização imediata do sistema bancário, impedindo o seu atual colapso e a inevitável contração monetária que ainda pode ocorrer se os bancos continuarem tendo seus empréstimos caloteados e se, em um ambiente de crescente perda de confiança no sistema bancário, os correntistas decidirem sacar um significativo volume de depósitos bancários.  Mais ainda: ele permite a total, ou quase total, abolição da dívida pública do país.

O que fazer

Este objetivo — a estabilização do sistema bancário —, o qual os governos ocidentais estão desesperadamente tentando alcançar por meio dos mais variados e pirotécnicos planos (que envolvem a compra maciça de ativos "tóxicos" em posse dos bancos, como hipotecas caloteadas; uma impossível garantia federal a todos os depósitos bancários; e até mesmo a total estatização do sistema bancário), poderia ser alcançado muito mais rapidamente e efetivamente, e de maneira muito menos danosa para a economia de mercado, se a primeira medida da minha proposta de reforma fosse imediatamente implantada: lastrear a quantidade total de depósitos bancários à vista (em conta-corrente e equivalentes) com dinheiro.

Mais especificamente, o banco central imprimiria e daria aos bancos a quantidade de cédulas necessárias para lastrear 100% dos depósitos bancários.  Obviamente, essa impressão de dinheiro não seria de modo algum inflacionária, pois este novo dinheiro iria para os cofres dos bancos e ali permaneceria não com o intuito de ser emprestado, mas sim de satisfazer qualquer necessidade de saques, retiradas e transferências.

Concomitantemente, todos os outros ativos bancários (empréstimos pendentes, investimentos, títulos do governo etc.) nos balancetes dos bancos seriam transformados em quotas de fundos de investimento, cujo gerenciamento passaria então a ser a principal atividade dos bancos.

E quem serão os proprietários destas quotas destes fundos de investimento?  A proposta é que seus proprietários sejam aqueles que estão hoje em posse de títulos da dívida do governo.  A ideia é simples: os proprietários dos títulos do governo abririam mão deles e, em troca, receberiam quotas de valor correspondente nestes fundos de investimento.  Os títulos da dívida do governo seriam consequentemente cancelados.

Esta medida eliminaria, se não toda, ao menos uma grande parte da dívida pública do país, algo que beneficiaria todos os cidadãos, uma vez que dali em diante eles não mais teriam de pagar impostos para arcar com o serviço da dívida.  Adicionalmente, os atuais detentores destes títulos do governo não seriam afetados, pois a atual renda fixa que eles auferem com os títulos seria substituída por quotas que, desde o momento da reforma, já teriam um valor de mercado e uma taxa de retorno conhecidos.  No que mais, existem outros passivos governamentais (por exemplo, as pensões da Previdência Social) que também podem ser convertidos em títulos e consequentemente trocados por quotas nestes novos fundos de investimento, com efeitos econômicos altamente benéficos.

Teríamos então a seguinte situação:

    a) Depósitos à vista (conta-corrente e outros que funcionem como conta-corrente) 100% lastreados por cédulas de dinheiro (sendo que esta porcentagem tem de ser mantida sob toda e qualquer circunstância);

    b) Todos os outros ativos bancários transformados em fundos mútuos e gerenciados pelos bancos.  Títulos da dívida do governo que estavam em posse dos bancos são cancelados e abolidos de seus balancetes.

Deste ponto em diante, a atividade dos bancos consistiria em gerenciar os fundos de investimento criados com seus ativos.  Empréstimos seriam concedidos normalmente: um depositante compraria novas quotas nestes fundos (nada mais que um depósito a prazo) e o banco investiria este dinheiro, emprestando para empresas e pessoas físicas.  Durante o período do empréstimo, o emprestador obviamente não teria como utilizar seu dinheiro. Adicionalmente, os bancos continuariam incorrendo naquelas outras atividades legítimas que eles sempre praticaram, como transferências bancárias, pagamento de contas e demais serviços, podendo cobrar os correspondentes preços de mercado por estes serviços.

Deste ponto em diante, com os bancos operando com 100% de reservas, a expansão artificial do crédito iria desaparecer completamente.  Nesta etapa, o banco central estaria limitado a aumentar a oferta monetária em uma pequena porcentagem — sugere-se 2% ao ano, que é a taxa histórica do crescimento da oferta mundial de ouro —, sendo que este aumento seria utilizado para financiar uma fatia dos gastos do governo.  De forma alguma este dinheiro poderá ser usado para fazer operações de mercado aberto (ou seja, manipular os juros) ou para expandir o crédito.

