Autor Tópico: "Racismo"  (Lida 50579 vezes)

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Offline Gauss

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Re:"Racismo"
« Resposta #600 Online: 20 de Julho de 2016, 13:05:16 »
O xerife de Dallas também era negro. Um dos policiais mortos em Baton Rouge era negro. Eu fico curioso para saber a taxa de negros e brancos na polícia americana. Se é um órgão como os movimentos pseudo-progressistas americanos dizem que serve somente para oprimir negros, por que têm tanto negro oprimindo lá também? Ou pior, por que um órgão dito ser racista aceitaria negros na chefia? O Black  Lives Matter não é violento, mas a sua ascensão acarreta consequentemente o ódio pela polícia e o fortalecimento de grupos radicais terroristas como eu postei naquela reportagem da BBC lá em cima. Está certo o xerife do vídeo.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #601 Online: 20 de Julho de 2016, 13:24:49 »
Fácil. Como é o termo brasileiro? "Capitães do mato".

Não vejo muito propósito em "negar" racismo presente em ações policiais, mais freqüente do que seria o ideal ou apenas aceitável, mas ao mesmo tempo é provavelmente contraproducente supor que é esse o único ou principal problema* de uma polícia que mata em números absolutos mais brancos do que negros.

A desproporção também não tem como explicação única racismo, ou no mínimo algo mais aguado como "racismo instucional", o/ou o "status quo" que resulta em criminosos serem desproporcionalmente também mais freqüentemente negros, e logo mais prováveis de serem vítimas inocentes da polícia de forma similar a que deve ser o caso com homens (mais comumente criminosos) em comparação a mulheres.


* ou "onipresente" em casos de mortes de negros pela polícia





O xerife comemorou em convenção do Trump o que acho que foi a inocentação do último dos acusados num caso de morte de um negro preso por porte de faca ilegal durante transporte (fratura na espinha e morte posterior, em hospitalização). Como é muito comum, dois lados exageram e cegam-se seletivamente.

<a href="https://www.youtube.com/v/8Qxbfjtj1II" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/8Qxbfjtj1II</a>

https://en.wikipedia.org/wiki/Death_of_Freddie_Gray

Os policiais envolvidos e inocentados:



Faz a gente imaginar que se alguns/todos fossem culpados, talvez fosse haver protesto "anti-racista" mesmo assim. "E os outros casos onde não havia policiais negros envolvidos??????!!!!!!!!1111111"

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #602 Online: 24 de Julho de 2016, 17:38:23 »
<a href="https://www.youtube.com/v/piwaBO6U43U" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/piwaBO6U43U</a>

Offline Diegojaf

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Offline Pasteur

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Re:"Racismo"
« Resposta #604 Online: 24 de Julho de 2016, 20:42:43 »
Absurdo!

Offline Gauss

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Re:"Racismo"
« Resposta #605 Online: 24 de Julho de 2016, 21:28:07 »
Eu queria entender porque os policiais americanos fazem tanto isso de atirar e matar negros que estão se rendendo, como tem acontecido bastante nos últimos dias(e sempre).E por que somente negros? Ou os brancos, latinos e asiáticos que morrem assim não têm a mesma repercussão?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #606 Online: 24 de Julho de 2016, 23:20:32 »
Provavelmente acontece mais com negros E quando ocorre com brancos, (possivelmente) tem menor repercussão.

Palpito serem combinações de brutalidade policial não-racista generalizada*, de racismo como "valores", e de "racismo" como resposta condicionada a também provavelmente policiais serem mais desproporcionalmente mortos por negros, e com eles terem maior freqüência de interações piores. Ainda é possível que picos disso tenham a ver com vingança análoga a das chacinas conduzidas por policiais no Brasil.


* "generalizada" no sentido de ser mais comum do que o ideal, não que seja universal.

Offline Gabarito

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Re:"Racismo"
« Resposta #607 Online: 27 de Agosto de 2016, 14:44:27 »
Esse tal Ghiraldelli é desprezível, todos já sabemos disso.
Só para relembrar o caso Sheherazade, ele é aquele psicopata que deseja estupro para as mulheres de quem não gosta:



Seguindo os muitos links do texto, cheguei a esse caso de explícita baixaria de um tal de Ghirardelli, que deseja que Sheherazade abrace forte um tamanduá depois de ter sido estuprada, que não lava a xana e por isso Cheirazêdo e mais um desfile de "gentilezas", todas no mesmo nível e "distinção".

