Autor Tópico: Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas  (Lida 1016171 vezes)

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Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12375 Online: 01 de Março de 2016, 19:23:35 »
Entendi.

Você atua com construção/autoria de instrumentos?

Não, sou apenas músico, mas tenho acesso a alguns portais, grupos e sites grandes da área e amizade com os criadores da associação, por isso estou dando algum suporte nesse projeto.

Legal, e toca o que?

Num outro fórum em que eu estou começando a participar, um cara ta construindo um violão e ta colocando foto de cada micro-processo e das ferramentas. É massa demais!

Eu toco amadoramente.

Violino e viola, mas já desisti de viver disso. Estou me formando em engenharia.

Você toca o quê?

obs: interessante perceber que podemos fazer "chat" aqui, afinal, estamos fazendo nada mais que trocar perguntas que não merecem um tópico próprio.  :biglol:

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12376 Online: 01 de Março de 2016, 20:04:02 »
Entendi.

Você atua com construção/autoria de instrumentos?

Não, sou apenas músico, mas tenho acesso a alguns portais, grupos e sites grandes da área e amizade com os criadores da associação, por isso estou dando algum suporte nesse projeto.

Legal, e toca o que?

Num outro fórum em que eu estou começando a participar, um cara ta construindo um violão e ta colocando foto de cada micro-processo e das ferramentas. É massa demais!

Eu toco amadoramente.

Violino e viola, mas já desisti de viver disso. Estou me formando em engenharia.

Você toca o quê?

obs: interessante perceber que podemos fazer "chat" aqui, afinal, estamos fazendo nada mais que trocar perguntas que não merecem um tópico próprio.  :biglol:

Tô quase fazendo o caminho contrário ao seu. Sou engenheiro e tô pensando em sair fora, virar músico.  :lol:

Brincadeira, toco violão e por hobby mesmo, enchendo a cara com o pessoal... mas em tempos de crise, quem sabe?

Tenho um Takamine, GC5CE, nylon, vai bem pro estilo MPB/Bossa que gosto de tocar.

Acho interessante demais o processo de construção de instrumentos.

Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12377 Online: 01 de Março de 2016, 20:40:39 »
Entendi.

Você atua com construção/autoria de instrumentos?

Não, sou apenas músico, mas tenho acesso a alguns portais, grupos e sites grandes da área e amizade com os criadores da associação, por isso estou dando algum suporte nesse projeto.

Legal, e toca o que?

Num outro fórum em que eu estou começando a participar, um cara ta construindo um violão e ta colocando foto de cada micro-processo e das ferramentas. É massa demais!

Eu toco amadoramente.

Violino e viola, mas já desisti de viver disso. Estou me formando em engenharia.

Você toca o quê?

obs: interessante perceber que podemos fazer "chat" aqui, afinal, estamos fazendo nada mais que trocar perguntas que não merecem um tópico próprio.  :biglol:

Tô quase fazendo o caminho contrário ao seu. Sou engenheiro e tô pensando em sair fora, virar músico.  :lol:

Brincadeira, toco violão e por hobby mesmo, enchendo a cara com o pessoal... mas em tempos de crise, quem sabe?


Também não cheguei a me profissionalizar, felizmente.

Não sei como está com a música popular, mas pelo menos o campo de atuação em música erudita aqui no Brasil é bem desanimador. Se for parecido, fique na engenharia mesmo...  :lol:

Citar
Tenho um Takamine, GC5CE, nylon, vai bem pro estilo MPB/Bossa que gosto de tocar.

Não entendo muito de violão, mas parece ser um bom instrumento. Ainda assim, você provavelmente o trocaria fácil por um instrumento autoral legítimo. Não dá para comparar a qualidade.

Citar
Acho interessante demais o processo de construção de instrumentos.

É uma das poucas profissões que exigem alto domínio de conceitos científicos e de técnicas manuais simultaneamente, admiro muito essa mistura.

