Autor Tópico: Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas  (Lida 1016169 vezes)

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12325 Online: 29 de Dezembro de 2015, 10:52:40 »
Acho que seria algo assim: http://www.ehow.com.br/assar-porco-fogo-chao-como_259920/#page=17

Sim, a temperatura não passa de 90 ou 100 graus, por isso a demora.

Fica ótimo, mas não é coisa fácil de aprender a cozinhar.

Offline Gaúcho

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12326 Online: 29 de Dezembro de 2015, 10:53:32 »
Nem precisa cavar buraco. Compra um costelão e faz ao fogo de chão.  :smartass:

"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12327 Online: 29 de Dezembro de 2015, 10:56:03 »
Acho que seu método é melhor, pelo menos dá para acompanhar o cozimento sabendo que não vai estragar.

Esse método de embrulhar e cozinhar devagar não é fácil, principalmente se for a primeira tentativa.

Offline Lorentz

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12328 Online: 29 de Dezembro de 2015, 12:06:03 »
Nem precisa cavar buraco. Compra um costelão e faz ao fogo de chão.  :smartass:



Haja paciência. São o que? 6-8 horas pra assar, certo?
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Offline Gaúcho

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12329 Online: 29 de Dezembro de 2015, 20:43:45 »
Sim! E fica de outro mundo.  :olheira:
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Offline Lorentz

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12330 Online: 29 de Dezembro de 2015, 22:16:50 »
Quem precisa de picanha quando se tem uma costela assada no fogo de chão, com a gordura semi defumada derretendo e penetrando cada fibra da carne.
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Offline Sergiomgbr

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12331 Online: 29 de Dezembro de 2015, 22:40:02 »
Eu faço uma costela cozida lentamente que fica de comer ajoelhado chorando e sem bagunça fumacesca.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Lorentz

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12332 Online: 29 de Dezembro de 2015, 22:40:59 »
Eu faço uma costela cozida lentamente que fica de comer ajoelhado chorando e sem bagunça fumacesca.

Mas a mágica (e o cancer) está na fumaça.
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Offline Gigaview

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12333 Online: 29 de Dezembro de 2015, 23:48:53 »
Um dia desses vocês vão descobrir o Santo Maillard e aprender a dominar sua famosa reação. Coisa de profissional. Sorry.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Rocky Joe

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12334 Online: 30 de Dezembro de 2015, 00:25:44 »
A graça deve ser a expectativa, o evento social.

Tô curioso se nenhum cachorro se aventura a atacar.

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12335 Online: 06 de Janeiro de 2016, 10:38:49 »
Qual era a expectativa de vida de um escravo no Brasil?

Offline Diegojaf

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12336 Online: 06 de Janeiro de 2016, 10:58:14 »
Qual era a expectativa de vida de um escravo no Brasil?

Depende da natureza do trabalho que exercia. A média era de 7 a 15 anos, de acordo com o Bóris Fausto.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12337 Online: 06 de Janeiro de 2016, 14:01:17 »
Qual era a expectativa de vida de um escravo no Brasil?

Depende da natureza do trabalho que exercia. A média era de 7 a 15 anos, de acordo com o Bóris Fausto.

Imagino que esse seja o tempo útil de trabalho, correto?

A minha dúvida é sobre a expectativa de vida total de alguém que era escravo. De quanto era?

Agora, outra dúvida que surgiu: Depois que o escravo não desse mais conta do trabalho, por exemplo em casos de ferimentos graves mas não mortais, o que era feito dos pobre coitados?

Offline Diegojaf

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12338 Online: 06 de Janeiro de 2016, 14:41:55 »
Qual era a expectativa de vida de um escravo no Brasil?

Depende da natureza do trabalho que exercia. A média era de 7 a 15 anos, de acordo com o Bóris Fausto.

Imagino que esse seja o tempo útil de trabalho, correto?

A minha dúvida é sobre a expectativa de vida total de alguém que era escravo. De quanto era?

Agora, outra dúvida que surgiu: Depois que o escravo não desse mais conta do trabalho, por exemplo em casos de ferimentos graves mas não mortais, o que era feito dos pobre coitados?

07 a 15 anos. Segundo o Bóris Fausto, não tinha escravo aposentado. Ele morria no trabalho pesado. Os poucos que eram "domésticos" chegavam a ficar mais velhos.

Depende também de qual período você fala. Tem o período em que os navios chegavam abarrotados de escravos e o período em que era ilegal trazer eles de fora.

