Autor Tópico: Convite: Debate inter-blogue  (Lida 41397 vezes)

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Offline FxF

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #250 Online: 28 de Maio de 2007, 21:24:17 »
Certo, então…
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só o dia que vc entender isso é vc vai compreender o que eu quero dizer. enquanto você estiver com essa mente materialista, nem adianta discutir.
Você quer dizer que eu deveria de ter a mentalidade da meta-matéria subdimensional?
Quer dizer, eu estou meio confuso sobre sua visão de física, incluindo quando posteriormente:
Citar
A energia toda está ai, é só você experimentar a realidade a sua volta. Nós percebemos o resultado da energia como manifestações diferentes, não significa que a essência de tudo não seja a mesma.
O que você diz não parece muito coerente, você deixa a entender que a energia é algo mágico, algum pó de prim-prim… quando se trata de fótons, gravitons, etc, que podem ser medidos…

Ah, e eu não entendo muito o sentido de:
Citar
A realidade é a imaginação
Imaginação é o ato de nossa mente produzir as mesmas sensações dos sentidos sem nosso corpo estar interagindo com o meio exterior do corpo.

Offline Mauricio Rubio

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #251 Online: 28 de Maio de 2007, 21:34:24 »
A energia não é algo mágico, a energia é só energia, é a energia que forma a matéria. o universo é só energia.
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
    estão superados,
ele é alguém – que está além do medo,
        feliz,
       sem angústia,
a quem os devas não podem ver"

Buda Sakyamuni

Offline Tash

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #252 Online: 28 de Maio de 2007, 22:00:04 »
Bom, o Adriano já disse que a posição dele é filosófica e disse que filosofia está acima da ciência. Não há o que discutir se ele pensa dessa maneira, eu esperava ter um debate científico. De qualquer forma, continuarei a responder algo que considere interessante.

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #253 Online: 28 de Maio de 2007, 22:55:32 »
Bom, o Adriano já disse que a posição dele é filosófica e disse que filosofia está acima da ciência. Não há o que discutir se ele pensa dessa maneira, eu esperava ter um debate científico.
De qualquer forma, continuarei a responder algo que considere interessante.
Estavamos falando de ateísmo e agnosticismo, e não de ciência. Até o presente momento a única ciência que aborda a questão de deus é a ciência da religião. A questão que você aborda como sendo agnosticísmo não tem condições de ser nem ao menos uma filosofia, quanto mais ciência. Está usando o nome da ciência para afirmar falácias e contradições lógicas.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #254 Online: 28 de Maio de 2007, 23:02:46 »
Adriano, uma pergunta. Você acha impossível você estar errado?
Preste mais atenção no tópico, pois você fez esta pergunta logo após eu ter escrito isto no final do meu post:

Agora se me apresenta um argumento válido e consistente sobre a possibilidade do conceito de deus não ser religioso, simbólico e imáginário eu digo que estou errado.

Eu acho impossível aparecer alguém com um argumento válido e consistente que contrarie a minha opinião.

E você pensa que estou errado ou seja você acredita na possibilidade de existir algum deus? 
« Última modificação: 28 de Maio de 2007, 23:11:23 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline FxF

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #255 Online: 28 de Maio de 2007, 23:29:03 »
Adriano, uma pergunta. Você acha impossível você estar errado?
Preste mais atenção no tópico, pois você fez esta pergunta logo após eu ter escrito isto no final do meu post:

Agora se me apresenta um argumento válido e consistente sobre a possibilidade do conceito de deus não ser religioso, simbólico e imáginário eu digo que estou errado.

Eu acho impossível aparecer alguém com um argumento válido e consistente que contrarie a minha opinião.
Adriano, se você reler seu post perceberá que ele é uma gorda contradição.

Vou traduzi-lo para ver se percebe tal contradição:
- É impossível você estar errado?
- Não, mas é preciso X para eu estar errado. X é impossível.

Basicamente, você nega que, mas coloca de outra maneira que é impossível você estar errado…

Narkus

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #256 Online: 28 de Maio de 2007, 23:31:37 »
Vejo um grande problema nessas discussões...
Há muitos agnósticos que não sabem a essência do agnosticismo...
Eu sou ateu e não sei se realmente compreendi realmente o agnosticismo.
Pelo que conclui o agnosticismo serve para dizer que não podemos considerar impossível algo que nós nem definimos.
E isso tem que valer pra qualquer coisa, inclusive para o que simbolicamente chamamos de "deus".

E o Tash há de concordar com o que vou dizer agora!
"Se eu disser que alguma coisa existe mas eu não definir, um agnóstico não pode nem dizer que eu estou mentindo."
"Se eu disser que alguma coisa me influencia, mas eu não definir o que é, um agnóstico não pode dizer que estou mentindo."

Pelo que entendi do Tash o agnosticismo é um "exercício didático" em relação ao posicionamento racional diante das coisas, incluindo coisas indefinidas e desconhecidas.

O que o gênesis conta pra mim não passa de uma fantasia. E o que me deixa revoltado é que alguns evangélicos mais "intelectuais" defendem que nada no gênesis foi desmentido pela ciência. Atribuem a "luz" ao bigbang, atribuem que foi deus quem conduziu a evolução quando falam: "a sequencia do surgimento das criaturas vivas no genesis obedecem a mesma sequencia defendida pelos evolucionistas". E quando você fala que não há indício do envolvimento de "deus" na evolução, eles já vem com o papo de que deus foi quem criou a matéria que gerou toda a vida, porque há estudos que mostram que a vida surgiu de compostos de argila (barro).
E mesmo quando você chega a quase convencer de que há erros no gênesis, o "intelectual crente" já lança o argumento de que "a bíblia foi escrita por humanos que recebiam mensagem de deus, mas muitos poderiam ter cometido erros de interpretação porque o ser humano é imperfeito".

