Autor Tópico: Nas palavras de Carl Sagan!  (Lida 21662 vezes)

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Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #100 Online: 07 de Julho de 2006, 10:51:05 »
E por que exatamente o "encanto" se esvaiu?

Porque quando você mencionou que a "matéria" surge do "nada", interpretei a citação literalmente. Não que o assunto ou minha pesquisa tivesse me decepcionado, ao contrário, não fiz outra coisa senão ler tudo que encontrei nos últimos dias. Nesse fim de semana, vou pesquisar mais e ler mais para ver se entendo melhor, depois respondo o restante.

Angelo, o assunto é tão interessante que talvez merecesse um tópico próprio, se já não tiver. O que acha?

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #101 Online: 07 de Julho de 2006, 11:03:02 »
Acho (acho) que teístas, por definição, aceitam as religiões em grau bem elevado; deístas (fideístas) questionam mais.

Se é para fazer análise morfológica das palavras, sem levar em conta o contexto em que elas foram inseridas, deísta não significa fideísta, mas dentro do texto, que explica o sentido em que a palavra foi inserida, qualquer uma das três serve. Não conheço a expressão apropriada que traduz a idéia do texto: alguém que acredita na possibilidade da existência de um deus, mas não nas possibilidades religiosas, nenhuma delas e que não passa, por isso, a fé na frente da razão. Por isso usei “teísta”. Teísta vem de theos – deus, e seu oposto, ateísta vem de theos com prefixo “a” que significa “ausência” – sem deus. Nenhuma das duas expressões fazem referencia a religiões, mas apenas a deus.

Não, não é exatamente isso, eu não desacredito na possibilidade da existência de "algo" inexplicado, nem acho que esteja tudo perfeitamente explicado; só acredito que, por tudo que se sabe da origem de pessoas e mentes, é muito pouco provável, desprezível, que exista "algo", que seja "tipo um cara", que tenha algo (ou seja algo) que funcione como uma mente, e que seja superpoderoso (o que acredito ser a definição mínima para deuses). Especialmente poderoso a ponto de criar o universo ou grandes partes dele, de ter existido "desde sempre", sem qualquer origem (diferentemente das demais mentes conhecidas, não meramente hipotéticas), "no meio da eternidade" tendo tido a vontade de criar uma fazenda de formigas, ou algo maior, e criado formigas como subproduto acidental.

Só “acredito” que por tudo que não se sabe da origem das pessoas e da mente nada me parece assim tão desprezível.
Esse “tipo um cara” com “tipo uma mente” e “super-poderoso” se chama Einstein, ele “criou” o universo e nos levou de carona numa viagem ao passado até a grande explosão, mas não é deus.

E esse é justamente o problema, para entendermos uma “idéia” precisamos dar forma a ela, geralmente, à nossa imagem e semelhança. A necessidade exige que deus, para existir, tenha necessariamente, que ter, no mínimo, as definições que “acreditamos”, só porque acreditamos nisso.

Segundo sua própria definição, para criar o universo ou grandes partes dele, ter existido “desde sempre”, sem qualquer origem (diferente do conhecido e não meramente hipotético) o “nada absoluto” não teria que ser algo especialmente poderoso? Esse “nada absoluto” ao menos existe, no sentido literal da expressão?

Então foi o “nada absoluto” que “no meio da eternidade”  tendo tido a vontade de criar essa fazenda de formigas, criou acidentalmente as formigas de “Constantine”?

Em uma época de “nada absoluto” que nem sequer o “tempo”, muito menos o “movimento” ou qualquer fator de propulsão existia, hipoteticamente falando, devemos desprezar a lei da inércia? Por que tudo não continuou apenas sendo um nada absoluto, já que não havia nada nesse nada absoluto, segundo a lei da inércia, que o impelisse a criar tudo? Porque se havia, então não era um nada absoluto. E se não era nada absoluto havia algo e se havia algo foi gerado e se foi gerado... leva a mesma ladainha de sempre.

O ateu ainda pode se questionar sem problemas sobre o que causou, se houve causa, para o Big Bang, ou se o mesmo realmente ocorreu, ou se foi um início "absoluto" da existência, etc. Difere do deísta em não hipotetizar uma ou mais entidades antropomórficas (ainda que minimamente antropomórfica), para as quais não se têm evidência alguma, e que só criam mais complexidade para ser explicada, mas em vez disso se ater ao que é mais diretamente relacionado à questão.

Realmente, essa é a grande diferença, o teísta desenvolve uma teoria. Quando o ateu questiona o que causou, se houve causa para o Big Bang, ou mesmo se realmente ocorreu, ou se foi um início “absoluto” da existência, o que teoriza? Ou não teoriza para não criar mais complexidade a ser explicada? E criar complexidade agora se tornou um problema?
Excluindo todas as possibilidades mencionadas, o que é se ater ao mais diretamente relacionado à questão?


O deísmo não surge tanto de indagação, mas como resquício de monoteísmo, apego. No monoteísmo, deus é a "causa primeira" para tudo, em vez de ser simplesmente uma explicação para o universo no estado presente. Pela lógica de se hipotetizar um deus como "explicação" para o inexplicado, hipotetizaria-se uma cadeia infinita de criações divinas, deuses criando deuses, infinitamente, até que um "último" deus cria o nosso universo. Na imensa maior parte do tempo essa "lógica" é quebrada sem mais nem menos, simplesmente porque não é tradicional ao monoteísmo sugerir tal coisa. Uma vez aceito ainda que hipoteticamente esse deus, pronto, acabou, não há mais a suposta ânsia de explicação que havia para o resto do universo aplicada para ele mesmo, por algum motivo, parece muito mais aceitável que algo sobre o qual a única coisa que se "sabe" é que é "tipo um cara" possa existir desde sempre, e "no meio da eternidade" criar o universo.

Afinal, o que surge da indagação não é um “nada absoluto”? E afinal esse nada não é uno e a causa primeira para tudo, mas não uma simples explicação para o universo presente? E por que será que esse “nada absoluto” tão moderno e ocidental, nascido num cenário monoteísta, nunca foi hipotetizado como uma cadeia infinita que levou a um nada capaz de gerar o universo? E por que a grande explosão é uma? E por que o universo é um? Será que todos os “uns” são influencia desse resquício monoteísta ou da indagação simples? Qualquer lógica “una” não pode ser quebrada da mesma forma?

Uma vez aceito, ainda que hipoteticamente, esse “nada absoluto” não estanca a ânsia de explicação para o universo e parece muito mais aceitável, mesmo que tudo que se saiba é que “não existe de fato”, aqui ou no espaço, já que comprovadamente nenhum vácuo é perfeito, totalmente desprovido de matéria ou energia?

Então, isso significa, que a única explicação “lógica” sem qualquer resquício de monoteísmo ou apego é que apesar de não podermos “detectar” um “nada absoluto” (transcendental e matafísico) em que muitos acreditam, tudo veio dele?

Hipótese por hipótese, algo análogo a um bule derramando chá, ou como uma construção de uma colméia por abelhas, ou uma aranha tecendo uma teia, como analogia para a origem do universo, são "tão boas" quanto algo superpoderoso com algo análogo ao cérebro humano. Mas esse tipo de coisa é simplesmente desconsiderada na vasta maioria do tempo, e até vista como chacota ou ridícula, quando não há diferença real, em se tratando do quanto é algo inexplicado, ou em "poder de explicação por definição". Há uma tendenciosidade, talvez da natureza humana, para hipóteses antropomórficas.

