Autor Tópico: Um espírito pode suicidar-se?  (Lida 21919 vezes)

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Offline HSette

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #100 Online: 23 de Junho de 2006, 15:38:16 »
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não podemos dizer que uma raça ou um povo é inferior, mas que está inferior

Não posso deixar de externar, publicamente, o meu total repúdio a esse tipo de colocação. É um completo absurdo afirmar que determinada "raça" esteja em estado inferior a quaiquer outras.

Além de absurdo, trata-se de crime, e deve ser coibido a qualquer custo.

Calma aí, Leafar. Respeito sua crença no Espiritismo, mas penso que você deve ficar atento no sentido de usar filtros mais razoáveis na absorção das pregaçoes do mesmo.
« Última modificação: 23 de Junho de 2006, 15:41:59 por HSette »
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"Por quê?"
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Offline Luis Dantas

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #101 Online: 23 de Junho de 2006, 15:43:14 »
Objetivamente, que base ou critério se usa para dizer que uma raça é inferior a outra?  Critérios econômicos?  Estatura?  Longevidade?
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The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Marcelo Terra

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #102 Online: 23 de Junho de 2006, 15:45:23 »
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não podemos dizer que uma raça ou um povo é inferior, mas que está inferior

Não posso deixar de externar, publicamente, o meu total repúdio a esse tipo de colocação. É um completo absurdo afirmar que determinada "raça" esteja em estado inferior a quaiquer outras.

Uma pergunta, o autor da afirmação inicial, citada por HSette, acredita que existam atualmente raças que "estejam" inferiores a qualquer outra?

APODman

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #103 Online: 23 de Junho de 2006, 17:23:45 »
leafar se vc observar eu havia postado na introdução do tópico a questão de que o posicionamento de Kardec era devido justamente as idéias Eurocentristas e a Fisiognomia, conceito popular em sua época.

O que se observa porém é que sua obra por consequência é inteiramente impregnada por estes conceitos. Desde o LE ao A Geneses, sem excessão e continua sendo ensinada deste modo, sem nenhum tipo de contextualização historica nas escolas de Educação Mediunica, por conseguinte não raro vemos espiritas comentado sobre como a aparência de certo individuo denota seu grau de espiritualidade.

Na realidade toda a obra de Kardec fundamenta-se em conceitos de sua época que forma herdados das escolas misticas de Helena Blavatsky que defendia a superioridade espiritual da raça ariana ( não por acaso a Sociedade de Thule, o embrião ideológico do Nazismo tb bebeu desta mesma fonte ). 

Kardec é um produto de sua época, o LE é não somente não existe UMA informação original neste livro quanto tb podemos encontrar estes elementos sectaristas no conceito maniqueista de "Escala Espírita", coceito seminal do Espiritismo.

Este é um problema grave mas não o maior, apesar de vc ter passado batido a informação de que Emannuel, o "mentor espiritual" de Chico Xavier, um "espírito" de "grande elevação" , defende os mesmos princípios em "A Caminho da Luz"  obra que foi o alicerce para o infame "Os Exilados de Capela" de Armond ( que por sua vez foi o fundador das Escolas de Educação Mediunica ), este é um problema maior, enorme na realidade.

Novamente o livro "A Caminho da Luz" é indicado nas escolas sem nenhum tipo de observação, afinal provém de um espírito e não qualquer "espírito", mas Emannuel.

A sua ação em diminuir a importância das obras e de seus autores é tipica, uma maneira de realizar o expurgo do que desagrada dentro da DE de modo a  protege-la como um todo.

A DE só resiste devido a este esforço em salva-la, em tentar "enfiar os dedos" nas fissuras da represa na esperança de contê-la, mas deixe de ser condescendente com o que é apresentado , deixe de tentar aplicar Ad Hocs para justificar seus rombos conceituais, tanto fisoloficos quanto cientificos, e tudo rui.

Foi isto que fiz, optei pela verdade mesmo com o sacrífico das seguranças que a fé me concedia.

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Atheist

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #104 Online: 24 de Junho de 2006, 00:14:22 »
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. Em primeiro lugar é preciso levar em conta que a visão que Allan Kardec tinha da raça (cor) negra no século XIX é diferente da visão que temos hoje.  Os negros que Kardec conheceu ou eram escravos ou eram passíveis de serem escravizados.

Ah, por favor! Ou os espíritos falavam com o Kardec ou não falavam e ele inventou tudo.

Atheist

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #105 Online: 24 de Junho de 2006, 00:16:21 »
Citação de: Angelo Melo
Mas a obra de Kardec contém erros básicos em ciência até mesmo para aquilo que já era conhecido no século XIX. Se as respostas de Kardec não conseguem acertar questões sobre o mundo material, porque deveríamos aceitar sua validade com relação a um suposto mundo espiritual?
Se o que você diz é verdade a doutrina espírita é uma ilusão e é só questão de tempo para desaparecer da Terra, não se preocupe. :cry: :upset:

Um abraço.

Como se fosse fácil acabar com a ignorância do povo. Infelizmente as pessoas que se aproveitam da boa fé e da ingenuidade dos outros sempre existirão.

Atheist

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #106 Online: 24 de Junho de 2006, 00:19:10 »
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Se as respostas se mostram tão pouco confiáveis ao falar do mundo material, por que aquilo que é dito sobre o suposto mundo espiritual se mostraria mais correto?

Pois é. Se não é possível confiar em tudo que as pessoas vivas falam, como podemos confiar no que falam depois de desencarnar? Desencarnar torna alguém  honesto? Se fosse assim seria desnecessária essa coisa de reencarnação.

Pior que isso é que ninguém que conversa com os espíritos exige provas. Acaba apenas acreditando no que os espíritos falam. É muita ingenuidade...

Offline Leafar

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #107 Online: 24 de Junho de 2006, 14:16:50 »
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não podemos dizer que uma raça ou um povo é inferior, mas que está inferior

Não posso deixar de externar, publicamente, o meu total repúdio a esse tipo de colocação. É um completo absurdo afirmar que determinada "raça" esteja em estado inferior a quaiquer outras.

Além de absurdo, trata-se de crime, e deve ser coibido a qualquer custo.

Calma aí, Leafar. Respeito sua crença no Espiritismo, mas penso que você deve ficar atento no sentido de usar filtros mais razoáveis na absorção das pregaçoes do mesmo.

Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que o meu objetivo principal aqui é defender Allan Kardec da acusação de racista de que algumas vezes é vítima e que eu considero injusto.  Não que ele ou o espiritismo necessitem de qualquer defesa da minha parte nesse sentido, mas antes de temer as convenções humanas, eu não tenho medo de externar a minha opinião para responder àquilo que eu considero uma injustiça contra alguém ou contra uma classe, nesse caso, os espíritas.  Não é de meu interesse, e não vou discutir se determinada raça é melhor ou pior do que outra e sob que aspecto.

