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Você é feminista?

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Autor Tópico: Feminismo  (Lida 18504 vezes)

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Offline Johnny Cash

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Re:Feminismo
« Resposta #200 Online: 18 de Novembro de 2015, 22:51:28 »
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Se há esse nicho inexplorado, alguém fatalmente irá aproveitá-lo e profit.

Enquanto isso, qual o problema dos consumidores pedirem tal nicho, com bandeiras "melhor representação feminina" e etc?

[...]

Eu acho que realmente não é um problema. Na verdade faz parte do processo de apresentar a indústria novas demandas, para que essa se prepare e atenda xs consumidorxs.

Offline Lorentz

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Re:Feminismo
« Resposta #201 Online: 19 de Novembro de 2015, 10:39:05 »
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Se há esse nicho inexplorado, alguém fatalmente irá aproveitá-lo e profit.

Enquanto isso, qual o problema dos consumidores pedirem tal nicho, com bandeiras "melhor representação feminina" e etc?

[...]

Eu acho que realmente não é um problema. Na verdade faz parte do processo de apresentar a indústria novas demandas, para que essa se prepare e atenda xs consumidorxs.

A principal crítica da minha parte é que a indústria precisa esperar um monte de mulheres protestar para começarem a representar as mulheres na mídia de maneira minimamente humana e não como objeto.

Eu não preciso ser mulher para gostar de personagens femininas bem escritas, por exemplo. Esse negócio de que objetificar mulheres melhora as vendas é verdade, mas criar personagens femininas bem escritas também.
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Offline Johnny Cash

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Re:Feminismo
« Resposta #202 Online: 19 de Novembro de 2015, 10:51:19 »
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Se há esse nicho inexplorado, alguém fatalmente irá aproveitá-lo e profit.

Enquanto isso, qual o problema dos consumidores pedirem tal nicho, com bandeiras "melhor representação feminina" e etc?

[...]

Eu acho que realmente não é um problema. Na verdade faz parte do processo de apresentar a indústria novas demandas, para que essa se prepare e atenda xs consumidorxs.

A principal crítica da minha parte é que a indústria precisa esperar um monte de mulheres protestar para começarem a representar as mulheres na mídia de maneira minimamente humana e não como objeto.

Eu não preciso ser mulher para gostar de personagens femininas bem escritas, por exemplo. Esse negócio de que objetificar mulheres melhora as vendas é verdade, mas criar personagens femininas bem escritas também.

Você também pode demandar isso. Faz parte do processo também. Não acho que deva ser um movimento ou pedido exclusivamente feito por mulheres.

Offline Lorentz

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Re:Feminismo
« Resposta #203 Online: 19 de Novembro de 2015, 10:53:17 »
Concordo. Já estou fazendo minha parte, achando tudo isso uma p* falta de sacanagem e xingando muito no twitter.
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Offline Johnny Cash

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Re:Feminismo
« Resposta #204 Online: 19 de Novembro de 2015, 11:02:45 »
Muito bem! Agora vai!!

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Feminismo
« Resposta #205 Online: 19 de Novembro de 2015, 12:52:28 »
Ao mesmo tempo, outro estudo mostrava que as pessoas rotulavam/interpretavam diferentemente as ações de um mesmo bebê quando este era dito ser menino ou menina. Então seria interessante que experimentos de observações dos bebês levassem isso em consideração e fossem "cegos" quanto ao sexo dos bebês. Já vi alguma crítia a esse viés do observador até mesmo relacionado ao comportamento de elefantes, algo como pesquisadores japoneses vs. americanos terem tendências a diferentes "narrativas".

Indo um pouco na outra direção, esse tipo de achado teria sido meio que reproduzido até com filhotes de alguns tipos de macacos, com o surpreendente detalhe de que as macaquinhas não teriam preferência apenas por bonequinhos versus carrinhos, mas também por panelinhas, objetos de cozinha. Ou seja, parece que "lugar de mulher é na cozinha" é algo tão natural que se manifesta mesmo num nível extremamente primal, independentemente do conhecimento cultural sobre a existência dos "utensílios de cozinha".

