Autor Tópico: Governo Bolsonaro  (Lida 112471 vezes)

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Offline Pedro Reis

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1825 Online: 02 de Janeiro de 2019, 11:09:37 »
Podem dizer tudo de Bozo, mas uma coisa todos têm que reconhecer: ele é autêntico.

É 100% o idiota que parece realmente ser.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1826 Online: 02 de Janeiro de 2019, 11:11:09 »



O Bolso segue alguns modus operandis do Trump no que se refere ao relacionamento com a imprensa livre. Nos Estados Unidos  isto não é motivo para maiores alardes porque lá as instituições democráticas são muito mais sólidas. Já no Brasil não são.



Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1827 Online: 02 de Janeiro de 2019, 11:13:10 »


Já começou mal esse (des) governo.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1828 Online: 02 de Janeiro de 2019, 11:30:10 »
Brasil, um país do passado


No Brasil, está na moda um anti-intelectualismo que lembra a Inquisição. Seus representantes preferem Silas Malafaia a Immanuel Kant. Os ataques miram o próprio esclarecimento, escreve o colunista Philipp Lichterbeck.


É sabido que viajar educa o indivíduo, fazendo com que alguém contemple algo de perspectivas diferentes. Quem deixa o Brasil nos dias de hoje deve se preocupar. O país está caminhando rumo ao passado.


No Brasil, pode ser que isso seja algo menos perceptível, porque as pessoas estão expostas ao moinho cotidiano de informações. Mas, de fora, estas formam um mosaico assustador. Atualmente, estou em viagem pelo Caribe – e o Brasil que se vê a partir daqui é de dar medo.


Na história, já houve momentos frequentes de regresso. Jared Diamond os descreve bem em seu livro Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Motivos que contribuem para o fracasso são, entre outros, destruição do meio ambiente, negação de fatos, fanatismo religioso. Assim como nos tempos da Inquisição, quando o conhecimento em si já era suficiente para tornar alguém suspeito de blasfêmia.


No Brasil atual, não se grita "herege!", mas "comunismo!". É a acusação com a qual se demoniza a ciência e o progresso social. A emancipação de minorias e grupos menos favorecidos: comunismo! A liberdade artística: comunismo! Direitos humanos: comunismo! Justiça social: comunismo! Educação sexual: comunismo! O pensamento crítico em si: comunismo!


Tudo isso são conquistas que não são questionadas em sociedades progressistas. O Brasil de hoje não as quer mais.


Porém, a própria acusação de comunismo é um anacronismo. Como se hoje houvesse um forte movimento comunista no Brasil. Mas não se trata disso. O novo brasileiro não deve mais questionar, ele precisa obedecer: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".


Está na moda um anti-intelectualismo horrendo, "alimentado pela falsa noção de que a democracia significa que a minha ignorância é tão boa quanto o seu conhecimento", segundo dizia o escritor Isaac Asimov. Ouvi uma anedota de um pai brasileiro que tirou o filho da escola porque não queria que ele aprendesse sobre o cubismo. O pai alegou que o filho não precisa saber nada sobre Cuba, que isso era doutrinação marxista. Não sei se a historia é verdade. O pior é que bem que poderia ser.


A essência da ciência é o discernimento. Mas os novos inquisidores amam vídeos com títulos como "Feliciano destrói argumentos e bancada LGBT". Destruir, acabar, detonar, desmoralizar – são seus conceitos fundamentais. E, para que ninguém se engane, o ataque vale para o próprio esclarecimento.


Os inquisidores não querem mais Immanuel Kant, querem Silas Malafaia. Não querem mais Paulo Freire, querem Alexandre Frota. Não querem mais Jean-Jacques Rousseau, querem Olavo de Carvalho. Não querem Chico Mendes, querem a "musa do veneno" (imagino que seja para ingerir ainda mais agrotóxicos).



Dá para imaginar para onde vai uma sociedade que tem esse tipo de fanático como exemplo: para o nada. Os sinais de alerta estão acesos em toda parte.


O desmatamento da Floresta Amazônica teve neste ano o seu maior aumento em uma década: 8 mil quilômetros quadrados foram destruídos entre 2017 e 2018. Mas consórcios de mineradoras e o agronegócio pressionam por uma maior abertura da floresta.


Jair Bolsonaro quer realizar seus desejos. O próximo presidente não acredita que a seca crescente no Sudeste do Brasil poderia ter algo a ver com a ausência de formação de nuvens sobre as áreas desmatadas. E ele não acredita nas mudanças climáticas. Para ele, ambientalistas são subversivos.


Existe um consenso entre os cientistas conhecedores do assunto no mundo inteiro: dizem que a Terra está se aquecendo drasticamente por causa das emissões de dióxido de carbono do ser humano e que isso terá consequências catastróficas. Mas Bolsonaro, igual a Trump, prefere não ouvi-los. Prefere ignorar o problema.


Para o próximo ministro brasileiro do Exterior, Ernesto Araújo, o aquecimento global é até um complô marxista internacional. Ele age como se tivesse alguma noção de pesquisas sobre o clima. É exatamente esse o problema: a ignorância no Brasil de hoje conta mais do que o conhecimento. O Brasil prefere acreditar num diplomata de terceira categoria do que no Instituto Potsdam de Pesquisa sobre o Impacto Climático, que estuda seriamente o tema há trinta anos.


Araújo, aliás, também diz que o sexo entre heterossexuais ou comer carne vermelha são comportamentos que estão sendo "criminalizados". Ele fala sério. Ao mesmo tempo, o Tinder bomba no Brasil. E, segundo o IBGE, há 220 milhões de cabeças de gado nos pastos do país. Mas não importa. O extremista Araújo não se interessa por fatos, mas pela disseminação de crenças. Para Jared Diamond, isso é um comportamento caraterístico de sociedades que fracassam.