Só depois da proibição do Reino Unido do tráfico de escravos, os preços aumentaram muito, aí você tinha fazendas de "procriação" e maior trânsito interno (do nordeste para o sudeste) e pelo valor do "bem", maior cuidado na conservação deles. A partir da imigração na segunda metade do século XIX, os imigrantes que chegavam eram mais explorados que os escravos em alguns casos, pois o escravo era mão de obra cara e especializada e os imigrantes eram mais facilmente substituídos.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12339 Online: 06 de Janeiro de 2016, 14:55:24 »
Qual era a expectativa de vida de um escravo no Brasil?

Depende da natureza do trabalho que exercia. A média era de 7 a 15 anos, de acordo com o Bóris Fausto.

Imagino que esse seja o tempo útil de trabalho, correto?

A minha dúvida é sobre a expectativa de vida total de alguém que era escravo. De quanto era?

Agora, outra dúvida que surgiu: Depois que o escravo não desse mais conta do trabalho, por exemplo em casos de ferimentos graves mas não mortais, o que era feito dos pobre coitados?

07 a 15 anos. Segundo o Bóris Fausto, não tinha escravo aposentado. Ele morria no trabalho pesado. Os poucos que eram "domésticos" chegavam a ficar mais velhos.

Depende também de qual período você fala. Tem o período em que os navios chegavam abarrotados de escravos e o período em que era ilegal trazer eles de fora.

Só depois da proibição do Reino Unido do tráfico de escravos, os preços aumentaram muito, aí você tinha fazendas de "procriação" e maior trânsito interno (do nordeste para o sudeste) e pelo valor do "bem", maior cuidado na conservação deles. A partir da imigração na segunda metade do século XIX, os imigrantes que chegavam eram mais explorados que os escravos em alguns casos, pois o escravo era mão de obra cara e especializada e os imigrantes eram mais facilmente substituídos.

Nó, os escravos morriam no máximo com 15 anos de idade? Pelas representações eu achava que chegavam em pelo menos uns 25, 30.






Curioso também como mesmo com uma alimentação pobrissima conseguiam aspecto tão forte.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12340 Online: 06 de Janeiro de 2016, 15:09:42 »
15 anos de trabalho. Houve até escravos de terceira idade.

Citar
[...]Não faltava quem defendesse os fazendeiros contra as acusações gerais de maus tratos e pior passadio, a que submetiam os seus escravos. Assim, se fazia, por exemplo, num trabalho sobre a agricultura em Minas, publicado em várias edições do Correio Oficial de Minas, em dias de outubro de 1859, sem constar o nome do autor, mas que supomos ser do conselheiro Francisco de Paula Cândido. Dele retiramos os seguintes tópicos:

"O escravo do fazendeiro nesta província tem uma alimentação que faria inveja às classes indigentes da Europa e a muita gente livre que vive nas nossas velhas cidades… A base da alimentação dos escravos é o feijão, e esse pão de farinha de milho (fubá) sem fermento, a que damos a denominação pouco eufônica de – angu. O angu feito em um tacho com água quente, bem como o feijão, é dado ao escravo à discrição, e há sempre tanta sobra que eles sustentam com ela seus cães. O toucinho também lhes é fornecido para adubar o feijão. O escravo tem além disso, para seu alimento as ervas, como mostarda e serralha que crescem espontaneamente em todas as roças, as frutas, especialmente a laranja, que é de tanta abundância, em muitos lugares, que apodrece desprezada debaixo dos pés. Tem muitas vezes carne, quase sempre ele mesmo aumenta a sua cozinha com a caça, palmito, mandioca, batatas, etc. Quase todo escravo tem a sua roça própria, que cultiva nos dias santos e outras vagas, da qual o mesmo senhor compra-lhe os produtos nos anos de ruim colheita. Outros plantam fumo e algodão, que vendem para a compra de roupas domingueiras e outras necessidades".- Mais: "Além desses lucros lícitos, por via de regra, todo escravo roubava de seu senhor."[...]


http://www.jangadabrasil.com.br/novembro/cp31100a.htm

http://martaiansen.blogspot.com.br/2012/08/caracteristicas-regionais-na-alimentacao-dos-escravos-no-Brasil.html


Acho que deve ser comum haver algum exagero (ou foco distorcido nos exemplos factuais mais extremos) quanto às más condições, não que fossem boas nem nada, só que, por mais desumanas que as pessoas fossem, ainda assim era algo que buscava o lucro e não primariamente sadismo. Então como seria com animais e máquinas, cuidar mal também levaria a prejuízo. Tanto mais já que no caso de pessoas há o risco de rebelião e etc.