O texto todo aqui.



Mais amostras da mente doentia e atormentada do camarada:





Pois bem, depois de "apresentar" o sujeito e relembrar como o "distinto" costuma agir, eis que trago mais "pérolas" do citado.
O texto a seguir, além de plenamente racista, rasteiro, discriminador, repulsivo e deplorável, conseguiu quase uma unanimidade: os comentários são todos de críticas e censuras ao comportamento abjeto do autor. Fez por merecer.

Citar
“O negrinho do DEM”
27/08/2016, 152 Comments

Começo com um caso. Talvez verdadeiro.O menino negro foi brincar em uma construção. Lá encontrou um balde de tinta branco e teve a infeliz ideia de se pintar. À tardinha voltou para casa – branco! Os seus pais o repreenderam e o jogaram no tanque. Esfrega dali e daqui. Mas não conseguiram segurar o garoto ensaboado, que escorregou das mãos deles, pulou para fora da água e correu pelo quintal. Os pais correram para pegá-lo. E lá ia o garoto, metade negro e metade branco, afinal, o banho havia ficado incompleto. Quando alcançado, os garoto levou um cascudo do pai e umas chineladas da mãe. Voltou para o tanque chorando, e logo concluiu sociologicamente: “agora sei porque os brancos não gostam dos negros, veja só, eu que estou só metade branco já sinto uma raiva danada de dois negros”.

Esse chiste era contado no Brasil dos anos sessenta para setenta. Sua origem era americana. Nos Estados Unidos, era uma piada entre negros, interna ao Movimento dos Direitos Civis.

O ódio está na simbologia da cor, não mais na cor enquanto etnia, diziam os integrantes do Black Power. Por isso, não raro, apareciam negros que queriam ser brancos, se imaginavam brancos, ou seja, mesmo de cor negra queriam expor a simbologia da cor como uma outra simbologia. Queriam encarnar uma simbologia da cor branca.

Por esses dias vi dois casos assim. Um no discurso de uma negra na Campanha de Trump, outro na candidatura aliada de Ronaldo Caiado, de um garoto negro. São negros que querem ser brancos. A mulher americana negra discursou “pelos negros”, mas não conseguiu mostrar outra coisa senão sua verdade infeliz: era uma empregada da Fundação de Trump, e fez um medíocre discurso de lambe-botas dos patrões. Foi constrangedor até para os democratas! O garoto negro, do partido do Caiado, faz a mesma coisa por aqui: ele se pronuncia contra todo tipo de política social, inclusive, claro, contra a política de cotas. Ele não percebe, como a moça negra americana também não, que ele já está numa cota. Ele é a cota do DEM para negros. Os negros lacaios possuem cotas de lacaios. Tanto é verdade que um membro do partido do Caiado, conversando comigo, deixou escapar a seguinte frase: “o negrinho do nosso partido pensa que é branco, mas, enfim, é bom para nós o termos no partido”. É cota!

Os negros que querem ser brancos apostam na ideia de que a simbologia da cor pode ser deslocada da cor física. Negro é negro, mas pela simbologia incorpora adjetivos negativos e positivos: “forte”, “longevo”, “sexualmente potente”, “pênis avantajado”, e também, “ladrão”, “indolente”, “de cheiro forte” etc. O problema então é o de fazer a simbologia para negro perder seu lado negativo. Todavia, essa transição é feita exatamente pela política social, não pela negação dela e por um pulo mágico. Apresentar-se com a linguagem do branco, com a simbologia do branco,  mas negro, sem que a sociedade faça a transição para o fim do preconceito, é um remédio pior que doença. Dá a impressão, não raro verdadeira, que o que se quer é apenas fugir da cor, esbranquiçar-se por decreto, receber o aval do partido dos latifundiários e netos de donos de escravos, e então olhar para o espelho e se achar branco. Não dá certo.

O negro que fala “tenho orgulho da minha cor” e age contra tudo que pode quebrar o preconceito – e a política de cotas é um instrumento para tal – está simplesmente deixando claro que ele precisa de ser branco por um outro sistema de cotas, este sim perverso, que é ser “o negrinho do DEM”, como o próprio militante deste partido o chamou.