Obviamente, está claríssimo que a restrição do pensamento começa na escola. Por isso, os novos inquisidores se concentram especialmente nela. A "Escola Sem Partido" tenta fazer exatamente isso. Leandro Karnal, uma das cabeças mais inteligentes do Brasil, com razão descreve a ideia como "asneira sem tamanho".


A Escola Sem Partido foi idealizada por pessoas sem noção de pedagogia, formação e educação. Eles querem reprimir o conhecimento e a discussão.


Karl Marx é ensinado em qualquer faculdade de economia séria do mundo, porque ele foi um dos primeiros a descrever o funcionamento do capitalismo. E o fez de uma forma genial. Mas os novos inquisidores do Brasil não querem Marx. Acham que o contato com a obra dele transformaria qualquer estudante em marxista convicto. Acreditam que o próprio saber é nocivo – igual aos inquisidores. E, como bons inquisidores, exortam à denúncia de mestres e professores. A obra 1984, de George Orwell, está se tornando realidade no Brasil em 2018.


É possível estender longamente a lista com exemplos do regresso do país: a influência cada vez maior das igrejas evangélicas, que fazem negócios com a credulidade e a esperança de pessoas pobres. A demonização das artes (exposições nunca abrem por medo dos extremistas, e artistas como Wagner Schwartz são ameaçados de morte por uma performance que foi um sucesso na Europa). Há uma negação paranoica de modelos alternativos de família. Existe a tentativa de reescrever a história e transformar torturadores em heróis. Há a tentativa de introduzir o criacionismo. Tomás de Torquemada em vez de Charles Darwin.


E, como se fosse uma sátira, no Brasil de 2018 há a homenagem a um pseudocientista na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que defende a teoria de que a Terra seria plana, ou "convexa", e não redonda. A moção de congratulação concedida ao pesquisador foi proposta pelo presidente da AL e aprovada por unanimidade pelos parlamentares.


Brasil, um país do passado.


Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, ele colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para os jornais Tagesspiegel (Berlim), Wochenzeitung (Zurique) e Wiener Zeitung. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.

______________

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https://www.dw.com/pt-br/brasil-um-pa%C3%ADs-do-passado/a-46477566

« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 11:41:07 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1829 Online: 02 de Janeiro de 2019, 12:33:05 »

Bolsonaro faz discurso de candidato na posse presidencial

QUA, 02/01/2019 - 09:27
ATUALIZADO EM 02/01/2019 – 09:34


‘Nossa bandeira, só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela’, radicalizou
 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
 
Jornal GGN - O novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL), confundiu a posição de presidente com a de candidato. O destaque foi dado por Bernardo Mello Franco, na sua coluna desta quarta-feira (02), no jornal O Globo.
 
Já com a faixa presidencial, Bolsonaro se referiu aos seus rivais políticos como inimigos do país e prometeu "acabar com a ideologia que defende bandidos", sugerindo que fará vista grossa para a violência policial, pontuou o articulista.
 

O discurso realizado no Parlatório, onde os presidentes se dirigem à nação, destoa de outro discurso, feito por Bolsonaro duas horas antes no Congresso, onde falou em união, preservação da democracia e em governar "sem discriminação ou divisão".
 

No segundo discurso, o militar da reserva ainda fez referências ao fantasma do socialismo: "Essa é nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela", radicalizou.
 

"O discurso bélico sugere que a promessa de costurar um “pacto nacional”, recitada no Congresso, não passou de um palavrório sem substância. Só pode falar em pacto quem está disposto a negociar. E só pode negociar quem está disposto a fazer concessões", analisa Mello Franco ponderando, nesse sentido, que o boicote a cerimônia de posse pelo PT contribui também para aumentar a divisão instalada no país.
 

"Brigar com o resultado das urnas não parece ser uma estratégia inteligente", considera. Para ler sua coluna na íntegra, clique aqui.


https://jornalggn.com.br/noticia/bolsonaro-faz-discurso-de-candidato-na-posse-presidencial


https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/bolsonaro-confundiu-o-traje-de-presidente-com-o-de-candidato.html

Bolsonaro confundiu o traje de presidente com o de candidato

POR BERNARDO MELLO FRANCO02/01/2019 06:00



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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1830 Online: 02 de Janeiro de 2019, 12:42:20 »
Os ataques constantes que ele e os seus próximos fazem a imprensa livre  fazem parte de uma estratégia, pois já prevê que quando vier com medidas antidemocráticas ele será criticado pela imprensa livre.

Então antevendo isso ele já esta atacando primeiro de modo a treinar o máximo de pessoas do povo a agir contra a imprensa livre quando esta o começar a criticar.


    :corrente:       
« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 13:21:42 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1831 Online: 02 de Janeiro de 2019, 12:56:12 »
Autor de 'The Dictator's Handbook', Bruce Bueno de Mesquita diz que o interesse pessoal, e não o bem comum, é o que move um governante


Por Carlos Graieb

access_time 13 jan 2012, 22h53




Bruce Bueno de Mesquita, cientista político, professor da Universidade de Nova York (Leigh Bureau/Divulgação/VEJA)

Xadrez, dizia o humorista Millôr Fernandes, nada mais é do que "um jogo chinês que ensina a jogar xadrez". Da mesma forma, para os cientistas políticos americanos Bruce Bueno de Mesquita e Alastair Smith a política "nada mais é do que um jogo praticado pelos governantes". Há 20 anos, os dois vêm usando as ferramentas da estatística, do cálculo e da teoria dos jogos para registrar os padrões de comportamento e - em uma palavra - as regras que comandam a conquista e o exercício do poder. Autores de alguns tijolões acadêmicos, eles acabam de publicar um volume dirigido aos leigos para expor os seus achados. O título é provocador: The Dictator's  Handbook (O Manual do Ditador). Segundo o livro, quem deseja entender - ou mesmo prever - as ações de um dirigente em qualquer tipo de organização, inclusive as empresas, deve ter em mente uns poucos fatos. Primeiro, que o interesse pessoal, e não o bem comum, é mesmo o motor principal das ações de um governante, e deixar de levar isso em conta conduz a conclusões equivocadas. Em segundo lugar, que o papel das ideologias é muito menos relevante do que se costuma pensar, ao passo que fatos em geral pouco realçados pelos analistas - o tamanho do eleitorado que permite a um líder chegar ao poder, e o tamanho da coalizão que lhe permite exercê-lo - são na verdade a chave para desvendar quase todos os segredos da política. "Não é errado dizer que nossa abordagem resulta num retrato cínico, ou seja, sem ilusões, da realidade", diz Bueno de Mesquita. "Mas testamos nossas hipóteses há muito tempo, e acreditamos ter formulado o núcleo de uma teoria geral da política." Leia a seguir trechos da entrevista que o professor da Universidade de Nova York concedeu ao site de VEJA.
 

