“Os comunistas são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios…” (eonomista Abraham Weintraub, novo ministro da Educação, em palestra no final do ano passado, durante encontro de líderes de extrema direita, em Foz do Iguaçu, no Paraná).
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“Maluf assume a prefeitura e fala sobre combate à ideologia marxista”: este é o título da coluna “Acervo Folha- Há 50 anos” de hoje (página A-4).
Há 50 anos o Maluf não estava delirando. A ideologia marxista combatia o Maluf tanto quanto ele combatia a ideologia marxista.
Mas hoje, este outro cidadão, deveria estar numa camisa de força e não em um ministério.
"Os comunistas são o topo das organizações financeiras". O J.P. Morgan é comunista?
Estas pessoas estão no último furo da loucura.
Essas pessoas estão governando o Brasil. E não por acaso Bolsonaro descende diretamente do malufismo, estando décadas no mesmo partido.
Maluf?
O Paulo Maluf?
O mesmo que foi governador 'biônico' durante a ditadura e depois foi aliado e base parlamentar do petismo?
Este mesmo?
Esse mesmo, que o Lula apertou a mão para eleger o Haddad.
Não, _Juca_.
O Lula não apertou a mão apenas para eleger o Haddad e sim porquê ele tem muita coisa em comum com o Maluf.
Aliás, a nossa crise de hoje tem muito haver com o malufismo e seu esgotamento como política brasileira.
O 'modelo malufista' durou tanto tempo porque é uma prática que coincide com a falsa moral de boa parte do povo e que reflete diretamente na classe política.
Interessante que Sérgio Moro, pela atuação, e o PT, pela leis aprovadas, tem muito responsabilidade histórica nesse ponto crítico, e os dois tem em comum sua aliança com o essa vertente política nefasta.
Desculpe, _Juca_, mas não compartilho do seu argumento, pois que intenciona igualar o Moro com os petistas, mirando, é claro, no Lula.
O Moro ajudou a desmantelar um esquema de corrupção gigantesco, com capilaridade em todo o aparato estatal e com forte participação e ou proteção de diversas partes do estado, incluindo um segmento do Judiciário. Cometeu erros, sem dúvida, mas querer equipará-lo a um partido que se comportou (e comporta!) como uma organização criminosa é forçar a situação em demasia.
E o que você escreveu não é um caso isolado. Ao contrário, faz parte de uma narrativa estruturada pelo petismo (e da esquerda em geral), para atenuar ou camuflar os crimes cometidos pela suas administrações em todos os níveis do estado.
Na quarta e na quinta presenciei esta narrativa na rádio CBN, por parte de um dos petistas mais enrustidos da rádio brasileira, o senhor Kennedy Alencar. Na quarta, ele criticou o (então juiz) Moro por ter (supostamente) liberado, irregularmente, aquela gravação em que a Dilma criminosamente nomearia o Lula para lhe dar foro privilegiado, com a finalidade de livra-lo do julgamento.
Na quinta, ele argumentou que a prisão do Assange foi injusta, porque mesmo este tendo liberado muitos documentos confidenciais de forma irregular, ele foi (segundo o petista enrustido) 'muito importante para mostrar crimes cometidos pelo EUA e outros países, mesmo tendo conseguido as informações de maneira ilegal'.
No final do programa um ouvinte fez uma pergunta ao petista enrustido: porquê ele defendia o Assange (que liberou os documentos de forma irregular) e ao mesmo tempo criticava o Moro por comportamento (supostamente) semelhante, sendo que a ação do ex-juiz impediu uma ação petista nitidamente criminosa, qual seja, a obstrução da Justiça?
Resposta: (silêncio por alguns instantes...), depois um 'cri-cri-cri' e então um 'veja bem...', que foi prontamente rebatido pelo Roberto Nonato, que reforçou a observação do ouvinte.
Só rindo mesmo...