Todos sabemos que os seres humanos são diferentes uns dos outros.  Considerando-se determinado critério, podemos qualificar alguém como melhor ou pior do que outro.  Não é assim que fazemos num processo seletivo?  Não escolhemos sempre o melhor candidato?  Pois bem.  Através de uma pesquisa geral, poderíamos ainda graduar várias pessoas de diferentes regiões e com isso descobrir se existe um padrão que faz com que determinada região seja estatisticamente considerada melhor ou pior do que as outras em determinado critério.  Com base nisso podemos: 1. descobrir o que faz com que uma região seja melhor para repetir o processo nas outras e/ou 2. descobrir problemas que a fazem ser pior e trabalhar para resolver.  E da mesma forma que é feita com regiões, poderíamos também fazer com relação a crenças, situação econômica, raças ou qualquer outra subdivisão que consigamos imaginar.  Com isso, podemos descobrir pontos fortes e fracos em cada grupo específico.

Por exemplo: podemos afirmar que o Brasil está inferior tecnologicamente aos Estados Unidos.  É alguma vergonha reconhecer isso, sendo brasileiros?  Sabendo disso, podemos atacar as nossas difculdades para tentar diminuir essa diferença.  E quando digo que estamos inferiores é porque essa situação não é definitiva e pode mudar um dia.

Se podemos concluir essas coisas com regiões, por que seria crime concluir coisas semelhantes entre as raças?  Eu sei porque:  "porque existe o risco de que se faça um mau uso dessa informação, como foi feito no passado."  Concordo e não vou discutir.  Existe um ditado popular que diz: "Existem verdades que não devem ser ditas." Parece um paradoxo eu não poder ser sincero em alguns casos, mas acontece.  Todos aqui já fizemos críticas ao islamismo.  Imagine se um presidente, cristão, abre a boca para expressar publicamente a sua opinião e dizer que o cristianismo é melhor que o islamismo?  Talvez provocasse um mal estar e até uma guerra.  Então, apesar de acreditar nisso, ele tem de calar-se.  A sinceridade só pode ser usada em regiões civilizadas e democráticas.  Nós, espíritas, não nos importamos de ter a nossa crença constantemente qualificada de inferior, imoral e demoníaca.  Não brigaremos (eu, pelo menos) com ninguém por causa disso, apesar de procurarmos sempre responder da melhor forma que pudermos.  Talvez algum dia cheguemos nesse nível em que possamos discutir a questão das raças sem prevenções.  Não acredito que isso acontecerá em nossa época, e a censura velada vai continuar ainda por muitos anos.

Confesso que fiquei assustado quando o HSette praticamente insinuou que eu fosse um criminoso, racista.  Será que vão me colocar na cadeia por crime inafiançável, pensei.  Ou será que vão acabar me expulsando do fórum somente por expressar uma opinião?  Apesar de normalmente não levar muito a sério as suas opiniões por falta de embasamento sólido, tenho receio da comoção que possa causar nas cabeças mais fracas e por isso vou terminar com o seguinte:  na minha opinião, nem Allan Kardec, nem Emmanuel e nem Edgard Armond podem ser considerados racistas pelas opiniões que expressaram em suas obras.  Eles reconheceram que existiam diferenças entre as pessoas e formularam algumas hipóteses para explicá-las.  Não vou aqui pesar os seus valores.  Podem estar errados, mas mesmo assim o fato de emitir essas opiniões não se constitui racismo.  Todos eles sempre defenderam a igualdade dos direitos para todos os seres humanos independentemente de suas condições, apesar de entenderem que as pessoas não eram iguais e que umas estavam em condições de desenvolvimento mais avançadas que as outras.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline HSette

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #108 Online: 24 de Junho de 2006, 14:37:08 »
Leafar, vamos simplificar as coisas.

Aponte-nos a escala de valoração qualitativa que permite dizer que um povo seja melhor que o outro.

E não confunda desigualdade com "pior" ou "melhor". Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
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APODman

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #109 Online: 24 de Junho de 2006, 14:44:26 »
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Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que o meu objetivo principal aqui é defender Allan Kardec da acusação de racista de que algumas vezes é vítima e que eu considero injusto.

Leafar, ele não era racista, era sectarista.  E a DE herdou isto dele. Vide Emmanuel ( nada mais que um heteronômio de Chico )  e suas afirmações em "A Caminho da Luz".

De todo modo ser sectário não é pior ou melhor do que ser racista.

Leia tb este interessante artigo:  RACISMO E ESPIRITISMO


Reforço ainda que a questão levantada pelo Hsette é totalmente pertinente


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« Última modificação: 24 de Junho de 2006, 14:46:02 por APODman »

Offline Alenônimo

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #110 Online: 24 de Junho de 2006, 14:51:08 »
Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que o meu objetivo principal aqui é defender Allan Kardec da acusação de racista de que algumas vezes é vítima e que eu considero injusto.  Não que ele ou o espiritismo necessitem de qualquer defesa da minha parte nesse sentido, mas antes de temer as convenções humanas, eu não tenho medo de externar a minha opinião para responder àquilo que eu considero uma injustiça contra alguém ou contra uma classe, nesse caso, os espíritas.  Não é de meu interesse, e não vou discutir se determinada raça é melhor ou pior do que outra e sob que aspecto.

Não há o que se discutir. Pelo contexto da época, não só ele era racista como quase todo mundo com quem ele vivia. Até aí tudo bem e ele não teve culpa. O que achamos estranho é que o espírito que falou com ele pensava igualzinho.

Isso não te diz alguma coisa?

Todos sabemos que os seres humanos são diferentes uns dos outros.  Considerando-se determinado critério, podemos qualificar alguém como melhor ou pior do que outro.  Não é assim que fazemos num processo seletivo?  Não escolhemos sempre o melhor candidato?  Pois bem.  Através de uma pesquisa geral, poderíamos ainda graduar várias pessoas de diferentes regiões e com isso descobrir se existe um padrão que faz com que determinada região seja estatisticamente considerada melhor ou pior do que as outras em determinado critério.  Com base nisso podemos: 1. descobrir o que faz com que uma região seja melhor para repetir o processo nas outras e/ou 2. descobrir problemas que a fazem ser pior e trabalhar para resolver.  E da mesma forma que é feita com regiões, poderíamos também fazer com relação a crenças, situação econômica, raças ou qualquer outra subdivisão que consigamos imaginar.  Com isso, podemos descobrir pontos fortes e fracos em cada grupo específico.