Estas reformas levariam à quase completa eliminação das crises financeiras e das recessões econômicas.  A partir deste estágio, o comportamento dos poupadores, consumidores e empreendedores no livre mercado estaria estreitamente coordenado pelas taxas de juros naturalmente formadas no mercado de poupança e empréstimo.

O estabelecimento de um sistema bancário com 100% de reservas é uma condição necessária para a abolição definitiva do banco central, que seria a etapa final.  Com efeito, tão logo o sistema bancário esteja subordinado aos mesmos princípios jurídicos que governam todos os outros empreendimentos (como a proibição de fraude e de falsificação de dinheiro, e o respeito à propriedade alheia), a completa liberdade bancária — com plena liberdade de entrada e de concorrência no setor — deve ser permitida, e o banco central deve ser abolido.

A abolição do banco central exigirá que o atual dinheiro fiduciário, o qual apenas o banco central tem o poder de emitir, seja substituído por uma forma de dinheiro privado.  É impossível dar um salto no escuro e do nada estabelecer um padrão monetário artificial que não tenha surgido ao longo de um processo evolucionário.  Sendo assim, a nova forma de dinheiro provavelmente irá consistir naquele elemento que a humanidade historicamente sempre considerou como sendo dinheiro por excelência: o ouro.

(Como exatamente poderá ser feita esta transição do dinheiro de papel para o ouro é um outro debate, também coberto em meu livro).

Concluo esta seção com um importante alerta: naturalmente (e nunca é demais ser repetitivo), esta solução que proponho só é válida em um contexto de uma irrevogável decisão de se estabelecer um sistema bancário sujeito a 100% de reservas sobre depósitos à vista.  Qualquer uma das reformas mencionadas acima, caso adotada sem a prévia e resoluta convicção de se alterar o sistema bancário e financeiro da maneira sugerida, seria totalmente desastrosa: um sistema bancário que continuasse operando com reservas fracionárias (orquestrado por um banco central) iria gerar — em um efeito cascata, em decorrência do dinheiro criado para lastrear os depósitos — uma expansão inflacionária sem precedentes na história, uma que certamente poderia aniquilar todo o nosso sistema econômico.

Benefícios

Além da redução drástica da dívida pública (e, dependendo, da resolução do problema previdenciário), quais os benefícios de um sistema bancário com 100% de reservas, cuja moeda é o ouro?

1) Um sistema com 100% de reservas impossibilita crises bancárias.  Havendo 100% de reservas para seus depósitos à vista, não há como os bancos terem problemas de liquidez.  Correntistas podem sacar seu dinheiro no momento em que quiserem e na quantia que desejarem.  Os bancos não se tornarão insolventes em decorrência desses saques.

2) Este sistema impede a ocorrência de crises econômicas cíclicas.  O privilégio de operarem apenas com reservas parciais para seus depósitos permite que os bancos possam criar dinheiro do nada para conceder empréstimos.  Tais empréstimos não exigem nenhuma abstenção de consumo (poupança) por parte do depositante.  Cria-se o fenômeno do investimento sem a prévia poupança.  Esta expansão do crédito gera um aumento da quantidade de dinheiro na economia e leva a um crescimento econômico artificial, o qual inevitavelmente se reverte em recessão algum tempo depois.  Bancos operando com 100% de reservas tornam tal expansão creditícia impossível.

3) A abolição da prática das reservas fracionárias está em completa harmonia com o conceito de propriedade privada.  Mantendo reservas de 100%, os princípios tradicionais do direito de propriedade também são aplicados aos depósitos bancários.  Bancos não mais podem emprestar dinheiro cuja custódia lhes foi confiada.

4) O modelo de padrão-ouro proposto estimula um crescimento econômico estável e sustentável.  Prejuízos em decorrência de investimentos errôneos e insensatos podem ser evitados.  Com um crescimento médio anual de 2% na produção de ouro e de 3% na economia, os preços dos bens e serviços diminuíram aproximadamente 1% ao ano.  Isso levaria a aumentos salariais reais, dispensando a necessidade de tensas negociações sindicais.  As pessoas não mais teriam de perder tanto tempo pesquisando oportunidades de investimento no mercado financeiro para tentar proteger o poder de compra do seu dinheiro.  Apenas deixar seu dinheiro guardado já lhe permitiria usufruir um crescente aumento em seu poder de compra.