Ou seja...
A definição da bíblia como "palavra de deus" é infalseável por que deus, como algo indefinido, também é infalseável.
Mas como sei que há evidências claras do domínio que algumas pessoas exerciam (e ainda exercem) fazendo uso das charlatanisses escritas neste livro insano, eu acredito que esse deus bíblico de fato não existe, embora ele nem sequer seja definido. Pra mim é um deus inventado exatamente para ser usado como ferramenta para hipnotizar as massas ignorantes a se contentarem com a miséria e pobreza em que viviam, dando-lhes esperança de uma vida após a morte baseada na sua boa conduta enquanto vida na forma de carne.
E os deuses do cristianismo, islamismo e judaísmo são oriundos do mesmo deus mencionado nas antigas escrituras (ou antigo testamento).

Aceito sim o agnosticismo apenas como "exercício lógico didático". Mas o agnosticismo como posição "religiosa" é sim em cima do muro e dá margem para que as mais insanas crenças tenham o mérito de ser consideradas "possivelmente verdade".

E ser ateu perante toda essa realidade dos malefícios do misticismo não é nenhuma vergonha para mim, e a considero como posição "religiosa" mais racional, adequada, e que não dá margem para a proliferação da pseudo-ciência em nosso mundo.

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #257 Online: 28 de Maio de 2007, 23:38:04 »
Adriano, uma pergunta. Você acha impossível você estar errado?
Preste mais atenção no tópico, pois você fez esta pergunta logo após eu ter escrito isto no final do meu post:

Agora se me apresenta um argumento válido e consistente sobre a possibilidade do conceito de deus não ser religioso, simbólico e imáginário eu digo que estou errado.

Eu acho impossível aparecer alguém com um argumento válido e consistente que contrarie a minha opinião.
Adriano, se você reler seu post perceberá que ele é uma gorda contradição.

Vou traduzi-lo para ver se percebe tal contradição:
- É impossível você estar errado?
- Não, mas é preciso X para eu estar errado. X é impossível.

Basicamente, você nega que, mas coloca de outra maneira que é impossível você estar errado…

É pra não ficar parecendo muito arrogante  :P

A pergunta da Fabi foi capsiosa, é claro que eu considero impossível existir qualquer deus, mas tal postura é vista de forma negativa e sempre buscam algo relativo a mim para criticar ao invés dos argumentos que exponho.

E faço a mesma também para você, pensa que estou errado ao acreditar que não existe deus algum ou você acretida na possibilidade de existir algum deus?
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Offline Fabi

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #258 Online: 28 de Maio de 2007, 23:44:43 »
O que é visto de forma negativa é essa sua certeza absoluta sobre as coisas, você acha que é impossível você estar errado. E pra que discutir com alguém que não pensa nem na possibilidade de estar errado?
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #259 Online: 28 de Maio de 2007, 23:51:54 »
Vejo um grande problema nessas discussões…
Há muitos agnósticos que não sabem a essência do agnosticismo…
Eu sou ateu e não sei se realmente compreendi realmente o agnosticismo.
Pelo que conclui o agnosticismo serve para dizer que não podemos considerar impossível algo que nós nem definimos.
E isso tem que valer pra qualquer coisa, inclusive para o que simbolicamente chamamos de "deus".

E o Tash há de concordar com o que vou dizer agora!
"Se eu disser que alguma coisa existe mas eu não definir, um agnóstico não pode nem dizer que eu estou mentindo."


Concordo com essa sua frase que demonstra pra mim a falta de lógica do agnosticismo ao escolher deus como objeto de dúvida, que ao meu ver significa que aceita a possibilidade de algum deus existir.

E qual o motivo do agnosticismo validar essa possibilidade?
É por considerar que a palavra deus siginifica um ser real e como não podemos definir ao certo este ser real (incognoscível) consideram a possibilidade de existir.

O argumento é circular pois considera a existência de deus como real e julga este incognoscível, e parte deste pressuposto para dizer que é impossível saber se este ser existe ou não.
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Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #260 Online: 29 de Maio de 2007, 00:04:27 »
O que é visto de forma negativa é essa sua certeza absoluta sobre as coisas, você acha que é impossível você estar errado. E pra que discutir com alguém que não pensa nem na possibilidade de estar errado?
Eu sabia que você estava de sacanagem comigo, sempre tentando me difamar. Foi por isso que já te denunciei a moderação neste mesmo tópico, por me ofender ao invés de tentar discutir de forma sadia.


E pra que discutir com alguém que não pensa nem na possibilidade de estar errado?
Veja como você distorce, foi exatamente o que pensei quanto você fez a pergunta, embora ainda a tenha respondido. Você faz uma pergunta dentro de um tópico específico para depois generalizar a tudo o que eu penso.

O tema aqui é a existência de deus, ateísmo e agnosticismo. Não tem nada a ver com outros assuntos e outras áreas, posso estar errado como qualquer pessoa, mas neste assunto não consiredo que estou errado, assim como não considero que estou errado em acreditar na evolução, e em muitos outros conhecimentos que tenho certeza. Mas tem muita coisa sim que posso estar errado.

Se eu considerar que posso estar errado na questão da existência de deus estarei me contradizendo e considerando a possibilidade de existência. Mas especificamente neste tema considero ser impossível estar errado de forma a ser coerente.

E você nem ao menos respondeu a minha última pergunta.

