É tão simples considerar a existência de um deus. Não precisa ser o deus de nenhuma religião. Não precisa ser uma consciência ou entidade. Bastaria ser necessário uma causa primária para toda a existência, ainda que esta se mantenha em constante atividade, e não ter só existido no início. Quer dizer, que talvez a prova da existência de um deus se dê quando se chegar à conclusão de que é necessário haver uma causa primária para todos os fenômenos existentes. E causa esta para além do nosso universo. Assim como para todo o multiverso ou toda a existência. E isso ainda que não tenhamos um acesso direto a isso. Seria uma descoberta por método indireto.
Se a partir do momento em que você pensa que é necessário uma causa primária, e que nada poderia vir do nada absoluto como num passe de mágica. Que tudo teria que vir de algo primário e já existente, que teria originado nosso universo, por exemplo. Seja de forma direta ou indireta.
Se tudo na natureza tem uma causa, então deve haver não necessariamente uma complexa consciência, mas apenas um simples (ou complexo) mecanismo que seria uma natureza primária e incriada, e que daria origem a todas as outras. Por mim todos os presentes conceitos mundanos sobre essa causa primária prejudicam o nosso entendimento dela. Uma pista: o dualismo é ruim para entender esse deus. Seria melhor uma filosofia panteísta ou monista (no meu caso, prefiro o monismo, mas tive que criar um novo, pois o presente me é ruim).
Deus, no meu entendimento, não seria a natureza material, mas uma natureza que deu origem à material. Tudo no fim das contas é uma natureza existencial, mas dividida entre várias realidades diferentes. Cada realidade, dentro desta única existência em comum com todas estas realidades (monismo), teria suas próprias características. O dualismo é uma ilusão causada pelo nosso foco de dar mais margem às diferenças do que o que há de comum entre diversas realidades. Penso que o segredo para se entender as coisas como realmente são é começar a buscar o que há de comum entre qualquer coisa, e não nas diferenças. É esse o caminho que prefiro seguir, e não em ver pela diferença.
Nada me é divino. Se tudo o que é descoberto deixa de ser divino e se torna natural, então a tendência é a de que a causa primária não é divina, mas natural. Antes o universo era divino pela astrologia. Agora é natural pela astronomia. A espiritualidade é divina pelas religiões... e depois será natural por uma futura ciência que a entenda de uma forma não mística. Diria que é isso o que eu tento fazer no meu raciocínio, ver esta espiritualidade como uma coisa mais natural, menos mística. Ainda está imperfeito, mas é assim que começa.
Serei eu um pioneiro nisso? Até mesmo entre os cientistas que defendem a existência de uma causa primária, a tratam como uma coisa divina, por causa da religiosidade deles. Mas eu não! Pois pretendo superar a religiosidade em si. É por isso que já não mais considero a maioria dos conceitos religiosos, senão ficaria preso na religiosidade das presentes religiões. Na verdade eu mudei o sentido de alguns destes numa coisa nova. Digo sem vergonha alguma que quero trazer sim um novo paradigma sobre a espiritualidade.
Exatamente assim como a astronomia fez no lugar da astrologia. Transformar o místico em algo natural. Exatamente assim como Copérnico e Galileu fez em relação à Igreja. Alguns de fato tentam fazer isso, mas de certa forma ainda se prendem em certos conceitos que não acharia adequado para dizer que a espiritualidade é natural. E um destes conceitos é a idéia de um deus consciente, deste como entidade. Assim como a idéia de uma eterna entidade maligna. Enquanto dizerem que a base da eixstência é pensamento, ficará difícil transformar o místico no natural. Considero o espírito como um mecanismo (um "cérebro" astral), e não puro pensamento. Dá para ver que eu trato a espiritualidade com base num pensamento materialista, naturalista.
O místico diz: Tudo tem sua base no pensamento e tudo existe por uma vontade divina que dedice fazer milagres e é planejado por ela.
O naturalista diz: Tudo tem sua base em mecanismos naturais (ainda que imateriais) e não forjados por uma vontade divina. Essa suposta vontade divina não seria uma entidade, mas apenas um mecanismo que dá origem a tudo. Não tem vontade e não planeja. O planejamento divino é uma ilusão que temos a respeito deste mecanismo desconhecido, e não divino. A forma como este funciona nos faz confundir como um deus religioso, mas não é bem assim na verdade. O divino depois que descoberto deixa de ser divino e se torna natural. Exatamente assim como a astronomia fez com a astrologia com relação ao céu, ao universo, aos astros.