Metatron enfatizou o resultado mas não citou a causa. Espíritos elevados não se envolvem com provar coisa alguma. E os menos, não o conseguem pois provar alguma coisa neste campo tem que seu algo espetaculoso... não conseguiriam. No entanto dão várias demonstrações por ai... ninguém acredita.
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Se bem entendi, o “resultado” está no fato de os espíritos não darem provas de si, é isso?.
E a “causa” é que os que poderiam dar provas não estão nem aí, os que querem dá-las são incapazes, seria isso?
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Não é porque não estão nem aí. Isto seria um total descompromisso da espiritualidade para com os homens.
Grosso modo vamos dizer que SE DEUS TUDO DÁ AO HOMEM:
1 - UM PLANETA BELO E HABITÁVEL COM TODOS OS RECURSOS PARA SUA ESTABILIDADE E PAZ;
2 - se Deus, em todos os ambientes do mundo DESDE LONGAS ERAS OFERECE SEUS PROFETAS - espíritos mais elevados –
3 - se os FENÔMENOS, ALÉM DOS NATURAIS, costumam vez ou outra espicaçar as mentes indagadoras com os Idiots savants, crianças geniais, ou pessoas com dons extraordinários aos quais fazemos referência como "homens a frente de seu tempo", etc...
= Então, o pequeno esforço da humilde boa vontade mais o trabalho da primorosa inteligência que possuem, prescindiria destes fenômenos, que aliás eram frequentes; para demonstrar ao homem a existência destes agentes naturais, os espíritos.
O que se pede é o uso do discernimento.
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Beleuza Creusa! Vamos então fazer uso do discernimento...
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Se Deus dá tudo ao homem por que ele precisaria da ajuda de espíritos?
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1 – engraçado: sempre achei que seja assim como diz, ou seja: a Terra é o melhor planeta para se viver, o mais bonito do universo (ou conhece outro que tenha maior lindeza?). Entretanto, o espiritismo ensina que vivemos num orbe de provas e expiações, dentre os mais atrasados, atrás de nós só alguns como Marte e Plutão (este de tão ruim até perdeu o título de planeta, agora é um planetanão). Na ótica espírita
planetas belos e habitáveis com todos os recursos para estabilidade e paz são Vênus, Saturno e o melhor de todos: Júpiter!
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2 – profetas... dizem que falam o que Deus lhe põem na boca... aqui a encrenca é a mesma que com os espíritos: como conferir que sim? O que podemos afirmar, sem medo de errar, é que pessoas esclarecidas e de boa índole são perfeitamente capazes de elaborar ditames éticos por si mesmos, por suas próprias inteligências, pelos espíritos piedosos que possuem. Asseverar que falam boas coisas porque papai do céu lhes está inspirando é lindo demais, mas cadê a prova?
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3 – por que esses eventos pouco comuns seriam “além dos naturais”? Raridade de talentos não indica necessariamente atuação de entidade alienígena no espírito daquele espécime! Essa é a falácia da correlação espúria!
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E se esses quesitos que elenca fossem suficientes para evidenciar a ação de entes espirituais, por que só alguns afortunados (muito poucos em relação ao geral da humanidade) entendem? Será que Deus tem seus escolhidos e os demais sifu? Mas não é dito que o Senhor não faz acepção de pessoas? Se esse tipo de prova que brande fosse boa teria que ser boa para todos, não apenas para os que se destacam pela ingenuidade...
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Veja só: nem usando o discernimento dá para acatar esse tipo de argumentação que parece considerar inatacável!
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Mas não! Queremos que os espíritos se materializem nas ruas, mercados botecos, dizendo: eis-nos aqui... vejam, somos reais...
Tudo bem; sabem qual seria o resultado disto?
Pensam que haveria uma comoção geral e noventa por cento das pessoas se voltariam para Deus ou espíritos, sei lá... não... continuariam as exigências. Claro que muitos se serviriam positivamente destas manifestações, mas, curiosamente, estes são exatamente os que, nada vendo hoje estarão predispostos para uma maior compreensão, mais a frente; talvez em novas encarnações.
Amigos: Lei do Trabalho: nada que tenha valor para a eternidade será de graça, sem esforço.
Se muitos milhões já creem, outros se seguirão; questão de tempo.
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Pô, discurso belo centos por cento... só que há um grave equívoco de apreciação: não é isso “que queremos”... espíritos se materializando nas quebradas? Cruz credo! Saravá, bangalô! Bastam os walking dead...
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Queremos coisas muito mais simples e objetivas! Queremos que aquele médium que diz ter falado com o vô Basso e dele ouvido coisas, que peça ao espírito para ver o conteúdo de um armário lacrado e o informe, demonstrando, assim, que efetivamente está presente e ativo. Óbvio, esse armário não será um bundalelê qualquer , deverá ser preparado com a segurança necessária para evitar fraude...