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Offline Fabi

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #261 Online: 29 de Maio de 2007, 00:17:52 »
:hein: Desse jeito só as paredes vão ler o que você escreve.
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

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Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #262 Online: 29 de Maio de 2007, 00:31:30 »
:hein: Desse jeito só as paredes vão ler o que você escreve.
Não quero público aqui, estou buscando dialogar temas de meu interesse.  :|

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Offline Tash

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #263 Online: 29 de Maio de 2007, 02:06:33 »
Bom, o Adriano já disse que a posição dele é filosófica e disse que filosofia está acima da ciência. Não há o que discutir se ele pensa dessa maneira, eu esperava ter um debate científico.
De qualquer forma, continuarei a responder algo que considere interessante.
Estavamos falando de ateísmo e agnosticismo, e não de ciência.

Sim, essa foi a grande falha. Poucas coisas hoje em dia funcionam sem a ciência.

Até o presente momento a única ciência que aborda a questão de deus é a ciência da religião. A questão que você aborda como sendo agnosticísmo não tem condições de ser nem ao menos uma filosofia, quanto mais ciência. Está usando o nome da ciência para afirmar falácias e contradições lógicas.

Não estou falando de uma "ciência de deus". A ciência não é uma entidade, é a aplicação pura do método científico, e estou falando em utilizar o método científico pra chegar a alguma conclusão. Você não esteve desde o começo e foi um erro meu não ter perguntado isso no começo. Evitaria horas de perda de tempo.

Acredito que a síntese dessa discussão se resume a:

  • O teísta crê que deus existe, e duvida que o ateísta possua provas de suas alegações
  • O ateísta crê que deus inexiste, e duvida que o teísta possua provas de suas alegações
  • O agnóstico não crê que deus existe, nem crê que inexiste, e duvida que o ateísta e o teísta possuam provas de suas alegações

São três opções completamente válidas, embora somente a última tenha a fagulha do ceticismo científico (duvidar de crendiçes imparcialmente).

Note que o agnosticismo não é uma contradição. Você possui ausência de duas crenças contraditórias, não presença de duas crenças contraditórias.

Várias vezes você afirmou que fui falacioso, e várias vezes afirmei que você é falacioso. Está tudo registrado e a lista de falácias está devidamente publicada nas regras do fórum. Quem julga isso não são os interlocutores (nós), é quem lê nossa discussão. Acho que se tornou improdutivo discutir sobre isso.
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 02:15:14 por Tash »

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #264 Online: 29 de Maio de 2007, 05:36:42 »
Estou por considerar válida a sua objeção do ceticismo, principalmente do ceticismo científico por verificar que a única consistência de validação do mesmo se deve ao adjetivo de científico e não ao de ceticismo apenas. Para ilustrar posso dizer que hipotéticamente podemos ter um dogmatismo científico, que consiste na utilização do método científico e após obtenção de evidências e provas e a hipótese for constantemente exposta a refutação e ao princípio da falseabilidade e não tendo exito este intento chegando ao ponto em que chamamos de teoria, ou seja com muita consistência de suas provas, podemos dizer que é uma verdade abusoluta. Assim poderíamos dizer que a teoria da evolução, a lei da gravidade, os astros, os animais, e muitos outros conhecimentos científicos são verdadeiro. Também podemos dizer que o dogmatismo é relativo e acompanha os avanços da ciência, pois ao ser negada a teoria da evolução de forma científica poderiamos acreditar na tese oposta que é a do criacionismo, no caso desta vir a ser comprovada científicamente, o que dentro do dogmatismo científico seria absurdo.

Digo isto por verificar uma aberração epistemológica que é o ceticismo científico travestido de agnosticismo e sendo alegando a dúvida como princípio de validação da negação de duas sentenças de sentido e valor contrário, a existência de deus e a inexistência de deus. Ou seja é a certeza absoluta de que a dúvida é o correto apenas por não existir evidências ciêntíficas acerda da validação e da negação.

Poderiamos aqui também separar o agnosticismo do ceticismo aplicando o ônus da prova, ou seja a prova por conta de quem faz a afirmação da existência de algo. E não a prova pela inexistência de algo. Pois o que contradiz o criacionismo quando este diz que deus criou o homem é a teoria da evolução.

Mas a aplicação da frase "ausência de evidência não é evidência de ausencia" é o que justifica o que considero um ceticismo dogmático, ou seria um dogmatismo científico ao levar a dúvida como dogma e evitar qualquer conclusão acerca do que a ciência ainda não comprovou? 

Estou cotanto aqui o post que fiz em outro tópico e acrescentando a mais uma pergunta:
Ou será apenas o agnosticismo?
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Offline Helder Sanches

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #265 Online: 29 de Maio de 2007, 05:55:39 »
Tenho seguido atentamente o evoluir desse tópico. Antes de me adiantar mais, gostava de transcrever o meu artigo com que participei neste primeiro debate interblogues. Sugiro que dêem uma olhada nos outros artigos participantes do debate.

Admito que há alturas em que me sinto mais incomodado com o agnosticismo que com alguns tipos de crenças. Já aqui escrevi sobre agnosticismo e penso que ficou bem patente a minha posição em relação à indiferença cúmplice dos agnósticos. Entendo mais facilmente, por exemplo, um panteísta que um agnóstico. Recordo-me ainda quando no antigo fórum do ateísmo.net (Diário Ateísta) se discutia a criação de uma associação e se questionava a inclusão ou não de agnósticos. Por mim, nunca fui favorável a essas misturas!

Quando me lembrei de promover este debate interblogues a distinção entre agnósticos e ateus pareceu-me um tema óbvio para dar o pontapé de saída. Esta é a minha participação no debate e gostaria de começar com uma fantasia.

    Imaginem que, numa pequena cidade, um grupo considerável de pessoas estava crente que o Sol se extinguiria dentro de duas semanas, a uma quarta-feira, pelas 16h43.