5) Este sistema colocaria um fim nas especulações financeiras.  A criação de dinheiro pelos bancos permite que eles próprios, bem como seus contumazes tomadores de empréstimos, se enriqueçam facilmente.  A tentação em praticar atos fraudulentos e inescrupulosos é praticamente irresistível.  Os incentivos para se ser honesto, responsável, poupador, trabalhador e voltado para o longo prazo são rejeitados em prol da oportunidade de se enriquecer de modo rápido e fácil pela simples criação de dinheiro, prejudicando terceiros que terão seu poder de compra reduzido.

6) Um padrão-ouro com reservas de 100% é um poderoso limitador ao crescimento do estado.  Uma grande fatia dos gastos governamentais atuais é financiada diretamente pela criação de dinheiro.  O sistema bancário de reservas fracionárias, em conjunto com o banco central, cria dinheiro do nada e o empresta ao governo.  Se esta opção for abolida, o estado seria restringido e deixaria mais espaço para o setor privado.

7) Este sistema proposto promove a paz.  Sem a capacidade de criar dinheiro do nada para financiar o esforço de guerra, algo que oculta de maneira eficaz os reais custos militares de conflitos contra populações, as guerras dos dois últimos séculos poderiam ter sido evitadas.  No mínimo, sua intensidade seria muito reduzida.

Em suma: este novo sistema bancário não apenas impediria injustiças e evitaria sofrimentos, como também permitiria um crescimento econômico constante, harmonioso e estável.

_________________________________

Leia também:

Explicando a recessão europeia

O sistema bancário brasileiro e seus detalhes quase nunca mencionados

Por que o Banco Central é a raiz de todos os males

Rhyan

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #382 Online: 21 de Outubro de 2016, 22:38:17 »
Interessante como nem precisa ter ouro para ter um padrão-ouro:

Citação de: Leandro Roque
Qual a solução então?

A solução é pegar essa ideia de Monica — que, como ela corretamente disse, "não é original, tampouco heterodoxa" —, trocar o preço do dólar pelo preço do ouro, e fazer exatamente aquilo que foi feito na Alemanha de dezembro de 1923, quando, em apenas um mês, o país saiu da hiperinflação mais famosa da história e passou a ter uma moeda forte e estável.

O preço da moeda alemã, o rentenmark, passou a ser mantido constante em termos de ouro.  Mas não havia ouro.  Assim como o preço do ouro em reais foi mantido relativamente constante no período 1994-1998 e 2003-2006, o preço do ouro em rentenmarks foi mantido constante a partir de dezembro de 1923.   Criou-se um padrão-ouro sem ouro.

O livro When Money Dies (Quando o Dinheiro Morre), do jornalista britânico Adam Ferguson, narra em detalhes todo esse processo.

A população alemã vinha definhando e literalmente morrendo de fome, pois nenhum agricultor queria abrir mão de seus produtos em troca de uma moeda que não valia nada.  Toda a colheita de 1923 ficou estocada nos silos dos agricultores; enquanto isso, as prateleiras dos supermercados estavam vazias.  Inanição e baderna — inclusive uma tentativa de um cavalheiro chamado Adolf Hitler de tomar o poder em Munique em 9 de novembro de 1923 — eram rotina.

E então, no dia 16 de novembro de 1923, o governo parou de imprimir marcos e os substituiu pelo rentenmark, que surgia com um valor definido em termos de ouro.  No dia 20 de novembro, os marcos existentes foram convertidos em rentenmark ao preço de um trilhão de marcos por um rentenmark.  A hiperinflação imediatamente acabou e a Alemanha estava no padrão-ouro.  Mas sem ouro.

Não havia ouro nos cofres do Rentenbank (o então Banco Central alemão).  Nenhuma cédula de rentenmark era conversível em ouro.  Simplesmente o valor do rentenmark era mantido constante em termos de ouro.  Como isso era feito?  O Rentenbank simplesmente expandia e contraía a base monetária (vendendo e comprando ativos) de modo a manter o valor do rentenmark o mais estável possível em termos de ouro.  O mecanismo era um simples ajuste da oferta de moeda.