Como alguém pode tornar-se um ditador? Em primeiro lugar, ninguém, nem mesmo os maiores tiranos, tem poder absoluto, a ponto de não depender de um certo número de apoiadores. O tamanho desse grupo, que chamamos no livro de coalizão vencedora, é o principal fator que distingue os regimes fechados dos regimes abertos. Se o grupo de pessoas de quem você depende para se manter no poder for pequeno, então lhe será possível - e na verdade bem mais eficaz - governar oferecendo recompensas somente a quem interessa, praticando e aceitando a corrupção. Quanto maior for esse grupo, mais difícil será "comprar" todos os que podem influir no seu futuro político, e então começa a fazer sentido para você investir em políticas públicas. Essa é a verdade fundamental - mas há uma poucas regras complementares que os aspirantes a ditador precisam ter em mente. (Consulte a lista abaixo para conhecer os cinco mandamentos do Manual dos Ditadores)
 
Onde as pessoas mais erram ao pensar sobre política? Ao escolher um governante por causa de suas belas palavras, de suas "qualidades" pessoais, de suas idiossincrasias.

Quem entra no jogo da política está preocupado, antes de mais nada, com sua própria sobrevivência e com seu próprio bem estar, mais do que com o bem estar das pessoas a quem representa. Por isso o mais importante são as instituições. Quando as instituições determinam que o governante precisa do apoio de muitos não só para chegar, mas também para manter-se no poder, então aumentam as chances de que políticas que beneficiam a todos sejam implementadas. Os regimes democráticos também têm as suas falhas. Quanto mais democrático um país, mais imediatistas serão os seus líderes, pois o “longo prazo” é apenas a próxima eleição. Mas isso não elimina o fato básico de que, nas democracias, é do interesse do líder escolher o que também é melhor para as pessoas. É o empuxo das instituições que nos permite ser otimistas em política, e não a bondade dos candidatos a um cargo público.
 

Esse não é um modo um tanto cínico de olhar a "natureza humana"? Ah, com certeza. Mas veja que eu ainda pude falar em otimismo. E o fato de os pressupostos da teoria serem "cínicos" não a torna menos verdadeira. Já usamos ferramentas analíticas há 20 anos para provar que ela faz sentido. Usando cálculo e estatística testamos quase todas as partes da teoria em inúmeros países, no mínimo com dados dos últimos vinte anos, e sempre que possível retrocedendo a vários séculos. Nós aplicamos nossas idéias a Roma, à Grécia, aos povos da Bíblia - e as coisas se encaixam. Usamos cálculo para identificar quais são os níveis ótimos de cobrança de impostos, oferta de bens públicos como educação e saúde, tolerância à corrupção e clientelismo, e assim por diante, levando em conta nossos fatores básicos, como o tamanho do eleitorado e da coalizão vencedora.
 
O Brasil discute atualmente a mudança em seu sistema de votação. Qual a influência dos sistemas de voto na vida de um país? Grande. O voto proporcional, por exemplo, leva à existência de muitos partidos, o que pode dar poder desproporcional a legendas pequenas, das quais pode depender a formação de uma maioria. Vemos isso o tempo todo em Israel, onde partidos religiosos nanicos obrigam quem quer que esteja no poder a levar em conta suas demandas. Por isso é tão difícil, por exemplo,  barrar os assentamentos em territórios ocupados e fazer avanços significativos na direção da paz com os Palestinos. O voto distrital tem efeitos inversos. A longo prazo, costuma levar a um sistema bipartidário. Por isso é, sim, importante, discutir sistemas de votação - embora nenhum deles seja imune a defeitos e manipulações. Gosto de citar o caso da Tanzânia, um país que realiza eleições livres, regulares e limpas - que sempre têm o mesmo partido, o CCM, como vencedor. Isso acontece porque a Tanzânia tem 17 partidos políticos, todos alimentados com recursos públicos. Nesse cenário de fragmentação, o CCM consegue vencer com uma proporção relativamente baixa de votos - e ainda pode direcionar dinheiro para os partidos que resolvam fazer parte da sua coalizão. Creio que algo parecido está prestes a acontecer no Egito. A Irmandade Muçulmana, cuja representatividade é de aproximadamente 20% da população, parece ter descoberto o segredo dos sistemas eleitorais – ou seja, que há fórmulas de votação que lhe permitirão tomar conta do poder sem que para isso tenham de recorrer aos mecanismos clássicos de uma ditadura.
 

O ano de 2011 foi ruim para muitos ditadores. Por que Kadafi, por exemplo, caiu? Por que, nos nossos termos "cínicos",  foi ingênuo e cometeu erros. Em 2005 a Freedom House, uma organização que monitora as liberdades civis no mundo, pôs a Líbia no fim do seu ranking de liberdade de imprensa entre os países da mesma região. Em 2010, a situação havia se invertido: só o Egito tinha uma imprensa mais livre na vizinhança. Isso permitiu que as pessoas se organizassem. Em segundo lugar, os líbios têm, em média, dois anos mais de escolaridade do que seus vizinhos. Kadafi educou sua população mais do que seria prudente para os seus próprios interesses. Em terceiro lugar, ele tentou mudar sua imagem nos últimos seis ou sete anos, reduzindo o nível de opressão política. Ele permitiu que as pessoas se organizassem e reduziu o custo de se opor ao governo. São erros graves! E deu no que deu.
 

