Autor Tópico: Governo Bolsonaro  (Lida 112446 vezes)

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Offline _Juca_

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1200 Online: 19 de Novembro de 2018, 18:59:40 »

Quem é vivo sempre aparece  :lol:..

Também sinto sua falta  :coracao:

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Citação de: Juca
Não sei pra que essas desculpas, assumam logo que não gostam porque os médicos são cubanos e o governo era do PT.

Bom Juca, não é o meu caso, mas você não é obrigado a acreditar.

Se você diz, eu acredito.

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Citação de: Juca
O STF já declarou legal a situação deles

E o Lula já foi condenado em todas as instâncias, e mesmo assim os petistas insistem na sua inocência.

Bom, uma coisa não tem nada haver com outra, tu quoque da sua parte. Não estamos discutindo a sentença do Lula e nem o que os petistas acreditam ou não. Na verdade Lula foi condenado em sugunda instância apenas, e até mudaram a interpretação da constituiçao para mantê-lo preso.

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Citação de: Juca
mesmo com o embolso do governo cubano, ganham centenas de vezes o que ganhariam em Cuba

Devíamos contratar também trabalhadores africanos que não tem o que comer, daríamos 3 refeições por dia e nada mais, seria infinitamente melhor do que o que eles tem hoje.

Beleza, é um ponto seu, mas apenas os cubanos aceitaram ir para as regiões mais remotas... Querem tirar os cubanos, ok, mas quem vai no lugar deles antes disso

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Citação de: Juca
Bolsonaro e nquem votou nele tem todo o direito de não querer os cubanos, ele ganhou a eleição, só não tem direito de deixar milhões sem assistência básica, e antes de sair falando abobrinhas ideológicas, tem que ter um bom plano para não causar uma situação de calamidade como a que está por vir. Brincadeira, nem começou a governar a gera uma dor de cabeça desse tamanho para seu próprio governo. Não precisa nem de oposição

Bem, eu não votei nele, e se os cubanos puderem e quiserem ficar depois de fazer o Revalida, receberem o salário integral e trazer as suas família (o horror, o horror), para mim seriam muito bem vindos. Mas espere, eles não podem, porque Cuba não deixa, mas a culpa é do Bozo, a pobre ditadura cubana nada pode fazer a respeito. Temos simplesmente que aceitar, nada demais um país impedir que seus cidadãos trabalhem onde quiserem, ganhando o que merecem, junto com suas famílias. Cuba é de esquerda, ditadura de esquerda é legal.

é outro ponto seu,  ok. Nao queremos os médicos cubanos porque nao podem trazer seus familiares. Além do fato de ninguem apresentar uma prova sequer sobre o impedimento dos familiares de vir ou nao, e eu acredito que nao possam vir, o programa mais medicos priorizou brasileiros que tem o Revalida, com salarios altos, que muitos medicos nao ganham e mesmo assim ficou longe de preencher as vagas no interior do Brasil, depois priorizou estrangeiros com revalida, e mesmo assim nada, depois estrangeiros sem revalida, nada. Aí entrou os cubanos e nem foi um contrato com Cuba e sim com a Opas -OMS, que são organismos internacionais sediados nos EUA que sao os maiores contribuintes.


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Os esquerdistas estão muito ansiosos pelas merdas que o Bolsonaro fará. Calma, gente, aguardem  pelo menos ele assumir a presidência. Também acho que ele vai fazer merda quando for presidente, mas vocês deviam conter um pouco a ansiedade, está meio cedo ainda.

Olha, não deve nem dar tempo de a ansiedade chegar, porque já é tanta merda acumulada em menos de um mês e ainda sem ser governo, tanta babaquice ideologica, um vai em vem de quem tem pouquissima noçao do que governar, que os esquerdistas nao vao conseguir nem ser oposição, vai ter muito direitista com bastante raiva dele, se ja nao tem, como os exportadores de frango e carne e ou o prefeitos do interior do Brasil...




« Última modificação: 19 de Novembro de 2018, 19:01:47 por _Juca_ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1201 Online: 19 de Novembro de 2018, 19:47:24 »






Bolsonaro pode causar epidemia de AIDS. E também: direita e esquerda




Filósofo Paulo Ghiraldelli
Publicado em 19 de nov de 2018


Offline Entropia

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1202 Online: 19 de Novembro de 2018, 20:45:01 »
Não sei pra que essas desculpas, assumam logo que não gostam porque os médicos são cubanos e o governo era do PT.

Bla bla bla. Ninguém aqui é contra Cubanos, mas sim contra Cuba. Quando Cuba deixar de ser uma ditadura e esses acordos envolvam pessoas livres que nao sao ameaçadas de exílio ou de reter as suas famílias na ilha, fica tranquilíssimo.

O STF já declarou legal a situação deles, os médicos são competentes na saúde básica, mesmo com o embolso do governo cubano, ganham centenas de vezes o que ganhariam em Cuba, ee pelas regras só entraram os médicos cubanos no último caso, onde não houve interesse de médicos brasileiros com revalida, de médicos estrangeiros com e sem revalida, e só depois desses é que os cubanos puderam entrar. 


A atuação deles foi considerada legal por questoes de nao interferência com o Governo Cubano, considerou-se que as regras seriam ditadas pelo contrato dos médicos com a estatal cubana, pois a situacao deles de acordo com a legislacao Brasileira é ilegal. E você precisa ler o tópico onde verá reportagens que mostram que Cubanos eram prioridade e médicos de outras nacionalidades foram incluídos apenas pra nao ficar claro que o acordo era bilateral com Cuba.


Bolsonaro e nquem votou nele tem todo o direito de não querer os cubanos, ele ganhou a eleição, só não tem direito de deixar milhões sem assistência básica, e antes de sair falando abobrinhas ideológicas, tem que ter um bom plano para não causar uma situação de calamidade como a que está por vir. Brincadeira, nem começou a governar a gera uma dor de cabeça desse tamanho para seu próprio governo. Não precisa nem de oposição.

Quem saiu do acordo foi Cuba, ficou putinha e saiu, por causa das falas do Bolsonaro, mas você está correto sobre a falta de profissionais, embora nao seja tao grande quao a alardada, será um problema.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1203 Online: 20 de Novembro de 2018, 08:56:38 »


Pequenos soldados do Fascismo: a educação militar durante o governo de Mussolini∗


Little Fascist Soldiers: military education during the Mussolini government

Cristina Souza da Rosa∗∗


RESUMO

A educação militar foi introduzida na Itália no final do processo de Unificação, quando as autoridades sentiram a necessidade de formar o cidadão-soldado. Neste período, era nas aulas de educação física que os meninos italianos recebiam as primeiras lições militares, pois a atividade física era vista como meio de fortalecimento do corpo e do espírito. No Fascismo, a educação militar encontrou terreno fértil, sendo introduzida aos poucos na vida dos jovens e das crianças. À medida que o governo fascista foi consolidando sua política expansionista, a educação militar foi ganhando mais força no contexto formativo educacional.
Desse modo, este artigo tem por objetivo discutir a educação militar e seu papel ao longo do governo fascista.