Então vocês acham que simplismente podem taxar pessoas como “espiritualmente desenvolvidas” ou não, é isso? Nâo se está falando em algo como “é bom nos estudos mas é ruim nos esportes” mas em desenvolvimento do espírito em geral, ao ponto de serem separados em planetas e, até mesmo, o de serem separados por cores. Isso quando a separação espiritual não é distinguida por outros critérios, como homossexualidade, pobreza, etc.

Pior, é uma crença que nunca teve fundamento e que só ajuda na segregação das pessoas.

Por exemplo: podemos afirmar que o Brasil está inferior tecnologicamente aos Estados Unidos.  É alguma vergonha reconhecer isso, sendo brasileiros?  Sabendo disso, podemos atacar as nossas difculdades para tentar diminuir essa diferença.  E quando digo que estamos inferiores é porque essa situação não é definitiva e pode mudar um dia.

O Brasil é um grande exportador agro-pecuário. Com a preocupação dos recursos petrolíferos, podemos até nos tornar o maior produtor de álcool do mundo. Isso não conta como qualidade? Ou só conta a capacidade da indústria eletrônica para você?

O Brasil possui inúmeros aspectos ruins, mas há os bons também. Não há como taxar que o Brasil é ruim numa escala absoluta pois certas coisas importam mais para cada pessoa do que outras.

O mesmo com as pessoas. Não ouvimos nada no espiritismo sobre espíritos que são bons em esportes, ou em matemática, ou “gramaticalmente evoluídos”. Vocês taxam espíritos inferiores praticamente como se tivessem a inteligência de um chimpanzé!

Se podemos concluir essas coisas com regiões, por que seria crime concluir coisas semelhantes entre as raças?  Eu sei porque:  "porque existe o risco de que se faça um mau uso dessa informação, como foi feito no passado."  Concordo e não vou discutir.  Existe um ditado popular que diz: "Existem verdades que não devem ser ditas." Parece um paradoxo eu não poder ser sincero em alguns casos, mas acontece.  Todos aqui já fizemos críticas ao islamismo.  Imagine se um presidente, cristão, abre a boca para expressar publicamente a sua opinião e dizer que o cristianismo é melhor que o islamismo?  Talvez provocasse um mal estar e até uma guerra.  Então, apesar de acreditar nisso, ele tem de calar-se.  A sinceridade só pode ser usada em regiões civilizadas e democráticas.  Nós, espíritas, não nos importamos de ter a nossa crença constantemente qualificada de inferior, imoral e demoníaca.  Não brigaremos (eu, pelo menos) com ninguém por causa disso, apesar de procurarmos sempre responder da melhor forma que pudermos.  Talvez algum dia cheguemos nesse nível em que possamos discutir a questão das raças sem prevenções.  Não acredito que isso acontecerá em nossa época, e a censura velada vai continuar ainda por muitos anos.

Então vocês se reservam ao direito de dizerem que os negros possuem espíritos inferiores? Sim, pois falou em “verdades que não devem ser ditas” e de “não se importarem em ter sua religião taxada de imoral”.

Então por que está bravo?

Confesso que fiquei assustado quando o HSette praticamente insinuou que eu fosse um criminoso, racista.  Será que vão me colocar na cadeia por crime inafiançável, pensei.  Ou será que vão acabar me expulsando do fórum somente por expressar uma opinião?  Apesar de normalmente não levar muito a sério as suas opiniões por falta de embasamento sólido, tenho receio da comoção que possa causar nas cabeças mais fracas e por isso vou terminar com o seguinte:  na minha opinião, nem Allan Kardec, nem Emmanuel e nem Edgard Armond podem ser considerados racistas pelas opiniões que expressaram em suas obras.  Eles reconheceram que existiam diferenças entre as pessoas e formularam algumas hipóteses para explicá-las.  Não vou aqui pesar os seus valores.  Podem estar errados, mas mesmo assim o fato de emitir essas opiniões não se constitui racismo.  Todos eles sempre defenderam a igualdade dos direitos para todos os seres humanos independentemente de suas condições, apesar de entenderem que as pessoas não eram iguais e que umas estavam em condições de desenvolvimento mais avançadas que as outras.

A questão não é que Kardec e cia podem estar errados. A questão é que vocês espíritas pregam que ele está obrigatoriamente certo! Vocês mesmo dizem que tudo o que ele escreveu está estritamente certo e que um espírito iluminado como Emmanuel não diria coisas absurdas. Agora você fala que eles podem estar errados, mas depois vai se esquecer disso e vai tentar convencer as pessoas do contrário.

Explica então por que os livros do Kardec, do Emmanuel e de mais não sei quem não foram revisados. Nem uma nota de rodapé? Parecem mais contar com o fato de que vocês mesmos evitam ler os livros.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Leafar

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #111 Online: 24 de Junho de 2006, 15:25:13 »
HSette,

Eu não estou confundindo.  Você é que confundiu inicialmente o que eu quis dizer.  Mas tudo bem, vou lhe dar um exemplo:

Valoração qualitativa é uma coisa difícil de dar, porque depende de quem está avaliando.  Em outras palavras, essa valoração será sempre subjetiva.  Mas isso não significa que ela não exista.  Vamos considerar uma situação extrema hipotética para se ter uma idéia:

A raça branca européia de ontem acreditava que era lícito se apropriar da mão de obra escrava dos nossos irmãos africanos, concorda?  A raça branca européia de hoje acredita que o mesmo ato é uma abominação, concorda?  Seria muito atrevimento supor que a raça branca européia de hoje é superior moralmente à raça branca européia de ontem, neste aspecto específico?  Eu acho que ela é.

Suponha ainda que por um "feitiço do tempo", fosse possível inserir toda a raça branca européia de ontem, com todas as suas idéias e preconceitos, dentro da sociedade européia atual.  Você ainda continuaria sustentando que essa nova classe formada é inferior moralmente à que já existia?  Eu acho que não há nenhum mal em enxergar isso.  Mas talvez haja algum mal em falar isso.  De qualquer forma, enxergando o problema, podemos tomar medidas para solucioná-lo.

O problema de enxergarmos certas situações diferenciadoras só existe quando os povos diferentes coexistem.  Se o povo não mais existe, ninguém mais tem escrúpulos de qualificá-lo de atrasado.

Neste caso, o critério de valoração para definir quem é melhor ou pior, fui eu quem estipulou.  Mas e se perguntássemos ao pessoal europeu de ontem sobre o que acham?  Será que diriam que a raça européia de hoje é superior a eles?  Por isso disse que a valoração qualitativa é subjetiva e depende de quem avalia.

Como já disse, enxergar certas situações sob determinados pontos de vista não é nenhum mal.  Mas o uso que se pode fazer dessas observações é que pode ser mau e, por isso, entendo o receio que muitos têm de falar sobre o assunto.  Eu também tenho o mesmo receio pelos motivos que expressei no outro post.  Eu entendo que se algum dia ocupasse um cargo público eu não poderia ser completamente sincero e espontâneo como sou sendo um simples mortal.