Qualquer analogia bem construída serve para explicar qualquer coisa, até dizer que deus é um nada absoluto, transcendental e metafísico, que existe desde sempre no meio da eternidade, mas não pode ser detectado aqui ou no espaço e por isso não existe, mas criou o universo. Se substituirmos a expressão “nada absoluto” por “deus” ou vice-versa, tudo vira a mesma coisa, algo inexistente e inexplicável, mas no qual, talvez por uma influência monoteísta, todos acreditem atualmente ser algo “uno” e “possível”, mas não, provável.

E por favor, entenda, como “possibilidade” eu acredito tanto em deus como em nada absoluto. Não estou defendendo uma causa, mas apenas tentando me ater a questão em questão, ou seja, as especulações feitas no trecho retirado de um livro de Carl Sagan sobre o ateísmo.

Offline Hold the Door

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #102 Online: 07 de Julho de 2006, 15:47:34 »
Angelo, o assunto é tão interessante que talvez merecesse um tópico próprio, se já não tiver. O que acha?
Sim, seria melhor abrir um novo tópico, o assunto já está ficando off-topic.

Seria interessante você ler um post que o Fayman escreveu no fórum RV sobre o big-bang. É muito elucidativo sobre o que está sendo discutido aqui.
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Offline Xuringa

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #103 Online: 07 de Julho de 2006, 17:25:37 »
Off topic
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Jesus diz em vários lugares diferentes que ele e Deus irão responder às suas presses.

às suas preces estaria certo. poderia ser tanto "às suas preces" quanto "a suas preces". "as suas preces" ou "à suas preces", não.
Boa. Dessa eu não sabia. O importante é que estava presses. :D
Primeira Semana de Ciência da Computação e Tecnologia da Informação (SCTI 2008), UENF, Campos dos Goytacazes!
http://www.scti.com.br

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #104 Online: 07 de Julho de 2006, 18:12:27 »
Seria interessante você ler um post que o Fayman escreveu no fórum RV sobre o big-bang. É muito elucidativo sobre o que está sendo discutido aqui.

Desculpe minha ignorância. Onde encontro o fórum RV?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #105 Online: 07 de Julho de 2006, 19:23:39 »
Não, não é exatamente isso, eu não desacredito na possibilidade da existência de "algo" inexplicado, nem acho que esteja tudo perfeitamente explicado; só acredito que, por tudo que se sabe da origem de pessoas e mentes, é muito pouco provável, desprezível, que exista "algo", que seja "tipo um cara", que tenha algo (ou seja algo) que funcione como uma mente, e que seja superpoderoso (o que acredito ser a definição mínima para deuses). Especialmente poderoso a ponto de criar o universo ou grandes partes dele, de ter existido "desde sempre", sem qualquer origem (diferentemente das demais mentes conhecidas, não meramente hipotéticas), "no meio da eternidade" tendo tido a vontade de criar uma fazenda de formigas, ou algo maior, e criado formigas como subproduto acidental.

Só “acredito” que por tudo que não se sabe da origem das pessoas e da mente nada me parece assim tão desprezível.
Eu acho que o que não se sabe sobre a o funcionamento da mente é similar ao que engenheiros eletrônicos do início do século passado desconheceriam dos processadores mais avançados que se tem hoje, ou talvez em um grau ainda mais elevado. Sobre origem das pessoas e mentes, me parece que também já se sabe o suficiente, modificação na descendência dos seres. Simplesmente não vejo espaço aí para hipotetizar seriamente que de alguma forma possa ter sempre existido ou vindo a se desenvolver no universo uma mente com superpoderes.

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E esse é justamente o problema, para entendermos uma “idéia” precisamos dar forma a ela, geralmente, à nossa imagem e semelhança. A necessidade exige que deus, para existir, tenha necessariamente, que ter, no mínimo, as definições que “acreditamos”, só porque acreditamos nisso.
Uma definição associada a um rótulo é extremamente útil para esse tipo de discussão. Não vejo sentido algum em se falar de "deus" num sentido literal (exemplo, diferentemente de "Eric Clapton é um deus da guitarra") se estivermos falando de algo que não tem uma mente nem é superpoderoso, da mesma forma que não tem sentido se usar o termo "lobisomem" para se referir à tartarugas.

Não é que se creia que deuses tenham que ter ter uma mente e superpoderes; é essa a definição de deuses. Se fala-se de uma "coisa" que tem "superpoderes", mas é desprovida de mente, não é um bem deus, é uma "força" ou sei lá o que. Se tem mente mas não tem superpoderes, pode ser um tipo de cérebro suficientemente avançado, ou talvez inteligência artificial, mas não deus. Se de alguma forma é algo responsável pela origem do universo tal como é, mas não é consciente ou não usou "superpoderes", também não é deus.


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Segundo sua própria definição, para criar o universo ou grandes partes dele, ter existido “desde sempre”, sem qualquer origem (diferente do conhecido e não meramente hipotético) o “nada absoluto” não teria que ser algo especialmente poderoso? Esse “nada absoluto” ao menos existe, no sentido literal da expressão?
Não sei, não sei se nada absoluto existiu ou se existe. Não sei se seria superpoderoso, isso dependeria do que se propusesse que esse nada pudesse fazer; a coisa mais lógica me parece que nada não fizesse coisa alguma, e logo não tivesse poder algum.


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Então foi o “nada absoluto” que “no meio da eternidade”  tendo tido a vontade de criar essa fazenda de formigas, criou acidentalmente as formigas de “Constantine”?
(Constantine?)
Bem, primeiramente não sei. Acho que o nada, por não ser coisa alguma, também não cria nada. Se - repetindo se, o que eu não sei - antes de existir qualquer coisa, não existiu nada, não foi o nada que criou. Talvez o que temos como relações causais de passado determinando o futuro não valha para esse ponto inicial da história, onde talvez o futuro determinasse o passado, sendo o universo todo como um objeto, eventos sendo como sua estrutura, algo que simplesmente existe. Seria mais ou menos como se andássemos num carrinho desses de playcenter; eventualmente aprendêssemos que podemso prever o que veremos adiante com base em dados do que vemos agora, estabeleceriamos relações causais. Em teoria, o mesmo é verdade, se estivessemos voltando.

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Realmente, essa é a grande diferença, o teísta desenvolve uma teoria. Quando o ateu questiona o que causou, se houve causa para o Big Bang, ou mesmo se realmente ocorreu, ou se foi um início “absoluto” da existência, o que teoriza? Ou não teoriza para não criar mais complexidade a ser explicada? E criar complexidade agora se tornou um problema?
Excluindo todas as possibilidades mencionadas, o que é se ater ao mais diretamente relacionado à questão?
Teoriza sim, mas parcimoniosamente. Existem hipóteses mais ou menos parcimoniosas. Se chama de parcimoniosa, por exemplo a hipótese do Lula ser presidente porque foi eleito pela maioria de votos de um povo que via nele a esperança de mudança e tals. Uma hipótese menos parcimoniosa seria que Fidel Castro, Chavez e diversas organizações comunistas sabotaram as eleições. Menos parcimoniosa ainda seria se envolvesse Elvis, que não morreu, como cabeça da conspiração. Mais ainda se Elvis era na verdade um ET "cinza". Mais ainda se tudo isso foi vontade de Deus.

A complexidade problemática é aquela da qual não se tem evidência nenhuma que existe pra começar. Se a janela está aberta, e os papéis da mesa voaram, é mais provável que tenha sido o vento do que duendes sapecas ou espíritos zombeteiros; duendes e espíritos são complexidades desnecessárias.