Offline Dr. Manhattan

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Re:Feminismo
« Resposta #206 Online: 19 de Novembro de 2015, 13:03:58 »
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Se há esse nicho inexplorado, alguém fatalmente irá aproveitá-lo e profit.

Enquanto isso, qual o problema dos consumidores pedirem tal nicho, com bandeiras "melhor representação feminina" e etc?

Aproveitando o gancho, uma das graças de entretenimento é a interação público-criadores. Às vezes conservadores parecem querer que esta relação seja de troca de dinheiro, e apenas essa.

No mais boa a discussão sobre brinquedos.

Não podemos esquecer também de fatores econômicos*. Posso imaginar um exemplo: empresa A fabrica uma linha de bonecos de ação que inclui personagens masculinos e femininos. Digamos que 60% dos consumidores sejam meninos, os demais meninas. Dentre os meninos, 80% prefere ganhar bonecos masculinos. Ou seja, os bonecos de ação femininos só atingem 8% do público. Empresa B fabrica uma linha parecida, mas apenas com bonecos masculinos e conseguem atingir um público maior. Surge assim uma pressão para se segregar os brinquedos por sexo.

Esse exemplo meio simplório serve para deixar claro que, diferente do caso dos quadrinhos, games e filmes, creio que as empresas podem sim ter utilizados argumentos (para elas) sólidos para segregarem seus produtos. Porém, vale lembrar que os brinquedos não só refletem os gostos das crianças, mas também o tipo de interesse que os adultos desejam que lhes seja despertado e o tipo de valores que desejam lhes transmitir (caso extremo: não sei de bonecos representando terroristas ou guardas de campos de concentração.) Daí que, se os pais desejam que suas filhas sejam independentes e que saibam que existem ocupações além de dona-de-casa, é natural que esperem que as empresas forneçam brinquedos que atendam a essa necessidade.


*Fatores mundanos, nada de grandes conspirações de capitalistas-machistas.

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Alan Watts

Offline Johnny Cash

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Re:Feminismo
« Resposta #207 Online: 19 de Novembro de 2015, 13:09:23 »
[...]
(caso extremo: não sei de bonecos representando terroristas ou guardas de campos de concentração.)


Dei uma guglada pra você





Offline Skeptikós

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Re:Feminismo
« Resposta #208 Online: 20 de Novembro de 2015, 21:00:46 »
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Aí comentei isso com colegas nerds no trabalho que ela está certa, pois fica ridículo um jogo tão famoso e popular, jogado por todo o tipo de pessoas em todo o mundo ainda tenha essas sensualizações gratuitas. E eles reagiram dizendo que eu estava errado, que tem que liberar tudo mesmo.

Esse é um bom argumento!

Vocês estão muito puritanos. Os homens GOSTAM de ver mulheres sensualizadas e as mulheres também gostam e às vezes se identificam (fantasiam) com as tais mulheres sensualizadas.

Tao procurando chifre em cabeça de cavalo.

E digo mais, gosto de mulheres nuas! Mas daí pra colocar mulheres nuas em todas as mídias só porque eu quero é demais. Mesmo gostando, devemos ter um senso de ridículo.

E o problema não é ser sensualizada, mas é ser excessivamente assim, a ponto de cada ângulo de câmera ficar focando a bunda e os seios.

E não é só isso: um problema também é que as personagens mulheres (geralmente) só servem para uma função: ser objetos de desejo. Eu não veria problema algum se, ao lado de personagens sensualizadas, também existissem personagens femininas com toda a variedade de características como as das personagens masculinas. O que muita gente não parece perceber é que essa falta de variedade justamente empobrece o produto de mídia, da mesma forma que uma história em que todos os personagens não passam de clichês acaba tornando-se tediosa e vazia.

As mulheres GOSTAM de ser objetos de desejo. Elas sonham em ser sexy e fantasiam com isso.