Apenas duas pessoas trabalhavam no Rentenbank: o diretor (Hjalmar Schacht) e sua secretária.  O que ele fazia?  De acordo com o livro (página 123), ele fazia apenas três coisas durante o dia: fumava charutos, ficava ao telefone o dia inteiro se informando da cotação do ouro, e fazia as políticas monetárias correspondentes (vendia e comprava ativos, contraindo e expandindo a base monetária) para manter o valor do rentenmark estável em termos do ouro.  À noite, após o expediente, ele pegava o último trem suburbano e ia para casa.  Na classe econômica.  Fora isso, não fazia nada.

Os agricultores aceitaram o rentenmark, desovaram seus estoques, e a população alemã repentinamente se viu repleta de opções alimentícia à sua volta.  Bastou apenas devolver estabilidade à moeda e toda a crise acabou e a economia voltou a crescer.

Moeda saudável gera economia forte. Moeda fraca gera economia doente. É impossível ter uma economia forte e saudável se a moeda está fraca e doente.

Ou seja, não é necessário praticamente nada para se adotar um sistema de padrão-ouro sem ouro para se debelar uma carestia e devolver estabilidade à moeda.  O Rentenbank não tinha ouro nenhum.  O rentenmark não era conversível em ouro.  Nenhuma preparação foi necessária.  Nenhuma grande equipe foi montada.  Nenhum grande intervalo de tempo foi requerido.  A única medida necessária foi deixar clara qual seria a política adotada: manter o valor do rentenmark estável em termos de ouro por meio de políticas monetárias tradicionais.  E só.

Fonte:
A nossa “depreflação” e o ajuste fiscal que não virá: a necessidade de um novo Plano Real
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2304

Offline Feliperj

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #383 Online: 22 de Outubro de 2016, 14:04:47 »
O livro do Jesus sobre o sistema bancário de reservas fracionadas e banco central é primoroso, com uma crítica que abrange a questão moral, jurídica e econômica. Outro excelente livro sobre o sistema bancário, é o do Rothbard "The Mistery of Banking".

Com relação ao padrão ouro (ou atrelar o valor da moeda ao ouro), a vantagem dele é que torna imediato os efeitos da manipulação da moeda, do descontrole dos gastos estatais pelos governos! Torna imediato a percepção do roubo de riqueza da sociedade para o governos e o sistema bancário. O que está sendo feito de 2008 para cá, quando implodir será catastrófico, e não irá me surpreender em nada se isso coincidir com uma escalada da questão Ocidente x Rússia na Síria.

No sistema atual, o roubo/descontrole cometido agora é percebido como prosperidade, e só é realmente sentido como tal, mais tarde (boom x busts dos ciclos econômicos).

Offline Peter Joseph

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #384 Online: 25 de Outubro de 2016, 18:24:53 »


Banco mais antigo da Itália balançando.  Banco gigante da Alemanha em perigo.   

As notícias  mostram riscos cada vez maiores.

Quando a próxima bolha estourar - da dívida soberana - vai fazer a bolha subprime de 2008 parecer coisa de criança. Vamos ver se o capitalismo resiste a ela, eu acho que não. Dessa vez acho que vai de vez, isto se não ocasionar uma outra guerra mundial.
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Offline Lorentz

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #385 Online: 25 de Outubro de 2016, 18:29:26 »


Banco mais antigo da Itália balançando.  Banco gigante da Alemanha em perigo.   

As notícias  mostram riscos cada vez maiores.

Quando a próxima bolha estourar - da dívida soberana - vai fazer a bolha subprime de 2008 parecer coisa de criança. Vamos ver se o capitalismo resiste a ela, eu acho que não. Dessa vez acho que vai de vez, isto se não ocasionar uma outra guerra mundial.

Você acredita que o capitalismo vai acabar e que a gente vai voltar para o escambo ou algo assim?
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Offline Peter Joseph

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« Resposta #386 Online: 25 de Outubro de 2016, 18:37:05 »
Você acredita que o capitalismo vai acabar e que a gente vai voltar para o escambo ou algo assim?

Que vai acabar acho que é quase certo, mas o que virá, nem mãe Diná se arriscaria a dizer que sabe.
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Offline Pasteur

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #387 Online: 25 de Outubro de 2016, 18:39:33 »
O curioso é que a bolha estoura e depois de passada a crise, a bolsa acaba retornando e alcançando, às vezes, um nível até maior do que antes da bolha estourar...