Há ainda os agravantes de hipóteses que além de desnecessariamente complexas, não podem ser testadas. Por exemplo, solipsismo.

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O deísmo não surge tanto de indagação, mas como resquício de monoteísmo, apego. No monoteísmo, deus é a "causa primeira" para tudo, em vez de ser simplesmente uma explicação para o universo no estado presente. Pela lógica de se hipotetizar um deus como "explicação" para o inexplicado, hipotetizaria-se uma cadeia infinita de criações divinas, deuses criando deuses, infinitamente, até que um "último" deus cria o nosso universo. Na imensa maior parte do tempo essa "lógica" é quebrada sem mais nem menos, simplesmente porque não é tradicional ao monoteísmo sugerir tal coisa. Uma vez aceito ainda que hipoteticamente esse deus, pronto, acabou, não há mais a suposta ânsia de explicação que havia para o resto do universo aplicada para ele mesmo, por algum motivo, parece muito mais aceitável que algo sobre o qual a única coisa que se "sabe" é que é "tipo um cara" possa existir desde sempre, e "no meio da eternidade" criar o universo.

Afinal, o que surge da indagação não é um “nada absoluto”? E afinal esse nada não é uno e a causa primeira para tudo, mas não uma simples explicação para o universo presente?
Bem, acho que não; o "nada", a meu ver, não explicaria coisa alguma acerca do presente, seria apenas uma constatação quanto ao passado.


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E por que será que esse “nada absoluto” tão moderno e ocidental, nascido num cenário monoteísta, nunca foi hipotetizado como uma cadeia infinita que levou a um nada capaz de gerar o universo? E por que a grande explosão é uma? E por que o universo é um? Será que todos os “uns” são influencia desse resquício monoteísta ou da indagação simples? Qualquer lógica “una” não pode ser quebrada da mesma forma?
Bem, na verdade existem várias hipóteses, além de um big-bang mais "clássico":

- de universo infinito em tempo e espaço (hoje grandemente desacreditada)

- de universo cíclico ou pulsante, ou seja, de certa forma é infinito, mas eventualmente se contrai em um "big crunch", que depois novamente se expande em big-bang, eternamente;

- existem hipóteses de múltiplos (infinitos e crescendo, se não me engano) universos incomunicáveis, acho que havendo teorias em que todos teriam surgido do seu próprio BB, quanto de um BB apenas, em que em cada fração quase infinitesimal de segundo, fuzilhões de universos diferentes, minima ou drásticamente, são criados. Existe ainda uma que ouvia outro dia de que universos teriam "universos filhos" dentro de buracos negros, acho que também infinitamente, mas algumas "linhagens" seriam mais prolíficas e outras se extinguiriam por causa de leis da física que colaborassem pouco para origem de buracos negros (não sei se isso se daria também para sempre, ou se haveria um primeiro em algum momento);

Eu pessoalmente acho que só existe um universo, não consigo conceber o que seria um "outro" universo, nem tenho motivos para crer que existam. Tenho obrigatoriamente que crer em ao menos um, pois estou nele. A mesma lógica não se aplicaria com deuses, de ser mais provável existir apenas um, porque, por tudo que sabemos, as coisas mais parecidas com deuses que existem, são espécies de animais com mentes, e não existem e nem poderiam a vir a existir como apenas um só, por geração espontânea, em vez disso vêm de um longo processo de evolução gradual que envolveu e resultou em diversos indivíduos.


  

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Uma vez aceito, ainda que hipoteticamente, esse “nada absoluto” não estanca a ânsia de explicação para o universo e parece muito mais aceitável, mesmo que tudo que se saiba é que “não existe de fato”, aqui ou no espaço, já que comprovadamente nenhum vácuo é perfeito, totalmente desprovido de matéria ou energia?
Bem, quanto a mim, não.


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Então, isso significa, que a única explicação “lógica” sem qualquer resquício de monoteísmo ou apego é que apesar de não podermos “detectar” um “nada absoluto” (transcendental e matafísico) em que muitos acreditam, tudo veio dele?
Não é a única explicação lógica; como disse antes, há outras hipóteses. Acho que as mais evidencialmente embasadas todas hoje concordam ao menos que em dado momento do passado distante, toda a matéria do universo estava condensada em um espaço muito menor, que se expandiu incrivelmente.

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Hipótese por hipótese, algo análogo a um bule derramando chá, ou como uma construção de uma colméia por abelhas, ou uma aranha tecendo uma teia, como analogia para a origem do universo, são "tão boas" quanto algo superpoderoso com algo análogo ao cérebro humano. Mas esse tipo de coisa é simplesmente desconsiderada na vasta maioria do tempo, e até vista como chacota ou ridícula, quando não há diferença real, em se tratando do quanto é algo inexplicado, ou em "poder de explicação por definição". Há uma tendenciosidade, talvez da natureza humana, para hipóteses antropomórficas.

Qualquer analogia bem construída serve para explicar qualquer coisa, até dizer que deus é um nada absoluto, transcendental e metafísico, que existe desde sempre no meio da eternidade, mas não pode ser detectado aqui ou no espaço e por isso não existe, mas criou o universo. Se substituirmos a expressão “nada absoluto” por “deus” ou vice-versa, tudo vira a mesma coisa, algo inexistente e inexplicável, mas no qual, talvez por uma influência monoteísta, todos acreditem atualmente ser algo “uno” e “possível”, mas não, provável.
Apenas enfatizando o que acredito que seja condizente com a maioria das teorias atuais: o nada, se é que alguma vez "existiu", não deve ter criado coisa alguma, mesmo que tenha antecedido a existência de qualquer coisa. Acho que é isso. Não leio muito sobre o assunto, mas não me lembro de alguém sério (ou seja, sem serem criacionistas em fóruns de discussão ou sites criacionistas) dizer que "o Nada criou o mundo".

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E por favor, entenda, como “possibilidade” eu acredito tanto em deus como em nada absoluto. Não estou defendendo uma causa, mas apenas tentando me ater a questão em questão, ou seja, as especulações feitas no trecho retirado de um livro de Carl Sagan sobre o ateísmo.

Tá ok.

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #106 Online: 08 de Julho de 2006, 02:52:56 »
Não é que se creia que deuses tenham que ter ter uma mente e superpoderes; é essa a definição de deuses. Se fala-se de uma "coisa" que tem "superpoderes", mas é desprovida de mente, não é um bem deus, é uma "força" ou sei lá o que. Se tem mente mas não tem superpoderes, pode ser um tipo de cérebro suficientemente avançado, ou talvez inteligência artificial, mas não deus. Se de alguma forma é algo responsável pela origem do universo tal como é, mas não é consciente ou não usou "superpoderes", também não é deus.

Essa é a definição "religiosa" de deuses. Vou repetir: religiosa!

Se ateísmo se resumisse apenas a duvidar da existência de um deus "caracterizado" por qualquer religião de qualquer tempo ou lugar, eu poderia me dizer ateísta, mas para ser mais "sicera" e "clara" sou apenas "a-religiosa".

As religiões de uma forma geral pregam que deus é onipotente, onisciente e onipresente, além de ser bom e justo. Essa é a fórmula do homem religioso.

Não sendo religiosa, não preciso me ater a essas definições, mas acreditar na possibilidade de que  exista um deus e que não precise, necessariamente, ser nada disso.