Offline Fabrício

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12341 Online: 06 de Janeiro de 2016, 17:44:10 »
Citar
Nó, os escravos morriam no máximo com 15 anos de idade? Pelas representações eu achava que chegavam em pelo menos uns 25, 30.

Acho que o que o Diego quis dizer era que 7 a 15 anos era a expectativa após o sujeito ser escravizado. Por exemplo, o cara era capturado na África com 30 anos e escravizado, a expectativa de vida dele iria de 37 a 45 anos.
"Deus prefere os ateus"

Offline Sr. Alguém

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12342 Online: 06 de Janeiro de 2016, 19:00:52 »
É possível parcelar o pagamento de multas ?
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

Offline Diegojaf

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12343 Online: 06 de Janeiro de 2016, 20:12:35 »
Citar
Nó, os escravos morriam no máximo com 15 anos de idade? Pelas representações eu achava que chegavam em pelo menos uns 25, 30.

Acho que o que o Diego quis dizer era que 7 a 15 anos era a expectativa após o sujeito ser escravizado. Por exemplo, o cara era capturado na África com 30 anos e escravizado, a expectativa de vida dele iria de 37 a 45 anos.

Yup.

EDIT: Lembrando que a expectativa de vida nesse período era de 27 anos.
« Última modificação: 06 de Janeiro de 2016, 20:28:53 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Diegojaf

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12344 Online: 06 de Janeiro de 2016, 20:28:00 »
15 anos de trabalho. Houve até escravos de terceira idade.

Citar
[...]Não faltava quem defendesse os fazendeiros contra as acusações gerais de maus tratos e pior passadio, a que submetiam os seus escravos. Assim, se fazia, por exemplo, num trabalho sobre a agricultura em Minas, publicado em várias edições do Correio Oficial de Minas, em dias de outubro de 1859, sem constar o nome do autor, mas que supomos ser do conselheiro Francisco de Paula Cândido. Dele retiramos os seguintes tópicos:

"O escravo do fazendeiro nesta província tem uma alimentação que faria inveja às classes indigentes da Europa e a muita gente livre que vive nas nossas velhas cidades… A base da alimentação dos escravos é o feijão, e esse pão de farinha de milho (fubá) sem fermento, a que damos a denominação pouco eufônica de – angu. O angu feito em um tacho com água quente, bem como o feijão, é dado ao escravo à discrição, e há sempre tanta sobra que eles sustentam com ela seus cães. O toucinho também lhes é fornecido para adubar o feijão. O escravo tem além disso, para seu alimento as ervas, como mostarda e serralha que crescem espontaneamente em todas as roças, as frutas, especialmente a laranja, que é de tanta abundância, em muitos lugares, que apodrece desprezada debaixo dos pés. Tem muitas vezes carne, quase sempre ele mesmo aumenta a sua cozinha com a caça, palmito, mandioca, batatas, etc. Quase todo escravo tem a sua roça própria, que cultiva nos dias santos e outras vagas, da qual o mesmo senhor compra-lhe os produtos nos anos de ruim colheita. Outros plantam fumo e algodão, que vendem para a compra de roupas domingueiras e outras necessidades".- Mais: "Além desses lucros lícitos, por via de regra, todo escravo roubava de seu senhor."[...]


http://www.jangadabrasil.com.br/novembro/cp31100a.htm

http://martaiansen.blogspot.com.br/2012/08/caracteristicas-regionais-na-alimentacao-dos-escravos-no-Brasil.html


Acho que deve ser comum haver algum exagero (ou foco distorcido nos exemplos factuais mais extremos) quanto às más condições, não que fossem boas nem nada, só que, por mais desumanas que as pessoas fossem, ainda assim era algo que buscava o lucro e não primariamente sadismo. Então como seria com animais e máquinas, cuidar mal também levaria a prejuízo. Tanto mais já que no caso de pessoas há o risco de rebelião e etc.

Ainda de acordo com o Boris Fausto, o número de escravos caía entre 5 e 8% ao ano devido à mortalidade. Entre 1550 e 1865 foram cerca de 4 milhões de escravos. Os escravos nascidos no Brasil (depois da proibição do tráfico pelo Inglaterra) tinham uma expectativa de vida de 18,3 anos, contra uma expectativa de vida dos brancos de 27,4 anos (35,5 anos nos EUA). Esses eram os mais valorizados, já que foi nesse momento em que várias políticas (ventre livre, alforria por idade) fizeram o número deles minguar.

As rebeliões eram evitadas já na origem. Apesar de 70% dos escravos serem de origem Angolana, eram oriundos de várias tribos diferentes e rivais. Além disso, no momento da venda, famílias e grupos eram separados de forma proposital, para quebrar qualquer chance de se criar um grupo grande demais com identidade comum, fazendo com que a chance de se rebelarem aqui fosse menor.