PALAVRAS-CHAVE: Militarismo, Fascismo, Autoritarismo, Itália; Opera Nazionale Balilla, Gioventù Italiana del Littorio.





http://www.uel.br/revistas/uel//antiteses/article/viewFile/2704/3929




Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1204 Online: 20 de Novembro de 2018, 09:05:14 »
O que é o fascismo? Perguntamos a pensadores da Itália, berço do movimento

Lucas Ferraz


De Roma para a BBC News Brasil
4 outubro 2018




Image caption
Hitler e Mussolini fazendo saudação nazi-fascista, em foto de 1938; para pesquisador do fascismo, o maior perigo atual é 'a democracia que se suicida'


Não é só no Brasil destes dias que o termo "fascismo" voltou a permear o debate político. Em países europeus como Hungria, Polônia, Áustria e Itália, berço do fenômeno, a ascensão de políticos populistas de extrema direita - com pendores nacionalistas e xenófobos - tem suscitado calorosas discussões sobre a conveniência ou não de se usar a palavra.

O historiador Emilio Gentile é considerado na Itália o maior especialista vivo sobre o assunto. Autor de inúmeros livros sobre o período fascista, muitos deles adotados nas escolas italianas, ele afirma que utilizar o termo, como se tornou comum recentemente, é uma forma de confundir as ideias e não observar um fenômeno que, na verdade, tem a ver com a crise da democracia.


"A democracia não está em risco por causa de um fascismo que não existe. Hoje, o perigo é a democracia que se suicida", disse à BBC News Brasil. "O que há de novo, em todo o mundo, é um novo poder de direita nacionalista e xenófobo. É o que Orbán (Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, um dos expoentes desse movimento na Europa) classificou de política nacionalista democrática iliberal."


De acordo com Gentile, há muitos movimentos políticos - na Europa e em outros lugares do mundo - que se referem à experiência fascista e utilizam seus símbolos, mas de uma maneira muito "idealizada e imaginária".


O fascismo foi criado por Benito Mussolini - um ex-socialista - há quase cem anos. Originário da palavra latina "fascio littorio", um conjunto de galhos amarrados a um machado, símbolo do poder de punição dos magistrados na Roma Antiga, o experimento nasceu oficialmente em 23 de março de 1919, quando Mussolini fundou em Milão o grupo "Fasci di Combattimento", que reunia ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial (1914-18).


Com a Itália imersa no caos - à beira de uma guerra civil, com crise política, econômica e social, num momento em que o poder fugiu do controle do Estado -, e à sombra da revolução russa de 1917 (temia-se que o comunismo chegasse também no país), o grupo fundado por Mussolini cresceu rapidamente.


Direito de imagemDIVULGAÇÃO
Image caption


Para Domenico de Masi, Bolsonaro é político de inspiração fascista


Ainda em 1919, ocorreram ataques de brigadas fascistas - que depois se tornariam efetivamente milícias paramilitares - contra políticos de esquerda, judeus, homossexuais e órgãos da imprensa. Eles ficariam conhecidos como os "camisas negras".


No final de 1921, nasceu o Partido Nacional Fascista (PNF), cujo símbolo era exatamente o "fascio littorio". Menos de um ano depois, Mussolini assume o poder. Ele fortaleceu sua influência na Itália angariando o apoio de industriais, empresários e do Vaticano, e tornou-se referência para regimes autoritários mundo afora - Francisco Franco na Espanha, António Salazar em Portugal e, sobretudo, Adolf Hitler na Alemanha (que por muito tempo manteve um busto do Duce italiano em seu escritório) tiveram em Mussolini e no seu regime uma grande fonte de inspiração.


Regime totalitário baseado num partido único, a característica fundamental do fascismo foi a militarização da política, que era tratada como uma experiência de guerra: além do projeto de expansão imperial, com a supremacia fascista imposta no Estado e na sociedade, o regime tratava os adversários como inimigos que deveriam ser eliminados. No mês passado, a Itália lembrou os 80 anos da chamada lei racial, aprovada contra os judeus e que estava em consonância ao regime nazista de Hitler.


"O fascismo sempre negou a soberania popular, enquanto o nacionalismo populista de hoje reivindica o sucesso eleitoral. Esse políticos de agora se dizem representantes do povo, pois foram eleitos pela maioria. Isso o fascismo nunca fez", comenta Emilio Gentile.


Raízes fascistas


Para o sociólogo italiano Domenico de Masi, que conhece o Brasil há muitos anos, se não é possível falar num fascismo histórico como o implementado na Itália no século passado, não há dúvidas, por outro lado, de que Jair Bolsonaro (PSL) é um político de inspiração fascista - o candidato à Presidência disse recentemente num comício no Acre em "metralhar a petralhada". A eliminação física de adversários era exatamente uma das características do regime de Mussolini.


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'O fascismo sempre negou a soberania popular, enquanto o nacionalismo populista de hoje reivindica o sucesso eleitoral', diz Emilio Gentile


"Ele tem inspiração fascista no que diz respeito à relação do Estado com a economia, entre o poder civil e militar, política e religião. E com base num conceito de autoritarismo, acha que pode resolver problemas complexos com receitas fáceis", diz De Masi.


O sociólogo vê com inquietação a ascensão de governos e políticos com raízes "claramente fascistas". "Bolsonaro é como Salvini (Matteo Salvini, político de direita e vice-premiê italiano hoje). Os dois têm uma visão autoritária da sociedade. Brasil e Itália são sociedades muito distintas, mas vejo os dois muito parecidos", completou.


Salvini, aliado de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump que já se reuniu com um dos filhos de Bolsonaro, declarou recentemente no Twitter torcer pela eleição do ex-capitão no Brasil.


Domenico de Masi ressalta que, enquanto na Europa o que alimenta esse tipo de discurso é a imigração (e que tem, na Itália, o apoio das classes média e média-baixa), no Brasil o fenômeno é estimulado pelo ódio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Partido dos Trabalhadores. "No caso brasileiro, o cidadão pobre do Nordeste é mais inteligente quanto ao perigo de Bolsonaro do que os ricos de São Paulo, que apoiam o candidato".


Como o colega Emilio Gentile, o historiador Eugenio di Rienzo, professor de História Contemporânea da Universidade Sapienza, em Roma, afirma que o fascismo é um regime que nasceu e morreu no século passado - em 1945, quando Mussolini foi assassinado em Milão.


"Não se pode fazer uma analogia entre aquele fenômeno e outro. O fascismo não se reproduz mais, é preciso cuidado com o uso da palavra, pois acaba provocando desinformação", disse. "Um racista não é sempre um fascista. O governo de (Recep Tayyip) Erdogan na Turquia é autoritário, mas não fascista."



Direito de imagemAFP
'O governo de (Recep Tayyip) Erdogan na Turquia é autoritário, mas não fascista', opina historiador italiano


Di Rienzo reconhece que há muitos nostálgicos do fascismo na Itália, assim como do nazismo na Alemanha, mas para ele o processo atual (na Europa e nos Estados Unidos de Trump) não é uma "repetição do passado": "Há algumas semelhanças, mas os processos são muito diferentes. A analogia, muitas vezes, tem o propósito de propaganda".