Bashir al Assad, da Síria, conseguirá se manter no poder? Dificilmente. O seu problema é clássico. Como tantos ditadores, ele depauperou a economia do país e agora está sem dinheiro para comprar a lealdade do exército. Ele ganhou tempo porque recebeu recursos do Irã, do Iraque e da Venezuela. Foram cinco bilhões de dólares dos dois primeiros países, além de promessas de comércio ampliado em 2012, e investimentos venezuelanos numa refinaria de petróleo. Essa injeção de dinheiro permitiu que Assad continuasse a pagar os militares e lhe deu alento num cenário de rebelião. O problema é que Irã, Iraque e Venezuela têm sérias crises internas e dificilmente vão manter a ajuda a Assad. Se o fluxo de dinheiro cessar, as defecções no regime, que já vêm acontecendo, vão ganhar impulso. Assad está encalacrado. Se tentar fazer reformas profundas para aplacar as ruas, seu apoiadores diretos vão querer matá-lo – pois o dinheiro sairá do bolso deles. Assim, o mais provável é que ele esteja engordando uma conta secreta na Suíça e estudando a sua melhor rota de fuga.
 

O que a sucessão na Coreia do Norte ensina sobre as ditaduras? Assim como os reis descobriram no passado as virtudes – para si próprios – dos sistemas dinásticos, os ditadores descobriram a lógica da hereditariedade. A chave para a sobrevivência de um regime ditatorial num momento de transição é, literalmente, a chave do cofre. O sucessor precisa saber onde está o dinheiro para comprar sustentação ao seu mando (entre os militares em primeiro lugar). A transição hereditária reduz muito esse problema. Não há dúvida de que Kim Jong Il informou Kim Jong Un sobre onde estava o dinheiro – ou seja, deu-lhe de mão beijada a ferramenta indispensável para manter a lealdade de uma coalizão que, de outra forma, poderia querer derrubá-lo. O mesmo ocorreu na Síria. A lição é que “ditaduras dinásticas” são uma das maneiras mais eficientes de perpetuar um regime.
 

Há quem elogie ditaduras como a de Fidel Castro por suas políticas de saúde ou educação. Isso faz algum sentido? Não, isso não faz sentido. Quanto mais longa uma ditadura, maior será a erosão dos indicadores sociais. Sim, é verdade que Cuba tem hoje em dia taxas baixas de mortalidade infantil. O "problema" é que em números absolutos  as taxas de mortalidade melhoraram em quase todos os países do mundo nas últimas décadas, dados os avanços na área da medicina. E quando você vai consultar as estatísticas, percebe que antes de Castro a situação relativa de Cuba era muito melhor - o país estava à frente da França e da Bélgica nesse quesito – e hoje está muito atrás. Falemos agora de educação. A taxa de alfabetização de Cuba, como a da Coreia do Norte, está próxima de 100%. Mas por que um ditador não quereria uma população  alfabetizada? As pessoas precisam saber ler instruções. Quando falamos de política educacional, o que precisa ser observado são os dados do ensino médio e superior. Há vários rankings de universidades internacionais. Se você os analisar, verá que Cuba não consta deles. Na verdade, os únicos países não-democráticos que têm universidades entre as melhores 200 do mundo são China e Singapura. E são pouquíssimas universidades chinesas – se não me engano, só 3. A Rússia, com toda a sua notável tradição cultural, não tem nenhuma universidade nesses rankings. Essa foi a herança do regime soviético. Por que o que os ditadores não querem são pessoas capazes de produzir conhecimento independentemente. Existe essa mitologia sobre o regime de Castro. Mas pesquise os dados reais e você verá que, comparativamente, a população estava melhor antes dele. Isso não é ideologia, não é propaganda. São estatísticas da ONU.
 

Para que serve o jargão da esquerda e da direita, das ideologias? Para as pessoas se orientarem na leitura dos jornais, mas não para explicar a realidade. Veja a campanha presidencial americana. Os republicanos falam de mercado livre e governo limitado, democratas falam de seguridade social e mais impostos, e assim por diante. Olho para essa conversa e penso: os republicanos querem cortar benefícios daqueles que, inconvenientemente, votam nos democratas, e vice-versa. Um político quer tirar recompensas de quem se opõe a ele, e dá-las a quem o apoia. Não precisamos de ideologia para explicar esse comportamento.
 

Dos pensadores clássicos da política, quais, a seu ver, se aproximaram mais da verdade? Maquiavel e James Maddison. Hobbes, Montesquieu, Rousseau, Platão, Aristóteles - todos tiveram intuições geniais, mas ficaram longe de formular uma teoria geral da política, que é o que nós pretendemos oferecer. Repito: não estou diminuindo a genialidade desses pensadores, não julgo que sou mais inteligente que eles. Mas temos muito mais informação do que eles tinham, e ferramentas analíticas muito mais poderosas. Ora, Maquiavel não podia usar cálculo... É curioso como as pessoas se ofendem com isso. Na Física, não há problema em dizer que Newton, apesar de seu gênio, só foi capaz de avançar até certo ponto. As pessoas estão prontas a admitir que o uso de ferramentas matemáticas que vieram depois faz a diferença. Mas quando se estuda política dizer essas coisas ainda soa como heresia.

Notícias sobre DemocraciaPolítica


https://veja.abril.com.br/brasil/cientista-politico-americano-cria-manual-para-ditadores/


« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 14:44:24 por JJ »

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1832 Online: 02 de Janeiro de 2019, 13:04:36 »

Uma imprensa livre é "pilar indispensável" para uma sociedade democrática - Guterres


O secretário-geral da ONU afirmou hoje que a liberdade de imprensa é um "pilar indispensável" de qualquer sociedade transparente e democrática, defendendo a adoção e o respeito de leis que garantam um jornalismo independente e o direito à informação.