A primeira vista pode ser estranha a idéia de um deus nem bom e nem justo, por exemplo. Mas bondade e justiça são qualidade éticas. Não estou dizendo com isso que deus, existindo, seja ruim ou injusto, mas apenas prático. Deus precisa ser ético apenas dentro das religiões, fora delas pode ser qualquer coisa. A ética é uma noção humana ou uma carência humana.

Tudo que se delega a deus são apenas reflexos de nossas próprias características, desejos de alcançar ou necessidades - nós moldamos tudo "à nossa imagem e semelhança", inclusive deus.

O universo é perfeito e sugere um projeto inteligente. Perfeito, no sentido de funcional, devido a sua própria estrutura e funcionamento. Tudo se encaixa, se completa e a própria seleção natural, que vai muito além das espécies, se encarrega espetacularmente da destruição de uma parte necessária a preservação do todo. Pode não ser boa, agradável ou justa essa observação, mas certamente é prática. Funciona. Que é o suficiente para que se mantenha o equilíbrio.

As incertezas são grandes demais para que tenhamos qualquer certeza, como disse Sagan. O que sabemos é uma pequena parte comparada ao ignoramos sobre o universo, suas causas e efeitos, seu princípio, estrutura, forma, ou melhor, da pequena parte do universo que as nossas limitações alcançam.

Não estou dizendo que deus exista, muito menos que existindo, tenha qualquer característica das que normalmente se delega a necessidade dessa existência, apenas que diante de tudo que sabemos, e principalmente, do que não sabemos e talvez do que nem mesmo imaginemos, é possível.

Particularmente, eu acredito que deus existe, mas não faço disso uma bandeira. Nunca foi minha inteção defender essa idéia ou convencer alguém disso, mas apenas expor que as possibilidades de estar certa são tão grandes quanto as de estar errada - como exemplificou, Carl Sagan, no trecho citado nesse tópico.

Na verdade, Sagan falou das impossibilidades do ateísmo, como certeza, mas que podem ser perfeitamente aplicáveis ao teísmo ou a qualquer ideologia. Dentro da Ciência, mesmo as provas, sabemos disso, podem ser refurtadas por novas provas. Nada é absoluto, imutável e universal ou como disse Einstein, as verdades são temporais, sendo de tempos em tempos substituídas por novas verdades.

Tudo é relativo! E na minha opinião, o que existe de mais relativo, são nossas verdades pessoais. Somos fruto do meio, influenciados por tudo que nos cerca e por tudo que somos. Talvez, não possamos lutar contra o que acreditamos, mas podemos ser sensatos e carregar ao lado de cada convicção a certeza de que podemos estar completamente equivocados.

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #107 Online: 08 de Julho de 2006, 12:59:01 »

Sim, seria melhor abrir um novo tópico, o assunto já está ficando off-topic.

Seria interessante você ler um post que o Fayman escreveu no fórum RV sobre o big-bang. É muito elucidativo sobre o que está sendo discutido aqui.

Off-topic parece ser a síntese desse tópico! Quase ninguém se limitou a falar do trecho postado.

Eu vi o post do Fayman, entre outros e achei melhor selecionar alguns trechos para exemplificar minhas citações.

Os textos a seguir foram retirados da Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 22, no 1,março de 2000.

“A A moderna teoria de partículas elementares, atestada por experimentos complexos realizados com aceleradores de partículas modernos confirmam, que o universo, como o conhecemos até o momento, é composto por campos de matéria, cujas excitações corpusculares são férmions, por exemplo, elétrons e quarks, e campos intermediadores das interações fundamentais, cujas excitações elementares são bósons, por exemplo, fótons e glúons. Partículas subnucleares como os hádrons são compostas de quarks e glúons. Todos os campos quânticos mencionados acima apresentam flutuações do ponto zero, classificadas como sendo de um vácuo eletromagnético, eletrônico, quarquônico, etc, e portanto, se pudermos criar as condições adequadas eles exibirão alterações da energia do vácuo, isto é, o efeito Casimir.”

“A noção moderna de um vácuo quântico dotado de uma estrutura rica e capaz de desempenhar um papel dinâmico é muito mais do que uma noção teórica acadêmica e traz consigo efeitos que podem ser observados experimentalmente. Além do próprio efeito Casimir temos, por exemplo: o desvio de níveis atômicos de energia e a taxa de emissão espontânea de um átomo em razão de sua interação com o campo eletromagnético do vácuo no espaço livre e no interior de cavidades metálicas. Há outros efeitos previstos que ainda não foram observados, mas que se revelam importantes e mesmos fascinantes, como por exemplo, a possibilidade de extrair do vácuo pares de partículas e anti-partículas por meio de campos elétricos intensos (mecanismo de Schwinger)”

Foram feitos em cima de 25 referências e se quiser depois posso postá-las.

O que entendo dos trechos mencionados é que o “vazio quântico” possui os meios (a energia do ponto zero) para a geração espontânea de matéria (partículas e antipartículas virtuais) se pudermos criar as condições adequadas, como no Efeito Casimir. E que isso (a geração espontânea de matéria) ocorre em razão da sua interação com o campo eletromagnético fora e dentro das placas metálicas.

Penso que isso explica que o “vazio quântico” pura e simplesmente não gera matéria, mas apenas possui os meios (flutuações de energia) quando nele inserimos as condições (placas, esferas, cilindros).

Então, até o momento, sabemos que isso ocorre em condições “especiais”, mas não podemos afirmar o mesmo para condições naturais, como o espaço. É possível, mas não provável.

E entendo com isso que temos que levar em consideração um detalhe que pretende passar quase desapercebido. Nessas condições especiais mencionadas não há ausência de matéria nesse vácuo produzido, já que as placas introduzidas para o experimento são bem “materiais” e o surgimento das partículas ocorre dentro das condições de fronteira entre essas duas placas.

Ou seja, o “vazio quântico” possui os meios para a geração de matéria, mas precisa, no entanto, da presença de “matéria” pré-definida para a realização. O que torna a teoria inflacionária, na minha opinião, dependente da existência anterior de uma porção de matéria (condições de fronteira) para a geração de toda a matéria posterior. Isso, é claro, baseando-se nos textos acima.

Por enquanto, penso que “minha” teoria não foi quebrada: matéria produz matéria e matéria não surge do nada, ou seja, na ausência de matéria. Pode, e até considero que seja bastante possível, mas ainda não podemos afirmar isso, apenas supor e criar modelos em cima dessas suposições.

Offline Hold the Door

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #108 Online: 08 de Julho de 2006, 13:14:28 »
Não. Você interpretou errado. A criação e aniquilação de matéria não depende das condições de contorno ou de matéria pré-existente.

Na verdade, as placas no efeito Casimir fazem exatamente o contrário do que você está achando. Falando em termos bem leigos, as placas limitam o efeito de criação e aniquilação de partículas no espaço entre elas. Como não existe este limite fora deste espaço, acaba surgindo uma "pressão" devido a esta diferença.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #109 Online: 08 de Julho de 2006, 15:55:26 »
Não é que se creia que deuses tenham que ter ter uma mente e superpoderes; é essa a definição de deuses. Se fala-se de uma "coisa" que tem "superpoderes", mas é desprovida de mente, não é um bem deus, é uma "força" ou sei lá o que. Se tem mente mas não tem superpoderes, pode ser um tipo de cérebro suficientemente avançado, ou talvez inteligência artificial, mas não deus. Se de alguma forma é algo responsável pela origem do universo tal como é, mas não é consciente ou não usou "superpoderes", também não é deus.

Essa é a definição "religiosa" de deuses. Vou repetir: religiosa!

