Eu tenho sinceras dúvidas de que a religião melhora as pessoas. Além da história da humanidade parecer dizer o contrário, minha experiência pessoal não é das mais animadoras. O que não quer dizer que eu não conheça pessoas religiosas que são boas. Conheço muitas. Só não atribuo essa bondade à religião e sim à pessoa.
Não, certamente que não "melhora" em índole.
O ponto é que certo tipo de pessoa só entende que algum hierofante lhe diga: faça assim e assado
– Por que? - pergunta o proto-Crente.
– Porque Jesus (ou الله for that matter) disse PERIOD
E pra esse tipo de mente é mais eficaz que medo de lei porque da lei ele pode escapar ou até já se acostumou de ficar e entrando no presídio; mas de Jesus ele não escapa. E é pra toda eternidade.
Veja que eu mesmo acabei reconhecendo o obtempero do Sr. Rafael_SG.
O cara gastava boa parte da grana em canha. Chegava em casa cambaleante, surrava a mulher e judiava dos filhos. Não parava em emprego por causa disso.
Agora ele dá o $ da canha pra igreja. De noite ele vai no culto COM a mulher e aprende que Jesus disse que é errado bater nela ou nos filhos; trair ela; beber até cair. Domingo ele ajuda na congregação, JUNTO com a mulher. Voltam pra casa juntos.
Pra sociedade é muito melhor.
Eu tenho sinceras dúvidas de que a religião melhora as pessoas. Além da história da humanidade parecer dizer o contrário, minha experiência pessoal não é das mais animadoras. O que não quer dizer que eu não conheça pessoas religiosas que são boas. Conheço muitas. Só não atribuo essa bondade à religião e sim à pessoa.
Não diria que melhora, mas apenas que controla. Ela pode continuar tão idiota quanto antes, mas deixar de ser um problema para a sociedade, ainda que pelos motivos errados.
Mas é claro que, como todo o medicamento, pode até piorar a situação em outros casos, tipo fornecer uma justificativa respeitável para fanatismos e preconceitos.
Não recomendo usar a religião como forma de controlar o comportamento de criminosos e malucos, apenas reconheço, depois que já aconteceu, que naquele caso particular foi uma coisa útil.
Isso não faz sentido. É como dizer que se deus não existe tudo é permitido, quando não está nada evidente essa correlação. As pessoas, sobretudo as desajustadas, ajustam deus às suas necessidades. E barganham com ele o tempo todo. Quando erram, sem impõem uma punição qualquer, um jejum, por exemplo, para quitar a conta por aqui mesmo. Isso quando não se justificam com deus ou se convencem que estão certos.
O sujeito entrou para a igreja e mudou de vida, logo a igreja mudou o sujeito não é diferente de o sujeito tomou aspirina e se curou do câncer, logo a aspirina curou o câncer. Eu tive um conhecido, alcoólatra, que um dia ao chegar em casa, são, após perder o emprego por causa da bebedeira, foi abraçar o filho pequeno e esse o empurrou pedindo que saísse porque estava bêbedo. A partir desse dia ele nunca mais bebeu e tempos depois entrou para o AA. Passou a vida inteira atribuindo seu sucesso ao AA, mesmo vendo o tempo todo vários membros tendo recaídas.
O simples fato do sujeito decidir entrar para a igreja, para um grupo de apoio ou fazer sessões de psicanálise, já demonstra uma mudança de perspectiva, uma iniciativa do sujeito, uma vontade de mudar. Para cada caso de sucesso, no entanto, existem outros tantos de fracasso.
Inferno e cadeia estão longe de ser os únicos ou os melhores freios para os impulsos humanos, o Brasil que o diga. Nenhum homem é auto suficiente, há toda uma teia de relações da qual todos dependem, inclusive os bandidos, não por acaso tem seus próprios códigos internos. Quebrar esse equilíbrio põe a sobrevivência em risco. Só psicopatas se arriscam tanto e para esses, ao que se sabe, não existem quaisquer freios. Nem todo psicopata se torna um assassino em série, muitos viram executivos ou políticos, por exemplo.