OT: Olhando o livro do Boris Fausto agora, deveria ter lido ele depois dos livros do Hobsbawn. Teria tido um entendimento bem mais amplo.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12345 Online: 06 de Janeiro de 2016, 20:43:25 »
Esse embaralhamento étnico não previne totalmente rebeliões, só reduz muito as chances em comparação a não ter isso (um dos verdadeiros motivos para o tráfico transatlântico de escravos em vez de escravizar índios locais, em vez daquela noção de que simplesmente eram preguiçosos). Tanto por "trégua", quanto por geralmente não ter como ter um indivíduo escravo de cada etnia, havendo então as panelinhas de acordo. Quilombos chagaram a ter milhares de pessoas (e hoje devem ter até mais, por crescimento populacional e etc).

Offline Diegojaf

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12346 Online: 06 de Janeiro de 2016, 20:53:00 »
Esse embaralhamento étnico não previne totalmente rebeliões, só reduz muito as chances em comparação a não ter isso (um dos verdadeiros motivos para o tráfico transatlântico de escravos em vez de escravizar índios locais, em vez daquela noção de que simplesmente eram preguiçosos).

Os índios foram escravizados até 1758. Depois disso, só os "rebeldes" de tribos hostis continuaram a ser escravizados (contra a posição da ICAR, que nunca se manifestou da mesma maneira quanto aos africanos). Os índios também tinham para onde fugir, a casa deles era "do lado", coisa que os africanos não tinham.

Tanto por "trégua", quanto por geralmente não ter como ter um indivíduo escravo de cada etnia, havendo então as panelinhas de acordo. Quilombos chagaram a ter milhares de pessoas.

Mas se eles fugiam ou se rebelavam e eram em tão grande número, é porque a vida deles era uma merda, ao contrário do que você afirmou acima de que "não era tão ruim assim"...
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12347 Online: 06 de Janeiro de 2016, 21:20:43 »
Bem, eles de fato viviam mais do que o Johnny Cash havia entendido do que você disse, então quanto a essa perspectiva ao menos, "não era tão ruim assim". O que eu disse em seguida é que percepções distorcidas como essa podem ser resultado num enfoque mais "exclusivo" no pior que ocorria, quando a prevalência das condições mais extremas teria boas chances de dar mais prejuízo do que compensado pela mão de obra ser escrava. Enfoque esse que talvez se dê até justamente porque se fugir um pouco do tom a pessoa já corre o risco de ser colocada no saco de quem diz que "não era tão ruim assim", que os escravos deviam é ser gratos aos seus generosos senhores, etc.


...

No artigo da WP sobre escravidão indígena no Brasil fica um pouco a sugestão de que os índios acabaram sendo muito mais aliados dos portugueses do que eu "aprendi" na escola. Com títulos oficiais, terra, etc e tal. Meio como um ou dois degraus acima de negros e mestiços "uncle Toms".

Por aí acabei vendo que a diferenciação que a Igreja pré-Mórmon fazia é que os negros já haviam rejeitado o cristianismo, e foram por isso considerados como filhos de Cã.

Citar
[...]A base teológica que justificava a escravidão negra

Do que me ocupo, exclusivamente, para que não nos enganemos quanto à força cultural e ideológica que os séculos acumularam contra os negros, é da ideia quanto à escravidão africana, tão solene e fortemente defendida pela Igreja Católica e pelo Papa, sob a alegação de que o cativeiro era uma espécie de benção para os pretos – há um capítulo denominado Paraíso dos Pretos, tratando exclusivamente dessa visão, no qual me concentrarei nesse texto. A escravidão, no raciocínio do catolicismo de então, tinha o condão de trazer os negros para a luz do cristianismo, como acentua Vainfas. A Igreja e os Jesuítas, ordem à qual Vieira pertencia, e na qual permaneceu até morrer, adotaram dois pesos e duas medidas na questão escravista.