Se ateísmo se resumisse apenas a duvidar da existência de um deus "caracterizado" por qualquer religião de qualquer tempo ou lugar, eu poderia me dizer ateísta, mas para ser mais "sicera" e "clara" sou apenas "a-religiosa".

Eu acho que qualquer definição de "deus" que fuja de algo de alguma forma inteligente, e superpoderoso, está deixando de ser "deus" no sentido estrito da palavra, e passando a ser algo no mínimo metafórico, senão apenas o aproveitamento da palavra para outra coisa que nada tenha a ver com o sentido dela.

E não entendo bem o que quer dizer com isso ser "definição religiosa". Me parece simplesmente a mais genérica possível, para algo que se possa chamar de "deus", em qualquer religião, ou um deus "novo", que não tenha sido mais detalhado em qualquer religião. Uma definição religiosa, a meu ver, é bem mais específica, como você mencionou:

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As religiões de uma forma geral pregam que deus é onipotente, onisciente e onipresente, além de ser bom e justo. Essa é a fórmula do homem religioso.

Não sendo religiosa, não preciso me ater a essas definições, mas acreditar na possibilidade de que  exista um deus e que não precise, necessariamente, ser nada disso.

Sim, e diversas correntes relgiosas podem detalhar mais a coisa, em diversos graus. Mas mesmo descartando-se os detalhes que cada religião dá, me parece que inteligência ou mente e superpoderes são o mínimo para a definição de deus, e se aplicariam para deuses de qualquer religião, YHVH, Zeus, Quetzalcoatl, etc. Mais ou menos como "pessoa" pode se aplicar a mim, a você, e a qualquer outro ser humano a despeito de quem especificamente é essa pessoa, que seria equivalente a descrição religiosa, mais específica. Agora, não dá para dizer de forma não-metafórica que um computador é uma pessoa, mesmo que passe no teste de Turing; ou um sapato, ou um carro. De forma parecida, não acho que uma girafa ou a gravidade possam ser considerados deuses.

Senão é mais ou menos como dizer que talvez existam lobisomens porque talvez existam pessoas más a ponto de matarem os próprios filhos à mordidas; o lobisomem "clássico", homem que de fato se transforma em lobo, seria uma visão "fundamentalista" da coisa, que não precisaria ser assim. Duendes, também; assim como deus não precisa ser um velho barbudo sentado num trono nas núvens, mas algo muito mais vago, duendes não precisam ser humanoidezinhos materiais com orelhas pontudas, mas pequenos "espíritos", ou entidades "imateriais" de alguma forma, e com poderes inferiores aos de um deus. Acho até que essa definição ainda vale, mas não valeria se por exemplo, eles não tivessem personalidade, fossem "entidades zumbis", como uma "força" misteriosa e inconsciente que de vez em quando provocam coisas que nos paressem travessuras, como fazer as nossas chaves sumirem de onde estavam, e aparecer em outro lugar onde nunca colocamos.


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A primeira vista pode ser estranha a idéia de um deus nem bom e nem justo, por exemplo. Mas bondade e justiça são qualidade éticas. Não estou dizendo com isso que deus, existindo, seja ruim ou injusto, mas apenas prático. Deus precisa ser ético apenas dentro das religiões, fora delas pode ser qualquer coisa. A ética é uma noção humana ou uma carência humana.

Entendo isso, o que eu defendo que é o mínimo possível para ser classificável como "deus" sem perder o sentido mínimo da palavra, não inclui qualquer coisa moral, veja por exemplo, os deuses gregos que não são muito diferentes de pessoas, com diversos graus de moralidade. E mesmo YHVH e Allah, segundo umas correntes teístas, não seriam bons de verdade, mas apenas se diriam ser bons, por orgulho e enganação, mas como YHVH confessa em Isaías, prepararia todo o mal.



Offline HSette

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #110 Online: 08 de Julho de 2006, 17:10:36 »
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- de universo infinito em tempo e espaço (hoje grandemente desacreditada)

Longe de desacreditada, Danniel.

Ao contrário. Entre a grande maioria dos cosmólogos modernos, é a hipótese preferencial, pelo menos em relação ao espaço. A dimensão temporal, numa situação de singularidade (como a do Big Bang) estaria como que "congelada".
« Última modificação: 08 de Julho de 2006, 17:12:24 por HSette »
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #111 Online: 08 de Julho de 2006, 19:18:04 »
hum.... é que confundi um pouco com estado estacionário...

e engraçado, imaginava que fosse o contrário.... tempo e espaço, "principalmente" espaço, finitos... daí a analogia com um espaço que dá a volta sobre si mesmo como uma esfera. Assim o espaço ao menos teria que ser finito; o tempo, por outro lado, poderia ser infinito mesmo assim, desde que antes do BB, apenas as dimensões materiais estariam "congeladas", (durante algum tempo, ao menos, acho... não sei porque teria que ser para sempre), mas o tempo continuaria fluindo, numa analogia, seria como uma imensa barra cilíndrica, com o seu comprimento sendo o "tempo", em comparação com um cone, que se "expande" ao passar do "tempo"...

Já um espaço infinito e tempo finito.. taí outra coisa de cosmologia que vou levar um tempo para conseguir "visualizar"..

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #112 Online: 10 de Julho de 2006, 11:30:59 »
Não. Você interpretou errado. A criação e aniquilação de matéria não depende das condições de contorno ou de matéria pré-existente.

Estou tentando entender o assunto, mas as fontes são controversas. A maior parte delas exibe textos tendenciosos, que defendem ou atacam sutilmente posições, tentando antes “convencer” que elucidar. Tenho selecionado apenas os mais imparciais, que em geral, estão em sites de faculdades ou organizações especializadas, como a revista citada.

Nesse caso, eu apenas concluí o que o texto diz:

(A teoria de partículas confirma, que o universo é composto por campos de matéria. Os campos quânticos apresentam flutuações do ponto zero e “se pudermos criar as condições” exibirão alterações da energia do vácuo.)

“Se pudermos criar as condições” indica a necessidade de uma condição específica, no caso, a inserção das placas, para a verificação do efeito. O que é explicito no trecho seguinte.
 
(A noção moderna de um vácuo quântico traz consigo efeitos que podem ser observados: a taxa de emissão espontânea de um átomo “em razão” de sua interação com o campo eletromagnético do vácuo no espaço livre e no interior de cavidades metálicas.)

A expressão “em razão” dentro do contexto significa que o efeito (emissão espontânea) é observado na interação do meio (vácuo quântico) com a causa (condição de contorno imposta pelas placas).

Não está implícito e nem explícito que o meio sem a causa gere o efeito ou que isso tenha sido observado em circunstâncias naturais, como no espaço. Ao contrário, o texto é bastante claro com relação às condições “exigidas” para a verificação.

Somente a parte da matéria “pré-existente” foi interpretação minha em relação a teoria do Universo inflacionário, mas baseada no que o texto diz sobre as condições “necessárias”.

Na verdade, as placas no efeito Casimir fazem exatamente o contrário do que você está achando. Falando em termos bem leigos, as placas limitam o efeito de criação e aniquilação de partículas no espaço entre elas. Como não existe este limite fora deste espaço, acaba surgindo uma "pressão" devido a esta diferença.

No caso, eu diria que a sua interpretação é que está equivocada, isso, baseando-se no texto apresentado, é claro. Talvez você possua um conhecimento mais profundo que ignoro e em função disso tenha ignorado o que o texto apresentado diz.