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Se os espíritos respondessem como se deles espera em exames desse tipo, aí sim, teríamos um caminho perquiritivo promissor, que seria explorado até a demonstração taxativa da comunicação ou de outra coisa que fosse.
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Curiosa e admiravelmente, nunca os adeptos da mediunidade pensaram em produzir esse tipo de prova, nem Kardec, nem seus discípulos! E quando lhes é sugerido tal tipo de verificação desconversam... Por isso, quando se diz que a religião-ciência, que, mais que qualquer outra, deveria dar sobejas provas de suas alegações, fica apenas no blablablá, vemos o quanto isso é verdadeiro!
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Aqui já citei e repito: Kardec tomou conhecimento de que um grupo de médiuns aceitara o desafio de comprovar que interagiam com espíritos. Havia prêmio para quem tivesse sucesso. Todos falharam! As examinações iam na mesma linha que a sugerida acima, tipo, por exemplo, ler o que estava escrito em papéis postos dentro de envelopes opacos.
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O texto começa assim:
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Os médiuns julgados – Desafio proposto na América
Revista Espírita, janeiro de 1858
Os antagonistas da Doutrina Espírita se apossaram, zelosamente, de um artigo publicado pelo Scientific american, do dia 11 de julho último, sob o título: Os Médiuns julgados. Vários jornais franceses reproduziram-no como um argumento sem réplica; nós mesmos o reproduzimos, fazendo seguir de algumas observações, que lhe mostrarão o valor.
"Há algum tempo, uma oferta de quinhentos dólares (2,500 francos) foi feita, por intermédio do Boston Courier, a toda pessoa que, na presença e em satisfação de um certo número de professores, da Universidade de Cambridge, reproduzisse alguns desses fenômenos misteriosos que os espiritualistas dizem, comumente, terem sido produzidos por intermédio de agentes chamados médiuns.
"O desafio foi aceito pelo doutor Gardner, e por várias pessoas que se vangloriavam de estar em comunicação com os Espíritos. Os concorrentes se reuniram nos edifícios Albion, em Boston, na última semana de junho, dispostos a fazerem a prova da sua força sobrenatural.
Entre eles, notavam-se as jovens Fox, que se tornaram tão célebres pela sua superioridade nesse gênero. A comissão, encarregada de examinar as pretensões dos aspirantes ao prêmio, se compunha dos professores Pierce, Agassiz, Gould e Horsford, de Cambridge, todos os quatro sábios muito distintos. As experiências espiritualistas duraram vários dias; jamais os médiuns encontraram mais bela ocasião de colocarem em evidência seu talento ou sua inspiração; mas, como os sacerdotes de Baal, ao tempo de Elias, invocaram em vão suas divindades, assim como o prova a passagem seguinte, do relatório da comissão:
"A comissão declara que o doutor Gardner não tendo se saído bem em [:]
- lhe apresentar um agente, ou médium, que revelasse a palavra confiada aos Espíritos em um quarto vizinho;
- que lesse a palavra inglesa escrita no interior de um livro ou sobre uma folha de papel dobrada;
- que respondesse uma questão que só as inteligências superiores podem responder;
- que fizesse ressoar um piano sem tocá-lo, ou avançar uma mesa, em um pé, sem o impulso das mãos;
mostrando-se impotente para dar, à comissão, testemunho de um fenômeno que se pudesse, mesmo usando uma interpretação larga e benevolente, considerar como o equivalente das provas propostas; de um fenômeno exigindo, para sua produção, a intervenção de um Espírito, supondo ou implicando, pelo menos, essa intervenção; de um fenômeno desconhecido, até hoje, à ciência, e cuja causa não fosse, imediatamente, assinalável para a comissão, palpável para ela, não tem nenhum título para exigir, do Courríer, de Boston, a entrega da soma proposta de 2,500 francos."
A experiência, feita nos Estados Unidos, a propósito dos médiuns, lembra aquela que se fez, há uma dezena de anos, para ou contra os sonâmbulos lúcidos, quer dizer, magnetizados. A Academia de ciência recebeu a missão de conceder um prêmio de 2,500 francos ao sujet magnético que lesse de olhos fechados. Todos os sonâmbulos fazem, voluntariamente, esse exercício, em seus salões ou em público; lêem em livros fechados e decifram uma carta inteira, sentando-se em cima de onde a colocam, bem dobrada e fechada, ou sobre seu ventre; mas, diante da Academia não pôde nada ler de todo e o prêmio não foi ganho."
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Depois dessa parte Kardec entra com suas explicações para o insucesso, todas bem esfarraposas! Até a alegação de antipatia da parte dos espíritos contra os que deles duvidam foi utilizada!
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Então, não é de hoje que os autoproclamados administradores terrenos da espiritualidade fogem de apresentar as desejadas e necessárias evidências da real atuação dos mortos entre os vivos!
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A saída que têm, para superar esse tremendo óbice contra a crença, é recorrer a explicações subjetivas, qual as que apresentou acima e as que Kardec utilizou em 1858. Quer dizer: 161 anos de evasivas!