É uma opinião.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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APODman

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #112 Online: 24 de Junho de 2006, 15:28:59 »
Em resumo vc concorda com Kardec e Emmanuel.


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Offline Leafar

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #113 Online: 24 de Junho de 2006, 15:31:07 »
Alenônimo e APODman,

Mais tarde eu os respondo.  Preciso sair.

Um abraço.
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APODman

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #114 Online: 24 de Junho de 2006, 15:41:17 »
Era uma pergunta tão simples. :P

Bem ...


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KARDEC ERA RACISTA?

Esta é uma questão que tem vindo à baila no movimento espírita, em função de alguns textos de Allan Kardec acerca da raça negra, contidos na Revista Espírita (RE) e em Obras Póstumas. Na RE de abril de 1862, no texto intitulado “Frenologia Espiritualista e Espírita _ Perfectibilidade da Raça Negra”, Kardec procura relacionar o Espiritismo com a Frenologia, segundo uma interpretação espiritualista dessa antiga ciência.

No tempo do fundador do Espiritismo, a Frenologia era uma ciência que estava em voga e consistia no estudo das faculdades humanas a partir da configuração craniana. Desenvolvida pelo médico e anatomista alemão Franz Josef Gall (1758-1828), chegou a causar uma certa polêmica nos meios acadêmicos da época. Apesar dessa ciência ser hoje totalmente ultrapassada, interessa-nos algumas conclusões do fundador do Espiritismo.

Nesse texto, Kardec procura demonstrar que a raça negra é inferior pelo fato dela abrigar Espíritos imperfeitos, considerando a supremacia do espírito sobre o corpo. Já os frenologistas, interpretavam essa inferioridade pela ótica do materialismo, descartando a idéia da alma.

Kardec traça uma correlação entre o espírito e o corpo, concluindo que a raça negra, enquanto etnia, jamais atingiria os níveis de perfeição moral das raças caucásicas. Por sua vez, os Espíritos encarnados na raça negra poderiam chegar, segundo ele, ao mesmo nível da caucásica, devido à Lei de Progresso.

Pela argumentação de Kardec, nota-se que ele era adepto do Eurocentrismo, ideologia sectária que predominou no século 19, na Europa, e que considerava a cultura européia como a mais evoluída. E, conseqüentemente, numa correlação étnica, a raça branca caucasiana seria a raça mais evoluída, superior à negra e à amarela.

Essa colocação torna-se mais evidente na “Teoria da Beleza”, contida em Obras Póstumas, onde Kardec procura formular uma teoria estética que se caracterizaria pela configuração de um ideal de beleza em conformidade com a Lei de Progresso, aplicada no nível da evolução material. Ele se apoia em um texto de Charles Richard, desconhecido pesquisador inglês, intitulado “As Revoluções Inevitáveis no Globo e na Humanidade”, que aborda a tese da perfectibilidade, da evolução formal da raça humana e de sua beleza fisionômica. Richard cita exemplos comparativos de fisionomias de personalidades conhecidas da história da humanidade, como Júlio César, Brútus, Cícero, Lívia, a filha de Agripina, Mossalina, etc. e analisa a fealdade do homem primitivo, até a relativa beleza do homem moderno.

Aproveitando a contribuição de Richard, Kardec parte do princípio da influência do Espírito sobre o corpo, influência intelecto-moral, que se expressa no formato da matéria corporal. Segundo ele, na medida em que o Espírito evolui, a matéria vai sofrendo as conseqüências dessa evolução, de modo que possa se adaptar e se adequar, conformando-se ao estágio evolutivo do Espírito encarnado. Daí Kardec concluir que o ideal de beleza seria o dos Espíritos mais elevados, dos Espíritos puros. Quanto à raça negra _ e é esse o aspecto que nos chama mais a atenção _ Kardec a considera primitiva, imperfeita, feia e anti-estética. Muito aquém de um ideal absoluto de beleza.

Na opinião abalisada do fundador do Espiritismo, sob a ótica da beleza corporal, os brancos são mais belos e superiores ao negro, cujos “traços grosseiros, os lábios grossos, acusam a materialidade dos instintos. Podem perfeitamente exprimir as paixões violentas, mas não se prestariam às nuanças delicadas do sentimento e à suavidade de um Espírito evoluído.” E conclui: “eis porque podemos, sem fatuidade, julgarmo-nos mais belos que o negro e o hotentote.”Bastariam esses dois textos para colocar Kardec em situação delicada perante o movimento negro. Todavia, ele era um homem de seu tempo e sujeito também às injunções culturais, ao sistema de valores de sua época. Cabe lembrar ainda que as teses arianistas do conde Gobineau, citadas no início, lhe são contemporâneas.

Allan Kardec tinha posições bem reacionárias em relação à mulher, ao socialismo e no caso em questão, ao negro, como se pode observar em seus escritos na Revista Espírita. Todo homem é prisioneiro de sua época, e por mais larga a visão que possua, sempre pode-se notar elementos datados em suas ações e reflexões.

O fundador do Espiritismo não passou incólume a essa regra. Antes dele, na França, já havia a Sociedade de Amigos do Negro, sendo o líder revolucionário Robespierre (1758-1794), seu conterrâneo, um dos expoentes na luta contra o racismo, a discriminação racial e o tráfico de escravos. Esse aspecto da luta humanista dos iluministas, assim como determinadas reflexões sobre a questão do racismo _ bem explícitas na obra de Jean Jacques Rousseau _ infelizmente não foram incorporadas por Kardec, mesmo tendo sido ele muito influenciado pelas teses iluministas.

Mesmo partindo de um sentido estético duvidoso, para desembocar numa conclusão ética da tipologia do negro, enquanto biotipo supostamente inferior ao branco, isso não significa, de modo algum, que Kardec fosse racista. Isso seria contrário aos seus princípios éticos e humanistas bem manifestos na sua produção intelectual.

O negro do século 19 não é igual ao negro de hoje, pois com o advento da civilização e da urbanização das cidades, os negros africanos e de outros países convivem em grupos sociais aptos para a encarnação de Espíritos de maior porte intelectual, em função das leis de afinidade que regem o processo palingenésico.

Há de se considerar ainda que, no século passado, o conhecimento dos europeus sobre a cultura africana era escasso. Sociedades africanas de características totêmicas coexistiam nessa época, com culturas alhures bem organizadas, com uma forma notável de organização estatal, com rei, ministros, militares e funcionários. O negro não era tão primitivo assim como pensava Allan Kardec.