Offline Gabarito

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12378 Online: 01 de Março de 2016, 21:38:56 »
Não me considero nem músico amador, mas consigo boas harmonias com violão e piano. Meti-me já até com um sax contralto.
Minha esposa sempre acende um belo sorriso quando eu me lembro que toco alguma coisa e faço soar umas notas.
Já que o assunto é manufatura artesanal de instrumento, vou deixar dois centavos.

Talvez Lakatos tenha o contato na sua lista branca de Sérgio Abreu, violonista renomado, junto com seu irmão Eduardo, nos anos 60 e 70 e que hoje é luthier sério e competente.



Segue trecho de uma entrevista sua:
Citar
Por que você decidiu seguir a carreira de luthier em vez de continuar sua carreira como violonista?
Porque me cansei da carreira de concertista e do excesso de viagens, do contato com o público. Sempre tive necessidade de isolamento, ser luthier foi uma escolha perfeita.

Quais são os violonistas brasileiros que mais te agradam atualmente?
Tenho grande prazer em constatar que temos inúmeros violonistas de talento excepcional, tanto na nova geração quanto na anterior. Da minha geração, sempre tive grande amizade e admiração pelo Turíbio Santos, cindo anos mais velho do que eu, que conheci na casa de meu avô quando eu tinha dez anos de idade. Mas são 06h20 da manhã e acabei de chegar da oficina, estou caindo de sono. Não quero me arriscar a fazer uma lista nessas condições pois correria o risco de deixar muitos excelentes músicos de fora.

Várias matérias sobre a carreira e alguns vídeos raros do talentoso duo:

Perfeccionista, Sérgio Abreu critica os próprios deslizes ao tocar violão

Vídeos raros de dois dos maiores violonistas brasileiros são encontrados

Irmãos do Duo Abreu energizam a música e hipnotizam quem assiste



Vale a pena ver os rapazes de então, hoje graves senhores.


Que bom que existe a música... :)

♪ ♫ ♯ ♪ ♫ ♯

Offline Gabarito

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12379 Online: 01 de Março de 2016, 21:45:18 »
Ele faz referência aos instrumentos que tocou num de seus recitais gravados em vídeo e que foram encontrados por uma gravadora alemã.
No meio artístico, são considerados vídeos raros e bem significativos do que se usava na época.

Citar

[...]

O curioso é o violão que eu estou usando nesse vídeo. Nessa turnê, Eduardo usou um Rubio/ Fischer de 1972 e eu um Rubio de 1965 feito em Nova York. No entanto, a roseta desse violão que eu estou tocando no vídeo não é a do Rubio de 1965, é de um Rubio/ Fischer de 1974 que eu adquiri durante aquela turnê.

Eu me lembro de ter gostado muito desse violão, mas não lembrava de o tê-lo usado logo em seguida. Uma temeridade, claro, e talvez isso explique (embora não justifique) tantos esbarrões escancarados de minha parte.

[...]


Nota-se sua modéstia e apuro ao perfeccionismo ao criticar a si mesmo numa performance virtuosa.

Offline Gabarito

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12380 Online: 01 de Março de 2016, 21:52:22 »
<a href="https://www.youtube.com/v/8vjsjnfsymQ" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/8vjsjnfsymQ</a>

Offline Gabarito

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12381 Online: 01 de Março de 2016, 22:00:17 »
Mais um trecho:
Citar

Dois vídeos que juntos somam menos de dez minutos e não chegavam a nove mil visualizações até o fechamento desta edição conseguiram abalar a patota do violão clássico.

O Duo Abreu, formado pelos irmãos Sérgio e Eduardo na década de 1960, é uma dupla lendária em história e qualidade. Eles se apresentaram em quatro continentes, encerraram a carreira antes dos 30 anos de idade e desapareceram de cena deixando três LPs (nunca foram lançados em CD), algumas gravações esparsas e um vídeo, exibido pelo Fantástico em 1974, no auge do sucesso.

[...]

