Já lhe expliquei em outro tópico a mesma coisa. Já lhe enviei MP, mandando o link do tópico que você simplismente se reservou ao direito de não responder. Já perguntei onde residia a dúvida. Agora você vem pra ca e impõe o mesmo posicionamento?
Vou tornar o exemplo ridículo de tão compreensível.
Um índio pelado de uma tribo litorânea do Brasil, sem conhecimento sobre návios ou nada que ande sobre a água conversa com um amigo:
_Rapaz, do outro lado dessa água salgada deve ter um monte de terra igual essa onde vivemos.
_Como você me inventa uma filha da putagem dessas? Só porque tu imaginou isso acha que existe? Mas que grandissíssimo egoismo de tua parte!
e se passaram... anos... décadas... séculos... milênios... até que os portugueses chegaram e comprovaram que o tal índio pelado, e egoísta não estava errado.
O maldito índio tinha qualquer tipo de percepção para compreender terra do outro lado do mundo?
Não!
O maldito índio recebeu um pombo correio que dava a entender aquilo?
Não!
O maldito índio tinha como provar que a possibilidade de existir alguma coisa existia?
Não!
O ÍNDIO ESTAVA ERRADO?
NÃO!
Enfim Alenônino, não é porque não percebemos possibilidades que elas não possam existir.
Tudo bem então. Vou explicar agora uma outra coisinha que deve ser levada em consideração.
Peguemos esse exemplo do índio. Ele está propondo algo completamente improvável? Não. A teoria dele é falseável, ou seja, bastaria pegar um barco ou um navio e navegar até o outro lado para buscar a resposta. Mesmo que ele não tivesse maneira de saber que havia terras do outro lado, o que ele está propondo não é nada extraordinário.
Quando você propõe coisas falseáveis (que podem ou não existir e que isso pode ser verificado), a resposta é alcançável. Se essa teoria for bastante plausível (não exigir nada de extraordinário), a chance de estar certo aumenta consideravelmente. É disso que estamos falando.
Não é porque não percebemos possibilidades que elas não possam existir. Mas essas possibilidades possuem um peso, um critério que a define como mais provável do que as outras. Não é qualquer possibilidade que devemos considerar ou esperar uma resposta positiva.
No caso da moeda no bolso, temos a falseabilidade (ou a moeda está ou não está no bolso, bastando olhar para confirmar) e a plausibilidade (precisa-se apenas de um bolso e uma moeda para formular a hipótese como verdadeira). Por isso ela pode ser levada em consideração pelas pessoas como sendo algo não só possível, mas até comum e corriqueiro.
Já no caso de Deus, nós não temos a falseabilidade (de acordo com os relatos, ele existe e pronto, e a ausência de manifestação indica apenas que ele não quer ser visto) e nem plausibilidade (para que Deus exista, é necessário que a primeira causa de tudo tenha sido imediatamente um ser inteligente e complexo, o que vai contra a lógica). Deus é uma idéia que não se sustenta, pois exigiria evidências extraordinárias para existir. Não deveria nem ser levado em consideração.
Podemos estar errados quanto aos exemplos acima? Claro. Mas nós temos também que ter em mente que não podemos ficar analisando tudo o que aparece pela frente. Mentir e inventar é muito fácil para qualquer um, e assim como muitos gastam seu tempo tentando buscar uma resposta ao caso de Deus, acabariam gastando tempo com dragões, fadas e duendes, pois estes são tão plausíveis quanto Deus e mereceriam a mesma atenção.
Será que tem tanto problema assim em poder estar errado? Se não, por que não chutar pro lado mais possível e ir colhendo as respostas que surgem?