Levando em conta o texto, que foi a mais imparcial e detalhada explicação que encontrei, não só sobre o Efeito Casimir, mas também sobre o que significa o vácuo quântico e suas oscilações, não fiz qualquer interpretação que fugisse do que está escrito. Talvez o problema aqui seja que esse texto é o melhor conhecimento que possuo do assunto.

Infelizmente, estou limitada a um conhecimento muito resumido, embora tenha achado o texto mencionado, bastante completo. E sou muito cética quanto a textos e opiniões, não por achar que estão mentindo intencionalmente, mas por acreditar que podem estar baseados em cima de conhecimentos equivocados. Por isso, postei o texto para que você desse uma olhada, já que conhece o assunto melhor que eu.

Penso que a Internet é uma das fontes mais “inseguras” que existem, mas no caso é meu principal veículo de informação. Por isso sou bastante observadora e seletiva com relação a intenção (implícita) que os textos pretendem.

E como cética e me sinto obrigada, a pelo menos, tentar filtrar as informações. O que se torna difícil quando não conhecemos o assunto, pois é preciso focar a atenção na intenção implícita escrita nas “entrelinhas”.

E por favor, essa “intenção implícita” não significa, necessariamente, maldosa, feita para distorcer, mas feita em cima de distorções. Um texto, mesmo equivocado, pode ser muito convincente, principalmente se não conhecemos a fundo o assunto. Sabemos que a lógica funciona mesmo partindo de um pressuposto falso e pretendo não me deixar convencer por esses pressupostos, por isso tanta cautela e questionamento, não fique bravo comigo.

Offline Hold the Door

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #113 Online: 10 de Julho de 2006, 15:23:25 »
Não. Você interpretou errado. A criação e aniquilação de matéria não depende das condições de contorno ou de matéria pré-existente.

Estou tentando entender o assunto, mas as fontes são controversas. A maior parte delas exibe textos tendenciosos, que defendem ou atacam sutilmente posições, tentando antes “convencer” que elucidar. Tenho selecionado apenas os mais imparciais, que em geral, estão em sites de faculdades ou organizações especializadas, como a revista citada.

Nesse caso, eu apenas concluí o que o texto diz:

(A teoria de partículas confirma, que o universo é composto por campos de matéria. Os campos quânticos apresentam flutuações do ponto zero e “se pudermos criar as condições” exibirão alterações da energia do vácuo.)

“Se pudermos criar as condições” indica a necessidade de uma condição específica, no caso, a inserção das placas, para a verificação do efeito. O que é explicito no trecho seguinte.
A interpretação não está correta. Você está confundindo o efeito Casimir com a criação e aniquilação de pares de partículas virtuais. Essa criação e aniquilação existe devido às flutuações do vácuo quântico, independente de qualquer outra coisa. Para observar o efeito Casimir, devido à esta flutuação você precisa criar as condições. São condições para existência do efeito Casimir, não condições para a existência da criação/aniquilação.

 
(A noção moderna de um vácuo quântico traz consigo efeitos que podem ser observados: a taxa de emissão espontânea de um átomo “em razão” de sua interação com o campo eletromagnético do vácuo no espaço livre e no interior de cavidades metálicas.)

A expressão “em razão” dentro do contexto significa que o efeito (emissão espontânea) é observado na interação do meio (vácuo quântico) com a causa (condição de contorno imposta pelas placas).
Aqui você confundiu a emissão espontânea de um átomo com o efeito Casimir. A emissão espontânea é dada pela interação do átomo com o vácuo quântico. Ele não está falando do efeito Casimir aqui.

Não está implícito e nem explícito que o meio sem a causa gere o efeito ou que isso tenha sido observado em circunstâncias naturais, como no espaço. Ao contrário, o texto é bastante claro com relação às condições “exigidas” para a verificação.
De novo, você está confundindo a causa com o efeito. A causa é a flutuação do vácuo, que faz surgir constantemente pares de partículas virtuais que são criados e aniquilados em um tempo curtíssimo. Os efeitos, como Casimir, emissão espontânea, etc., são devido à interação dessa flutuação com as placas ou com o átomo.

Somente a parte da matéria “pré-existente” foi interpretação minha em relação a teoria do Universo inflacionário, mas baseada no que o texto diz sobre as condições “necessárias”.
A única condição necessária é o período de inflação. Ele fornece a "condição de contorno" para a criação de toda a matéria.

Na verdade, as placas no efeito Casimir fazem exatamente o contrário do que você está achando. Falando em termos bem leigos, as placas limitam o efeito de criação e aniquilação de partículas no espaço entre elas. Como não existe este limite fora deste espaço, acaba surgindo uma "pressão" devido a esta diferença.

No caso, eu diria que a sua interpretação é que está equivocada, isso, baseando-se no texto apresentado, é claro. Talvez você possua um conhecimento mais profundo que ignoro e em função disso tenha ignorado o que o texto apresentado diz.
Não, não ignorei o texto. Mas repito, sua interpretação está equivocada sim. O que eu falei é baseado na dedução do efeito é deduzido à partir do vácuo quântico.

Correndo o risco de ser repetitivo. O efeito Casimir (e outros) é uma previsão da teoria (que foi experimentalmente confirmada) devido à existência dessa criação/aniquilação presente no vácuo quântico. O efeito Casimir só existe porque existe este fenômeno e não o contrário. Ou seja, a criação/aniquilação existentente gera, quando submetida às condições de contorno, o efeito Casimir.

Levando em conta o texto, que foi a mais imparcial e detalhada explicação que encontrei, não só sobre o Efeito Casimir, mas também sobre o que significa o vácuo quântico e suas oscilações, não fiz qualquer interpretação que fugisse do que está escrito. Talvez o problema aqui seja que esse texto é o melhor conhecimento que possuo do assunto.
O problema é que você interpretou o texto à partir do ponto de vista que já tinha sobre o assunto.

Infelizmente, estou limitada a um conhecimento muito resumido, embora tenha achado o texto mencionado, bastante completo. E sou muito cética quanto a textos e opiniões, não por achar que estão mentindo intencionalmente, mas por acreditar que podem estar baseados em cima de conhecimentos equivocados. Por isso, postei o texto para que você desse uma olhada, já que conhece o assunto melhor que eu.

Penso que a Internet é uma das fontes mais “inseguras” que existem, mas no caso é meu principal veículo de informação. Por isso sou bastante observadora e seletiva com relação a intenção (implícita) que os textos pretendem.

E como cética e me sinto obrigada, a pelo menos, tentar filtrar as informações. O que se torna difícil quando não conhecemos o assunto, pois é preciso focar a atenção na intenção implícita escrita nas “entrelinhas”.

E por favor, essa “intenção implícita” não significa, necessariamente, maldosa, feita para distorcer, mas feita em cima de distorções. Um texto, mesmo equivocado, pode ser muito convincente, principalmente se não conhecemos a fundo o assunto. Sabemos que a lógica funciona mesmo partindo de um pressuposto falso e pretendo não me deixar convencer por esses pressupostos, por isso tanta cautela e questionamento, não fique bravo comigo.

Acho que a sua principal dificuldade com o assunto está na confusão da causa com o efeito. Você está achando que as partículas virtuais só são criadas quando você coloca as condições de contorno, quando na verdade as condições de contorno apenas restringem a criação das partículas virtuais (o próprio nome já diz, são condições de contorno).
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Atheist

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #114 Online: 10 de Julho de 2006, 20:28:08 »
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O ceticismo filosófico não afirma que não há como conhecer a verdade, mas apenas que toda verdade é questionável.