Paulo Ghiraldelli, 59, filósofo. Paulo Ghiraldelli, 26/08/2016

PS: O Brasil contabiliza 57 mil mortes por homicídio, por ano! É uma cidade por ano! A maioria dessas mortes é de jovens negros. O “negrinho do DEM” não quer saber disso.

Queridos conservadores que não sabem de nada: este meu texto me fez ficar bloqueado no facebook por 30 dias, pela política da Dilma junto do Facebook. Sacaram onde vai o petismo e o conservadorismo? Ou ainda não?

Leiam os comentários e constatem.

Offline Gabarito

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Re:"Racismo"
« Resposta #608 Online: 27 de Agosto de 2016, 14:50:22 »
O texto acima está tendo um vertiginoso aumento na quantidade de comentários.
Hoje pela manhã, não eram nem 30. Vi agora à tarde que já passam de 170.
Viralizou.
Pela montanha de críticas que ele vem recebendo, muitas bem pesadas e outras ameaçando processo, não é surpresa se ele vier a tirar o texto do ar logo, logo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #609 Online: 27 de Agosto de 2016, 15:55:14 »
O texto acima está tendo um vertiginoso aumento na quantidade de comentários.
Hoje pela manhã, não eram nem 30. Vi agora à tarde que já passam de 170.
Viralizou.
Pela montanha de críticas que ele vem recebendo, muitas bem pesadas e outras ameaçando processo, não é surpresa se ele vier a tirar o texto do ar logo, logo.

Acho que não. Esse tipo de coisa é bem "entra por um ouvido, sai pelo outro". Essa coisa de não concordar com cotas ou alguma outra coisa fazer do negro um "capitão do mato" ou que "quer ser branco" é ad hominem padrão, corriqueiro. (E tem seu equivalente em ladainhas de extrema-direita em "genocídio da raça branca", "anti-racismo é código para anti-branco")







<a href="https://www.youtube.com/v/rNRpb_E0jPc" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/rNRpb_E0jPc</a>

Será que, nesse jogo de paparicagem e agrados, os produtores de filmes com astros negros e/ou mulheres investem muito mais, mas mesmo assim não vencem? :hein:

Ou talvez, será que os produtores de filmes estrelados por negros e/ou mulheres tem menos recursos para investir nesses agrados, devido ao racismo?

Offline Skeptikós

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Re:"Racismo"
« Resposta #610 Online: 29 de Agosto de 2016, 02:21:18 »
Ele acredita que a política de cotas raciais é capaz de erradicar (ou ao menos diminuir) o preconceito racial. Mas artigos como este, escrito por ele, parecem uma prova de que ela na verdade só faz aumentar o preconceito racial, já que só aumenta o antagonismo entre brancos e negros (que se sentem ambos injustiçados), e ainda por cima cria um novo, entre aqueles que são a favor e aqueles que são contrários as cotas.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #611 Online: 21 de Outubro de 2016, 16:30:59 »
Encrenca pelos cabelos...

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Pelos cabelos
05/04/2016 02h00

Polêmicas por causa do cabelo: o mundo caminha para o Apocalipse? Talvez. Mas antes que a festa acabe, conto rápido.

Um estudante branco da Universidade de São Francisco, ostentando as suas rastas, foi abordado por uma aluna negra. A donzela, indignada com o cabelo do rapaz, acusou: "É a minha cultura!" O rapaz tentou justificar-se perante a agressividade da donzela. As coisas não tomaram proporções violentas porque Corey Goldstein (eis o nome do estudante) fugiu a tempo.

Fugiu, mas não esqueceu: em vídeo posterior ao incidente, Goldstein justificou-se. Ninguém é dono de uma estética particular, disse ele. E, além disso, o cabelo com rastas existiu em múltiplas culturas –dos egípcios aos vikings, sem esquecer os vitorianos. Os negros, quando muito, apenas continuaram uma tradição.