Aí é que está o problema: até onde sei, as mulheres gostam de se sentir bonitas ou atraentes. Isso pode signifcar algo bem diferente de ser atraentes aos olhos de homens adolescentes. O problema é que o foco desses jogos está apenas e tão somente nos sonhos e desejos masculinos. Mas não confie na minha palavra: o melhor a fazer é procurar ouvir a opinião das mulheres. Não vamos cair na armadilha do mansplaining.
Cair na armadilha do mansplaining seria acreditar que este conceito tem qualquer valor lógico para uma discussão sobre feminismo. Feministas usam este termo frequentemente para censurarem opiniões e críticas feitas por homens em relação ao feminismo, independente se elas são ou não embasadas em fundamentos sólidos. Para algumas feministas, ser homem ou mulher é fator determinante para julgar uma opinião sobre feminismo como sendo válida ou não, e se você é homem e tem algo a dizer sobre o feminismo, não importa se sua opinião está respaldada por evidências científicas e apresentada em um argumento logicamente válido, o mansplaining sempre será uma arma usada para elas para invalidar o seu argumento, o mesmo podemos dizer sobre "vivência", "protagonismo", "token" e outros termos mais, frequentemente usados como armas de censura contra opiniões masculinas por ativistas feministas radicais.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Feminismo
« Resposta #209 Online: 20 de Novembro de 2015, 22:44:15 »
Nem oito, nem oitenta.

Não é incomum pessoas (homens ou mulheres) não terem um bom senso de como seria estar nos sapatos de pessoas com vivência muito diferente, mas também isso é muitas vezes usado para desqualificar qualquer coisa "ad hominem", no caso, com direito a duplo sentido.

Não vão ser tão poucas as que chegam até a dizer que "homens não podem ser feministas".

Offline Donatello

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Re:Feminismo
« Resposta #210 Online: 20 de Novembro de 2015, 23:41:48 »
Já tinha postado este artigo retirado do blog da mulher do vlogger Clarion, o assunto voltou, posto de novo

http://www.umombroamigo.com/2014/09/mulheres-nos-videogames-muito-ajuda.html



E a última participação do Manhattan :( Mansplaining? A uma hora dessa? :/

Offline EuSouOqueSou

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Re:Feminismo
« Resposta #211 Online: 22 de Novembro de 2015, 12:53:35 »
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline André Luiz

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Re:Feminismo
« Resposta #212 Online: 23 de Novembro de 2015, 12:43:39 »
O que mais atrapalha o feminismo são as radicais.
A garota se interessa pelo tema, vai em algum blog e só lê "abaixo os machos",  "punheta sem consentimento da mulher é crime", " vai morrer na guerra" ...

Daí fica difícil mesmo

Offline Lorentz

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Re:Feminismo
« Resposta #213 Online: 23 de Novembro de 2015, 20:59:28 »
O que mais atrapalha o feminismo são as radicais.
A garota se interessa pelo tema, vai em algum blog e só lê "abaixo os machos",  "punheta sem consentimento da mulher é crime", " vai morrer na guerra" ...

Daí fica difícil mesmo

São uma minoria, mas que infelizmente fazem mais barulho. Ou são mais procuradas para serem usadas como espantalho.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Feminismo
« Resposta #214 Online: 23 de Novembro de 2015, 21:43:48 »
Acho "feminismo" algo meio anacrônico hoje em dia.

É um pouco como se rotular anti-escravista, ou ainda, pró-direitos das crianças, ou pró-direitos dos idosos.

99,99% das pessoas são essas coisas, mesmo boa parte daquelas que se colocam como não/anti-feministas.

Se rotular assim acaba até de certa forma denotando um senso de "superioridade", ao assumir ser algo mais especial/raro, não um valor universal. Mas por algum motivo isso acaba não sendo tão evidente quanto seria com essas outras posições político-ideológicas universais. "Eu sou contra a escravidão. E você?"

Offline DDV

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Re:Feminismo
« Resposta #215 Online: 24 de Novembro de 2015, 07:57:14 »
Eu não sou feminista e nem "masculinista", sou humanista.

Eu deveria me envergonhar de mim mesmo?  :(
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline _Juca_

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Re:Feminismo
« Resposta #216 Online: 24 de Novembro de 2015, 09:45:01 »
Acho "feminismo" algo meio anacrônico hoje em dia.

É um pouco como se rotular anti-escravista, ou ainda, pró-direitos das crianças, ou pró-direitos dos idosos.