"Se achassem o Santo Graal eu não ficaria tão espantado", diz Ricardo Dias, luthier e biógrafo do irmão mais velho, Sérgio Abreu, que chegou a seguir uma breve carreira solo após o término da dupla, em 1975. Hoje é considerado o maior luthier do país e fabrica cerca de dez instrumentos por ano para duplas como o Duo Siqueira Lima e o Brasil Guitar Duo.

"Sérgio conseguiu transmitir o mesmo perfeccionismo que tinha como músico para a fabricação de instrumentos, seu ouvido e técnica são um espanto", conta Dias.

O irmão mais novo, Eduardo, é um mistério ainda maior: aos 26 anos, cansou de ser músico e foi estudar engenharia eletrônica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, trabalha com algo relacionado a tecnologia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, estuda música apenas por lazer e poucos sabem de seu paradeiro —os que sabem, preferem não falar.

Parece que a dobradinha engenharia/música é reincidente em muita gente.
 :)


Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12382 Online: 01 de Março de 2016, 22:05:47 »
Não conheço muitos luthiers de violão. Uma das curiosidades do setor é que se considera que o formato "ideal" do violão ainda não foi alcançado, enquanto o do violino já (por Stradivari).

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12383 Online: 01 de Março de 2016, 22:28:11 »
Gabarito, bacana! Dias atrás também pesquisei a história do Duo, cheguei a ver uns videos de entrevista com o sergio. E pela dobradinha talvez eu ainda tenha chance!!  :lol:

Lakatos, confesso que nunca toquei num instrumento "autoral" e embora seja curioso e aprecie, conheço pouco sobre o tema. Existe um referencial de preço? Com tão pouca oferta (imagino), é muito difícil conseguir um?

Ja li algo sobre os Stradivari, mais especificamente sobre um alegado crescimento "lento" da madeira utilizada, que também contribuiria pro som ímpar do instrumento. Meu pai, semana passada, comentou algo comigo tb, rapidamente, sobre a dificuldade de fabricação de um violino que, pelo o que ele disse, é ainda mais complexo do que violões.

Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12384 Online: 01 de Março de 2016, 23:17:07 »
Lakatos, confesso que nunca toquei num instrumento "autoral" e embora seja curioso e aprecie, conheço pouco sobre o tema. Existe um referencial de preço? Com tão pouca oferta (imagino), é muito difícil conseguir um?

O preço dos violões varia muito em relação aos tipos de madeira e de construção. Conforme eu disse, ainda não se chegou a um padrão de construção considerado definitivo, então há muita experimentação de novos conjuntos. Um violão autoral "básico", no caso, feito com madeiras nacionais e por um autor iniciante deve sair por cerca de 4 mil reais. A partir daí você pode achar por praticamente qualquer preço até dezenas de milhares de reais, conforme varia o tipo de madeira, de verniz, de acabamento e também o renome do autor. Outro problema é que geralmente os melhores autores têm filas de espera que podem chegar a alguns anos, então não seria inesperado você encomendar o instrumento hoje para recebê-lo lá por 2018. Mas comprar de segunda a mão também pode ser uma boa alternativa. Instrumentos de segunda mão não são considerados inferiores (como a maioria dos outros produtos), e às vezes podem até ter seu valor aumentado com o passar do tempo. O maior problema geralmente é driblar os estelionatários, para isso é indispensável exigir certificados de autenticidade.

No caso dos violinos, os autorais mais baratos saem por volta de 6 mil reais, o que não é muito, considerando que demanda cerca de 300 horas de trabalho e matérias-primas bem caras. Só o kit de madeira bruta custa mais de mil reais, porque precisam ser exatamente duas madeiras específicas nativas da Europa (ácero e abeto), que são as únicas no mundo com as propriedades acústicas corretas para o violino. Como citei anteriormente, o padrão atual de construção do violino é considerado definitivo, tanto a geometria quanto a escolha das madeiras (ainda há alguma divergência quanto ao verniz). As inovações são meramente diferenciais para fins diversos, como o violino elétrico para gravações, o violino de fibra de carbono para jazz e rock, o violino de 5 cordas para algumas peças específicas. Não há mais expectativa de melhora do violino tradicional, ao contrário do violão.

