Com relação a historinha de que cientistas são céticos, a coisa não é bem assim.
Cientistas não são céticos com as teorias com as quais eles trabalham e publicam, eles normalmente não tem a atitude de achar que o que estudam e publicam deve ser falso.
O que em muitos casos será a única postura racional possível.
Para exemplificar:
Um biólogo evolucionista não publica trabalhos achando que a teoria da evolução pode ser falsa, pelo contrário a atitude dele é dogmática, em relação a TE, ele a considera verdadeira.
Isso não é "dogmatismo" (ou ao menos não num sentido pejorativo), é racionalidade.
A ciência progride ao assumir uma base já bem fundamentada e então testar novas hipóteses. Assim biólogos evolucionistas vão testar a evolução de uma coisa ou outra, e poderão não constatar aquilo que inicialmente hipotetizaram.
É mais ou menos a situação em que se encontra a evolução de Homo sapiens atualmente. Os achados não se encaixam perfeitamente a nenhuma das concepções teóricas que se tinha antes (ou melhor, especificamente a dicotomia entre evolução multi-regional versus origem africana recente), e nem é um intermediário simples, mas algo mais bagunçado, difícil de se prever.
Nada disso no entanto questiona a evolução humana ou a evolução biológica em geral, pois, se você for sempre questionar tudo o tempo todo, mesmo aquilo que é bem solidamente estabelecido, não chegará a lugar algum, só poderá ficar naquelas de talvez ser tudo um sonho.
Um físico que trabalha com ótica quântica, não fica em cima do muro em relação a mecânica quântica que já foi bem testada, ele a considera verdadeira, e isto significa ter uma atitude dogmática neste ponto.
Pode até ser que cientistas sejam céticos em relação aos trabalhos de outros que não utilizem o conhecimento teórico que eles utilizam.
Isso contrasta diametralmente com o dogmatismo (que poderia se chamar de "verdadeiro") de religiões e mitologias como criptozoologia e OVNIlogia, que criam dogmas e expandem em fantasias mirabolantes a partir de observações precárias que não podem ser verdadeiramente consideradas evidência científica de suas hipóteses/fantasias, de longe as menos parcimoniosas para explicar as observações.