Com esta definição não há como imputar ao ateu algo como crença.

Offline Gil

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #115 Online: 10 de Julho de 2006, 23:02:29 »
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O ceticismo filosófico não afirma que não há como conhecer a verdade, mas apenas que toda verdade é questionável.

Com esta definição não há como imputar ao ateu algo como crença.

Depende do ateu, o ateu forte seria o que acredita na inexistência de deus. Esse é crente em algo.
Se eu não sei eu não digo nada.

Tarcísio

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #116 Online: 10 de Julho de 2006, 23:30:15 »
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O ceticismo filosófico não afirma que não há como conhecer a verdade, mas apenas que toda verdade é questionável.

Com esta definição não há como imputar ao ateu algo como crença.

Depende do ateu, o ateu forte seria o que acredita na inexistência de deus. Esse é crente em algo.

A questão não é essa Gil, mas é que nenhum cético filosófico é ateu forte. O ateu ainda tem a possibilidade de crer que deus não existe, já o cético filosófico não crê em nada.

Muitos aqui dizem serem discrentes em Deus... mais gente do que eu esperava. Não vejo por que quem defende o ceticismo científico não defende o Ateísmo forte.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #117 Online: 11 de Julho de 2006, 03:21:10 »
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O ceticismo filosófico não afirma que não há como conhecer a verdade, mas apenas que toda verdade é questionável.

Com esta definição não há como imputar ao ateu algo como crença.

Depende do ateu, o ateu forte seria o que acredita na inexistência de deus. Esse é crente em algo.

acreditar na inexistência de deus, acreditar na inexistência de fadas, crer na inexistência de poderes dos cristais ou que algum deus dê dentes de ouro para as pessoas, ou crer que o meu nome é o que está no meu RG e não Ajhrashnathaghn 7, são todas crenças.

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #118 Online: 11 de Julho de 2006, 09:23:14 »
Correndo o risco de ser repetitivo.

Desculpe-me, Angelo! Você está sendo repetitivo por minha culpa. Não estou explicando direito a coisa.

Eu já compreendi perfeitamente suas afirmações!

O impasse não está no que eu e você acreditamos ou dizemos aqui, mas nas fontes!

Encontrei textos que "afimam" categoricamente tanto uma quanto outra versão, por isso ainda não tomei posição. Não estou levando o que acredito em conta e nem tomando parte.

Se levantei a versão contrária é justamente, para que discutíssemos o assunto, porque ela difere do que você tem afirmado, para que possa me explicar por que isso acontece e por que devo escolher entre as duas.

Se eu não tivesse encontrado textos que se contradizem não teria porque duvidar da versão que me apresentou. O fato é que existe outra versão, semelhante, mas diferente em pontos importantes.


Offline Marcelo Terra

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #119 Online: 11 de Julho de 2006, 09:37:34 »
Não vejo por que quem defende o ceticismo científico não defende o Ateísmo forte.

Por que deveria?

Luz

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #120 Online: 11 de Julho de 2006, 09:38:58 »
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O ceticismo filosófico não afirma que não há como conhecer a verdade, mas apenas que toda verdade é questionável.

Com esta definição não há como imputar ao ateu algo como crença.

Atheist,

Penso que tanto aqueles que acreditam como aqueles que tem certezas sobre a existência ou não de deus, apoiam-se em suas próprias crenças, já que não há "provas" que sustentem quaisquer especulações afirmativas ou negativas sobre o assunto.

Se pudessemos "provar" qualquer coisa a esse respeito ou não existiram mais ateus ou não existiriam mais teístas.

Essa discussão toda só existe porque existem dúvidas, especulações e crenças, mas nenhuma prova definitiva que possa por um ponto final ao assunto.

Offline Latorre

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #121 Online: 11 de Julho de 2006, 11:32:14 »
Santa paciência... :stunned:
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Citação de: Alenônimo em 05 de Julho de 2006, 14:06:53
Acentuação ele esquarteja em todos os seus posts. Disso não há dúvidas.
Já corrigi uma crase sua e já disse que as pessoas erram na pressa de escrever.
Quando você vai ler a maldita lista de falácias? Acentuação é uma falácia. Ou seja, você cometeu um erro de lógica ridículo, e não simplesmente errou um acento gráfico. Foi isso o que eu e depois o Alê dissemos. Mas claro, você não entendeu porque desconhece a lista. Que tal ir lá agora ler "acentuação/ênfase" e diminuir a quantidade de baboseira que você está postando?

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Simples. Eu não digo que sim, nem digo que não. Só digo que os outros não podem afirmar que sim, nem que não.
Denovo... tenha dó...
Cara... afirmar que sim, é claro que se pode. Desde que tenha provas. Afirmar que não é impossível, justamente porque não se pode provar uma negativa.

Agora, deixar de afirmar pra simplesmente citar, não tem a mínima utilidade. Por exemplo, eu posso citar agora que você é um psicopata maníaco. Mas sem provas, de que serve??

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Quanto a isso eu não errei. Como eu disse: impossível errar sem ter afirmado.
Idem acima. Se não vai afirmar (subentenda-se, afirmar e comprovar), fique quieto. Ou vá filosofar no Fórum Ascenção. Lá o pessoal gosta de "colocações" ao léu.

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Tem gente afirmando sim! Falam até que é impossível que Deus exista.
Cite. Tá todo mundo esperando esse seu "tem gente". Que gente é essa?

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Repito. Tem gente dando certeza das coisas.
Repito: e bem alto:
QUEM É ESSA GENTE!?

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Quanto a minha assinatura: o "diga" está no sentido de afirmar. Alguns podem não ter entendido. Depois eu troco.
Sua assinatura tem um erro de lógica ridículo cujo eu já apontei. Não há outras interpretações.

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Minha assinatura diz tudo sobre mim.
:histeria:
Percebe-se.

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Eu falo o que eu penso
Interessante. Mas falar o que pensa sem provar não vale de nada, e não importa o que faça ou deixe de fazer, vai continuar valendo de nada.

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pois sei que vocês podem estar certos mas, podem estar errados, assim como os religiosos(editado: estou tentando dizer que os religiosos também podem estar certos ou errados).
Os religiosos não admitem que podem estar errados. Eis a diferença.

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Aonde houver a fé, levarei a dúvida.
Que tal aprender como fazer isso? Que tal usar a duvida sistematicamente, ao invés de criar toda essa diarréia mental e lógica que não chega a lugar algum?

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Aonde houver a descrença, levarei a dúvida.
Dúvida de que? De que acreditar em algo é melhor? De que ao comprar um carro usado, basta acreditar no que o vendedor diz sobre o motor? Que acreditar na homeopatia cura?

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Vocês podem achar que não mas adoro debater com crentes e os deixo muito nervosos.
Deve ser um espetáculo único. Não duvido que você enerve qualquer um que seja um mínimo de racional.

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Por acaso você conhece todas as regras de nossa sociedade?
Tu quoque. Um erro meu não justifica um erro seu. E é a segunda vez que alguem te explica isso neste tópico.
Vixe... Viajou. Eu falei de mim logo após. Foi maneira de falar acho que você exagerou aqui. Foi só um tópico frasal.
Sabe o que é um tu quoque? É claro que não. Então que tal agora, ler lá na lista de falácias que deve estar aberta aí embaixo?

Você perguntou se eu conhecia todas as regras da sociedade, supondo que eu as desconheça, e que esse meu suposto comportamento social de ignorância quanto as leis sociais serviria de justificativa para o seu comportamento ignorante quanto as regras deste fórum. Pois, um erro não justifica o outro. O meu suposto trolismo social não justificaria de forma alguma o seu trolismo por aqui.

