Eu acho bem complicado (pra não dizer incorreto) citar a ONU como um ente coeso, homogêneo, ideologicamente direcionado e com capacidade supraestatal ou mesmo com vontade contrária à dos Estados que a compõem.
São diversos grupos, órgãos, comissões e com poder bem limitado de ação. Sem o aval do Conselho de Segurança e, principalmente, dos membros permanentes, é impossível que qualquer ação se concretize. Como disse o Catino, EUA, Rússia e China quase sempre estão em lados opostos da ONU justamente porque autorizar uma intervenção em algum ponto do mundo abriria uma porta para que seus parceiros fossem alvos desse tipo de medida.
A ONU é um bom lugar para se debater e para se dar visibilidade a algum tema, o resto é esperar que a má publicidade das condenações da ONU faça com que os demais atores estatais tomem medidas efetivas. Isso vai muito mais da relação econômica de um país com o infrator do que com o alinhamento ideológico entre eles.
No que diz respeito ao direito internacional e à responsabilização dos Estados por violações de normas jus cogens de DDHH ou de tratados, a aplicação de medidas ainda é privativa dos Estados, não existindo ainda, com exceção do CSNU e do Tribunal de Justiça da União Europeia, nenhum ente supraestatal com capacidade de aplicar punições a Estados.
Resumindo: A ONU não é uma polícia ou força armada do mundo.