A visão kardequia do negro tem de ser considerada segundo o contexto histórico em que foi formulada. Seria incorreto, insistimos, sob o ponto de vista espírita, rotular Allan Kardec de racista, pura e simplesmente. Essa palavra possui uma carga semântica muito forte, inadequada para definir suas posições. Seria o mesmo que taxá-lo de machista, devido a suas posições em relação à mulher ou de direitista e ultra-reacionário, pelas posições contrárias ao socialismo e ao movimento proletário francês.

Todavia, não dá para “dourar a pílula” e ser condescendente com o fundador do Espiritismo. Ele manifestou, explicitamente, um preconceito em relação ao negro. Longe de ser racista, podemos afirmar que ele foi preconceituoso para com essa etnia. Mas, por outro lado, não há nenhum indício de que ele tenha discriminado algum indivíduo ou grupo de origem negra, seja no movimento espírita ou fora dele. Há, é claro, uma certa dificuldade teórica em separar racismo de preconceito racial e discriminação racial.

A princípio, o preconceito e a discriminação raciais seriam uma decorrência do racismo enquanto ideologia e sistema de pensamento. No entanto, há de se considerar ainda a brutal diferença entre o comportamento de um membro da seita racista norte-americana Ku-Klux-Klan e o de um homem comum debochado que gosta de contar piadas de negro. Um punk skinhead é capaz de espancar e matar um homem apenas por ser negro ou judeu, enquanto o outro, em função da cultura de tonalidade racista do qual é subproduto, não passaria da piadinha jocosa e cheia de preconceito.

Apesar da atitude preconceituosa de Kardec em relação ao negro, fruto do contexto em que viveu, sua obra sai ilesa de todas as críticas no sentido ético, de discriminação e preconceito a determinada etnia. A kardequiana é muito maior do que qualquer triagem filosófica que possa ser feita, imperfeita como toda obra humana, mas coerente em seus fundamentos e tão atual a ponto de oferecer à sociedade elementos indispensáveis na luta contra o racismo.


fonte: http://viasantos.com/pense/down/Eugenio_Racismo.PDF



O último parágrafo o autor fala por ele mesmo já que é notório que a mesma fisiognomia que era aplicada na época de Kardec hoje constitui argumento na boca de vários espiritas apressados em julgar quem é um "espírito" inferior ou superior e ensinado sem ressalvas nas escolas de educação mediunica.


[ ]´s

Offline HSette

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #115 Online: 24 de Junho de 2006, 15:59:59 »
Leafar, para mim não há confusão nenhuma.

Pelo que você escreve, você corrobora as idéias de "supremacia racial".

Corrija-me, se estiver enganado, ou confirme isso e aponte as bases sobre as quais se assentam suas convicções.

E mais um detalhe: não tenho medo de debater esse assunto, mesmo porque já o fiz várias vezes, e sempre levo-os às últimas consequências.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Leafar

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #116 Online: 25 de Junho de 2006, 13:43:59 »
Citação de: Alenônimo
Não há o que se discutir. Pelo contexto da época, não só ele era racista como quase todo mundo com quem ele vivia. Até aí tudo bem e ele não teve culpa. O que achamos estranho é que o espírito que falou com ele pensava igualzinho.

Isso não te diz alguma coisa?
Os espíritos, por serem as almas dos homens, não são infalíveis e podem estar imiscuídos das mesmas idéias terrenas.  Esse é um preceito básico da doutrina espírita.  E é justamente isso que a torna uma doutrina interessante.  Lembra daqueles joguinhos lógicos que dizem que Mariazinha só diz a verdade, Joãozinho diz uma verdade e uma mentira e Manoelzinho só fala mentiras, e temos que descobrir as informações verdadeiras dentro dessas verdades e mentiras?  A doutrina espírita funciona mais ou menos assim, resguardando-se as devidas proporções.  Aos poucos, através da discussão, vamos identificando quem fala a verdade e quem mente, e quando se faz um ou outro.

Citação de: Alenônimo
Então vocês acham que simplismente podem taxar pessoas como “espiritualmente desenvolvidas” ou não, é isso? Nâo se está falando em algo como “é bom nos estudos mas é ruim nos esportes” mas em desenvolvimento do espírito em geral, ao ponto de serem separados em planetas e, até mesmo, o de serem separados por cores. Isso quando a separação espiritual não é distinguida por outros critérios, como homossexualidade, pobreza, etc.

Pior, é uma crença que nunca teve fundamento e que só ajuda na segregação das pessoas.
A separação dos espíritos superiores e inferiores em planetas diferentes é um fato para nós.  Planetas onde reinam o bem não podem admitir em seu seio espíritos egoístas, orgulhosos, assassinos, etc...  Estes têm que ser segregados temporariamente até que se emendem para que possam se tornar aptos a habitar planetas superiores.  Não fazemos o mesmo em nossa sociedade?  Não segregamos aqueles que moralmente não se adaptam às leis e regras da sociedade.  Não existem as prisões que são feitas com esse objetivo?  Ou você acha injusto que hajam prisões?  O nosso planeta (Terra) é considerado pelos espíritas com um desses planetas de reclusão, onde os espíritos rebeldes e criminosos encarnam para expiar e se reformar.  E neste caso, todos somos criminosos, não importando a qual raça ou povo pertençamos.

Como uma boa parte da humanidade já se melhorou, o planeta entrou em fase de transição, e a Terra está aos poucos deixando de ser um planeta de provas e expiações.  Os avanços morais e tecnológicos do último século não deixam dúvidas de que isto está ocorrendo, segundo a comunicação espírita abaixo, de 1866:

Citar
...A Humanidade, entretanto, chegou a um dos períodos de sua transformação e o mundo terreno vai elevar-se na hierarquia dos mundos.

O que se prepara não é, pois, o fim do mundo material, mas o fim do mundo moral. É o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do orgulho, do egoísmo e do fanatismo que se esboroa. Cada dia leva consigo alguns destroços. Tudo dele acabará com a geração que se vai e a geração nova erguerá o novo edifício, que as gerações seguintes consolidarão e completarão.
...
Revista Espírita de out. 1866.
Se estamos hoje discutindo o racismo, podemos ver que essa transformação está bastante adiantada.  Há bem pouco tempo atrás estávamos discutindo se a escravidão era moralmente lícita ou não.

Entretanto, essa separação em planetas somente ocorre quando as distâncias morais são muito grandes.  Quando as distâncias são pequenas, estes espíritos habitam num mesmo globo para evoluirem juntos.  É o nosso caso aqui.  Embora fale-se em espíritos mais ou menos adiantados, fiquem certos que a distância que nos separa moralmente e intelectualmente é muito pequena, embora ela exista.  Não estamos tão longe assim daqueles que chamamos de ladrões, corruptos, assassinos (será!?).  Mas também não estamos tão longe moralmente de pessoas como Ghandi, Madre Tereza, etc...