Como diz o autor, no caso dos índios, escravidão e catequese se opunham. No caso dos africanos, complementavam-se. Embora fosse uma contradição insolúvel do ponto de vista moral, contornava-se o problema com uma sólida base teológica. A escravidão era má, porém justa e necessária para a ordem do mundo. Para os índios, buscar a salvação e não permitir a escravidão deles. Para os negros, cativeiro. A Igreja vai buscar referências em São Tomás de Aquino, desde, portanto, o século XIII. No decorrer do século XV, construiu-se a ideia de que os africanos em particular eram os mais vocacionados para a escravidão por descenderem de Cam, o filho maldito de Noé, cuja linhagem fora condenada ao cativeiro. Cam teria sido o povoador do continente africano. Os índios, que nada tinham a ver com Cam, deviam ser preservados do cativeiro, como lembra o autor. “Contradição moral e ideológica. Coerência teológica.”  [...]

http://www.cartacapital.com.br/politica/antonio-vieira-e-o-doce-inferno-dos-negros

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12348 Online: 06 de Janeiro de 2016, 22:34:00 »
Esse embaralhamento étnico não previne totalmente rebeliões, só reduz muito as chances em comparação a não ter isso (um dos verdadeiros motivos para o tráfico transatlântico de escravos em vez de escravizar índios locais, em vez daquela noção de que simplesmente eram preguiçosos).

Os índios foram escravizados até 1758. Depois disso, só os "rebeldes" de tribos hostis continuaram a ser escravizados (contra a posição da ICAR, que nunca se manifestou da mesma maneira quanto aos africanos). Os índios também tinham para onde fugir, a casa deles era "do lado", coisa que os africanos não tinham.



No artigo da WP sobre escravidão indígena no Brasil fica um pouco a sugestão de que os índios acabaram sendo muito mais aliados dos portugueses do que eu "aprendi" na escola. Com títulos oficiais, terra, etc e tal. Meio como um ou dois degraus acima de negros e mestiços "uncle Toms".

Por aí acabei vendo que a diferenciação que a Igreja pré-Mórmon fazia é que os negros já haviam rejeitado o cristianismo, e foram por isso considerados como filhos de Cã.

Sempre me pareceram duas coisas sobre os índios:
1 - As tais missões jesuíticas devem ter os ajudado bastante, nesse sentido. (como se já não tivessem os f8dido antes, mas de toda forma, acabou sendo "dos males o menor"). Se não me engano teve uma virada de chave no meio da historia aí tb, em que os índios eram praticamente ajudantes dos Portuguese, e em algum ponto os portugueses começaram a escravizá-los mais fortemente e depois com uma série de intervenções, inclusive do rei, a coisa foi melhorando (ficando menos ruim) pra eles.
2 - Nunca associei a imagem de escravo à imagem indígena, não sei se por disparidade na representação ou se realmente a proporção era tão díspar. Os índios escravos imagino que deveriam ser bem mais difíceis de lidar do que os outros, por diversas razões, o que deveria também contribuir. Mas estou só chutando.
« Última modificação: 06 de Janeiro de 2016, 22:36:53 por Johnny Cash »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12349 Online: 06 de Janeiro de 2016, 22:37:32 »
No artigo da WP sobre escravidão indígena no Brasil tem até uma seçãozinha sobre escravidão voluntária, que nem imaginava ter ocorrido.

Quais são as condições que justificam a escravidão, na bíblia?

LMGTFM:

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Overview

The Bible identifies different categories of slaves including female Hebrew slaves, male Hebrew slaves, non-Hebrew and hereditary slaves. These were subject to different regulations.

Female Hebrews could be sold by their fathers and enslaved for life (Exodus 21:7-11), but under some conditions.

Male Hebrews could sell themselves into slavery for a six year period to eliminate their debts, after this period they might go free. However, if the male slave had been given a wife and had children with her, they would remain his master's property. They could only stay with their family by becoming permanent slaves. (Exodus 21:2-5). Evangelical Christians, especially those who subscribe to Biblical inerrancy, will commonly emphasize this debt bondage and try to minimise the other forms of race-based chattel slavery when attempting to excuse the Bible for endorsing slavery.[citation needed]

Non-Hebrews, on the other hand, could (according to Leviticus 25:44) be subjected to slavery in exactly the way that it is usually understood. The slaves could be bought, sold and inherited when their owner died. This, by any standard, is race- or ethnicity-based, and Leviticus 25:44-46 explicitly allows slaves to be bought from foreign nations or foreigners living in Israel . It does say that simply kidnapping Hebrews to enslave them is a crime punishable by death (Deuteronomy 24:7), but no such prohibition exists regarding foreigners. War captives could be made slaves, assuming they had refused to make peace (this applied to women and children-men were simply killed), along with the seizure of all their property.(Deuteronomy 20:10-15)

Hereditary slaves were born into slavery and there is no apparent way by which they could obtain their freedom.

So the Bible endorses various types of slavery, see below - though Biblical literalists only want to talk about one version and claim that it wasn't really so bad.

http://rationalwiki.org/wiki/Slavery_in_the_Bible#Overview

 

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