O que eu mais gosto nessas histórias de outras vidas e reencarnações é que ninguém nunca foi mendigo, catador de esterco, prostituta...só reis, rainhas ou figuras importantes....
Quando começou a onda de lembrar vidas passadas, realmente, só apareciam reis, rainhas, nobres, heróis... depois que os céticos apontaram essa "peculiaridade" os lembradores passaram a ser mais modestos: apesar de os grandes continuarem a vir, a humildade está presente.
Por exemplo, a heroína de Brian Weiss, em Muitas Vidas Muitos Mestres, Catherine, tivera vidas modestas em suas várias encarnações.
Chico Xavier, na leitura mediúnica de Luciano dos Anjos, fora em uma de suas encarnações uma tímida serviçal:
"Chico Xavier, ao tempo da ‘Grande Revolução’, era uma moçoila um tanto caipira da cidade de Arras. Chamava-se Jeanne d’Arencourt. Jeanne era protegida de Andréa de Taverney, Condessa de Charny, que a introduziu na corte de Maria Antonieta.
Sua permanência na corte foi muito curta. É que Jeanne, sem jeito e extremamente acanhada, quebrou logo o protocolo real pisando nos pés da rainha. Foi a sua felicidade. Esse acidente, afastando-a da alta nobreza, evitou-lhe a morte na guilhotina, mas não evitou que a lâmina desta cortasse a cabeça do seu pai, pequeno nobre da terra de Robespierre.
Jeanne era amiga de Danton. Apelou para o ardoroso tribuno pedindo sua ajuda junto ao ‘IncorruptíveI’. Danton levou-a à presença do ‘todo-poderoso detentor das pulcritudes cívicas’. Durante o trajeto, Danton recomendou-lhe: ‘Atire-se aos pés do homem; diga-lhe que seu pai é pessoa moderada, nascida em sua terra – Arras; chame-o de Citoyen, mostre-se humilde e confiante no seu poder e na sua magnanimidade.’
Jeanne cumpriu religiosamente os conselhos do amigo, enquanto Danton se dirigia ao Pontífice das Virtudes Cívicas, implorando sua piedade para com a infeliz moça. Robespierre ouviu-o das culminâncias do seu orgulho. Depois, num gesto todo seu, atirou a cabeça para trás, trincou os maxilares e exclamou:
– Minha filha, Robespierre comoveu-se com a sua rogativa, mas é o Comitê de Salvação Pública que está encarregado dos assuntos da pátria. Todo traidor terá de morrer!
No dia seguinte o pai de Jeanne perdeu a cabeça na guilhotina, e a moça, banhada em lágrimas, fugiu para a Espanha, onde faleceu, algum tempo depois, vítima da tuberculose (Barcelona), na igreja de Sant’Ana.
Emmanuel, o magnífico guia do Chico, fugiu de Paris, do Terror de Robespierre. Chamava-se Jean Jacques Tourville ou Turville. Era professor da nobreza e se refugiou igualmente na Espanha."
(Eu Sou Camille Desmoulins - Luciano dos Anjos e Hermínio Miranda)