Um outra coisa importante é que só as diferenças morais é que fazem que os espíritos sejam segregados.  As diferenças intelectuais, não necessariamente.  É possível ser ignorante e bom, assim como ser instruído e mau.  No caso, a separação é necessariamente feita entre bons e maus (ou menos bons), e não entre sábios e ignorantes.  Embora seja também verdade que aquele que não passou pelo primeiro grau não esteja apto a frequentar a academia e, portanto, os mundos muito superiores lhe sejam vetados por este motivo e não por demérito moral.

No caso da raça adâmica citada, segundo os relatos, era uma casta de espíritos adiantados intelectualmente mas essencialmente má.  Viviam em mundos melhores que, como a Terra, também tiveram o seu momento de transformação e nela, foram banidos para a Terra, ainda um mundo muito inferior.  Então surgiria a chamada raça adâmica.  Mas uma coisa que ninguém se dá conta é que, se esses espíritos realmente se dividiram em raças humanas na Terra, isso não ocorreu imediatamente. Esse espíritos encarnaram-se inicialmente nas raças já existentes na Terra e as diferenças surgiram mais tarde através de mutações genéticas.  Caso contrário teríamos que supor que as raças foram deixadas aqui por alienígenas.  Pode até ser uma hipótese válida, mas não é espírita.  Segundo os espíritos, ainda na mesma comunicação, o que aconteceu no outro mundo com a chamada "raça adâmica", hoje acontece na Terra com outros espíritos:

Citar
...

De mundo de expiação, a Terra se mudará um dia em mundo ditoso e habitá-lo será uma recompensa, em vez de ser uma punição. O reinado do bem sucederá ao reinado do mal.

Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso se faz que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que unicamente ao bem aspirem. Como já chegou esse tempo, uma grande emigração neste momento se opera entre os que a habitam. Os que praticam o mal pelo mal, alheios ao sentimento do bem, dela se verão excluídos, porque lhe acarretariam novamente perturbações e confusões que constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o seu endurecimento em mundos inferiores, aos quais levarão os conhecimentos que adquiriram, tendo por missão fazê-los adiantar-se. Substituí-los-ão na Terra Espíritos melhores que farão reinem entre si a justiça, a paz, a fraternidade.
...
Não haverá, pois, exclusão definitiva, senão dos Espíritos substancialmente rebeldes, daqueles que o orgulho e o egoísmo, mais do que a ignorância, tornaram surdos aos apelos do bem e da razão. Esses mesmos, porém, não estarão votados a perene inferioridade. Dia virá em que repudiarão o passado e abrirão os olhos para a luz.

...
Eu não vejo essa transformação terminada, mas bastante adiantada.  Talvez quando os espíritas forem banidos, a transformação se complete... rsrsrs

Portanto, não entenda a palavra segregação somente no mau sentido.  Quando as diferenças morais são muito grandes, a segregação é uma necessidade.  Mas quando as diferenças se restringem ao campo intelectual, a segregação não é justificável.

Citação de: Alenônimo
O Brasil é um grande exportador agro-pecuário. Com a preocupação dos recursos petrolíferos, podemos até nos tornar o maior produtor de álcool do mundo. Isso não conta como qualidade? Ou só conta a capacidade da indústria eletrônica para você?

O Brasil possui inúmeros aspectos ruins, mas há os bons também. Não há como taxar que o Brasil é ruim numa escala absoluta pois certas coisas importam mais para cada pessoa do que outras.

O mesmo com as pessoas. Não ouvimos nada no espiritismo sobre espíritos que são bons em esportes, ou em matemática, ou “gramaticalmente evoluídos”. Vocês taxam espíritos inferiores praticamente como se tivessem a inteligência de um chimpanzé!
Não distorça o que eu disse.  Essa análise sobre superioridade ou inferioridade tecnológica tem que ser avaliada separando os critérios.  Pode-se prefeitamente ser melhor em uma coisa e pior em outra e eu deixei isso claro desde o início.

Citação de: Alenônimo
Então vocês se reservam ao direito de dizerem que os negros possuem espíritos inferiores? Sim, pois falou em “verdades que não devem ser ditas” e de “não se importarem em ter sua religião taxada de imoral”.

Então por que está bravo?
Eu não estou bravo.  Aonde é que entendeu isso.

Eu costumo dizer o seguinte: "a verdade, seja ela qual for, me edifica e me serve de oportunidade de crescimento" e "a mentira não nos atinge e só serve para provar a fraqueza adversária".  Nós não nos reservamos o direito de dizer, e não dizemos, que os negros constituem-se de espíritos inferiores.  O que Kardec disse é que a raça negra (a que ele conhecia em sua época) poderia não ser capaz de certos tipos de desenvolvimento intelectual.  A limitação poderia ser corporal e não espiritual.  Entretanto, os dados estatísticos são frios e cruéis, tornando esta uma hipótese válida e ninguém nos tira o direito de refletir sobre ela, embora possa ser proibido que se fale.  Kardec refletiu e expôs seu pensamento numa época em que não existiam melindres.  Se fosse hoje, penso que talvez ele não o fizesse por causa de problemas legais.

O que vocês não estão entendendo é que essa hipótese pode ser verdadeira ou falsa.  E ela é tão factível que incomoda e enfurece.  É o mesmo que aconteceu com Galileu na inquisição.  Se fosse uma balela o que ele dizia, ninguém se importaria e todos ririam.  Se fosse uma hipótese absurda como a de dizer que a Lua é feita de queijo, ninguém estaria levando-a a sério e se ofendendo.  Se essas divagações de Kardec e Emmanuel forem verdadeiras, não adianta dizer que lhe repugna a razão.  Deus não pediu autorização para ninguém quando fez as suas leis.  Se for falsa, por que incomoda?  Seria antes uma ajuda à divulgação das idéias verdadeiras do que um mal.

Citação de: Alenônimo
A questão não é que Kardec e cia podem estar errados. A questão é que vocês espíritas pregam que ele está obrigatoriamente certo! Vocês mesmo dizem que tudo o que ele escreveu está estritamente certo e que um espírito iluminado como Emmanuel não diria coisas absurdas. Agora você fala que eles podem estar errados, mas depois vai se esquecer disso e vai tentar convencer as pessoas do contrário.