Emilio Gentile concorda. "Na verdade, faz-se propaganda de um fascismo que parece eterno, mas ao menos na Europa é um fenômeno novo que se relaciona à crise da democracia, ao medo da globalização e dos movimentos imigratórios que poderiam sufocar a coletividade nacional. Mexe com a imaginação das pessoas, mas não se trata de um perigo real."


Gentile lembra que o sucesso de Bolsonaro no Brasil tem a ver com uma tradição latino-americana da participação dos militares na política, vistos como atores da "ordem e da competência", o que não acontece nos países europeus.


Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, país onde chegou nos anos 1940 após sua família fugir do nazi-fascismo na Europa, publicou recentemente o livro Fascismo: Um Alerta, em que discute o tema e as formas atuais de transmutação do que ela chama de "vírus do autoritarismo". "Definir fascismo é difícil. Primeiro, não acho que fascismo seja uma ideologia. É um método, um sistema", disse Albright recentemente numa entrevista.


O certo é que o debate sobre o que é fascismo e em quais situações se deve utilizar o conceito é tão antigo quanto o próprio regime.


Numa coluna para o jornal inglês Tribune, em março de 1944, o escritor e jornalista George Orwell escreveu - o artigo intitulava-se "O que é fascismo?" - que todo aquele que usa indiscriminadamente a palavra fascismo está agregando a ela um significado emocional. "Por fascismo, eles estão se referindo, de maneira grosseira, a algo cruel, inescrupuloso, arrogante, obscurantista."


Autor de livros clássicos sobre o totalitarismo (como 1984 e A Revolução dos Bichos), Orwell recomendava: "Tudo que se pode fazer no momento é usar a palavra com certa medida de circunspeção e não, como usualmente se faz, degradá-la ao nível de um palavrão".



https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45750065











« Última modificação: 20 de Novembro de 2018, 09:27:57 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1205 Online: 20 de Novembro de 2018, 09:25:16 »
SETORES EVANGÉLICOS DENUNCIAM JAIR BOLSONARO COMO UMA AMEAÇA AOS VALORES CRISTÃOS



"O Evangelho de Cristo é maior do que qualquer ideologia política, mas não podemos deixar de reconhecer que o Evangelho denuncia as injustiças sociais e que Jesus se posicionou ao lado dos pobres e oprimidos", diz a psicóloga Sonia Gertner, que cresceu na religião evangélica e integra a Igreja Batista; ela diz que o candidato Jair Bolsonaro representa uma afronta aos valores cristãos e caminha na direção contrária do que pregava Jesus Cristo


25 DE OUTUBRO DE 2018 ÀS 05:48 // INSCREVA-SE NA TV 247 Youtube


Do Brasil de fato - A cada nova eleição a mistura entre religião e política está mais presente. De acordo com dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), neste processo eleitoral a Bancada Evangélica no Congresso Nacional passou de 75 deputados federais para 84. Eduardo Bolsonaro (PSL), deputado federal reeleito pelo estado de São Paulo, atingiu a maior votação nominal no país com 1.843.735 votos.

A "onda" da família Bolsonaro que prega a moralidade e a honra da família tradicional tem sido impulsionada por setores ligados à Igrejas Evangélicas como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e a Assembleia de Deus, em que as lideranças religiosas fazem campanha para Jair Bolsonaro (PSL), utilizando o espaço da igreja.


Cristianismo x Bolsonaro


Contudo, o aspecto que mais tem preocupado entidades religiosas na candidatura de Jair Bolsonaro é o incentivo à violência, a desunião e ao ódio em seus discursos. Desde o inicio da sua vida política enquanto parlamentar, Bolsonaro nunca escondeu a sua admiração por militares acusados de tortura durante a Ditadura Civil Militar e o seu apreço pelo regime que foi marcado pela ausência dos princípios básicos da democracia.


Em 2016, durante a votação da aceitação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Roussef (PT) na Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro exaltou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador reconhecido pela Justiça brasileira em 2008 devido aos crimes cometidos no regime militar.


 
Para a psicóloga Sonia Gertner, que cresceu na religião evangélica e integra a Igreja Batista, o candidato Jair Bolsonaro representa uma afronta aos valores cristãos e caminha na direção contrária do que pregava Jesus Cristo.


"O Evangelho de Cristo é maior do que qualquer ideologia política, mas não podemos deixar de reconhecer que o Evangelho denuncia as injustiças sociais e que Jesus se posicionou ao lado dos pobres e oprimidos", afirma.


Sonia aponta que neste momento a união dos cristãos, principalmente dos evangélicos, é fundamental para denunciar que não há unanimidade entre os evangélicos sobre o apoio à Bolsonaro. Segundo ela, o candidato do PSL é uma ameaça aos valores do Reino de Deus como o amor ao próximo, a graça e a misericórdia.



"O fascismo, que o governo Bolsonaro pode implementar em nosso país não reconhece esses valores. Essa é a verdadeira ameaça que está sobre a nossa cabeça. É preciso que os cristãos se posicionem e digam que este grupo não nos representa e que não há uma homogeneidade na Igreja Evangélica em aceitar a candidatura de Bolsonaro como messiânica, isso é um engodo e vai acabar muito mal", salienta a evangélica.


Movimentos Evangélicos e a Democracia


As declarações que propagam a violência, o ódio e a segregação proferidas por Bolsonaro têm incentivado a formação de grupos evangélicos que denunciam o risco dos valores disseminados pelo candidato que em nada se assemelham aos ensinamentos de Cristo.


Grupos como a "Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito", "O Amor Vence o Ódio" e "Evangélicos Contra Bolsonaro" ganharam força nas últimas semanas em diversas cidades. Os religiosos, que se posicionam em defesa do candidato à Presidência Haddad (PT), têm organizado manifestações em defesa dos princípios democráticos e dos valores cristãos.


 
Juliana Duarte é professora de Inglês e integra a Igreja Batista do Caminho. A professora participou da manifestação do movimento "O Amor Vence o Ódio" que ocorreu no centro do Rio de Janeiro na última quinta-feira (18). Ela explica o objetivo da caminhada e destaca que "o fundamentalismo religioso cego presente na fala de Bolsonaro" não traz benefícios para a sociedade.

"O nosso objetivo é mostrar que nós, como cristãos, somos contra esse tipo de discurso. Não vemos isso consoante em nossa fé em Jesus. Estamos do lado dos pobres, da compaixão, do amor, do direito para todas as pessoas, dos direitos iguais para homens e mulheres. Isso faz muito sentido com a nossa fé, porque, para a gente, isto tem a ver com o que Jesus veio nos ensinar: de que o mais importante é o amor", explicou Juliana.



