...
Maioria dos céticos teve uma criação religiosa ou contato desde muito cedo com a cultura na qual nasceram, na escola, através dos amigos, Spencer. Não é como se fôssemos de Marte. Simplesmente exploramos as mesmas dúvidas que surgem na cabeça dos religiosos em vez de fugir delas. Costumamos saber mais das religiões, tanto o que pregam quanto sua história, do que seus próprios adeptos. Porque o ceticismo normalmente é uma característica das pessoas curiosas, que querem saber, conhecer, entender as coisas. Já pensamos em diversas formas de encaixar um deus harmoniosamente na realidade, pode acreditar. Sempre que surge um fato extraordinário, nos animamos, diferente do que imaginam os religiosos, se parecemos descartá-los sem interesse é porque ou já o investigamos ou não vemos nada de extraordinário, como, sei lá, a imagem de Jesus num sanduíche ou uma carta escrita por mortos que não revela nada que não pudesse ser revelado pelos "vivos" que fazem a ponte entre os dois mundos.
É... em muitos casos o que você diz faz sentido.
Mesmo as pessoas que creem em algo além da matéria devem ser céticas ao investigar suas crenças. Senão descambam pra loucura, fanatismo, esquisoterismo !
O ceticismo sofre muita rejeição. É visto como uma postura deselegante, cínica, rebelde. Somos estimulados a acreditar sem questionar, obedecer, respeitar hierarquias, reverenciar figuras de autoridade.
Assim como acho que uma dose de espiritualidade (veja que não to falando de religião nenhuma aqui ), de conhecer sua essencia, também faz bem para os puramente racionais.
Não existe isso de puramente racionais, só os asperges talvez. Todos temos crenças, algumas que nem nos damos conta. O que céticos talvez tenham é menos resistência a mudanças. Dói abandonar uma crença, sobretudo uma crença antiga e principalmente quando reconfortante. É como uma ruptura com uma parte importante de sua vida, deixa um vazio, só que tratamos de preenchê-lo em vez de ficar lamentando, com crenças novas, que parecem mais razoáveis, até a próxima ruptura. Mas nem tão menos resistentes assim, veja por exemplo os debates sobre política e economia.
Acredito que o caminho do meio, ou seja, o equilibrio, é o que gera mais frutos. É soh observar como o desequilibrio é sempre negativo na natureza e no universo.
Na minha opinião, isso aplicado ao ser humano também parece valido.
=)
Nem todos necessitam de espiritualidade propriamente. O sublime e o extraordinário não dependem disso. Não se perdem, apenas ganham novo significado. Podem ser exprimidos por meio da música, da literatura, das artes em geral, da filosofia, do conhecimento, das relações, da obervação atenta das coisas corriqueiras. A noção de finitude inicialmente assusta, mas pode se tornar sua melhor amiga, se servir dar à vida, ao tempo, a cada momento, pessoa, evento, oportunidade, o valor das coisas únicas que podem nunca mais se repetir e por isso mesmo tão gratificantes, ou sua pior inimiga, se não servir para nada.
Oi Alienigena.
Belas respostas e um belo caminho esse que você e muitos desse forum escolheram.
Sim, a finitude pode ser sua melhor amiga ao te permitir aproveitar tudo ao maximo ! Com certeza. Ou pode ser o cancer daqueles que vivem o imediato, o individualismo puro, o egoismo, que tomam ações sem pensar no futuro.
Mas, os religiosos podem tomar um mesmo caminho não é mesmo?
Então no fim das contas Alienigena, tudo depende da maturidade da pessoa e do que ela quer fazer com sua vida. Eu, pessoalmente acho que maturidade vem da alma, de uma alma ser mais "vivida" que a outra. Isso explica muita coisa, como pessoas que vivem na m.... e fazem brotar ouro e pessoas que vivem no outro e fazem brotar m..... Filhos educados e nascidos dos mesmos pais que são completamente diferentes.... Enfim, mas isso é opinião pessoal.
Eu acredito tambéem que o desenvolvimento humano não dependa NECESSARIAMENTE de uma noção espiritual. Mas o fato de você crer de coração que tudo não acaba aqui, te faz pensar muito em se desenvolver. Cuidar do que você é, do que voce pensa, de como age frente ao semelhante, do que cultiva, do que você gera com seus atos e suas consequencias.
REPITO, tudo isso pode ser vivido e desenvolvido por quem também não tem nenhuma vontade e nem necessidade alguma de crer em algo.
No fim, existindo ou não pos-vida, se você foi um cético ético e fraterno, ou se você foi um religioso também ético e fraterno, tudo vai acabar da mesma maneira e as mesmas leis serão aplicadas.
Da mesma maneira, se viemos do po e pro po retornarmos, todo vamos acabar igual.
O importante é tentar ser o melhor para si e para os outros. É olhar pra si, pra se entender e entender o mundo. Refletir, evoluir, pensar, questionar, tomar medidas de melhoria em si para que isso se reflita no nosso mundo.
=)
Gostaria de manifestar novamente que é um prazer enorme conversar com pessoas como vocês. O respeito às opiniões é notavel aqui nesse forum, e isso em si ja mostra que cético, ateu, cristão e todos os "istas" podem dividir opiniões e aprender uns com os outros, como seria numa humanidade ideal.
Abs