    Não existia nenhuma evidência para tal crença mas a convicção de alguns neste delírio era tão convincente que arrastava uma percentagem significativa dos habitantes dessa cidade.

    Para além dos crentes, existiam outros dois grupos de pessoas: os que achavam que a ideia era um disparate, uma vez que não havia qualquer suporte cientifico para temer tal catástrofe, e os que achavam que quer fosse verdade ou não era irrelevante uma vez que, em qualquer dos casos, não tinham ao seu alcance qualquer forma de alterar o destino da nossa estrela.

    Com a aproximação da data prevista para a extinção do Sol, o grupo crente começa a viver em função dessa fatalidade, tentando impor rituais para contrariar o destino anunciado. Outros, mais radicais, cientes de que qualquer ritual seria uma perda de tempo, tentam gozar os últimos dias isentos de quaisquer regras de convívio social, recorrendo a violações, roubos e homicídios.

    Os que achavam que esta ideia do Sol se extinguir não passava de um disparate opunham-se e preveniam contra a loucura e insanidade dos crentes. O outro grupo, limitava-se a observar, expectante, o desenrolar dos acontecimentos.


Esta história demonstra bem a atitude diferente de crentes, agnósticos e ateus em relação à realidade. Enquanto que os ateus se manifestam por considerarem que não existem quaisquer evidências que justifique qualquer crença num qualquer deus ou divindade, os agnósticos procuram o refúgio na ignorância – por entenderem ser impossível uma resposta à questão divina - ou no desinteresse – por acharem que qualquer resposta é insignificante para as suas vidas.

Assim, o que aparentemente poderia parecer a atitude mais racional, não passa, isso sim, de uma forma envergonhada de desistir da procura da verdade ou de uma presunção de que essa mesma verdade seria inconsequente no entendimento do Homem e do mundo. Como é possível pensar que não seria determinante para a humanidade provar a existência ou inexistência de um ou mais deuses?

Ilusoriamente racional, o agnosticismo não passa de um entrave ao conhecimento. Tivesse a humanidade ao longo dos séculos confiado tão pouco na sua capacidade de descobrir e de saber e a roda nunca teria sido inventada. Tivesse a humanidade nos séculos mais recentes achado que determinadas questões não eram importantes e a esperança de vida não teria mais que duplicado nesse período.

Eu entendo que o agnosticismo pode ser muito mais apaziguador, conciliador ou democrático que o ateísmo. Só que a verdade não se define por maiorias! Racionalidade é procurar encontrar a Verdade. Racionalidade é procurar as explicações, justificações e a compreensão do mundo que nos rodeia. Tudo o resto ou é delírio ou pura indiferença.
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Offline Rodion

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #266 Online: 29 de Maio de 2007, 06:02:00 »
que racionalidade há em dizer que deus não existe, rapaz? isso passa de crença?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #267 Online: 29 de Maio de 2007, 06:33:18 »
Bom, o Adriano já disse que a posição dele é filosófica e disse que filosofia está acima da ciência. Não há o que discutir se ele pensa dessa maneira, eu esperava ter um debate científico.
De qualquer forma, continuarei a responder algo que considere interessante.
Estavamos falando de ateísmo e agnosticismo, e não de ciência.

Sim, essa foi a grande falha. Poucas coisas hoje em dia funcionam sem a ciência.

Para seu conhecimento saiba que as principais ciências surgiram primeiramente como ramos da filosofia e após certa consolidação de seus conhecimentos e aplicação metódica de experimentos para comprovação da validade de tais conhecimentos é que veio a surgir a ciência.

Descartar a filosofia da ciência e a sua vertente, a epistemologia, é que se caracteriza uma grande falha.

Até o presente momento a única ciência que aborda a questão de deus é a ciência da religião. A questão que você aborda como sendo agnosticísmo não tem condições de ser nem ao menos uma filosofia, quanto mais ciência. Está usando o nome da ciência para afirmar falácias e contradições lógicas.

Não estou falando de uma "ciência de deus".
A ciência da religião não é uma ciência de deus, é mais uma área do conhecimento que está se desligando da filosofia.

A ciência não é uma entidade, é a aplicação pura do método científico, e estou falando em utilizar o método científico pra chegar a alguma conclusão.

Mas aplicar o método científico numa argumentação não é ciência, é o uso da criticidade. E assim estou fazendo ao longo do tópico ao justificar a asserção deus não existe, com base no pressuposto de que deus é uma invenção humana, um conceito com características religiosas, simbólicas e imaginárias. É um raciocínio lógico e extremamente fácil de compreender. E faz parte do método ciêntífico pois eu pelo menos, tenho evidências de muitas afirmações que não são reais, além de religiões que não comprovam tal crença e a extença literatura ateísta.


Você não esteve desde o começo e foi um erro meu não ter perguntado isso no começo.

Erro é você apenas questionar e alegar que não existem publicações científicas invalida a minha hipótese. A análise de hipóteses científicas se dá através da tentativa de falseá-las. A publicação ocorre com hipóteses que  foram testadas e não falseadas de acordo com o método ciêntífico. A minha hipótese pode ser falseada, portanto é valida.

Evitaria horas de perda de tempo.
Se acha que está perdendo tempo nem discuta então, eu gosto de discutir e vou aprendendo ao longo da discussão, além de interagir e perceber como pensam os colegas foristas.