A próxima caminhada do grupo "O Amor Vence o Ódio" vai ocorrer no município de Niterói, na sexta-feira (26), a partir das 17h, no centro da cidade.



https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/374967/Bolsonaro-propaga-discurso-de-%C3%B3dio-enquanto-ataca-a-m%C3%ADdia-tradicional.htm


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1206 Online: 20 de Novembro de 2018, 09:26:20 »

Vídeo: “Tem que fuzilar os autores dessa exposição”, diz Bolsonaro

TV  15.09.17 16:31


Jair Bolsonaro, pré-candidato ao Planalto, disse em um programa da TV Verdade, do SBT/Alterosa, em Belo Horizonte:


“Tem que fuzilar os autores dessa exposição (Queermuseu).”



A exposição, patrocinada pelo Santander com recursos da Lei Rouanet e sem classificação etária, acabou sendo cancelada em Porto Alegre.

Em seguida, o deputado afirmou:

“É uma força de expressão, mas tem que fuzilar.”

O programa vai ao ar na segunda-feira, às 7h.

Assista:


https://www.oantagonista.com/tv/video-tem-que-fuzilar-os-autores-desta-exposicao-diz-bolsonaro/

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1207 Online: 20 de Novembro de 2018, 09:37:17 »
O que pensam os youtubers de Jair Bolsonaro?


Temas como aborto, globalismo e marxismo cultural dominam os vídeos dos youtubers recomendados pelo presidente eleito

Paulo Assad, Felipe Grinberg e Tiago Aguiar

17/11/2018 - 11:47 / 17/11/2018 – 15:43


O youtuber Nando Moura, recomendado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro Foto: Reprodução



Nesta semana, o presidente eleito Jair Bolsonaro indicou, via redes sociais, alguns canais do Youtube que seus apoiadores deveriam seguir. Na postagem, ele declara que seriam “grandes fontes de informação”. Todos os perfis sugeridos pelo capitão reformado, porém, pregam ideias conservadoras e religiosas ou chegam a flertar com teorias da conspiração e interpretações históricas questionáveis.


São, em sua maioria, canais nativos digitais, que fizeram nome na web há pouco tempo. Os seis nomes selecionados por Bolsonaro somam 5.115.255 seguidores apenas no Youtube. Eles são: Embaixada da Resistência, Tradutores de Direita, Olavo de Carvalho, Bernado Kuster, Diego Rox e Nando Moura.


Na lista, nenhum veículo de imprensa tradicional é citado. O endosso do novo presidente eleito, explícito ou não, a esses sites e canais no youtube, é estratégico dentro dos seus planos de se opor aos veículos tradicionais. De certa maneira, remete ao comportamento do presidente americano Donald Trump, que também elogia publicamente sites, como o portal "Breitbart", que são favoráveis ao seu governo enquanto desabona jornais de grande circulação.


Olavo de Carvalho, 508 234 inscritos


O filósofo brasileiro autoexilado no estado da Virgina, nos Estados Unidos, é provavelmente o nome mais importante para a formação da nova onda conservadora, que levou Bolsonaro à Presidência. Seus livros, como O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota e O imbecil coletivo são best-sellers, e os cursos de filosofia, que transmite via streaming de sua casa, angariam milhares de inscritos. Usuário ativo nas redes sociais, Olavo tem uma presença forte em Twitter, Facebook e Youtube, com milhares de curtidas, compartilhamentos e seguidores em cada um deles.



Olavo se tornou assim uma grande influência, não só para outros youtubers conservadores, como também para a família Bolsonaro. Os filhos do ex-capitão já declararam admiração pelo professor, e o patriarca do clã grava suas lives com cópias dos livros de Olavo decorando o cenário. Além disso, não é impossível descartar uma influência direta do filósofo no futuro governo. No dia 17 de outubro, o presidenciável fez uma ligação via Skype com Olavo e o analista político Felipe G. Martins. A conversa teria sido sobre os rumos do Brasil, e Bolsonaro escreveu um tweet afirmando que “muitas outras virão”.


Em vídeo postado após a vitória nas urnas, Olavo de Carvalho declarou ter sido sondado para ocupar o cargo de Ministro da Educação e da Cultura, mas recusou. Na mesma publicação, ele comenta se considerar apto para o cargo de embaixador nos EUA.


Durante a eleição, Olavo criou e espalhou uma  fake news  sobre o candidato Fernando Haddad, do PT. Em uma publicação nas redes sociais, o filósofo afirmou que o petista teria defendido o incesto no livro Em defesa do socialismo , publicado em 1998. “O homem quer que os meninos comam suas mães”, escreveu Olavo no Facebook. Posteriormente, ele deletou o post e disse que Haddad não teria sido "literal" na defesa do incesto. A informação falsa foi republicada por Carlos Bolsonaro, no Twitter.

Olavo de Carvalho, em vídeo de seu canal de youtube Foto: ReproduçãoOlavo de Carvalho, em vídeo de seu canal de youtube Foto: Reprodução



Bernardo Küster, 541 465 inscritos


Bernardo Küster é um dos principais youtubers católicos do país, e deu início ao seu canal há cerca de um ano. Em setembro, durante a eleição, Bernardo foi um dos três entrevistadores de Jair Bolsonaro em uma transmissão ao vivo feita no Facebook oficial do então candidato. Acompanhado de outros dois  digital influencers  da direita, Allan do Santos, do canal Terça Livre, e Flávio Morgenstern, do site Senso Incomum, Küster esteve na casa de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, no horário originalmente marcado para a sabatina do então presidenciável na GloboNews.


No canal, Küster costuma atacar defensores do aborto, da "ideologia de gênero", de Paulo Freire, da CNBB e do PT. Normalmente, as críticas vêm acompanhadas de recursos típicos dos youtubers, como inserções de clipes e vídeos de humor. Bastante presente nas redes sociais, Küster escolheu para decorar a página do seu canal uma imagem de si próprio segurando uma arma.  No Instagram, ele posa junto do príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, da deputada do PSL Joice Hasselman, e de membros da AfD, partido alemão de extrema direita, além de Jair Bolsonaro. Bernardo também tem uma conta no Gab, rede social que ficou conhecida como reduto da  alt-right.


Em vídeo recente, em que aparece criticando as perguntas da última prova do Enem, Küster também atacou o tucano Paulo Renato Souza, ministro da Educação no anos FHC e um dos criadores do exame. Morto em 2011, o ex-funcionário do Banco Mundial seria, segundo o youtuber, um agente do globalismo (um conceito caro a Küster e a Olavo de Carvalho), cuja influência ajudou a "ferrar a educação brasileira". É um conceito que aparece também em uma de suas primeiras postagens,  quando o youtuber decidiu explicar do que se tratava o termo, escolhendo como alvo o bilionário George Soros, a quem chamou de "mau caráter", "judeu antissemita", e financiador da "esquerdista Hillary Clinton" e do "mimimi climático".


Imagem postada pelo presidente eleito em suas redes sociais Foto: ReproduçãoImagem postada pelo presidente eleito em suas redes sociais Foto: Reprodução
No entanto, o assunto predominante no canal é a religião católica, principalmente quando se trata de críticas a defensores do aborto e da Teologia da Libertação, corrente filosófica que vê nos ensinamentos de Jesus Cristo meios de libertação das injustiças sociais. A popularidade de Bernardo na rede disparou com um vídeo em que apontava o dedo para um de seus principais inimigos: a CNBB, que vê como sendo um antro de comunistas adeptos dessa corrente de pensamento. Hoje em dia, ele diz, a Conferência Nacional dos Bispos estaria sobre forte influência do Partido dos Trabalhadores, assim como dezenas de padres brasileiros seriam na verdade "esquerdistas" heréticos.