Lusa
03 Maio 2018 — 19:11


"A liberdade de imprensa é uma garantia da paz, da justiça e do respeito dos direitos humanos em todo o mundo. É um pilar indispensável de qualquer sociedade transparente e democrática e coloca as forças no poder diante das suas responsabilidades. É essencial para um desenvolvimento sustentável", afirmou António Guterres, numa mensagem de vídeo divulgada por ocasião do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, hoje assinalado.




Na breve mensagem, o secretário-geral das Nações Unidas frisou o papel dos jornalistas e de todas as pessoas que trabalham no setor da comunicação social, profissionais que "prestam ao público um serviço inestimável" quando mantêm o mundo informado da atualidade local e mundial.


Nesse sentido, Guterres defendeu a importância de leis que protejam uma imprensa livre e os seus profissionais.


Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.



"Leis que defendam um jornalismo independente, a liberdade de expressão e o direito à informação devem ser adotadas, aplicadas e respeitadas", afirmou o ex-primeiro-ministro português, acrescentando que aqueles que atacam os jornalistas "devem ser levados à justiça".


António Guterres pediu ainda aos governos internacionais um maior empenho para que a liberdade de imprensa seja respeitada e para que os jornalistas sejam protegidos.


"Ao apoiar a liberdade de imprensa, estamos a defender o nosso direito à verdade", concluiu.


O Dia internacional da Liberdade de Imprensa foi declarado pela Assembleia-geral da ONU em 1993, em sequência da Declaração de Windhoek, adotada num seminário de jornalistas organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na Namíbia, em 1991.


O documento em questão faz um apelo a uma comunicação social livre, independente e pluralista em todo o mundo, caracterizando uma imprensa livre como essencial para a democracia e como um direito humano fundamental.


Em finais de abril, a organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras reforçou os apelos para a nomeação de um representante especial da ONU para os jornalistas, apelo que surgiu depois de vários ataques no Afeganistão terem matado várias pessoas, incluindo 10 jornalistas.


https://www.dn.pt/lusa/interior/uma-imprensa-livre-e-pilar-indispensavel-para-uma-sociedade-democratica----guterres-9305635.html



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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1833 Online: 02 de Janeiro de 2019, 13:10:48 »

Ataques de Bolsonaro à imprensa ameaçam a democracia, dizem associações de jornalistas

Para organizações, declarações demonstram que militar desconhece papel do jornalismo

22.out.2018 às 17h40
Atualizado: 22.out.2018 às 18h38
SÃO PAULO
Débora Sögur Hous


Associações de jornalistas profissionais manifestaram repúdio aos ataques que Jair Bolsonaro (PSL) fez à
imprensa (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/folha-e-a-maior-fake-news-do-brasil-diz-bolsonaro-a-manifestantes.shtml) em discurso transmitido na Avenida Paulista, durante manifestação ocorrida no domingo (21).

Para as organizações, as declarações de Bolsonaro ameaçam a liberdade de imprensa e a democracia, demonstram que o candidato não compreende a função do jornalismo e elas impõem ao público o discurso que é mais conveniente para o militar.


No discurso, o presidenciável disse: “Sem mentiras, sem fake news, sem Folha de São Paulo. Nós ganharemos esta guerra. Queremos a imprensa livre, mas com responsabilidade. A Folha de São Paulo é o maior fake news do Brasil.

Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre, parabéns; imprensa vendida, meus pêsames.”

Marcelo Rech, presidente ANJ (Associação Nacional de Jornais) e vice-presidente do Fórum Mundial de Editores disse que o teor das declarações de Jair Bolsonaro revela ignorância sobre a função da imprensa.

"É lamentável esse tipo de comentário, sobretudo vindo de um candidato à Presidência da República, pois demonstra incompreensão sobre o papel do jornalismo. Também é condenável a ameaça de retaliação com investimentos publicitários do governo, que devem seguir sempre critérios técnicos e não políticos", afirmou Rech.
Para a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), políticos atacam a imprensa porque preferem impor
ao público o discurso que mais convém aos interesses deles. Ainda segundo a associação, é função do bom
jornalismo cobrar que os candidatos, independente da posição ideológica, respeitem às leis e o regime democrático.
“Para demonstrar algum compromisso com a preservação da democracia, o candidato deveria condenar a intimidação de jornalistas, em vez de fomentar essa prática”, disse Daniel Bramatti, presidente da associação.


A Abraji já compilou 140 casos de violência contra jornalistas no período eleitoral. Com o crescimento do assédio, a associação tem divulgado uma cartilha (https://medium.com/@cartilhaabraji/assedioonlineajornalistas-org-br-c0225a55335b) que orienta repórteres
sobre ataques virtuais.


Ameaças e agressões durante o exercício da profissão tornam instável o trabalho de jornalistas no Brasil, diz a Repórteres Sem Fronteiras, organização não-governamental.

Em 2018, de acordo com a ONG, entre 180 países analisados, o Brasil ocupa a 102ª posição em liberdade de atuação
da imprensa.

Para Christophe Deloire, secretário geral da Repórteres sem Fronteiras, a campanha de ódio e difamação alimentada por Jair Bolsonaro fragiliza uma sociedade já fortemente polarizada.


“Os eleitores brasileiros não devem se deixar enganar pelos discursos de fachada, por trás dos quais se esconde uma verdadeira violência que não poupará o jornalismo. Jair Bolsonaro é uma grave ameaça para a liberdade de imprensa e para a democracia", disse Deloire em nota à imprensa.
Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disse que espera que "a incontinência verbal do candidato Jair Bolsonaro (PSL) em relação à Folha tenha sido proferida no calor das paixões".


No dia 17 de outubro, Jair Bolsonaro (PSL ) e Fernando Haddad (PT) assinaram o termo de compromisso elaborado pela ABI no qual afirmam que vão respeitar a liberdade de imprensa. Domingos Meirelles, presidente da associação, diz não acreditar que as declarações de Bolsonaro quebram o termo de compromisso assumido com a associação, mas acha inaceitável ameaças e intimidações contra veículos de comunicação.