Offline Lorentz

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Re:XX
« Resposta #388 Online: 25 de Outubro de 2016, 18:43:01 »
Você acredita que o capitalismo vai acabar e que a gente vai voltar para o escambo ou algo assim?

Que vai acabar acho que é quase certo, mas o que virá, nem mãe Diná se arriscaria a dizer que sabe.

Então é melhor eu ir aumentando meu estoque de programação para trocar por porções de eletricidade.
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Offline Gauss

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #389 Online: 25 de Outubro de 2016, 19:02:08 »
Você acredita que o capitalismo vai acabar e que a gente vai voltar para o escambo ou algo assim?

Será o momento perfeito de implantar o ancapistão.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Peter Joseph

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #390 Online: 25 de Outubro de 2016, 19:12:44 »
Lagarde diz que FMI deve cortar projeção de crescimento global

Sério mesmo, Senhora Lagarde?! Quanta "surpresa"!
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Offline Lorentz

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #391 Online: 25 de Outubro de 2016, 22:38:12 »
Você acredita que o capitalismo vai acabar e que a gente vai voltar para o escambo ou algo assim?

Será o momento perfeito de implantar o ancapistão.
O ancapistão não precisa ser implantado. Ele já faz parte de cada cidadão. Basta o estado desaparecer e o que sobrar será o melhor do ser humano!
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #392 Online: 25 de Outubro de 2016, 23:51:16 »
Errado. Sem o estado tal como o conhecemos, sem líderes ditando aquilo que as pessoas podem ou não fazer, a civilização se esfacela.

Isso pode se dar em graus de queda da civilização, é claro. Primeiramente decaímos de volta a sociedades tribais, ou selvagens, mas conforme a autoridade e a lei continuarem a ser questionadas mesmo nessas formais mais primitivas de organizações, tudo que poderá restar são bandos de canibais que apenas se associam pelo mais tênue mutualismo animal.

Eles percebem intuitivamente que, com uma aliança velada (porque a faculdade da fala provavelmente já foi também perdida), subjugam melhor a outros bandos ou animais que por ventura restarem. Na hora de comer arrancam uns nacos que puderem e então se mantém a alguma distância segura uns dos outros.

Mas, sinto informar, mesmo então haverá uma hierarquia nesse bando, uma ordem dada por níveis de capacidade de intimidação e aprendizado de variados graus de submissão, tal como etologistas descreveriam a seqüência do macho alfa até o zeta.


Dessa forma, se queremos mais civilização, a lógica requer que sejamos também a favor de um estado maior, e não de seu declínio rumo à barbárie.

Offline DDV

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #393 Online: 26 de Outubro de 2016, 12:17:31 »


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Quando a próxima bolha estourar - da dívida soberana - vai fazer a bolha subprime de 2008 parecer coisa de criança. Vamos ver se o capitalismo resiste a ela, eu acho que não. Dessa vez acho que vai de vez, isto se não ocasionar uma outra guerra mundial.

Complementando a pergunta do Lorentz, você acha que uma crise financeira e uma depressão econômica fariam os governos proibirem a propriedade privada e a livre troca entre as pessoas ("capitalismo")? Por quê? Como?

Não consigo enxergar a cadeia causal que levaria de uma coisa (depressão econômica) à outra (proibição da propriedade privada e das trocas livres entre as pessoas). Pode nos explicar?

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #394 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:46:24 »
O que aconteceria seria na verdade exacerbação do capitalismo em sua manifestação anarquista/Mad-max.

A "proibição" seria do "livre" mercado, já que os senhores de guerra liderariam bandos que seriam efetivamente donos do que quer que quisessem nos territórios dominados. A principal troca seria do que eles cobrasssem pelo direito de viver. As demais, apenas trocas colaterais do que quer que eles considerassem negligenciável que as pessoas fizessem no tempo livre.

Offline Peter Joseph

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #395 Online: 26 de Outubro de 2016, 18:39:07 »


Banco mais antigo da Itália balançando.  Banco gigante da Alemanha em perigo.   

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Quando a próxima bolha estourar - da dívida soberana - vai fazer a bolha subprime de 2008 parecer coisa de criança. Vamos ver se o capitalismo resiste a ela, eu acho que não. Dessa vez acho que vai de vez, isto se não ocasionar uma outra guerra mundial.