Nando Moura, 2 922 529 inscritos


No Youtube desde 2011, o músico e produtor Nando Moura começou a usar seu canal como uma forma de divulgação da sua banda Pandora 101.  Seu primeiro vídeo sobre política foi apenas em 2015, sobre a posse da ex-presidente Dilma Rouseff. Nele, o youtuber crítica a posse, e chama Dilma 3 vezes, em menos de 2 minutos, de “presidanta” antes de citar seu nome pela primeira vez.


Uma mistura de antipetismo e críticas à ritmos musicais como funk e sertanejo foram os temas que impulsionaram o canal do rockeiro. Entre vídeos com críticas ao governo federal e vídeo-aulas de músicas, Nando Moura começou a atingir um público jovem que se alinha a um pensamento conservador.Mais recentemente, não apenas a mídia tradicional começou a ser atacada por Nando Moura. Colegas youtubers que possuem canais dedicados a ciência e a tecnologia também começaram a receber críticas pesadas e perseguições pelo fãs do músicos. Pirula e Leon Martins foram alguns que entraram no radar de Nando Moura.


Outra linha de pensamento  muito controversa de Nando é de que o Nazismo seria um movimento de esquerda e ligado ao comunismo. “Qual o paralelo que você consegue fazer de Hitler com os ícones da direita?Você vai ver os maiores especialistas da história mundial dizendo: sim, o nazismo era de extrema esquerda. Mas você não pode ensinar aqueles que não querem aprender, né?!”


Diego Rox, 935 216 inscritos


Outro Youtuber recomendado pelo presidente eleito foi Diego Rox, que pode ser definido como uma fusão entre outros dois, também sugeridos por Bolsonaro: Nando Moura, pelo seu lado musical, e Bernardo Kuster, pelo seu lado religioso.

No youtube apenas há dois anos, somente em janeiro deste aconteceu a primeira manifestação de Diego sobre política, em um vídeo sobre “inversão de valores” em que diz que atualmente, no Brasil, “pedofilia virou arte”, além de criticar Marcelo Crivella, prefeito do Rio, por ter liberado dinheiro para o carnaval carioca enquanto a Polícia Militar do Estado sofre com falta de verbas.


"Eu vou começar esse video aqui falando sobre a Bíblia, mas pode ficar tranquilo que eu não vou dar uma de pastor e começar a pregar para você. Mesmo que você diga não acreditar em Deus, vou pedir para você pensar na Bíblia como um livro de história", disse na abertura de um vídeo em que uma passagem da bíblia supostamente previa as crises humanitárias da Síria e Venezuela.



Tradutores de Direita e Embaixada da Resistência


Dos seis canais listados por Bolsonaro como confiáveis, dois são dedicados a tradução e reprodução de conteúdo estrangeiro. Tanto no Tradutores de Direita quanto no Embaixada da Resistência, trechos de noticiários e programas da FOX News, canal da televisão americana tido como conservador e republicano, são favoritos e compõem boa parte dos uploads.


Veículos da mídia alternativa, em sua maioria ligados ao que se convencionou chamar de  alt-right , também tem presença cativa. Fora isso, apenas o Embaixada da Resistência costuma publicar o que parece ser material próprio. São vídeos construídos a partir de contéudo de outros canais do Youtube, programas de TV e propagandas políticas. Há também vídeos feitos para estrangeiros, com legendas em inglês, como um que chama Bolsonaro de o "Trump Brasileiro" e junta diversas falas do novo presidente.


São comuns os vídeos com inglês Paul Joseph Watson, editor do site "Infowars", do apresentador Alex Jones. Adepto de teorias da conspiração, como a Nova Ordem Mundial e Illuminatis, Watson ganhou fama na web quando passou a atacar o feminismo, o islamismo e o multiculturalismo em geral. Defensor de Donald Trump, seus vídeos disponíveis no Tradutores de Direita tem títulos como "Pedófilos governam o mundo" e"Justin Trudeau é um idiota". Outras figuras ligadas a  alt-right  também dão as caras nos canais, entre eles o professor Jordan Petterson e o escritor Stefan Molyneux.


https://epoca.globo.com/o-que-pensam-os-youtubers-de-jair-bolsonaro-23237031
« Última modificação: 20 de Novembro de 2018, 09:43:39 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1208 Online: 20 de Novembro de 2018, 11:03:22 »

A meta de Bolsonaro é crescer 5% ao ano


Economia  20.11.18 08:55

A meta do governo de Jair Bolsonaro é ter um crescimento de 5% do PIB a partir de 2020.

O economista Carlos da Costa, que faz parte da equipe de Paulo Guedes, disse para O Globo:



“O Brasil tem uma vastidão de oportunidades de geração de empregos e total condição de crescer a uma taxa de 5% ao ano. Com uma agenda de aumento da produtividade, o crescimento virá pelo lado da oferta, sem gerar inflação.

Estamos falando de um Estado liberal desenvolvimentista. Não se trata de ter um Estado ausente, como alguns dizem. É um Estado que dá as condições para o setor privado crescer. Como liberais, somos defensores da liberdade das empresas para investir, para contratar.”


https://www.oantagonista.com/brasil/meta-de-bolsonaro-e-crescer-5-ao-ano/


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1209 Online: 20 de Novembro de 2018, 11:06:08 »


Se  eles conseguirem atingir  4% de crescimento económico (em 2020) já seria um resultado  bom. 



Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1210 Online: 20 de Novembro de 2018, 11:17:55 »
Acho que é um erro fazer previsões assim, só serve para dar munição a petista se não fechar a meta mesmo que por pouco.

*Não que eu ache impossível mas vc sabe que a turma de sempre vai fazer tudo que puder para impedir, para sabotar mesmo.
« Última modificação: 20 de Novembro de 2018, 11:20:31 por Arcanjo Lúcifer »

Offline _Juca_

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1211 Online: 20 de Novembro de 2018, 11:56:44 »
Acho que é um erro fazer previsões assim, só serve para dar munição a petista se não fechar a meta mesmo que por pouco.

*Não que eu ache impossível mas vc sabe que a turma de sempre vai fazer tudo que puder para impedir, para sabotar mesmo.

Então a gente já sabe de antemão, se não crescer foi culpa dos petistas. É só seguir a sua linha de raciocínio Arcanjo, e a gente tem uma pista muito confiável de como Bolsonaro se comportará no futuro.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1212 Online: 20 de Novembro de 2018, 12:14:55 »
Acho que é um erro fazer previsões assim, só serve para dar munição a petista se não fechar a meta mesmo que por pouco.