Acredito que a síntese dessa discussão se resume a:

  • O teísta crê que deus existe, e duvida que o ateísta possua provas de suas alegações
  • O ateísta crê que deus inexiste, e duvida que o teísta possua provas de suas alegações
  • O agnóstico não crê que deus existe, nem crê que inexiste, e duvida que o ateísta e o teísta possuam provas de suas alegações

São três opções completamente válidas, embora somente a última tenha a fagulha do ceticismo científico (duvidar de crendiçes imparcialmente).
Só existem duas opções completamente válidas, a terceira é completamente inválida.
A única coisa que está demonstrando é que tem um enorme receio de utilizar o verbo crer. Vejamos no dicionário:
Citar
v. tr.,
    acreditar;
    ter como verdadeiro;
    julgar;
    supor;
    presumir;
v. int.,
    ter fé;
v. refl.,
    julgar-se



Note que o agnosticismo não é uma contradição. Você possui ausência de duas crenças contraditórias, não presença de duas crenças contraditórias.
Vamos usar um pouco de lógica. Temos duas asserções contrárias e excludentes entre si. Uma afirma que deus existe a outra nega. Pela lógica podemos concluir que uma das duas asserções está correta. Portando apenas uma é crença no sentido de não corresponder a realidade. Você está "fugindo" do assunto e negando o ateísmo e o teísmo. Está "em cima do muro". Alías está se escondendo e o pior que está se escondendo atrás da ciência.

Várias vezes você afirmou que fui falacioso, e várias vezes afirmei que você é falacioso. Está tudo registrado e a lista de falácias está devidamente publicada nas regras do fórum. Quem julga isso não são os interlocutores (nós), é quem lê nossa discussão.

É natural em discussões com opiniões contrárias uma estar cometendo falácias por estar errada. E quem começou a me chamar de falacioso foi você.  :P

Acho que se tornou improdutivo discutir sobre isso.
Para mim está sendo produtivo  :)

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Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #268 Online: 29 de Maio de 2007, 06:36:45 »
que racionalidade há em dizer que deus não existe, rapaz? isso passa de crença?
Está sendo irônico?  :o
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Offline Rodion

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #269 Online: 29 de Maio de 2007, 06:46:36 »
que racionalidade há em dizer que deus não existe, rapaz? isso passa de crença?
Está sendo irônico?  :o

não. legou-nos a história a crença em deus. não é que o papa afirme que deus exista, não é que fulano afirme que deus exista, não é nem que a bíblia afirme que deus exista. é uma afirmação que se impõe e impôs a todo homem dos últimos séculos. não é, portanto, uma afirmação ordinária, como se eu afirmasse que ontem dei 220km/h num fusca ou que espíritos mexeram a mesa lá de casa. 
mesmo que assim não fosse, mesmo que a afirmação de que deus exista surgisse espontaneamente de um capiau, de nada adiantaria virar pro capiau e dizer; 'olha, zé, você está me dizendo que viu deus ontem à noite e o ônus de prova é seu, ok?'. navalha de occam, ônus de prova, eu acho um absurdo aplicar tais recursos a uma questão como a teológica. são recursos práticos que visam facilitar a vida do cientista e procedimentos acadêmico-científicos, e não decidir todo o mistério do universo.
fato é que a afirmação, feita por uns tantos e também por nós mesmos, não pode ser simplesmente empurrada pra baixo do tapete com esses recursos de conveniência. não há como, logicamente, negar a existência de um ente como deus até que tenhamos conhecimento de todíssimo o universo e de tudíssimo que o compõem, e, pior, certeza de que esse conhecimento é verdadeiro, coisa impensável nos moldes científicos. a dúvida é tudo o que resta.
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 06:48:53 por Bruno »
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Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #270 Online: 29 de Maio de 2007, 07:11:16 »
que racionalidade há em dizer que deus não existe, rapaz? isso passa de crença?
Está sendo irônico?  :o

não. legou-nos a história a crença em deus. não é que o papa afirme que deus exista, não é que fulano afirme que deus exista, não é nem que a bíblia afirme que deus exista. é uma afirmação que se impõe e impôs a todo homem dos últimos séculos. não é, portanto, uma afirmação ordinária, como se eu afirmasse que ontem dei 220km/h num fusca ou que espíritos mexeram a mesa lá de casa. 

Mas não faz com que seja possível a existência de deus, pelo contrário, temos os mitos que foram já tidos como verdade e muitos outros deuses. No egito consideravam o Faraó um deus vivo. O que não falta na história é como os mitos (deuses da época). E essa é a minha tese a de que deus é o mito da sociedade atual.

mesmo que assim não fosse, mesmo que a afirmação de que deus exista surgisse espontaneamente de um capiau, de nada adiantaria virar pro capiau e dizer; 'olha, zé, você está me dizendo que viu deus ontem à noite e o ônus de prova é seu, ok?'. navalha de occam, ônus de prova, eu acho um absurdo aplicar tais recursos a uma questão como a teológica.

Por isso que eu discuto num fórum sério e respeitável, onde o que vale é a criticidade. Não faço isso no meu dia a dia. Quando alguém vem me falar de deus, de forma a pregar, eu digo que não acredito, é muito bom o resultado, e se a pessoa insistir daí não tem jeito mesmo. Não existe questão teológica, pois a teologia se fundamenta da crença em deus. A filosofia é isenta para discutir a questão e temos uma grande literatura sobre o tema.

são recursos práticos que visam facilitar a vida do cientista e procedimentos acadêmico-científicos, e não decidir todo o mistério do universo.
Não considero deus como mistério do universo, longe disso, considero apenas mais um mito moderno.

fato é que a afirmação, feita por uns tantos e também por nós mesmos, não pode ser simplesmente empurrada pra baixo do tapete com esses recursos de conveniência.
Cite tais recursos de conveniência, pois me parece um espantalho.