Pior a emenda que o soneto: os Estados Unidos discutem se rastas em rapazes brancos são um roubo cultural imperdoável. E até a Europa participa do delírio: no "The Independent", a escritora Wedaeli Chibelushi acusa Goldstein de desrespeitar os negros e de usar o cabelo com a arrogância própria da "supremacia branca". Será que o rapaz não conhece o papel do cabelo na luta contra o racismo e a segregação racial?

É triste constatar o fato: ontem havia Martin Luther King; hoje há idiotas que discutem penteados.

Para eles, a minha única sugestão é assistirem ao notável e premiado documentário de Chris Rock intitulado "Good Hair". Informação: da última vez que confirmei, Chris Rock não era branco. E a pergunta que anima o seu filme é tentar compreender por que motivo a maioria dos negros nos Estados Unidos tem uma relação assaz problemática com o cabelo.

Abreviando, detestam-no. E tentam desesperadamente alisar as cabeleiras com químicos e "extensões". Quando digo "desesperadamente", não exagero: Chris Rock visita uma das principais fábricas que fornece produtos químicos para o efeito. Fica na Carolina do Norte (ironicamente, um dos estados confederados que romperam com a União no século 19). Conclusão: muitos negros americanos usam hidróxido de sódio para terem belas cabeleiras lisas.

O hidróxido de sódio (ou, para os leigos, a soda cáustica) é um composto perigoso que pode causar lesões permanentes na pele. E quando um cientista, entrevistado por Chris Rock, pergunta o óbvio ("Mas por que motivo fazem isso?"), o ator responde também o óbvio ("Para parecerem brancos").

Mas não é preciso correr riscos para a saúde quando a ideia é imitar os brancos. Alguns, mais endinheirados, compram extensões e resolvem o assunto sem abrir buracos na cabeça. E de onde vêm essas extensões?

Chris Rock pega um avião e viaja para a Índia. Nos templos, é comum pagar promessas com cortes radicais. O cabelo é depois lavado, tratado e exportado para os Estados Unidos. Esses são, digamos, os fornecedores "normais".

Mas também existem máfias que atacam indianas adormecidas (ou desprevenidas) para roubarem cabelo. O destino do roubo, pago a peso de ouro, é o mesmo.

Não sei o que diriam os indignados como Wedaeli Chibelushi sobre essa realidade: a constante tentativa dos negros americanos em "apropriarem-se" dos penteados dos brancos.

Um esforço de apropriação que depende muitas vezes do risco pessoal ou da exploração dos mais miseráveis asiáticos.

Provavelmente, dirão que a culpa é novamente dos brancos e do "imperialismo" capilar que eles impõem na TV, no cinema ou na moda.

Aliás, se o "pensamento" de criaturas como Wedaeli Chibelushi fosse para levar a sério, as culturas humanas estariam condenadas a nunca se misturarem umas com as outras.

Um branco jamais poderia praticar capoeira. Um negro jamais poderia lutar kung fu. Curiosamente, seria uma nova segregação racial, promovida por aqueles que lutam contra a segregação racial. Perfeito.

Da minha parte, a única coisa que posso prometer é nunca acusar nenhum negro de "roubar a minha cultura" só porque ele usa cabelos lisos.

Infelizmente, o mesmo já não posso dizer das pobres indianas, que despertam todas as manhãs com menos peso na cabeça.


Mais sobre o episódio:
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I wasn't surprised by the US dreadlocks row. It's another example of cultural appropriation and white entitlement
White men have worn dreadlocks in the past. But this isn't 11th Century Scandinavia, it's modern day America, where the style is still tangled up in the black struggle against white supremacy
    Sunday 3 April 2016


US student Corey Goldstein, who this week defended his decision to wear dreadlocks as a white man.

A video showing a black student accosting a white student over his dreadlocks has racked up more than two million views in two days. Shot at San Francisco University, it shows an unnamed black woman blocking the path of Corey Goldstein, who sports the controversial hairstyle. Referring to his dreads, she claims: “It’s my culture”. In a second video, Goldstein goes on to defend his choice of hairstyle, insisting that dreadlocks are “everywhere… it’s not something that is just part of the coloured community”.

