... e o cérebro não tem função alguma, porque o que pensa e é consciente, e diz ao corpo o que fazer, está em "outra dimensão" e tem propriedades que fazem o tamanho ou existência do cérebro algo desnecessário (conclusão lógica das capacidades dos espíritos nos tais "fenômenos físicos"), mas por coincidência é maior conforme as espécies são mais inteligentes...
Danniel,
Você se lembra do caso, apresentado no Discovery ou no National Geographic Channel, sobre uma menina que sofria uma doença no cérebro que fazia com que ela tivesse constantemente ataques do tipo epilépticos (não tenho certeza se eram epilépticos, pois estou relatando de memória)? O que os médicos decidiram? Retirar metade do cérebro dela e preencher o espaço vazio com um material parecido com "silicone". Com metade do cérebro a menos, a menina vai à escola, fala, ouve e enxerga normalmente, joga bola com os amigos e tem uma vida normal sem os ataques que tinha antes. Será que ela não deveria ser menos dotada que as outras crianças por só ter metade do cérebro? Será que ela vai ser menos inteligente? Isso sugere que possa haver algo mais.
Eu não conheço muito detalhadamente essas coisas, mas sei que por exemplo, temos na verdade "dois" cérebros, em certo sentido, os hemisférios cerebrais. A extração de um todo (ou quase todo, não sei bem) não é exatamente como remover um apêndice ou o cóccix, mas o outro lado ainda dá conta. Não é como se tivesse tirado a metade e dado na mesma, daí poderia-se concluir que poderia tirar inteiro (apesar de Rupert Sheldrake, "espiritóide", tentar defender coisas do tipo). Eu perguntei por aí, não lembro se responderam, mas já li algo no sentido de que pessoas que tem a conexão entre os dois hemisférios extraída, desenvolvem duas "personalidades" diferentes, tem vontades diferentes de cada lado, cada lado está tentando operar independentemente.
E outra coisa bastante distinta seria a remoção de áreas de de suas partes homômeras nos dois hemisférios...
Quanto ao corpo, imagine-o como uma máquina. Ela tem que ser adequada ao tipo de tarefa que o espírito precisa realizar. Para alguém que roda joguinhos em DOS, qualquer computador 286 funciona. Mas quem precisa trabalhar com animações gráficas, acho que precisa de um computador um pouquinho melhor. A nossa máquina corporal é adequada às nossas necessidades atuais. Foi menos desenvolvida no passado, quando não precisávamos de tantos recursos. Será mais desenvolvida mais tarde, quando evoluirmos um pouco mais.
Um abraço.
Eu sempre ouço essa explicação, mas tem diversas falhas.
Especialmente no que toca o cérebro. Se fosse apenas o corpo, tudo bem, faz sentido. Mas aí seria aquilo que já disse, não se esperaria um cérebro muito mais sofisticado em humanos do que em qualquer outro vertebrado com patas traseiras e dianteiras, ou na pior das hipóteses, de um macaco ou antropóide.
Mais ou menos como podemos fazer um mesmo exato modelo de robô humanóide com controle remoto, comportar-se burra ou inteligentemente de acordo com quem o controlasse por controle remoto. Se fosse um controle-remoto de se vestir, e que fizesse exatamente o que fazemos com nosso corpo, um chimpanzé poderia vestí-lo, e ele não faria nada mais sofisticado que um chimpanzé faz. Mas uma pessoa poderia vestir também esse controle, e escrever, compor uma música, etc, sem precisar que o corpo do robô processe qualquer dessas coisas.
E da mesma maneira, uma alma humana não precisaria de nada mais que um cérebro de chimpanzé, no máximo, para ser um gênio que fosse, exceto em questões em que a anatomia do chimp, além do cérebro, prejudicassem, como fala, e um tanto em manipulação.
Aí problemas com o receptor do controle remoto seriam coisas exclusivamente de coordenação motora. Tentaria-se fazer coisas com o controle, mas o corpo não responderia. E acho que a bebedeira, por exemplo, é apenas parcialmente análoga a isso, porque além de prejudicar a coordenação, também altera a consciência, vontades, etc.
Mas para justificar a diferença de tamanho do cérebro, seria que houvesse um "cerebro fantasma", que funcionasse exatamente como se supõe funcionar o cérebro humano, e que se encaixa exatamente no cérebro, como se o vestisse, e precisasse de cada parte específica para funcionar sua contra-parte fantasmagórica.
Só que na prática, só precisa ser considerado o cérebro mesmo, e o espírito pode ser descartado, não serve para explicar qualquer coisa. Mas ou menos que se supusesse que o espírito encarna em umas 12 camadas de corpos invisíveis e intangíveis até chegar no corpo visível que todos conhecem. É algo igualmente defensável e igualamente descartável. A única coisa que deixa esse idéia menos defensável é simplesmente não ser tradicional do espiritismo.