99,99% das pessoas são essas coisas, mesmo boa parte daquelas que se colocam como não/anti-feministas.

Se rotular assim acaba até de certa forma denotando um senso de "superioridade", ao assumir ser algo mais especial/raro, não um valor universal. Mas por algum motivo isso acaba não sendo tão evidente quanto seria com essas outras posições político-ideológicas universais. "Eu sou contra a escravidão. E você?"

Mas numa sociedade ainda reflete forte traços de machismo, misoginia e discriminação a luta do feminismo e por consequência as feministas declaradas ainda tem uma grande importância. Só pra ficar no seu exemplo dos "anti-escravagistas", isso não faz com que a luta contra a discriminação contra negros esteja acabada ou que a situação dos negros hoje seja de igualdade, muito longe disso.

Offline Johnny Cash

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Re:Feminismo
« Resposta #217 Online: 24 de Novembro de 2015, 13:02:05 »
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'Jessica Jones' promove heroína lado b a destaque da TV



LOS ANGELES — Jessica Jones sorve uísque barato direto da garrafa, não tem medo de briga e faz o que bem entende na mais nova produção da Netflix. A história acompanha a heroína pouco conhecida mesmo entre os fãs de quadrinhos, enquanto ela é atormentada por Kilgrave, um vilão com poderes de controle da mente (vivido por David Tennant, de "Doctor Who"). Todos os 13 episódios da série estão disponíveis no serviço on-line desde a última sexta-feira.

Estrelada por Krysten Ritter no papel uma investigadora particular durona, a série se passa na mesma Hell’s Kitchen de "Demolidor" (revista na qual a personagem surgiu), numa Nova York destruída pelos acontecimentos do filme “Os Vingadores”, de 2012. Esta é mais uma história interconectada com o universo Marvel, que inclui os outros filmes e séries como "Homem de Ferro" e "Agent Carter".

— Ela é um ser hurmano complexo, e é tão raro que mulheres consigam essas papéis — conta Melissa Rosenberg, showrunner da série.

Dotada de uma força fora do comum, Jessica Jones não usa uma capa, como boa parte dos heróis da Marvel. Com pouca maquiagem, jeans rasgados e uma jaqueta surrada com capuz, ela tenta passar despercebida. Não espere vê-la lutando de vestido também.

— Esse é um personagem cru, despojado, que não vai se vestir para atrair homens ou mulheres — diz Krysten. — Eu queria que Jessica Jones se sentisse protegida e oculta. Ela precisa ser capaz de se sujar e lutar.

Para a criadora da série, o fato de produzir para um serviço de streaming possibilitou que ela expandisse os limites, por não ter que se adequar às restrições impostas por canais tradicionais de televisão ou estúdios de cinema.

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— Os limites estão sendo empurados em termos de quão fundo na escuridão da psiquê humana nós podemos ir, o quão feios e quão limítrofes podem ser os personagens — continua Melissa.

Vista anteriormente na sitcom "Don't Trust The B---- in Apartment 23" e como a namorada de Jesse Pinkman, em “Breaking bad”, Krysten disse ter se encontrado em uma experiência "muito abrangente e longa".

— Eu trabalhei muito sozinha, em todas as cenas. Eu me senti muito isolada. Eu me senti muito sozinha, mas isso realmente funcionou para o personagem.


Bom... ainda não foi uma gorda negra indígena.

Offline Dr. Manhattan

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Re:Feminismo
« Resposta #218 Online: 24 de Novembro de 2015, 13:16:17 »
Acho "feminismo" algo meio anacrônico hoje em dia.

É um pouco como se rotular anti-escravista, ou ainda, pró-direitos das crianças, ou pró-direitos dos idosos.

99,99% das pessoas são essas coisas, mesmo boa parte daquelas que se colocam como não/anti-feministas.

Se rotular assim acaba até de certa forma denotando um senso de "superioridade", ao assumir ser algo mais especial/raro, não um valor universal. Mas por algum motivo isso acaba não sendo tão evidente quanto seria com essas outras posições político-ideológicas universais. "Eu sou contra a escravidão. E você?"