Corey Goldstein comments on viral video

Goldstein is, of course, quite right - dreadlocks are not the sole preserve of black culture. The style has been traced back to Ancient India, Egypt and Greece. But the fact that dreads belong to many cultures doesn’t mean that Goldstein is automatically immune to the accusation that now surrounds him: that he is guilty of what is known as “cultural appropriation”. In fact, Goldstein is a shining example of its very definition: “a dominant culture [taking] elements from a culture of people who have been systematically oppressed by that dominant group”.

In his defence, Goldstein stated that dreadlocks are “ingrained in so many cultures other than that. It’s in Egyptian culture; it’s in Viking culture – even in Victorian culture”. Vikings were white, yes, and there are claims that the Scandinavian seafarers rocked dreads too. But Goldstein doesn’t rock his dreads in 11th Century Scandinavia. He wears them in the US, where dreadlocks are still tangled in the black struggle against white supremacy.

In the 1950s, a time of intense racial segregation and discrimination, African Americans adopted dreadlocks. As fellow black folk, they acknowledged its potential to reject white dominance other political, cultural and economic issues. Jamaican Rastafaris, meanwhile, wore dreadlocks as a form of cultural resistance. They wanted to provoke society and rebel against an (often white) dominant culture.

As the black actress Amandla Stenberg says, “appropriation occurs when the appropriator is not aware of the deep significance of the culture that they are partaking in”. By wearing dreadlocks without acknowledging their symbolic resistance, Goldstein reduces cultural power to a “cool” trend.  As part of the oppressive culture, he emulates minority tradition while bypassing the discriminations that comes with it.

As for “Victorian culture”, I’m at a loss, but regardless of whether Benjamin Disraeli wore the locks or not, Goldstein’s defence preserves the power imbalance between white folk and people of colour.

“My hair, my rules, my body”, Goldstein asserts, displaying a deep sense of entitlement. Sure, it’s only hair, and it is his hair to style. But does he have the right to style it in a way that has a deep cultural meaning to minority cultures? The ability to style your hair for fashion’s sake is a luxury, not a right. If it is offending others, Goldstein should consider giving up that luxury.

Goldstein reveals no political or spiritual reason for wearing dreads, apart from his claim that he “loves and respects [African American] culture”. It is possible, however, to respect culture without taking from it; you can raise awareness of its oppression and educate yourself.

Such education may stop Goldstein from generalising. In his statement, he makes another interesting point. Dreads aren’t “something that all across the board [African Americans] believe in”, Goldstein states, and he’s right. There’s the mum with the weave who nags her son because she thinks his dreadlocks are disgusting. There’s the cornrowed teenager who believes that hair carries no meaning. But to go on to claim that black hair is just “something that they wear on their head” is ignorant in the extreme.

Does Goldstein really believe that no African Americans wear dreadlocks for spiritual or political reasons? None at all? A white man erasing these beliefs and meanings sounds a lot like what Azealia Banks termed “cultural smudging” to me. In an interview with Hot 97, Banks said that ‘cultural smudging’ tells black people “you don’t own shit, you don’t have shit, not even the shit you created for yourself”. 

Goldstein’s expression of white entitlement affirms her gloomy message. He’s taken from a minority culture and defends his actions by the same justifications used time and time again. Rather than showing “love and respect” in his way, Goldstein ought to talk to some African Americans about what dreadlocks really mean to them.

<a href="https://www.youtube.com/v/GZqb8VSFkaY" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/GZqb8VSFkaY</a>

Faz bem se lembrar que ainda há uma porção considerável de não-idiotas completos.

Offline Gauss

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Re:"Racismo"
« Resposta #612 Online: 21 de Outubro de 2016, 18:42:25 »
Apropriação cultural.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Donatello

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Re:"Racismo"
« Resposta #613 Online: 22 de Outubro de 2016, 11:51:09 »

Não sei se ele vai aprovar por lá, mas ele acabou de receber mais uma espinafrada:

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O professor e filósofo deve ser um branco querendo ser negro, suponho. Uma vez que ele não consegue dissociar as ideias de um indivíduo de suas características intrínsecas, me surpreende muito que ele como membro da classe, da raça e do gênero “opressores” consiga ser tão defensor dos “oprimidos”, mais do que muitos “oprimidos” conseguem ser.