Explica então por que os livros do Kardec, do Emmanuel e de mais não sei quem não foram revisados. Nem uma nota de rodapé? Parecem mais contar com o fato de que vocês mesmos evitam ler os livros.
Para escrever uma asneira dessas é porque você não tem o menor conhecimento da doutrina espírita.  Não temos verdades absolutas ou dogmas.  Kardec não é pregado como verdade absoluta.  Se fosse isso, Roustaing também teria que ser aceito, pois publicou uma obra espírita, na França, contemporânea a Kardec, chamada de Revelação da Revelação.  Essa obra é tida pela maioria dos espíritas como uma caricaturização do espiritismo e que quando aceita derrama o ridículo sobre a doutrina.  Kardec não é aceito porque alguém disse que lá estava a verdade.  Todos que o leram é que concluiram que lá poderia estar a verdade.  Kardec disse ainda na Gênese:

"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará." A Gênese - cap. I.

Quase nenhum espírita hoje nega os erros científicos contidos na Gênese e já tardiamente "denunciados" pelo nosso amigo Angelo Melo.  A doutrina não é sequer arranhada com esses erros.  Quanto ao objeto do debate atual ocorre o mesmo.  Se estiver errado, será simplesmente abandonado algum dia sem prejuízo do restante.  Kardec nunca disse que a sua palavra era a verdade absoluta e se dava ao direito de formular hipóteses, como qualquer um, e dizia que poderiam estar certas ou erradas.

Quanto aos espíritos, mais uma vez, confiar na sua infalibilidade é um erro doutrinário básico.  A doutrina espírita foi codificada por espíritos superiores e não por espíritos perfeitos.  Isso subentende que também podem errar.  Já disse que a doutrina espírita não é a doutrina do certo ou errado e sim a doutrina do estudo, da pesquisa, da reflexão, da responsabilidade.

Uma outra coisa que você está equivocado é que a obra de Kardec, Emmanuel ou seja lá de quem for, antes de serem obras espíritas são documentos históricos.  Daqui há alguns séculos podem ser utilizados para se determinar as características da população de sua época.  Certa ou errada, ela não pode ser alterada ou editada.  O que poderia ser feito é uma obra de adaptação, com outro nome.  Alterar documentos históricos na minha opinião é um crime.  Quanto a notas de rodapé, isto normalmente é feito através das "Notas do Tradutor".  Mas eles não mudam o texto original de nada.  Quanto aos erros contidos, você está subestimando a capacidade de discernimento das pessoas no futuro?

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Leafar

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #117 Online: 25 de Junho de 2006, 13:45:20 »
APODman,

Vou tentar responder à sua simples questão: Kardec era racista?

Segundo o texto encontrado no seu link:
Citar
O racismo, segundo a acepção do “Novo Dicionário Aurélio” é “a doutrina que sustenta a superioridade de certas raças”.
Kardec não era racista no sentido doutrinário porque não era da opinião de que uma raça era superior a outra no sentido absoluto.  Entretanto sustentou que poderia ser no sentido relativo, considerando critérios diferentes de avaliação.  Em outras palavras, a raça branca poderia ser forte num aspecto em relação à raça negra, mas fraca em relação a outro aspecto.  O racismo propriamente dito prega a superioridade em todos os aspectos.  Estou errado?

Citar
Apesar de ser um sistema que não se limita somente à discriminação do negro, o racismo é hoje quase sinônimo de perseguição à raça negra, bastando se reportar ao extinto regime racista do apartheid, na África do Sul e o racismo brasileiro, marcante na concepção de valores e escamoteado pelo mito da “democracia racial”.
Veja que o significado de racismo passou de "doutrina" à "perseguição" de uns tempos para cá.  Neste caso, segundo este novo significado, podemos positivamente afirmar que Kardec não era racista, nem no sentido relativo.  Já disse que o problema não está em enxergar certas diferenças, mas o modo como se usa essa informação.  A discriminação, o preconceito, a segregação e a perseguição são exemplos de mau uso.

Citação de: APODman
Em resumo vc concorda com Kardec e Emmanuel.


[ ]´s
Vou me dar o direito de não responder a essa pergunta de forma positiva.  Pelo que escrevi anteriormente acho que é possível fazer um juízo.  Eu posso concordar integralmente, parcialmente ou não concordar em nada com Kardec ou Emmanuel.  A minha opinião, além de ser polêmica, não seria definitiva, pois eu mesmo não tenho uma solução positiva para o problema.  Só posso dizer que já tinha lido tudo antes dessa discussão e quando a minha mente estava ainda "desprevenida".  Não me lembro de, na época, ter encontrado nada que me repugnasse a razão.  Portanto, os considero como hipóteses válidas até que se prove o contrário.

Eu acho que respondendo ao Alenônimo e ao APODman, eu indiretamente respondi ao HSette.  Se não, me informem.

Um abraço.
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APODman

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #118 Online: 25 de Junho de 2006, 22:23:43 »
Meu caro, novamente, Kardec não era racista, era Sectarista e a DE herdou isto.

Mas o argumento "de que era um pensamento de época logo é válido" é um tanto quanto complicado já que era pensamento da época na Alemanha Nazista perseguir judeus, assim tb eram  válidas as justificativas para tal ato.


Citar
Portanto, os considero como hipóteses válidas até que se prove o contrário

Vc tb considera que existem Ursos Voadores em Urano até se prove ao contrário ?

Ainda gostaria de entender: Qual aspecto da hipótese vc considera válido em "Emannuel" já que seu livro está fora do argumentode de que "era um pensamento de época" ?

[ ]´s

Offline Leafar

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #119 Online: 26 de Junho de 2006, 08:43:44 »
APODman,

Desculpe-me não lhe responder, mas qualquer que seja a minha opinião sobre os comentários de Emmanuel, ela não seria definitiva por não ter analisado a fundo os diversos lados da questão.  Em outras palavras, a minha opinião, além de ser polêmica, poderia ser desmentida por fatos.  Nesse caso é melhor calar.  Se fosse um assunto qualquer, eu não me importaria de opinar.

A única coisa que eu vi nos comentários de Emmanuel e que, a princípio ficou dúbio, seria a origem da raça branca.  Penso que, apesar das diferenças raciais, a raça humana tem uma mesma origem corporal comum, como disse anteriormente.  As diferenças poderiam ter surgido mais tarde, por diversos motivos, dentre os quais cito, por hipótese:  diferenças perispirituais, diferenças climáticas ou, a diferença teria sido produzida intencionalmente a fim de termos raças diferentes no planeta para que pudéssemos cultivar a tolerância racial, que aliás, foi um dever de casa que a humanidade nunca cumpriu adequadamente.  Lembre-se que estamos neste mundo de passagem e o aprendizado intelectual e moral constituem-se em nossos objetivos aqui, e o exercício da tolerância é fundamental.

