O ceticismo sofre muita rejeição. É visto como uma postura deselegante, cínica, rebelde. Somos estimulados a acreditar sem questionar, obedecer, respeitar hierarquias, reverenciar figuras de autoridade.
Talvez no passado houvesse essa rejeição, devido à hegemonia da ICAR e à simplicidade daqueles religiosos que imaginavam ser o Ateu algum inimigo da religião.
Hoje chega a ser sinal de sofisticação intelectual, visto tratar-se de pessoas que romperam com tradições e misticismos.
Em maior ou menor escala, dependendo do ambiente, este tipo de rejeição sempre vai existir mas tende a desaparecer
Nem todos necessitam de espiritualidade propriamente. O sublime e o extraordinário não dependem disso. Não se perdem, apenas ganham novo significado. Podem ser exprimidos por meio da música, da literatura, das artes em geral, da filosofia, do conhecimento, das relações, da obervação atenta das coisas corriqueiras. A noção de finitude inicialmente assusta, mas pode se tornar sua melhor amiga, se servir dar à vida, ao tempo, a cada momento, pessoa, evento, oportunidade, o valor das coisas únicas que podem nunca mais se repetir e por isso mesmo tão gratificantes, ou sua pior inimiga, se não servir para nada.
Muito interessante este ponto de vista sobre a finitude das coisas e da existência em si mesma.
Mas é como disse o Rafael, um mundo tão rico de experiências, pessoas admiráveis, essa natureza misteriosa e maravilhosa, as artes...
Difícil acreditar que ao morrermos cessa tudo.
Seria o fracasso total da Evolução que sempre se revelou tão pródiga em recursos, aperfeiçoando cada um de seus elementos como se cada um deles se constituísse num projeto com destinação e função próprias.