1) Isso não é previsão,  isso é uma meta que se acha possível ser atingida.  São coisas diferentes;


2) Uma meta de crescimento obviamente comporta uma margem de variação,  não é preciso atingir o valor exato da meta.  Se ficar, por exemplo,  com 4 %, já será um bom resultado.  Já um resultado de, por exemplo,  2,5 %, seria um resultado fraco e excessivamente distante da meta, neste caso é que poderíamos dizer que ficou longe da meta.



Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1213 Online: 20 de Novembro de 2018, 12:25:40 »
Acho que é um erro fazer previsões assim, só serve para dar munição a petista se não fechar a meta mesmo que por pouco.

*Não que eu ache impossível mas vc sabe que a turma de sempre vai fazer tudo que puder para impedir, para sabotar mesmo.

Então a gente já sabe de antemão, se não crescer foi culpa dos petistas. É só seguir a sua linha de raciocínio Arcanjo, e a gente tem uma pista muito confiável de como Bolsonaro se comportará no futuro.

O crescimento de 3% negativos do governo Dilmão foi causado pela Copa do Mundo, segundo o Dilmão afirmou.

Copa do Mundo organizada pelo PT e trazida ao Brasil no governo Pingão.

Mas segundo os petistas do CC era por causa da recessão internacional que só afetava o Brasil.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1214 Online: 20 de Novembro de 2018, 12:28:57 »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1215 Online: 20 de Novembro de 2018, 12:42:58 »

Antes das eleiçoes:



O 'rali Bolsonaro', por FABIO ALVES, no ESTADÃO


A reação do mercado financeiro a cada pesquisa que aponta para uma maior possibilidade de vitória do candidato Jair Bolsonaro, do PSL, nas eleições presidenciais é um sinal claro da aposta em um candidato de direita. É o “rali Bolsonaro”.


E até onde chegariam a Bolsa brasileira e a cotação do dólar ante o real em caso de vitória de Bolsonaro?

Os investidores consideram, neste momento, que o “rali Bolsonaro” num cenário de eventual vitória dele na eleição presidencial seria apenas um “relief rally”, ou seja, um rali de alívio e, por tabela, temporário.

O sentimento de alívio seria mais pela derrota da esquerda, personificada na candidatura de Fernando Haddad (PT), do que propriamente pela empolgação com um eventual governo Jair Bolsonaro.

Tanto que chamou atenção na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na terça-feira, a disparada de 11 pontos porcentuais de Haddad, que se consolidou em segundo lugar com 19%. É verdade que o mercado já esperava Haddad subir mais nas pesquisas de intenção de voto e ficar em segundo lugar, mas um crescimento de 11 pontos em apenas uma semana não pode ser minimizado.

Para os investidores, mais importante do que Bolsonaro passar de 26% para 28% no primeiro turno foi a melhora do seu desempenho nas simulações de segundo turno na pesquisa Ibope.

Mas o cenário do “rali Bolsonaro” não será apenas de céu de brigadeiro até o final das eleições.

Isso porque muitos investidores não descartam a probabilidade de que Haddad consiga mesmo até ultrapassar Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto na virada do primeiro para o segundo turno, o que vai injetar uma grande dose de nervosismo.

Mais ainda: nessa trajetória de crescimento de Haddad nas pesquisas de intenção de voto, se o candidato petista ficar, pelo menos, 5 pontos porcentuais à frente de Bolsonaro nas simulações de segundo turno, não se descarta o Ibovespa recuando fortemente, caindo do patamar atual ao redor de 78 mil pontos para até 70 mil pontos, e o dólar subindo até R$ 4,50.

Mas, afinal, como seria o “rali Bolsonaro” caso o candidato do PSL venha a ser eleito presidente?

Investidores acreditam que o dólar possa recuar até R$ 3,80 e o Ibovespa volte para um patamar de 85 mil pontos.

E por que esse rali pode ser temporário?

Porque, na fotografia de hoje, muitos investidores ainda se mostram céticos em relação à capacidade de Bolsonaro implementar as reformas estruturais necessárias, em especial a da Previdência.

Sobre essa reforma, inclusive, há dúvidas por parte dos investidores sobre a qualidade do projeto de reforma elaborado por Paulo Guedes, o coordenador do programa econômico de Bolsonaro e tido como futuro ministro da Fazenda num eventual governo do candidato do PSL.

Além disso, o “rali Bolsonaro” dependerá de notícias sobre a formação de um eventual governo dele. Como seria a composição ministerial? Esse ministério abrangeria uma coligação de partidos que pudesse garantir os 308 votos necessários para aprovar uma reforma da Previdência?

Também será atentamente monitorado pelo mercado – com impacto nos preços dos ativos – quem seria o coordenador político num eventual governo Bolsonaro.

Teria esse coordenador a habilidade para costurar uma aliança para garantir uma base fiel e sólida no Congresso?

Dependerá da resposta a essas perguntas o quanto o “rali Bolsonaro” conseguirá durar e levar os preços dos ativos brasileiros a outro patamar.

 
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/blogs/221607-quer-dizer-entao-que-bolsonaro-e-ameaca-maior-do-que-o-pt-por-rodrigo-constantino.html#.W_Qav4dKiM8


Offline Flautista de Hamelin

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1216 Online: 20 de Novembro de 2018, 13:22:43 »
Churi Churin Fun Flais

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1217 Online: 20 de Novembro de 2018, 19:59:16 »

BOLSONARO CONFIRMA MANDETTA NA SAÚDE


Brasil  20.11.18 15:29


Jair Bolsonaro acaba de confirmar a nomeação de Luiz Henrique Mandetta para o Ministério da Saúde.

O anúncio foi feito durante encontro com diversas entidades do setor no gabinete de transição no CCBB.

[...]



https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-confirma-mandetta-na-saude/

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1218 Online: 20 de Novembro de 2018, 20:00:22 »

Esse é um "notável"   escolhido por critérios  "técnicos" ?


 :?:

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1219 Online: 21 de Novembro de 2018, 05:52:02 »
https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-11-20/mais-medicos-brasil-cuba.html

Leiam com atenção, a merda está começando a aparecer.

Para quem ainda não acredita que é só um programa de transferência de renda para o governo cubano com repasse ao PT.



« Última modificação: 21 de Novembro de 2018, 06:16:42 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1220 Online: 21 de Novembro de 2018, 07:26:34 »
https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-11-20/mais-medicos-brasil-cuba.html

Leiam com atenção, a merda está começando a aparecer.

Para quem ainda não acredita que é só um programa de transferência de renda para o governo cubano com repasse ao PT.





Essa é a mesma informação daquele vídeo da reportagem da Band, que colocaram com o título "Programa Mais Médicos Visava Atender Cuba". É a mesma informação com mais detalhes.

Qual parte exatamente da reportagem fez você chegar a conclusão que o objetivo era "transferir renda para Cuba" e que parte fala de "repasses ao PT"?

Então ficamos sabendo que o FHC também fez esse tipo de acordo com os cubanos. Você percebeu isso? O PSDB também, na década de 90, achou vantajoso contratar médicos cubanos. Tanto que 400 ficaram por aqui.

Por que o programa do PSDB não foi só um programa para transferir renda para Cuba, mas o Mais Médicos sim? Por que o programa do PSDB do Fernando Henrique tinha como objetivo a oportunidade de oferecer assistência médica a um custo de ocasião, mas o Mais Médicos tinha objetivo de dar dinheiro para Cuba?