Quanto à Kardec ser sectarista, às vezes o meu entendimento é lento e eu não entendi a colocação com relação ao foco da questão.  Ele é sim, sectarista, no sentido de formar seita, mas não no sentido de pregar a separação entre os povos, seja por que motivo for.  Sobre o sentido de formar seita, leia um artigo bastante interessante abaixo, da Revista Espírita:

Citação de: Allan Kardec - Revista Espírita - agosto de 1868

O Partido Espírita

Um dos nossos correspondentes de Sens nos transmitiu as observações seguintes, sobre a qualificação de partido, dada ao Espiritismo, a propósito de nosso artigo do mês de julho sobre o mesmo assunto.

“Num artigo do último número da Revista, intitulado:  O partido espírita, dizeis que, uma vez que assim nomeiam o Espiritismo, ele o aceita.  Mas deve aceitá-lo?

Isto talvez mereça um exame sério.

“Todas as religiões, assim como o Espiritismo, não ensinam que todos os homens são irmãos, que são todos filhos de um pai comum, que é Deus?  Ora, deveria haver partidos entre os filhos de Deus?  Não é uma ofensa ao Criador?  Porque é próprio dos partidos armar homens uns contra os outros; e pode a imaginação conceber maior crime que armar os filhos de Deus uns contra os outros?

“Tais são, senhor, as reflexões que julguei dever submeter à vossa apreciação.  Talvez fosse oportuno submetê-las, também, à dos benevolentes Espíritos que guiam os trabalhos do Espiritismo, a fim de conhecer a sua opinião.  Essa questão talvez seja mais grave do que parece à primeira vista.  De minha parte, repugnar-me-ia pertencer a um partido.  Creio que o Espiritismo deve considerar os partidos como uma ofensa a Deus.”

Estamos perfeitamente de acordo com o nosso honrado correspondente, cuja intenção só podemos louvar.  Contudo cremos que seus escrúpulos são um pouco exagerados no caso de que se trata, sem dúvida por não ter examinado suficientemente a questão.

A palavra partido implica, por sua etimologia, a idéia de divisão, de cisão e, por conseguinte, a de luta, de agressão, de violência, de intolerância, de ódio, de animosidade, de vingança, coisas todas contrárias ao espírito do Espiritismo.  Não tendo o Espiritismo nenhum desses caracteres, pois que os repudia, por suas tendências mesmas, não é um partido na acepção vulgar da palavra, e nosso correspondente tem muitíssima razão para repelir a qualificação desse ponto de vista.

Mas ao nome partido liga-se também a idéia de uma força, física ou moral, bastante forte para pesar na balança, bastante preponderante para que se possa contar com ela; aplicando-o ao Espiritismo, pouco ou nada conhecido, é dar-lhe um ato de notória existência, uma posição entre as opiniões, constatar a sua importância e, como conseqüência, provocar o seu exame, o que ele não cessa de pedir.  Sob esse aspecto, devia repudiar tanto menos essa qualificação, embora fazendo reservas sobre o sentido a ligar a isto, quanto, partida do alto, ela dava um desmentido oficial aos que pretendem que o Espiritismo seja um mito sem consistência, que se gabavam de o haver enterrado vinte vezes.  Foi possível julgar o alcance desta palavra pelo ardor desajeitado com o qual certos órgãos da imprensa dela se apoderam para transformá-la num espantalho.

É por esta consideração, e neste sentido, que dissemos que o Espiritismo aceita o título de partido, já que lho dão, porque era engrandecê-lo aos olhos do público; mas não tivemos em vista fazê-lo perder sua qualidade essencial, a de doutrina filosófica moralizadora, que faz sua glória e a sua força.  Longe de nós, pois, o pensamento de transformar em partidários os adeptos de uma doutrina de paz, de tolerância, de caridade e de fraternidade.  A palavra partido, aliás, nem sempre implica a idéia de luta, de sentimentos hostis; não se diz:  o partido da paz?  o partido das pessoas honestas?  O Espiritismo já provou, e provará sempre, que pertence a esta categoria.

Quanto ao mais, faça o que fizer, O Espiritismo não pode deixar de ser um partido.  Com efeito, que é um partido, abstração feita de luta?  é uma opinião que não é partilhada senão por uma parte da população.  Mas essa qualificação só é dada às opiniões que contam um número de aderentes bastante considerável para chamar a atenção e representar um papel.  Ora, não sendo ainda de todos, a opinião espírita é, necessariamente, um partido em relação às opiniões contrárias, que o combatem, até que os tenha unido a todos.  Em virtude de seus princípios, ele não é agressivo; não se impõe; não subjuga; não pede para si senão a liberdade de pensar à sua maneira, seja; mas, desde que é atacado, tratado como pária, deve defender-se e reivindicar para si o que é de direito comum; ele o deve, é seu dever, sob pena de ser acusado de renegar sua causa, que é a de todos os seus irmãos em crença, que não poderia abandonar sem cobardia.  Entra, pois, forçosamente na luta, por maior repugnância que experimente; não é inimigo de ninguém, é verdade, mas tem inimigos que procuram esmagá-lo; é por sua firmeza, por sua perseverança e por sua coragem que se lhes imporá; suas armas são completamente diversas das dos adversários, também é verdade; mas não deixa de ser para eles, e apesar deles, um partido, pois não lhe teriam dado este título se não o tivessem julgado bastante forte para os contrabalançar.

Tais são os motivos pelos quais julgamos que o Espiritismo podia aceitar a qualificação de partido, que lhe era dado por seus antagonistas, sem que o tenha tomado por si mesmo, porque era aceitar o repto que lhe era lançado.  Pensamos que o podia, sem repudiar os seus princípios.

Um abraço.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #120 Online: 26 de Junho de 2006, 11:21:26 »
.... Ou insistir na criação espontânea, que foi refutada alguns anos depois por Pasteur.
(Na verdade, havia sido refutada mesmo na versão microbiana antes por Joblot... mas restou alguma controvérsia até mesmo com os experimentos e descobertas de John Tyndall e Ferdinand Cohn, pós-Pasteur)

Alguém poderia me colocar um trecho disso?  :)

Offline Josilene

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #121 Online: 28 de Junho de 2006, 13:09:38 »
Como se suicida um espirito? Depois eu que sou estranha.
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Offline dtos

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #122 Online: 28 de Junho de 2006, 13:11:57 »
E adicionando, como sucidida algo que vc nem sabe se existe?

Offline Josilene

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #123 Online: 28 de Junho de 2006, 13:28:05 »
É só suposição.
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Offline Luis Dantas

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Re: Um espírito pode suicidar-se?
« Resposta #124 Online: 28 de Junho de 2006, 14:44:52 »
A questão original é interessante: se for verdade que existem espíritos e que eles tem livre-arbítrio, pode acontecer então de algum deles acabar por não querer mais existir?  E nesse caso, o que acontece, o que pode vir a acontecer, o que seria desejável que acontecesse?  Por que?
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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