"Esperamos que a manifestação do candidato Jair Bolsonaro se circunscreva a esse lamentável episódio e que essa grave ameaça tenha apenas representado uma desastrada bravata de campanha", encerra a nota.



https:/ www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/ataques-de-bolsonaro-a-imprensa-sao-descompromisso-com-ademocracia-dizem-associacoes-de-jornalistas.shtml


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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1834 Online: 02 de Janeiro de 2019, 14:45:59 »
Um guia para os tiranos


Cinco regras básicas da manutenção do poder segundo os cientistas políticos Bruce Bueno de Mesquita e Alastair Smith


1. Tenha um núcleo de poder tão pequeno quanto possível

Quanto menos pessoas forem essenciais ao funcionamento do regime, mais você terá controle e maior será sua liberdade para usar os recursos de que dispõe.

Figura exemplar: Kim Jong-Il, que dependia de não mais que duzentos ou trezentos apoiadores diretos – tanto assim que recebeu o seu posto do pai e conseguiu transmiti-lo ao filho.

2. Dê ao máximo de pessoas possível o direito formal de ascender ao núcleo de poder

Se houver sempre um grande número de postulantes aos cargos mais elevados, as figuras essenciais do regime saberão que podem ser substituídas e tenderão a ser mais leais.

Figura exemplar: Vladimir Lênin, que substituiu o velho e fraudulento sistema eleitoral da Rússia pelo sistema de sufrágio universal. Ele compreendeu as vantagens de ter um vasto contingente de apoiadores "intercambiáveis".

3. Controle o fluxo de dinheiro

É melhor definir quem come do que ter uma mesa farta da qual todos se servem. O sistema mais eficaz para um ditador é aquele em que muitos são pobres e no qual ele pode redistribuir dinheiro discricionariamente, comprando assim apoiadores.

Figura exemplar: O presidente paquistanês Asif Ali Zardari. Embora a  renda per capita do país que ele governa esteja entre as menores do mundo, sua riqueza estimada é de 4 bilhões de dólares.

4. Pague aos seus principais apoiadores apenas o suficiente para mantê-los leais

Lembre-se de que seus asseclas prefeririam ser você, em vez de depender dos seus humores. Sua grande vantagem é ter a chave do cofre. Dê aos membros da sua coalizão o dinheiro necessário para que eles não se sintam tentados a procurar um substituto. E nem um centavo a mais.

Figura exemplar: Robert Mugabe, do Zimbábue. Ele enfrentou diversas ameaças de golpe de estado, mas nunca deixou de pagar o Exército, mantendo o seu controle a qualquer custo.

5. Não melhore a vida da população às custas da riqueza de seus apoiadores mais próximos

Esta regra é um contraponto à anterior. Não diminua a fatia do bolo entregue a sua coalizão para satisfazer as massas. Gente esfomeada não terá energia para derrubá-lo. Mas traidores no seu entorno imediato podem destruí-lo.

Figura exemplar: O general Than Shwe, de Mianmar. Quando o ciclone Nargis devastou seu país, em 2008, ele entregou os alimentos e remédios da ajuda humanitária ao seu grupo militar, que instituiu um mercado negro. Sem acesso direto àqueles gêneros, ao menos 140.000 pessoas morreram na esteira do desastre. Há quem fale em 500.000 mortes.



http://diplomatizzando.blogspot.com/search/label/ditadores


« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 14:49:26 por JJ »

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1835 Online: 02 de Janeiro de 2019, 14:53:09 »
Viva eu, viva tu, viva o rabo do Tatu. Este novo governo auspicia que o povo brasileiro agora retome sua vocação altaneira e com isso volte a andar cabisalto.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1836 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:01:37 »
Posse de Bolsonaro tem banheiros escassos, falta d'água e desmaios...



O combinado na posse de Jair Bolsonaro era que não se levassem bebidas e que a organização forneceria água. O público fez sua parte. A organização, não.


No meio da tarde, as torneiras secaram nos postos espalhados pela Esplanada dos Ministérios. Até os copos plásticos acabaram. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) estima que ao menos 115 mil pessoas acompanharam a posse de Bolsonaro.


"No momento em que o povo vai prestigiar o político que elegeu com seu voto é desrespeitado. Água é o mínimo", reclamou Sonia Maria Ramalho, 53, que viajou a Brasília em uma caravana de Londrina (PR).


Além da falha no fornecimento de água, não havia banheiros em número suficiente. Também não houve preocupação com cadeirantes -- uma mulher contou à reportagem que precisou ser carregada. A infraestrutura precária resultou em vários desmaios.


Sonia Ramalho acrescentou que não havia guichês de atendimento prioritário para gestantes, idosos e pais com crianças pequenas para pegar água ou ir ao banheiro.


Quando os postos de distribuição de bebidas foram reabastecidos, houve aglomeração. Pessoas suadas e com sede cercaram o local sem formar fila e valeu a lei do mais forte por alguns minutos.

"Focaram somente no presidente. Fizeram tudo para a segurança de Bolsonaro e esqueceram de providenciar o mínimo para o povo", afirmou a integrante da caravana.


Nádia Vieira Soares, 45, moradora de Poté (MG) acompanhou a posse ao lado de Sonia e estava descontente com a situação dos banheiros. Protestou que o mau cheiro era percebido a metros de distância. Thalia Kieslla, 19, e moradora de São Luis (MA), desistiu de ir ao banheiro e tomar água por causa da situação.


"O banheiro estava nojento, a fila era muito demorada. Coisa de meia hora. Também queria água, mas, se tomasse água, não conseguiria me segurar, seria obrigada a ir ao banheiro", afirmou.