não há como, logicamente, negar a existência de um ente como deus
Estou negando através da lógica, consiredando as duas possibilidades , existir e não existir, e não tendo lógica a existência (vamos ser sinceros ningúem aqui vê lógica na existência de deus), concluo pela inexistência.

até que tenhamos conhecimento de todíssimo o universo e de tudíssimo que o compõem, e,

Este argumento é circular, para supor que tenhamos que ter o conhecimento de todo o universo para dizer se deus existe temos que pressupor a existência de algum deus. Eu digo que basta pensar um pouco para concluir que não existe e que o mito da criação é um dos mais antigos da história humana.

pior, certeza de que esse conhecimento é verdadeiro,
Eu realmente tenho certeza disso, seria hipócrita ou falso, em dizer que penso que há possibilidade de existir algum deus. E tem muitas pessoas assim como eu, além de pensadores ateístas que deixaram uma vasta literatura a respeito, e ainda atualmente continua a ser produzido muitos livros sobre o tema.

coisa impensável nos moldes científicos. a dúvida é tudo o que resta.
A ciência não se vale apenas na dúvida, ela faz conclusões. Evocar a ciência para validar um argumento que não é adequado.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Luz

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #271 Online: 29 de Maio de 2007, 11:37:04 »
A maioria das pessoas, senão todas elas, têm suas próprias crenças, opiniões e até mesmo convicções, algumas vezes. Tudo muito natural, muito humano. O agnóstico é aquele que carrega ao lado de tudo isso a certeza de que pode estar enganado. Não por estar em cima do muro, como muitos gostam de afirmar, mas apenas por uma questão de reconhecer nossas próprias limitações, tanto pessoais quanto coletivas. E nada mais honesto, afinal nos enganamos mesmo, muito e com facilidade. Temos conhecimento sim, temos Filosofia e Ciência, mas também temos muita ignorância ainda por ser suprida. E temos uma incrível capacidade de moldar as coisas como gostaríamos que elas fossem, confundindo muitas vezes conhecimento com crenças. E temos também a terrível mania de não reconhecer isso.

Não se trata de suspender o raciocínio, como muitos acreditam, mas apenas a obrigação de ter que saber tudo o tempo todo, ter sempre uma opinião definitiva, principalmente sobre aquilo que não podemos ter certeza. E sobre deus não podemos ter certezas. E sobre os duendes, fadas e gnomos, não podemos? − alguns perguntam. Não – eu respondo – não podemos, mas pelo conhecimento que possuímos sobre tudo aquilo que cerca esses mitos, damos pouca ou nenhuma importância ao tema. E por que com deus seria diferente? – Eles insistem. Mas dessa vez, peço que Sagan, mais uma vez, responda por mim. Não por querer me utilizar de um argumento de autoridade, já que no assunto deus, ninguém é mais autoridade, mas por se tratar de um ótimo argumento: Aqueles que levantam questões sobre a hipótese de Deus e a hipótese da alma não são de modo nenhum ateus. Um ateu é alguém que tem a certeza de que Deus não existe, alguém que possui provas convincentes contra a existência de Deus. Não conheço nenhuma dessas provas convincentes. Porque Deus pode ser relegado para tempos e lugares remotos e para causas finais, teríamos de saber bastante mais do que sabemos sobre o Universo para ter a certeza de que Deus não existe. Estarmos certos da existência de Deus e estarmos certos da inexistência de Deus parecem-me ser os extremos confiantes num assunto tornado tão misterioso pela dúvida e pela incerteza que inspira na verdade muito pouca confiança. Parece admissível uma larga gama de posições intermédias e, considerando as enormes energias emocionais investidas no assunto, um espírito aberto, corajoso e inquisitivo (Cético/agnóstico – como entendo) parece ser a ferramenta essencial para estreitar a gama da nossa ignorância coletiva sobre o tema da existência de Deus.

Ciências da Religião é de fato uma matéria muito interessante e que têm suas próprias ferramentas, mas ela trata, como o próprio nome diz, das religiões. Deus e religiões são assuntos distintos. Porque é possível que exista deus (ou não) mesmo que não existissem religiões. Porque existem religiões ateístas. E porque existem, inclusive, teístas que não são religiosos. As duas coisas não são de modo algum interdependentes, embora, muitas vezes estejam interligadas.

E para concluir: o agnóstico não precisa ser necessariamente aquele que acredita ser deus incognoscível, pode ser apenas alguém que acredita que ainda não é possível saber se deus existe ou não. Toda a nossa Ciência e Filosofia ainda não conseguiram trazer uma resposta definitiva a essa pergunta, mas talvez possam um dia. Para muitos é uma resposta importante, para outros, nem tanto. Uma prova sobre o tema certamente traria profundas mudanças para a vida de muitos, mas para alguns seria apenas um conhecimento adicional – que ainda não possuímos. Conhecimento se refere aquilo que conhecemos, todo o resto são apenas crenças, que podem estar certas, mas também podem estar totalmente erradas, embora pareçam lógicas. Deduzir não é comprovar. Convencer também não. E sobre deus podemos deduzir e nos convencer, mas não podemos comprovar o que acreditamos. Não que isso faça alguma diferença a não ser pelo fato de ser a verdade (o que por si só deveria fazer toda a diferença).

Se alguém puder comprovar que deus existe/inexiste que o faça. Do contrário o mais sensato é além das próprias crenças sobre o assunto, manter-se aberto a possibilidades. Convicções sobre assuntos duvidosos não são lá atitudes muito condizentes com a lógica.

Offline FxF

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #272 Online: 29 de Maio de 2007, 13:29:55 »
Luz, mas aí volta ao que já foi colocado anteriormente no tópico... tudo isso que você escreveu, sobre incerteza absoluta sobre o universo, sobre não se poder comprovar uma negação, etc: ninguém pensa o mesmo quanto a Papai Noel ou qualquer outro mito, dizem logo de cara "não existe".
Compreende a comparação?