Em sumo, eu não exagerei em nada, e você não entendeu lhufas do que eu escreví, prá variar, porque não conhece a lista de falácias e erros de argumentação. Porque, até agora, parece estar seguindo a risca o manual de "Como ser um Total Idiota em Fóruns de Discussão", que eu te sugerí a leitura.

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Eu não, porém ajo por bom senso e nunca fui punido por algo
Ad Populum. Bom senso nunca garantiu a verdade.
Viajando e exagerando denovo. Não disse que estava certo por usar bom senso. Disse que provavelmente não teria cometido nenhum erro grave.
Mais uma vez, não houve exagero algum. Você admitindo ou não, está aí para quem quiser ver que você quis argumentar, e de forma bastante clara, que nunca foi punido porque usa de bom senso. Sua frase é clara.

Eu te respondí que, como é sabido (por quem leu a misteriosa lista de falácias e erros de lógica), o bom senso não garante nada. Então não venha com essa conversa fiada de que você "não quis dizer" sempre que é refutado. Tá paracendo o Cirilo Rivera daquela novela Carroussel: "Eu só quis dizer..."

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O bom senso foi pra não cometer erros graves.
Graves ou não, são erros. E o grau de gravidade é algo subjetivo, ou seja, depende de quem olha. Por exemplo, é muito conveniente que você tome lambadas por todos os lados sobre seus argumentos furados e, para cada refutação, julgue então suas palavras anteriores como "nada grave", ou "não importante". Daí fica fácil demais, não acha?

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Quer que eu procure algum erro seu? As pessoas erram na hora de escrever rápido. Não foi um erro pensado ¬¬
Consciente ou não, foi um erro. Também é muito fácil depois de ser desmascarado, dizer que o erro foi "sem querer querendo" - agora me lembrou o Chaves.

Outra coisa: você é único (e que ainda não notou isso) que está discutindo erros gramaticais. Isso aqui não tem a mínima importância, cara. Os erros que estamos apontando são lógicos, ou seja, diarréia mental mesmo. Acentuação, como eu disse, é o título de um erro de lógica. Não estamos falando e nem ligando a mínima para acentuação gráfica, sinceramente. Ao menos não nos seus posts, recheados de material muito mais divertido.

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Meus erros eu mesmo posso encontrar se eu ler meus posts. Infelizmente não tenho tempo pra isso.
Muito conveniente.

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O que importa são as idéias passadas.
Não acho. Pra mim até as que estiverem meio amassadas, desde que logicamente cabíveis, tem seu valor.

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Chame o Alê sim. Ainda mais pra falar desse tipo de erro.
Isso chama aprendizado. Ao contrário de você eu estudo os erros de lógica, para, ao contrário de você, tentar me expor cada vez menos ao ridículo de cometer uma gafe dessas. Pergunto sim, e continuarei estudando e perguntando para quem sabe mais e está mais acostumado com a arte do que eu.

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Gostei quando ele apontou um erro meu e em menos de 2 linhas ele errou também. Acontece meu caro... acontece...
:grito:
Ele cometeu um erro gráfico. Que, subjetivamente, usando a sua escala de "erros graves", considero bem menos ridículos que os seus erros de raciocínio e teimosia.
« Última modificação: 11 de Julho de 2006, 11:39:48 por Latorre »
"If a man will begin in certainties, he shall end in doubts. But if he will be content to begin in doubts, he shall end in certainties." (Francis Bacon)

Offline Alenônimo

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #122 Online: 11 de Julho de 2006, 11:54:02 »
Citação de: Luz
Penso que tanto aqueles que acreditam como aqueles que tem certezas sobre a existência ou não de deus, apoiam-se em suas próprias crenças, já que não há "provas" que sustentem quaisquer especulações afirmativas ou negativas sobre o assunto.

Luz, dependendo do que a gente está falando, é possível sim provar com certeza se algo existe ou não.

Quando me refiro a provar que Deus não existe, estou tratando do Deus Cristão. E o Deus Cristão é baseado inteiramente na Bíblia e no que as pessoas acreditam. Como ambas as fontes nos dão informações contraditórias e inverídicas, tá na cara que é falso.

Quanto a um Deus transcendental e inalcançável, bem, é quem afirma que tem que provar que isso existe. Não vi nada que indicasse tal coisa.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline O Loko

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #123 Online: 11 de Julho de 2006, 12:11:49 »
Ateismo não significa negar deus, apenas significa não acreditar nele. Isso não entra, de forma alguma, em contradição com ceticismo.

Deus existe ou não existe? Gostaria muito q vocês, crentes e ateus, provem que o outro está errado, e que vc está certo. Ateu prove que Deus não existe. Crente prove que Deus existe. Bom, no meu ponto de vista, ninguém vai conseguir provar nada aki, e isso é uma verdade, o resto é especulação das duas partes. Bom para as duas partes envolvidas e eu como assistinte desse debate eu lanço uma pergunta ao querido amigo ateu e uma pergunta ao querido amigo crente. Ateu, Deus pra vc não existe, porque a ciência não tem provas concretas dessa existência em nenhuma área científica, e sabemos que a ciência não é absoluta, pois ela afirma uma tese  e depois vem outra  tese pra alterar a tese anterior, bem nesse aspecto eu não confio na ciência, como você pode confiar numa ciência que por razões de aperfeiçoamento e até de novas tecnologias muda seus conceitos, hoje vc acredita em algo e amanhã em outro algo, então a ciência é como Deus é improvável? --> Crente, vc acredita em um Deus que não se vê, não se sente, não tem nada que nossos sentidos físcos possa senti-lo, como você sabe então da existência de um ser super poderoso, e onipotente, e em um biblia que conta umas histórias as vezes com sentido duplo ou triplo ou quadruplo....com eu posso achar algo que possa me levar até esse Deus???
Você vai evoluir. E CREIO. AMÉM.

Offline Alenônimo

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Re: Nas palavras de Carl Sagan!
« Resposta #124 Online: 11 de Julho de 2006, 12:18:13 »
Deus existe ou não existe? Gostaria muito q vocês, crentes e ateus, provem que o outro está errado, e que vc está certo. Ateu prove que Deus não existe. Crente prove que Deus existe. Bom, no meu ponto de vista, ninguém vai conseguir provar nada aki, e isso é uma verdade, o resto é especulação das duas partes. Bom para as duas partes envolvidas e eu como assistinte desse debate eu lanço uma pergunta ao querido amigo ateu e uma pergunta ao querido amigo crente. Ateu, Deus pra vc não existe, porque a ciência não tem provas concretas dessa existência em nenhuma área científica, e sabemos que a ciência não é absoluta, pois ela afirma uma tese  e depois vem outra  tese pra alterar a tese anterior, bem nesse aspecto eu não confio na ciência, como você pode confiar numa ciência que por razões de aperfeiçoamento e até de novas tecnologias muda seus conceitos, hoje vc acredita em algo e amanhã em outro algo, então a ciência é como Deus é improvável? --> Crente, vc acredita em um Deus que não se vê, não se sente, não tem nada que nossos sentidos físcos possa senti-lo, como você sabe então da existência de um ser super poderoso, e onipotente, e em um biblia que conta umas histórias as vezes com sentido duplo ou triplo ou quadruplo....com eu posso achar algo que possa me levar até esse Deus???

Aaargh!!! Meus olhos!!!
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

 

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