Professor e filósofo Paulo, o moço que te escreve é negro, paupérrimo, mas ele é, por exemplo, contra o sistema de cotas raciais (e também contra contas sociais), não porque ele quer ser branco como vossa excelência afirma, mas porque ele acredita que a reboque desta medida populista há uma série de resultados muito diversos de uma maior equidade na disputa por vagas públicas de emprego e ensino.

Este negro morador de uma “comunidade” famosa aqui no Rio de Janeiro, o Complexo do Chapadão, percebe por suas leituras, por suas reflexões e por sua própria experiência pessoal (como atual aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-aluno da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) que os sistemas de cotas tanto racial quanto social servem muito mais à facilitação da entrada de gente bem vivida, de classe média pra cima, que “frauda” (chamo aqui de fraude, mas nem é necessário haver fraude do ponto de vista legal, apenas uma maquiagem das informações como não declarar os pais na composição familiar, o que não é ilegal a princípio) o sistema para ter maior facilidade no acesso, ou seja, contraproducentemente o sistema não facilita a vida nem de negros nem de pobres mas dos espertos, dos “Gérsons”.

Este negro aqui também acredita que muito ao contrário de reduzir o estigma sobre a sua cor de pele, o sistema de cotas reforça este estigma de modo muito eficaz ao associar o mérito do indivíduo negro a uma maior facilidade na disputa, mesmo que não fosse real (eu por exemplo, nunca precisei de cotas para passar nas diversas universidade públicas em que fui aprovado, e não sou cotista na UFRJ).

Isso significa que eu negue que haja aspectos especiais da minha vida que são negativamente afetados pela minha condição social ou racial?

Obviamente que não, doutor Paulo, por exemplo: em 2004 eu fui aprovado nos cursos de Direito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (não havia cotas) e no curso de Jornalismo da UERJ (havia cotas, eu era cotista, mas passei com nota superior à nota de corte dos não cotistas). Só consegui me formar agora, em Biologia, 12 anos depois… por quê? Porque como vendedor de bananadas nos ônibus do Rio de Janeiro, minha profissão àquela época, morando à muito quilômetros da UERJ, eu não tinha condições mínimas de acompanhar o curso com proveito.

Abandonei, comecei outro, abandonei de novo, e só agora depois de bastante velho e com as minhas condições econômicas mais estáveis, consigo me formar e iniciar na sequência um segundo curso.

Não senhor, homem branco heterossexual, quando membros de “minorias” enxergam as questões de “minorias” e suas “soluções” de maneira diversa da sua não é porque são negros ou mulheres ou gays submissos, não é porque são “capitães do mato” ou “negros da casa” ou “amélias” não, senhor filósofo.

É porque têm experiências, leituras, reflexões diferentes das suas. Talvez a sua limitação esteja exatamente em do alto de sua branquitude e riqueza não ter visto a realidade dos mesmos ângulos que aqueles “dos tais negros que querem ser brancos”, ou talvez seja uma limitação intrinseca a você, como individuo, independente da sua cor de pele.

https://fascistas.wordpress.com/2016/09/14/declaro-para-os-devidos-fins-que-sou-um-negro-loiro-de-pele-clara-e-olhos-verdes-e-que-moro-sozinho-na-casa-de-praia-da-minha-tia/

Offline Feliperj

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Re:"Racismo"
« Resposta #614 Online: 22 de Outubro de 2016, 15:00:43 »
Apropriação cultural.

Mais uma das idiotices criadas pela esquerda "progressista". Apropriação Cultural....é rir para não chorar...e claro, isso só vale de verdade se for um "opressor" se apropriando da cultura de um "oprimido"...

Offline Gauss

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Re:"Racismo"
« Resposta #615 Online: 22 de Outubro de 2016, 15:44:03 »
Apropriação cultural.

Mais uma das idiotices criadas pela esquerda "progressista". Apropriação Cultural....é rir para não chorar...e claro, isso só vale de verdade se for um "opressor" se apropriando da cultura de um "oprimido"...
Quando o oprimido se apropria da cultura do opressor ele está querendo ser o opressor para negar as suas raízes e não ser oprimido. A esquerda progressista só  não é pior que a comunista.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Skeptikós

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Re:"Racismo"
« Resposta #616 Online: 22 de Outubro de 2016, 17:56:09 »
Muito bem Donatelo, seu texto foi uma excelente crítica. Vamos ver se o professor irá responder com sua habitual arrogância e desprezo, ou se irá se responder a altura, com argumentos. Parabéns!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #617 Online: 22 de Outubro de 2016, 18:24:00 »
É ao mesmo tempo engraçado e duplamente deprimente como a elite branca está sempre ávida por novos negros mansos se habilitando à posição de capitães do mato.