Complementando a pergunta do Lorentz, você acha que uma crise financeira e uma depressão econômica fariam os governos proibirem a propriedade privada e a livre troca entre as pessoas ("capitalismo")? Por quê? Como?

Não consigo enxergar a cadeia causal que levaria de uma coisa (depressão econômica) à outra (proibição da propriedade privada e das trocas livres entre as pessoas). Pode nos explicar?

Não se trata de proibir, mas de o sistema deixar de funcionar mesmo. Tornar-se inviável na prática, estruturalmente caótico. Isto se dá devido a queda da taxa de lucro a patamares onde o investimento na economia real deixa de fazer sentido para o investidor, que prefere inflar mais ainda os mercados financeiros (que vai booomm), pois é onde ainda existe lucratividade alta para investimentos. Inclusive uma das reclamações da Lagarde é justamente a falta de investimento na economia real. A taxa de lucro cai devido a substituição de mão de obra humana por máquinas e tecnologias em geral mais eficientes. Esta substituição, além da queda na taxa de lucro geral, produz desemprego e subemprego, o que por si só corrói a renda, diminuindo o consumo e paralisando o comercio.
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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #396 Online: 26 de Outubro de 2016, 18:52:22 »
Taxa de lucro corporativo dos EUA:

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #397 Online: 26 de Outubro de 2016, 19:20:39 »


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Complementando a pergunta do Lorentz, você acha que uma crise financeira e uma depressão econômica fariam os governos proibirem a propriedade privada e a livre troca entre as pessoas ("capitalismo")? Por quê? Como?

Não consigo enxergar a cadeia causal que levaria de uma coisa (depressão econômica) à outra (proibição da propriedade privada e das trocas livres entre as pessoas). Pode nos explicar?

Não se trata de proibir, mas de o sistema deixar de funcionar mesmo. Tornar-se inviável na prática, estruturalmente caótico. Isto se dá devido a queda da taxa de lucro a patamares onde o investimento na economia real deixa de fazer sentido para o investidor, que prefere inflar mais ainda os mercados financeiros (que vai booomm), pois é onde ainda existe lucratividade alta para investimentos. Inclusive uma das reclamações da Lagarde é justamente a falta de investimento na economia real. A taxa de lucro cai devido a substituição de mão de obra humana por máquinas e tecnologias em geral mais eficientes. Esta substituição, além da queda na taxa de lucro geral, produz desemprego e subemprego, o que por si só corrói a renda, diminuindo o consumo e paralisando o comercio.

Continuaria 'funcionando' em um nível baixo, de subsistência talvez, mas não haveria uma 'feudalização' ou 'comunização' automática da sociedade por causa disso.

Se o PIB dos EUA voltasse ao nível de 1950, os EUA não se tornariam um país comunista ou feudal por causa disso. Apenas ficaria mais pobre.

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Offline Peter Joseph

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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #398 Online: 26 de Outubro de 2016, 19:25:39 »
Continuaria 'funcionando' em um nível baixo, de subsistência talvez, mas não haveria uma 'feudalização' ou 'comunização' automática da sociedade por causa disso.

Se o PIB dos EUA voltasse ao nível de 1950, os EUA não se tornariam um país comunista ou feudal por causa disso. Apenas ficaria mais pobre.

Então você acha realmente que mais de 7 bilhões de pessoas iriam simplesmente ignorar todo o conhecimento e tecnologias acumulados até hoje e passar a fazer artesanato para trocarem entre si? Além deu achar isto improvável ainda acho que seria inviável na prática para se conseguir sustentar tanta gente. E em lugar nenhum afirmo que haveria isto ou aquilo, só estou afirmando até o ponto do capitalismo se tornar inviável, o que virá depois não sei dizer, minha bola de cristal está no conserto.
« Última modificação: 26 de Outubro de 2016, 19:30:10 por Peter Joseph »
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Re:A Maior Crise Econômica da Historia da Humanidade
« Resposta #399 Online: 26 de Outubro de 2016, 19:35:33 »
Taxa de lucro corporativo dos EUA:



Leituras mais positivas do gráfico acima:

-o lucro atual está bem acima do lucro de 15 anos atrás (2001)

-há 15 anos não se bate o recorde mínimo

-o lucro atual está no mesmo patamar de 26 anos atrás (1990)

-a curva já bateu o mínimo e estaria na ascendente??


 

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