Emily Cristina Santos, 27, estava na mesma caravana que Thalia e foi direta sobre como lidou com a falta de infraestrutura. "Passei o dia
segurando o xixi. Já são 18h, estou indo embora e não fui ao banheiro desde que cheguei aqui."



https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/01/01/posse-de-bolsonaro-tem-banheiros-escassos-falta-dagua-e-desmaios.htm
« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 15:04:08 por JJ »

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1837 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:10:26 »
Agora vai ser assim com essa imprensinha de viés esquerdopata que foi mortalmente alvejada no meio da lata vaidosa esquerdista e que agora peida noticias carregadas de ressentimento patético. É uma piada.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1838 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:31:33 »
Agora vai ser assim com essa imprensinha de viés esquerdopata que foi mortalmente alvejada no meio da lata vaidosa esquerdista e que agora peida noticias carregadas de ressentimento patético. É uma piada.

Deve ser algo extremamente difícil, para um militante esquerdista metido a jornalista, entender que a população preferiu eleger militares ao invés de eleger seus ídolos.

Depois de 30 anos metendo o sarrafo na ditamole a troco de mortadela vem o povão e estraga tudo. :biglol:

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1839 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:39:10 »
Agora vai ser assim com essa imprensinha de viés esquerdopata que foi mortalmente alvejada no meio da lata vaidosa esquerdista e que agora peida noticias carregadas de ressentimento patético. É uma piada.

Deve ser algo extremamente difícil, para um militante esquerdista metido a jornalista, entender que a população preferiu eleger militares ao invés de eleger seus ídolos.

Depois de 30 anos metendo o sarrafo na ditamole a troco de mortadela vem o povão e estraga tudo. :biglol:
Eles estão de cabeça inchadona. :biglol:
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JungF

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1840 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:47:37 »
Quem lê alguns destes posts acima fica com a impressão que esses foristas vivem outra realidade.
Alguém que tem seu carro blindado, seguranças à volta e não se sente ameaçado de nenhuma forma, quer que o novo governo solucione os problemas de segunda ordem, que os incomodam.
Sequer imaginam que brasileiros morrem de fome e pior, outros são vítimas de violência por parte de loucos cruéis. Tudo isto, consequência de má administração e corrupção extremada.
Este governo veio para fazer o serviço sujo que nenhum outro se atreveu, ou pior, simplesmente compactuou.

Os caçadores de recompensa, nos filmes, não são filósofos ou religiosos. São homens grosseiros e sem ética, mas fazem o trabalho que ninguém mais quer fazer.

Assim é novo governo; prioridade absoluta no combate ao crime e à corrução... o resto fica por conta de outros que o seguirão, mas que encontrarão as ruas mais limpas.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1841 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:55:07 »


Assim é novo governo; prioridade absoluta no combate ao crime e à corrupção...



Você realmente põe fé e acredita que o cara é o  ilibado  caçador geral de corruptos ?   



Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1842 Online: 02 de Janeiro de 2019, 15:58:16 »


Collor Collor ,  o verde amarelo caçador geral de marajás  manda lembranças.


« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 16:00:22 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1843 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:09:02 »

Assim é novo governo; prioridade absoluta no


O próprio Bolso Collor e crias  já disseram  (em outras palavras)  que o mais importante é perseguir e eliminar (ou banir) a esquerda (as pessoas, a oposição política) a qual não concorda com a pauta ultra direitista dele (e do grupo próximo a ele). 

Esta será a prioridade do cara.


« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 16:21:27 por JJ »

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1844 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:11:25 »

Assim é novo governo; prioridade absoluta no


O próprio Bolso Collor e crias  já disseram  (em outras palavras)  que o mais importante é perseguir e eliminar as pessoas que não concordam com a pauta direitista dele (e do grupo próximo a ele). 

Esta será a prioridade do cara.




Mostre a gravação onde ele usou as palavras perseguir e eliminar.

Ah, ele usou outras palavras, ou seja, jornalista mortadela pode dar o sentido que quiser.


Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1845 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:15:30 »
Só um acréscimo, ele foi eleito por 57 milhões de pessoas justamente pela pauta direitista porque as pessoas já estavam esgotadas do que tinham antes.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1846 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:22:24 »
Associação de jornalistas critica tratamento dado à imprensa durante posse de Bolsonaro

© AFP 2018 / Carl De Souza
BRASIL
00:57 02.01.2019(atualizado 01:36 02.01.2019) URL curta12139


A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu uma nota nesta terça-feira (1º) criticando o tratamento dado à imprensa durante a cobertura da cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o documento, o tratamento dado aos jornalistas foi "antidemocrático" ao "restringir o trabalho da imprensa".


"Um governo que restringe o trabalho da imprensa ignora a obrigação constitucional de ser transparente. Os brasileiros receberão menos informações sobre a posse presidencial por causa das limitações impostas à circulação de jornalistas em Brasília", diz a nota.

Segundo relatos dos próprios jornalistas no Twitter, até o acesso à água e ao banheiro estavam limitados.


Jornalistas da França e da China se rebelam e abandonam sala onde estavam confinados no Itamaraty. Disseram que não aceitariam ficar em cárcere privado até às 17h, quando seriam liberados para fazer registros da posse de Bolsonaro. Essa rebelião deveria ser geral. #CBnaPosse


— Vicente Nunes (@vicentenunes) 1 de janeiro de 2019
​"Confinados desde as 7h, alguns com acesso limitado a água e a banheiros, eles não puderam interagir com autoridades e fontes, algo corriqueiro em todas as cerimônias de início de governo desde a redemocratização do país", escreveu a Abraji.


Em nações democráticas ocidentais, como os EUA, Canadá, França, Alemanha e Reino Unido, jornalistas têm total liberdade para exercerem seu trabalho. Restrições a jornalistas ocorrem em ditaduras de direita e esquerda como Arábia Saudita, Irã, Cuba, Venezuela, China e Egito


— Guga Chacra 🇧🇷🇺🇸🇱🇧🇮🇹🇦🇷 (@gugachacra) 2 de janeiro de 2019
​A colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, publicou um texto em que relata como foi o tratamento dado aos jornalistas durante a cerimônia. De acordo com a colunista, somente um jornalista de cada veículo pôde entrar no Palácio e com acesso restrito às autoridades, algo inédito desde a redemocratização brasileira.