Você viu que os cubanos queriam 8 mil dólares, depois 6, depois 5... e a Dilma bateu pé que só pagava 4 mil? Por que o único objetivo era transferir dinheiro pra Cuba se os médicos realmente eram mais baratos e por essa mesma razão o FHC também "importou" milhares de cubanos?

Qual é a grande novidade dessa matéria?

Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1221 Online: 21 de Novembro de 2018, 09:06:22 »

Esse é um "notável"   escolhido por critérios  "técnicos" ?


 :?:

Se você considerar que o cargo exige um sujeito que saiba circular nas entranhas da política, seja médico com conhecimento dos problemas e desafios da saúde e possua experiência administrativa na área a escolha pode ser considerada técnica. Tanto que o próprio DEM questionou a escolha, vista por Rodrigo Maia como uma pedra no caminho para sua reeleição. Não iria adiantar ter um supermédico com idéias brilhantes mas distante da política. Por outro lado, a capacidade de circular na sujeira do Congresso sempre vem acompanhada da dúvida do envolvimento com os sujos. Foi outro critério técnico que o presidente optou por utilizar e aceitar o preço da escolha. Note que todos os cargos que envolvem políticos passaram pelo mesmo critério.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1222 Online: 21 de Novembro de 2018, 10:21:47 »
https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-11-20/mais-medicos-brasil-cuba.html

Leiam com atenção, a merda está começando a aparecer.

Para quem ainda não acredita que é só um programa de transferência de renda para o governo cubano com repasse ao PT.





Essa é a mesma informação daquele vídeo da reportagem da Band, que colocaram com o título "Programa Mais Médicos Visava Atender Cuba". É a mesma informação com mais detalhes.

Qual parte exatamente da reportagem fez você chegar a conclusão que o objetivo era "transferir renda para Cuba" e que parte fala de "repasses ao PT"?

Então ficamos sabendo que o FHC também fez esse tipo de acordo com os cubanos. Você percebeu isso? O PSDB também, na década de 90, achou vantajoso contratar médicos cubanos. Tanto que 400 ficaram por aqui.

Por que o programa do PSDB não foi só um programa para transferir renda para Cuba, mas o Mais Médicos sim? Por que o programa do PSDB do Fernando Henrique tinha como objetivo a oportunidade de oferecer assistência médica a um custo de ocasião, mas o Mais Médicos tinha objetivo de dar dinheiro para Cuba?

Você viu que os cubanos queriam 8 mil dólares, depois 6, depois 5... e a Dilma bateu pé que só pagava 4 mil? Por que o único objetivo era transferir dinheiro pra Cuba se os médicos realmente eram mais baratos e por essa mesma razão o FHC também "importou" milhares de cubanos?

Qual é a grande novidade dessa matéria?

O "programa" de FHC foi um projetinho para atender basicamente deficiências no estado de Tocantins, dentre outros estados, nada comparado aos milhares de médicos do programa acertado por Dilma com Cuba feito para durar décadas, o que explica a trambicagem da queda dos valores na "negociação". Não é preciso lembrar que tinham outros projetos na mesa das nações mui amigas e que aquilo que parece mais barato certamente envolvia um toma-lá-dá-cá nojento.

Citar
Em janeiro de 2002, o Ministério da Saúde, juntamente com o governo do Tocantins, firmou convênio com o Ministério da Saúde de Cuba para a contratação de 210 médicos, 40 enfermeiros e oito técnicos cubanos para hospitais públicos da região. O chefe da pasta era José Serra.
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2013/07/critico-do-programa-mais-medicos-serra-trouxe-medicos-cubanos-3884.html

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Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1223 Online: 21 de Novembro de 2018, 11:30:42 »
Bolsonaro e Israel, uma relação político-religiosa arriscada


por AFP* — publicado 07/11/2018 12h02

O presidente eleito corre o risco de isolar o País diplomaticamente, expondo-o a represálias comerciais de grandes importadores de carnes


 
EVARISTO SA / AFP
Bolsonaro
Na terça-feira 6, Bolsonaro declarou que a transferência "ainda não foi decidida"


Por Louis Genot


Ao anunciar a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, o presidente eleito Jair Bolsonaro respondeu às expectativas das influentes igrejas evangélicas, sua base de sustentação, correndo o risco de uma ruptura com uma política de mais de meio século do Itamaraty.


"O Brasil tem uma posição histórica naquilo que a gente chama de solução de dois Estados [para Israel e a Palestina] e esta decisão pode jogar todos esses esforços no lixo", avalia Guilherme Casarões, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.


A anexação de Jerusalém oriental por Israel, após a guerra de 1967, nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, para a qual o estatuto da cidade santa deve ser negociado pelas duas partes e as embaixadas não devem se instalar ali enquanto não se chegar a um acordo.


O governo brasileiro sempre seguiu essa diretriz, mas o posicionamento de Jair Bolsonaro poderia colocá-la em xeque.


"É motivo de respeitar uma nação soberana", declarou o presidente eleito em entrevista à TV Bandeirantes na segunda-feira.


Na terça-feira, ele parecia hesitar, ao declarar que a transferência "ainda não foi decidida", lançando dúvidas sobre sua determinação sobre uma medida tão polêmica.


Batismo no rio Jordão


A transferência da embaixada teria, antes de mais nada, uma motivação religiosa para Jair Bolsonaro, eleito em 28 de outubro com 55% dos votos, em parte graças ao apoio ativo das igrejas evangélicas neopentecostais, que reúnem milhões de fiéis.


"Os evangélicos mais conservadores não colocam em questão, não relativizam nenhuma atitude de Israel. Qualquer decisão, qualquer medida, há um pressuposto que tem a legitimidade para fazer, como povo escolhido", que deve ser defendido custe o que custar, independentemente da atitude de seus dirigentes, explica Ronilson Pacheco, teólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).


"É uma leitura extremamente literal da Bíblia, sem fazer qualquer reflexão de contexto, de história", acrescentou.


Os neopentecostais brasileiros seguem os preceitos do sionismo cristão, corrente segundo a qual o retorno dos judeus à terra santa e a criação do Estado de Israel, em 1948, segue uma profecia bíblica que anuncia o retorno do Messias.


"Nos templos, há muitos símbolos litúrgicos do judaísmo, como o candelabro ou a estrela de Davi, e alguns pastores até usam o kipá ", acrescenta Ronilson Pacheco.


O próprio Jair Bolsonaro, casado com uma evangélica, foi a Israel em 2016 para ser batizado por um bastor nas águas do rio Jordão.


Tecnologia militar


Mas a religião não é a única motivação para Bolsonaro transferir a embaixada para Jerusalém, o um anúncio que agradou o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.


"Tem um valor simbólico para ele, pela relação dele com a comunidade evangélica, e também casa com uma revisão da tradição da política externa brasileira, mais globalista, multilateralista", explicou Monica Herz, professora associada do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.