Correm afoitos para elogiar (algumas vezes de "articulado", inclusive) ao primeiro sinal disso, eufóricos com ter talvez mais um evento histórico na vida que possam colocar na gaveta de "exemplos de como não sou racista", junto a "tenho até um amigo negro", para então poderem acrescer sempre que forem começar a fazer uma argumentação iniciada por "eu não sou racista, [tenho até um amigo negro], mas".

A outra parte, apenas deprimente, nada engraçada, é haver negros dispostos a trair o seu povo, movidos pela ambição de serem aceitos entre a elite branca, mesmo que como um servo cativo. "Se não se pode vencê-los, junte-se a eles".

Offline Donatello

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Re:"Racismo"
« Resposta #618 Online: 22 de Outubro de 2016, 20:45:26 »
Também havia imaginado que o professor fosse dar uma resposta rasteira, mas enganei-me Skeptikós. Na verdade a resposta do filósofo foi bem elaborada e argumentativa, me fez refletir em alguns pontos. Transcrevo a seguir: (abre aspas) Caro negro, não queira ser branco, seja negro. Tente. (fecha aspas) 😊

Offline Gauss

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Re:"Racismo"
« Resposta #619 Online: 22 de Outubro de 2016, 20:55:35 »
(abre aspas) Caro negro, não queira ser branco, seja negro. Tente. (fecha aspas) 😊

Essa foi a resposta dele mesmo? :o

Não me surpreende.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Pagão

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Re:"Racismo"
« Resposta #620 Online: 23 de Outubro de 2016, 08:50:23 »
Mas há um povo branco e um povo negro como identidades que superam todas as outras, inclusive a individualidade única de cada cidadão? Tenho de agir ou de pensar deste modo porque sou branco ou porque sou negro? Ou penso e ajo de uma determinada maneira porque sou eu? Não posso ser eu porque antes tenho de ser branco ou negro... Haverá mentalidade mais racista do que esta?

E porque não antes de ser negro ou branco pensar e agir em função do nosso peso físico, nível de inteligência, crença religiosa ou política, nível de rendimentos, qualificações profissionais, interesses familiares, etc... etc... etc... A fixação na cor da pele como critério do que quer que seja é pura mentalidade racista em exercício... Branco a "trair" a raça branca, negro a "trair" a raça negra... O que é isso?????
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Buckaroo Banzai

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Re:"Racismo"
« Resposta #621 Online: 26 de Outubro de 2016, 18:18:29 »
<a href="https://www.youtube.com/v/iTrvkqRaYTo" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/iTrvkqRaYTo</a>

Exigir documento de identidade nas eleições é RACISMO.

Skorpios

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Re:"Racismo"
« Resposta #622 Online: 27 de Outubro de 2016, 07:07:27 »
Na segunda fui levar minha esposa para um exame pelo SUS e na clínica tinha um painel fotográfico com diversas imagens de gente sorridente que aparentemente seriam pacientes atendidos através do mesmo.
Não contei as fotos, mas seguramente eram mais de 20. A maioria era de brancos e loiros. Só tinha uma foto de afrodescendente.
Não seria o caso de processar o SUS, ou a prefeitura por racismo? ::)

Offline Lorentz

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Re:"Racismo"
« Resposta #623 Online: 27 de Outubro de 2016, 09:10:14 »
Na segunda fui levar minha esposa para um exame pelo SUS e na clínica tinha um painel fotográfico com diversas imagens de gente sorridente que aparentemente seriam pacientes atendidos através do mesmo.
Não contei as fotos, mas seguramente eram mais de 20. A maioria era de brancos e loiros. Só tinha uma foto de afrodescendente.
Não seria o caso de processar o SUS, ou a prefeitura por racismo? ::)

Você esqueceu que está em SC. Aqui em Curitiba eu vejo uma tendência contrária. Cada vez mais anúncios contam com afrodescendentes.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth


 

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