"Os outros ficariam do lado de fora, na portaria ou num corredor aberto no meio da população. E a assessoria alertava: neste local, era preciso evitar movimentos bruscos. Fotógrafos não deveriam erguer suas máquinas. Qualquer movimento suspeito poderia levar um sniper [atirador de elite] a abater o ‘alvo", escreveu a jornalista.


Leia a nota da Abraji na íntegra:


Um governo que restringe o trabalho da imprensa ignora a obrigação constitucional de ser transparente. Os brasileiros receberão menos informações sobre a posse presidencial por causa das limitações impostas à circulação de jornalistas em Brasília.


Confinados desde as 7h, alguns com acesso limitado a água e a banheiros, eles não puderam interagir com autoridades e fontes, algo corriqueiro em todas as cerimônias de início de governo desde a redemocratização do país.


A Abraji protesta contra este tratamento antidemocrático aos profissionais que estão lá para levar ao público o registro histórico deste momento.


https://br.sputniknews.com/brasil/2019010213033108-associacao-jornalistas-critica-tratamento-dado-imprensa-posse-bolsonaro/

« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 16:29:22 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1847 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:27:05 »
Só um acréscimo, ele foi eleito por 57 milhões de pessoas justamente pela pauta direitista porque as pessoas já estavam esgotadas do que tinham antes.


Negativo.

1) Uma boa parte votou porque não queria que o Lula voltasse ao poder;

2) Uma parte votou nele mas não conhece realmente o que significa a ideologia extremista dele;

3) Uma parte realmente é brucuto  agressiva, pró  violência na política,  a favor de tortura por motivos políticos, antidemocrata, extremista, mas não é a maioria, o Brasil não tem 57 milhões de extremistas.

« Última modificação: 02 de Janeiro de 2019, 16:30:08 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1848 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:32:38 »

Assim é novo governo; prioridade absoluta no


O próprio Bolso Collor e crias  já disseram  (em outras palavras)  que o mais importante é perseguir e eliminar as pessoas que não concordam com a pauta direitista dele (e do grupo próximo a ele). 

Esta será a prioridade do cara.




Mostre a gravação onde ele usou as palavras perseguir e eliminar.

Ah, ele usou outras palavras, ou seja, jornalista mortadela pode dar o sentido que quiser.




“Vamos fuzilar a petralhada”, diz Bolsonaro em campanha no Acre

Enquanto discursava em um carro de som, o candidato do PSL imitou um fuzilamento e disse querer "botar estes picaretas pra comer capim na Venezuela"
Por Janaína Ribeiro

access_time 4 set 2018, 09h20 - Publicado em 3 set 2018, 15h20


https://exame.abril.com.br/brasil/vamos-fuzilar-a-petralhada-diz-bolsonaro-em-campanha-no-acre/


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1849 Online: 02 de Janeiro de 2019, 16:41:07 »

22-10-2018, 23h34

Fala de Bolsonaro é mais grave do que vídeo do filho

Ameaças à oposição são típicas de ditaduras

KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA

A fala de Jair Bolsonaro no domingo com ameaças a opositores, minorias, movimentos sociais e imprensa foi mais grave do que o vídeo do filho Eduardo Bolsonaro dizendo que, com um cabo e um soldado, daria para fechar o STF (Supremo Tribunal Federal).

As declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não surpreenderam. Ele mostrou despreparo e visão autoritária. Em 2016, ao votar a favor da abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, ele disse que o fazia “pelos militares de 64, hoje e sempre”.

O ministro Celso de Mello, decano do STF, teve a reação mais contundente e correta. Classificou a fala de Eduardo Bolsonaro como “inconsequente”, “golpista” e “irresponsável”. FHC também falou duro e acertadamente. Disse que a coisa cheirava a fascismo. E cheira mesmo.

Em contraponto político, foi lembrado um vídeo do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) em que ele criticava o Supremo. Mais uma vez, houve tentativa de nivelar desiguais. Ao longo dos 13 anos em que esteve no poder, o PT não tentou fechar o STF. O histórico do partido não autoriza que a legenda seja retratada como uma ameaça à democracia.

Mas as falas de Jair Bolsonaro ao longo de sua carreira política e o discurso para manifestantes na avenida Paulista mostram que o candidato do PSL é, sim, uma ameaça à democracia. Jair Bolsonaro fez um discurso típico de ditaduras.

Ele disse representar uma maioria, “o Brasil de verdade”, e que uma minoria, “essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós”. Ora, é um óbvio desrespeito às minorias.

O candidato do PSL também ameaçou colocar opositores na cadeia, onde Lula apodreceria. Numa democracia, é o Judiciário que manda as pessoas para a cadeia.

Ele criminalizou os movimentos sociais, dizendo o seguinte: “Bandidos do MST, bandidos do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo”. Atacou a imprensa que o desagrada. Chamou o jornal “Folha de S.Paulo” de a maior fake news do país e ameaçou cortar verba de publicidade.

São os ditadores que ameaçam opositores, minorias, imprensa e movimentos sociais. Uma democracia se legitima e se fortalece com oposição, respeito às minorias, liberdade de imprensa e diálogo com movimentos sociais.

A uma semana da eleição, um candidato prestes a virar presidente deveria ter atitude conciliatória. Mas Bolsonaro fez o contrário. Assim, dá um sinal preocupante para seus liderados, seus guardas da esquina, num momento em que deveria enviar mensagem de união e moderação.

Esse discurso de Bolsonaro é o mesmo de Nicolás Maduro na Venezuela, país que virou uma ditadura. Não é a fala de um democrata. É melhor o Brasil já ir se preocupando.


https://www.blogdokennedy.com.br/fala-de-bolsonaro-e-mais-do-grave-do-que-video-do-filho/




 

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