Esse embaralhamento étnico não previne totalmente rebeliões, só reduz muito as chances em comparação a não ter isso (um dos verdadeiros motivos para o tráfico transatlântico de escravos em vez de escravizar índios locais, em vez daquela noção de que simplesmente eram preguiçosos).
Os índios foram escravizados até 1758. Depois disso, só os "rebeldes" de tribos hostis continuaram a ser escravizados (contra a posição da ICAR, que nunca se manifestou da mesma maneira quanto aos africanos). Os índios também tinham para onde fugir, a casa deles era "do lado", coisa que os africanos não tinham.
No artigo da WP sobre escravidão indígena no Brasil fica um pouco a sugestão de que os índios acabaram sendo muito mais aliados dos portugueses do que eu "aprendi" na escola. Com títulos oficiais, terra, etc e tal. Meio como um ou dois degraus acima de negros e mestiços "uncle Toms".
Por aí acabei vendo que a diferenciação que a Igreja pré-Mórmon fazia é que os negros já haviam rejeitado o cristianismo, e foram por isso considerados como filhos de Cã.
Sempre me pareceram duas coisas sobre os índios:
1 - As tais missões jesuíticas devem ter os ajudado bastante, nesse sentido. (como se já não tivessem os f8dido antes, mas de toda forma, acabou sendo "dos males o menor"). Se não me engano teve uma virada de chave no meio da historia aí tb, em que os índios eram praticamente ajudantes dos Portuguese, e em algum ponto os portugueses começaram a escravizá-los mais fortemente e depois com uma série de intervenções, inclusive do rei, a coisa foi melhorando (ficando menos ruim) pra eles.
2 - Nunca associei a imagem de escravo à imagem indígena, não sei se por disparidade na representação ou se realmente a proporção era tão díspar. Os índios escravos imagino que deveriam ser bem mais difíceis de lidar do que os outros, por diversas razões, o que deveria também contribuir. Mas estou só chutando.