Mas numa sociedade ainda reflete forte traços de machismo, misoginia e discriminação a luta do feminismo e por consequência as feministas declaradas ainda tem uma grande importância. Só pra ficar no seu exemplo dos "anti-escravagistas", isso não faz com que a luta contra a discriminação contra negros esteja acabada ou que a situação dos negros hoje seja de igualdade, muito longe disso.

Pensando nisso, fica claro que esse tipo de luta tem diversas fases: num primeiro período, o preconceito era  encorajado, a discriminação era aceita socialmente e era institucionalisada (a escravidão era legal, mulheres não tinham direito ao voto, etc.). Mais tarde, as instituições mudaram, mas ainda havia a aceitação social da discriminação e do preconceito. Hoje, a discriminação não é aceita (quando não é punida por lei), mas o preconceito persiste nas atitudes e nas pequenas ações do dia-a-dia. Daí porque ainda é necessário haver o rótulo de feminista, ou de haver paradas de orgulho negro/gay/nerd/vascaíno*. Eu diria até que, devido às vitórias do passado, é preciso enfatizar a necessidade se manter esse tipo de luta - pois para muitos (geralmente os que não sofrem preconceito) ela já parece ter sido vencida, e o progresso pode ser mais lento.


* Só não gosto do nome "orgulho", pois dá a conotação errada. O significado correto é dia/parada da ausência de vergonha de ser X, Y ou Z. Só que não soa legal.
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Alan Watts

Offline Gaúcho

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Re:Feminismo
« Resposta #219 Online: 24 de Novembro de 2015, 15:28:54 »
Eu fico com o Morgan Freeman nessa.
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Offline _Juca_

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Re:Feminismo
« Resposta #220 Online: 24 de Novembro de 2015, 15:46:31 »
Acho "feminismo" algo meio anacrônico hoje em dia.

É um pouco como se rotular anti-escravista, ou ainda, pró-direitos das crianças, ou pró-direitos dos idosos.

99,99% das pessoas são essas coisas, mesmo boa parte daquelas que se colocam como não/anti-feministas.

Se rotular assim acaba até de certa forma denotando um senso de "superioridade", ao assumir ser algo mais especial/raro, não um valor universal. Mas por algum motivo isso acaba não sendo tão evidente quanto seria com essas outras posições político-ideológicas universais. "Eu sou contra a escravidão. E você?"

Mas numa sociedade ainda reflete forte traços de machismo, misoginia e discriminação a luta do feminismo e por consequência as feministas declaradas ainda tem uma grande importância. Só pra ficar no seu exemplo dos "anti-escravagistas", isso não faz com que a luta contra a discriminação contra negros esteja acabada ou que a situação dos negros hoje seja de igualdade, muito longe disso.

Pensando nisso, fica claro que esse tipo de luta tem diversas fases: num primeiro período, o preconceito era  encorajado, a discriminação era aceita socialmente e era institucionalisada (a escravidão era legal, mulheres não tinham direito ao voto, etc.). Mais tarde, as instituições mudaram, mas ainda havia a aceitação social da discriminação e do preconceito. Hoje, a discriminação não é aceita (quando não é punida por lei), mas o preconceito persiste nas atitudes e nas pequenas ações do dia-a-dia. Daí porque ainda é necessário haver o rótulo de feminista, ou de haver paradas de orgulho negro/gay/nerd/vascaíno*. Eu diria até que, devido às vitórias do passado, é preciso enfatizar a necessidade se manter esse tipo de luta - pois para muitos (geralmente os que não sofrem preconceito) ela já parece ter sido vencida, e o progresso pode ser mais lento.


* Só não gosto do nome "orgulho", pois dá a conotação errada. O significado correto é dia/parada da ausência de vergonha de ser X, Y ou Z. Só que não soa legal.

Além do que o regresso bate na porta da sociedade todo dia. Feliciano, Malafaia, Bolsonaro, Cunha...

Offline Dr. Manhattan

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Re:Feminismo
« Resposta #221 Online: 24 de Novembro de 2015, 16:26:37 »
Ahrg!: No meu post anterior, leia-se "institucionaliZada". :)
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Feminismo
« Resposta #222 Online: 24 de Novembro de 2015, 17:22:54 »
Acho "feminismo" algo meio anacrônico hoje em dia.

