ContiniVocê apenas tem de analisar um pouco melhor, o que é que realmente, os mais diversos espécimes de d(t)eístas, pretendem dizer, com a palavra "deus".
««E agora mais uma vez, desde que - Alexandre conheceu Hipácia e César, Cleópatra - que ficou tácitamente aceite, "
em termos de moderna constituição estatal", que o conceito de "deus", é simplesmente um degrau mais, na hierarquia social vigente, com todas as virtudes e defeitos, que determinadas sociedades podem ter, ou cometer, quando se atrevem a fazer exercício das prerrogativas divinas, que um estado pleno-potenciário, mais ou menos democrático, pode conferir a um homem ou mulher, que se atreveu a ambiciosa audácia de alcançar a dignidade "máxima", que os representantes de um povo, podem outorgar a um semelhante.»»
Se o ser humano, é o pai de todos os "deuses" - então, ele próprio - é uma divindade
««Ora como você bem analisa e verifica - o homem simplesmente projecta os seus maiores anseios e ambições - e de algum modo vai conseguindo progressivamente transformar-se "nisso"... Isto é: o ser que ele próprio auto-modela a partir de dentro.»»
Se você ainda não conhecia bem a minha justificação, para considerar como plausível a existência de "deus", aqui tem mais uma amostragem, do meu pensamento a respeito desse tão controverso e estranho ser.
É verdade, que o conceito de "deus" é tão ambíguo e paradoxal, que por causa disso, uma pessoa que tente "pensar cientificamente", pode decidir em extremo, que de facto "deus", não existe.
Mas justamente, por causa dessa paradoxalidade conceptual, é que se deve inquirir, com o maior rigor, o que é uma pessoa que utiliza a palavra "deus", tem em mente, quando expõe o seu pensamento.
Que motivos é que originaram o aparecimento de tal palavra? Segundo certos observadores, foi a ignorância e o medo. Mas para outros mais românticos, foi o nome que consideraram poético dar aos fenómenos naturais. Assim a beleza, a força e a inteligência fora do comum, foram intituladas de "divinas".
Portanto, "
primitivamente" a palavra divindade, significava as capacidades ou virtudes humanas, naturais, fora da normalidade. Os homens hercúleos, os génios de inteligência rara e espantosa, os contadores de histórias maravilhosas, enfim os sonhadores.
As pessoas de beleza estonteante, cujo fascínio era absolutamente sedutor, as quais provocavam amor e paixão irresistivelmente avassaladores: principalmente as mulheres, pela sua qualidade de parideiras da sociedade. Evidenciando os heróis, cujos feitos extraordinários suscitavam a admiração duma determinada colectividade. Esses com absoluta legitimidade, foram os primeiros "deuses".
Paralelamente, os animais e vegetais incrivelmente fortes e criativos, os fenómenos naturais, surpreendentemente belos e por vezes catastróficos e apavorantes - pela sua incrível potência transformativa, ou acção destrutiva - geraram na mente humana a palavra "deus".
Não havia nada de sobrenatural, quando essa palavra surgiu. Portanto, "deus" era o conceito que melhor designava o extraordinário ou fantástico, inacessível às pessoas vulgares.
E o mais interessante, é que desde que o estado se tornou laico e se conseguiu impôr às teologias dominantes, que estas formas de conceituar "deus", estão de novo em aceitação, por parte de imensa gente mais ou menos culta...
Com o tempo, com a transformação da política em religião e vice-versa, é que essa palavra surpreendente, passou a ter uma conotação mítica, fora do contexto natural, inicial.