Para ela, o mimetismo com Donald Trump se aproxima a "um alinhamento com o governo americano, coisa que não fizemos nem durante a ditadura militar".


Ex-paraquedista do Exército, Jair Bolsonaro é conhecido justamente pela nostalgia do regime militar, que comandou o País entre 1964 e 1985.


A aproximação com Israel também se deve ao fascínio do presidente pela tecnologia de ponta do Exército israelense.


Um de seus filhos, o senador Flavio Bolsonaro, e o governador eleito do Rio, Wilson Witzel, devem visitar o país em breve para comprar drones de ataque, que poderão ser usados pelas forças de ordem na luta contra os narcotraficantes.


 "Anúncio de campanha"


Mas para Guilherme Casarões, "o Brasil teria condições de se aproximar dos EUA e de Israel independentemente de transferir a embaixada" de Tel Aviv para Jerusalém.


Membro da comissão de Relações Exteriores do Congresso, o senador Ricardo Ferraço, considerou recentemente que Bolsonaro fez esta promessa de forma precipitada, sem medir as consequências.


A Câmara de Comércio árabe-brasileira declarou sua preocupação, enquanto o Brasil é o primeiro produtor do mundo de carne halal (cujo consumo é permitido aos muçulmanos).


O chefe da representação palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, declarou à AFP esperar que o deslocamento da embaixada não passe de um "anúncio de campanha".


*Leia mais em AFP


https://www.cartacapital.com.br/politica/bolsonaro-e-israel-uma-relacao-politico-religiosa-arriscada


Leia também:
Retaliação de países árabes preocupa bancada ruralista
Trump perde maioria na Câmara, mas mantém controle no Senado

« Última modificação: 21 de Novembro de 2018, 11:37:22 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1224 Online: 21 de Novembro de 2018, 11:46:40 »

Estratégia de política externa de Bolsonaro representa graves riscos para o país

Alinhamento com Trump enfraqueceria posição do Brasil no mundo


OLIVER STUENKEL
10 SET 2018 - 10:03   BRT



O candidato Jair Bolsonaro, durante um ato de campanha em Brasília, no dia 6 de setembro.

EVARISTO SA AFP


Com a campanha presidencial mais dramática e imprevisível desde 1989, agora entrando em sua reta final, as propostas de política externa de cada candidato ainda recebem pouca atenção do eleitor. Isso é um erro. A política internacional impacta muito mais a vida da população do que a maioria dos brasileiros tem a oportunidade de observar. Há implicações diretas, que vão desde a economia e a segurança pública até o combate à corrupção e a mudança global do clima.


As propostas de política externa do candidato Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas, merecem atenção especial por várias razões. Presidentes costumam enfrentar muitas restrições no âmbito doméstico e ter mais liberdade na política externa, sobretudo quando seus projetos internos dão errado —uma possibilidade real no caso de Bolsonaro, cujo partido tem pouca representação no Congresso—. Isso se agrava pelo fato de que Bolsonaro não se verá limitado pela longa tradição da política externa brasileira —muito pelo contrário, sua identidade política é construída sobre a narrativa da mudança radical. Além disso, o PSL não tem uma ideologia de política externa pré-estabelecida dentro da qual Bolsonaro terá que operar.


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Na frente econômica, Bolsonaro propõe um amplo programa de liberalização, reduzindo as barreiras comerciais, reduzindo subsídios, acelerando negociações comerciais e privatizando empresas estatais. No entanto, como ressalta Matias Spektor, pouco indica que Bolsonaro será capaz de construir as alianças necessárias para enfrentar poderosos grupos de interesse que atualmente se beneficiam de subsídios e de uma economia protegida —como, por exemplo, a indústria automobilística brasileira.


Em recente entrevista à Globonews, seu vice, o general Hamilton Mourão, prometeu escolher as pessoas mais qualificadas para liderar cada ministério, assegurando que Bolsonaro romperia com a prática tradicional de distribuição de cargos entre os partidos aliados, marca registrada do presidencialismo de coalizão. Nem Bolsonaro nem seu vice apresentaram um plano crível até agora sobre como superar o velho sistema dominado pelo lobby de segmentos privilegiados da sociedade. Como Bolsonaro também promete adotar uma postura mais dura em relação a investimentos chineses —não necessariamente uma má ideia—, industriais apelarão ao instinto nacionalista de Bolsonaro, evocando a ameaça chinesa na hora de pedir proteção especial.


Na frente geopolítica, o candidato tem simpatia por Donald Trump e promete alinhar as posições do Brasil com as dos Estados Unidos. Isso pode ser inteligente do ponto de vista eleitoral, já que muitos adeptos de Bolsonaro também são fãs de Trump. Mas é uma proposta arriscada por duas razões. Em primeiro lugar, Bolsonaro propõe a liberalização econômica, enquanto Trump adotou a estratégia oposta. Se o assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, defende a privatização das estatais e a globalização, Trump, por sua vez, tem ojeriza ao livre comércio.


Em segundo lugar, a política externa dos Estados Unidos sob Trump é errática e imprevisível, e os países mais prejudicados são os tradicionais aliados, como México, Canadá, Alemanha e Japão. Querer se aproximar de Washington neste cenário é quixotesco e cheio de riscos. O governo dos EUA de Trump não é um aliado confiável. Renega tratados que negociou (como o Acordo Nuclear com o Irã) e mostra-se ambíguo em relação a pilares da ordem global, como o Artigo 5 da OTAN, o qual prevê que um ataque armado contra um país membro será considerado uma agressão contra todos, para ficar em dois exemplos apenas.


Como Trump, Bolsonaro tentará reduzir os compromissos internacionais do Brasil no combate à mudança do clima e no âmbito dos direitos humanos. Os eleitores de Bolsonaro o aplaudem. Para muitos deles, as instituições internacionais, e a ONU em particular, são vistas como ameaças ao interesse nacional —ou uma “conspiração socialista global”, como um eleitor de Bolsonaro a descreveu para mim recentemente.


No entanto, se o impacto para os Estados Unidos, que pode oferecer garantias militares e acesso a um grande mercado de consumidores, for negativo, a adoção de uma posição semelhante no Brasil teria consequências devastadoras para o país. Afinal, a reputação brasileira baseia-se em grande parte em seu papel construtivo no apoio das regras e normas, cruciais para a comunidade internacional enfrentar os desafios globais mais urgentes. A retirada do Brasil dos debates sobre direitos humanos e mudanças climáticas teria péssimo impacto em sua relação com outros países, sobretudo da América Latina e da Europa.


Mas há espaço para alguma esperança. Diferentemente de outros ministérios, o Itamaraty não pode ser tão facilmente aparelhado com seguidores leais ao presidente. Diplomatas poderiam tentar empurrar com a barriga iniciativas problemáticas até a presidência de Bolsonaro passar. Da mesma forma, os crescentes problemas internos de Trump e o espectro de um impeachment nos Estados Unidos podem ajudar a convencer Bolsonaro, se eleito, de que o alinhamento automático com Washington é uma aposta arriscada em uma ordem mundial cada vez mais centrada na Ásia do século XXI.



https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/10/opinion/1536578069_430072.html


 

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