É um pouco como se rotular anti-escravista, ou ainda, pró-direitos das crianças, ou pró-direitos dos idosos.

99,99% das pessoas são essas coisas, mesmo boa parte daquelas que se colocam como não/anti-feministas.

Se rotular assim acaba até de certa forma denotando um senso de "superioridade", ao assumir ser algo mais especial/raro, não um valor universal. Mas por algum motivo isso acaba não sendo tão evidente quanto seria com essas outras posições político-ideológicas universais. "Eu sou contra a escravidão. E você?"

Mas numa sociedade ainda reflete forte traços de machismo, misoginia e discriminação a luta do feminismo e por consequência as feministas declaradas ainda tem uma grande importância. Só pra ficar no seu exemplo dos "anti-escravagistas", isso não faz com que a luta contra a discriminação contra negros esteja acabada ou que a situação dos negros hoje seja de igualdade, muito longe disso.

Petição de princípio. Haver machismo, assim como haver roubo, não confere grande importância aos rótulos opostos a isso. É o "default" ser feminista/igualitarista, assim como ser contrário ao roubo e ao furto -- inclusos aqui até a maioria das pessoas com tendências socialistas e comunistas.

A luta contra as coisas erradas nunca irá acabar -- mas não é algo que depende significativamente do uso esnobista de rótulos vagos de "sou-correto-por-definição", que são usados até para dar validação a coisas erradas também, estapafúrdias.

Motivo pelo qual não é incomum rejeição ao rótulo, mesmo por pessoas que compartilham em 100% dos valores descritos na definição do dicionário do termo. Se você subtrai os valores default/universais, o que sobra é o tosco e o bizarro.

Implícito aí, pessoas que se rotulem como "feministas"/outras coisas "corretas por definição" poderão muitas vezes ser ativistas de causas importantes e válidas. Mas o uso do rótulo é desnecessário e possivelmente prejudicial, tanto em rejeição por associação, como talvez por propiciar vieses de interpretação/explicação.



Eu não sou feminista e nem "masculinista", sou humanista.

Eu deveria me envergonhar de mim mesmo?  :(

Sim, pois se é realmente isento como o rótulo supostamente intenciona sugerir, deveria ser pessoista, pois "humanista"/"hominista" já tem o viés morfológico/etimológico machista.

Mas isso ainda deixa de lado o problema crasso de se colocar sob o mesmo foco de proteção oprimido e opressor. Não é preciso ser gênio para perceber a quem isso privilegia.

Offline Sergiomgbr

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Re:Feminismo
« Resposta #223 Online: 24 de Novembro de 2015, 17:35:35 »
Sobram os oportunistas, querendo fazer bandeiras partidárias.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline _Juca_

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Re:Feminismo
« Resposta #224 Online: 25 de Novembro de 2015, 09:12:38 »

Petição de princípio. Haver machismo, assim como haver roubo, não confere grande importância aos rótulos opostos a isso. É o "default" ser feminista/igualitarista, assim como ser contrário ao roubo e ao furto -- inclusos aqui até a maioria das pessoas com tendências socialistas e comunistas.

A luta contra as coisas erradas nunca irá acabar -- mas não é algo que depende significativamente do uso esnobista de rótulos vagos de "sou-correto-por-definição", que são usados até para dar validação a coisas erradas também, estapafúrdias.

Motivo pelo qual não é incomum rejeição ao rótulo, mesmo por pessoas que compartilham em 100% dos valores descritos na definição do dicionário do termo. Se você subtrai os valores default/universais, o que sobra é o tosco e o bizarro.

Implícito aí, pessoas que se rotulem como "feministas"/outras coisas "corretas por definição" poderão muitas vezes ser ativistas de causas importantes e válidas. Mas o uso do rótulo é desnecessário e possivelmente prejudicial, tanto em rejeição por associação, como talvez por propiciar vieses de interpretação/explicação.



Então machismo é errado, feminismo é importante mas se a pessoa se declara feminista "NOSSASSENHORA", isso não pode por que tem gente que vai ficar de mimimi. Dá um tempo.

 

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