Offline Oceanos

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #273 Online: 29 de Maio de 2007, 13:32:16 »
Intercedendo: Você leu o post inteiro da Luz? Ela deu o exemplo dos doendes… E em todo o tópico foi discutido isso. Que coisa.
« Última modificação: 29 de Maio de 2007, 15:07:28 por Oceanos »

Offline Adriano

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Re: Convite: Debate inter-blogue
« Resposta #274 Online: 29 de Maio de 2007, 14:22:52 »
A maioria das pessoas, senão todas elas, têm suas próprias crenças, opiniões e até mesmo convicções, algumas vezes. Tudo muito natural, muito humano.
Corcordo, e incluo nestas crenças a crença na possibilidade de deus existir, que também pode ser definida como a crença da descrença, ao alegar que algúem que dúvida de deus, dúvida da sua existência, mas pensa erroneamnete que não carraga uma crença consigo.

O agnóstico é aquele que carrega ao lado de tudo isso a certeza de que pode estar enganado.
Pode estar enganado menos quanto a possibilidade de existir algum deus. E ter certeza de estar enganado é um argumento circular, pois pode estar engando quando a esta certeza.

Não por estar em cima do muro, como muitos gostam de afirmar, mas apenas por uma questão de reconhecer nossas próprias limitações, tanto pessoais quanto coletivas.

Entender as limitações cognitivas da espécie humana facilita entencer a criação de mitos e fazer a distnção entre mitologia e realidade. O conceito atual de deus faz parte da evolução dos conceitos mitológicos do passado, e que tem grande herança da religião. Aceitar a possibilidade de deus existir e dizer que é científico poderia ser provado facilmente mostrando uma publicação científica em que encontra tal hipótese, pois a ciência, mais especificamente a astronomica, tem um ramo que estuda a origem, a estrutura e a evolução do universo.

Estaria a cosmologia errada? Ou a possibilidade da existência de deus não é uma hipótese plausível?
Eu entendo que esta hipótese da possibilidade é descartada fácilmente com o princípio lógico da Navalha de Occan aplicado a cosmologia.

E nada mais honesto, afinal nos enganamos mesmo, muito e com facilidade.
Assim como penso que não tem nada mais honesto que a admissão de que estamos diante de um mito moderno, e o que nos separa dos mitos antigos é o tempo apenas.

Temos conhecimento sim, temos Filosofia e Ciência, mas também temos muita ignorância ainda por ser suprida. E temos uma incrível capacidade de moldar as coisas como gostaríamos que elas fossem, confundindo muitas vezes conhecimento com crenças. E temos também a terrível mania de não reconhecer isso.
Concordo plenamente, e descartar a história da religião e da mitologia para se apoia na crença da possibilidade de deus existir está entre estas manias.

Não se trata de suspender o raciocínio, como muitos acreditam, mas apenas a obrigação de ter que saber tudo o tempo todo, ter sempre uma opinião definitiva, principalmente sobre aquilo que não podemos ter certeza.
Oras, podemos ter certeza de muitas coisas na vida humana, a ciência tem muitas certezas. Não podemos justificar a crença na possibilidade através da crença de que não podemos ter certeza sobre este assunto.
Antes de Darwin não podiamos ter certeza da evolução humana como responsável pelo surgimento da espécie humana, hoje a ciência tem certeza disso. Agora a mitologia que ainda não abandonou ainda a crença de que deus criou o homem, se afirma na crença de que deus criou o universo. É o mito do criador, muito conhecido para  justificar o desconhecido, sendo assim deus assume o arquétipo da ignorancia (desconhecido).

E sobre deus não podemos ter certezas.
Podemos sim, como pode provar que deus não é invenção humana? Dizendo que estou invertendo o ônus da prova como já disseram aqui?

E sobre os duendes, fadas e gnomos, não podemos? − alguns perguntam. Não – eu respondo – não podemos, mas pelo conhecimento que possuímos sobre tudo aquilo que cerca esses mitos, damos pouca ou nenhuma importância ao tema.

Vale o mesmo raciocínio pois são lendas e não tem nenhum embasamento na realidade. Assim como a tão defendida possibilidade de deus existir.

E por que com deus seria diferente? – Eles insistem. Mas dessa vez, peço que Sagan, mais uma vez, responda por mim. Não por querer me utilizar de um argumento de autoridade, já que no assunto deus, ninguém é mais autoridade, mas por se tratar de um ótimo argumento:
Veremos, Sagan é sempre muito citado e pairam dúvidas sobre seu pensamento.

Aqueles que levantam questões sobre a hipótese de Deus e a hipótese da alma não são de modo nenhum ateus. Um ateu é alguém que tem a certeza de que Deus não existe, alguém que possui provas convincentes contra a existência de Deus.
Eu considero as religiões e a mitologia como evidências de que deus é mais um mito, um conceito que não representa um ser real, como tantos outros existêntes da história humana.

Não conheço nenhuma dessas provas convincentes. Porque Deus pode ser relegado para tempos e lugares remotos e para causas finais, teríamos de saber bastante mais do que sabemos sobre o Universo para ter a certeza de que Deus não existe.
É um argumento falacioso pois traz a crença de que é possível algum deus nos confíns do universo, e trata da sua premissa como conclusão.

Estarmos certos da existência de Deus e estarmos certos da inexistência de Deus parecem-me ser os extremos confiantes num assunto tornado tão misterioso pela dúvida e pela incerteza que inspira na verdade muito pouca confiança.
Dúvida de Sagan e de Huxley, mas posso citar inúmemos pensadores e cientístas que consideram que o assunto não tem nada de misterioso e o assunto deus só existe por existir a crença em tal deus, como Holbach, Feuerbach (antropologia), Sartre, Marx, entre outros mais e atualmente temos três que se destacam: Dawkins, Dennett e Sam Harris, e vale lembrar que Dawkins expões o conceito de meme no qual deus e as religiões são vistos como conjuntos de memes.

Parece admissível uma larga gama de posições intermédias e, considerando as enormes energias emocionais investidas no assunto, um espírito aberto, corajoso e inquisitivo (Cético/agnóstico – como entendo) parece ser a ferramenta essencial para estreitar a gama da nossa ignorância coletiva sobre o tema da existência de Deus.[/i]
O pai do ceticismo científico defendendo o agnosticísmo!  :susto:     

Caiu no meu conceito em relação ao ateísmo. :'(

Ciências da Religião é de fato uma matéria muito interessante e que têm suas próprias ferramentas, mas ela trata, como o próprio nome diz, das religiões.

Não necessáriamente, temos uma tese de doutorado sendo desenvolvida no Brasil no intuito de saber mais sobre os sem-religião, e que já citei aqui no fórum. Além de existir um livro sobre O ateísmo antropológico de Feuerbach resultado de uma tese de mestrado em filosofia de Draiton Gonzaga de Souza.

Deus e religiões são assuntos distintos.
Mas é um tema religioso, sendo que é possível estudar o ateísmo e o deísmo que não são religiões.

Porque é possível que exista deus (ou não) mesmo que não existissem religiões.

Não é possível devido deus ser criação humana. A antropologia contribui muito com o esclarecimento dotema e Feuerbach o fez com maestria.

Porque existem religiões ateístas.
O que pode ser questionado também, pois elas acreditam na possibilidade de deus, e existem deuses em suas crenças, mas não toma o escopo central, podendo ser classificadas como agnósticas.

E porque existem, inclusive, teístas que não são religiosos. As duas coisas não são de modo algum interdependentes, embora, muitas vezes estejam interligadas.

São resultados de uma cultura religiosa em detrimento da divulgação científica.

E para concluir: o agnóstico não precisa ser necessariamente aquele que acredita ser deus incognoscível, pode ser apenas alguém que acredita que ainda não é possível saber se deus existe ou não.
Concordo e penso ser exatamente isso, e extendo que alguns, como foi o caso do seu texto, querem estenter está dúvida como sendo da humanidade. É o que eu considero o erro do agnosticismo e acaba ocorrendo um "proselitismo" agnóstico, que é este que alguns me tratam com indignação ao duvidar da crença na possibilidade. Alguns tratam o ateu convicto como fanático e proselitista por ter concluido que a existência de deus é falsa.

Toda a nossa Ciência e Filosofia ainda não conseguiram trazer uma resposta definitiva a essa pergunta, mas talvez possam um dia.

Penso diferente e através da filosofia e ciência, que obtive a resposta e vendo que tal tema já foi há muito tempo esclarecido com pensadores anteriores a nossa época. Por isso cito Holbach constantemente por nutrir adimiração para com a sua ousadia, onde seu livro sobre à crítica a religião "O sistema da natureza", também considerado a bíblia ateísta, foi lançado fora da Alemanha e com um pseudônimo.

Para muitos é uma resposta importante, para outros, nem tanto.
É onde penso que reside a dúvida, no desinteresse pelo tema.

Uma prova sobre o tema certamente traria profundas mudanças para a vida de muitos, mas para alguns seria apenas um conhecimento adicional – que ainda não possuímos.

Para mim a literatura que temos sobre o ateísmo e sobre deus, religião e mitologias permitem a conclusão do assunto. A crença da possíbilidade seria facilmente eliminada por um conhecimento mais amplo sobre o tema, ao invéz das acusações de crença da descreça, poderiam entender que dizer que deus não é possível existir é uma conclusão lógica através de um estudo crítico do tema.

Conhecimento se refere aquilo que conhecemos, todo o resto são apenas crenças, que podem estar certas, mas também podem estar totalmente erradas, embora pareçam lógicas.
Assim como a sua conclusão de que não podemos saber se deus existe ou não parece lógica, mas é um engodo agnóstico.

Deduzir não é comprovar.
É a base do pensamento crítico.

Convencer também não.

Concordo seu texto foi bem convincente, mas não prova que a possibilidade da existência de deus não passa de uma crença.

E sobre deus podemos deduzir e nos convencer, mas não podemos comprovar o que acreditamos.

Concordo, os agnósticos que sustentam a possíbilidade da existência de deus não podem comprovar tal possibilidade.

Não que isso faça alguma diferença a não ser pelo fato de ser a verdade (o que por si só deveria fazer toda a diferença).
Concordo e por isso gosto do tema.

Se alguém puder comprovar que deus existe/inexiste que o faça.
A dúvida da conclusão do tema é mais enraigada que qualquer crença. É na verdade a maior crença.

Do contrário o mais sensato é além das próprias crenças sobre o assunto, manter-se aberto a possibilidades.

Concluir um assunto não faz com que esteja acabado a pesquisa, Darvim concluiu a evolução e ainda hoje muitas pessoas negam. Se ainda existe essa resistencia a origem da vida quem dira quanto a origem do universo, mas eu fico com a cosmologia que já descartou a hipótese deus devida a sua infantilidade, nas palavras de Feuerbach.

Convicções sobre assuntos duvidosos não são lá atitudes muito condizentes com a lógica.
Mas mesmo assim o agnosticismo conclui que é impossível existir uma resposta e se cega para o óbvio.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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