Citar
Ja li algo sobre os Stradivari, mais especificamente sobre um alegado crescimento "lento" da madeira utilizada, que também contribuiria pro som ímpar do instrumento. Meu pai, semana passada, comentou algo comigo tb, rapidamente, sobre a dificuldade de fabricação de um violino que, pelo o que ele disse, é ainda mais complexo do que violões.

Stradivari foi um gênio e sua contribuição à arte é inegável. Ele fez algumas centenas de violinos e, por tentativa e erro, conseguiu chegar a uma geometria de construção definitiva. Até aí é fato, mas a partir disso começa um monte de lendas dizendo que os instrumentos dele ainda são os melhores e que não conseguem ser imitados por ninguém (e é daí que vêm essas explicações mirabolantes como o crescimento da madeira). Isso é mentira. Qualquer luthier experiente atual pode pegar as plantas desenvolvidas por Stradivari e chegar a instrumentos de igual qualidade, que não são detectados em testes cegos com especialistas. Claro que quando você CONTA para o ouvinte que é um Stradivarius, ele começa a ter orgasmos múltiplos e dizer que é o som mais maravilhoso que ele já ouviu, e o detalhe crítico acaba sendo mais a expectativa prévia do que realmente o som do instrumento de forma objetiva.

obs: Stradivari é o nome do cara, Stradivarius é a "marca" desenvolvida por ele. Ou seja, os violinos Stradivarius foram feitos por Stradivari.
« Última modificação: 01 de Março de 2016, 23:22:28 por Lakatos »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12385 Online: 02 de Março de 2016, 07:59:30 »
Nunca tinha visto essa terminologia de instrumentos tidos como "autorais", embora, como deve ter sido com a maioria das pessoas, já conhecesse a noção por trás desse diferencial do violeiro, como falarem de "um Stradivarius", exemplo mais clássico.

"Autor", tanto ou talvez mais que "artista", tem a conotação de criação não apenas "técnica", mas algo mais criativa, original. Então um "instrumento autoral" nesse sentido mais corrente do termo teria sido o theremin do Theremin, e não qualquer instrumento não-original confeccionado com excelência por um indivíduo.


Fala-se também de instrumentos plagiados, mas não falsificações?

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12386 Online: 02 de Março de 2016, 09:13:48 »
Eu também não sabia dessa terminologia. Até porque grandes "fábricas"/marcas também podem, ao pé da letra, ser chamadas de autorais, a não ser que no meio se atribua significado específico pro termo como sendo algo meio "único"/handmade/artesanal.

Achava até que na maior parte esmagadora dos casos o termo "construtor" se adequasse mais, já que no fim serão variações pequenas do mesmo assunto, por mais que esse meu "pequenas" seja um sacrilégio entre os connoisseurs que normalmente as dariam como gigantes alterações/inovações.



Stradivari foi um gênio e sua contribuição à arte é inegável. Ele fez algumas centenas de violinos e, por tentativa e erro, conseguiu chegar a uma geometria de construção definitiva. Até aí é fato, mas a partir disso começa um monte de lendas dizendo que os instrumentos dele ainda são os melhores e que não conseguem ser imitados por ninguém (e é daí que vêm essas explicações mirabolantes como o crescimento da madeira). Isso é mentira. Qualquer luthier experiente atual pode pegar as plantas desenvolvidas por Stradivari e chegar a instrumentos de igual qualidade, que não são detectados em testes cegos com especialistas. Claro que quando você CONTA para o ouvinte que é um Stradivarius, ele começa a ter orgasmos múltiplos e dizer que é o som mais maravilhoso que ele já ouviu, e o detalhe crítico acaba sendo mais a expectativa prévia do que realmente o som do instrumento de forma objetiva.

obs: Stradivari é o nome do cara, Stradivarius é a "marca" desenvolvida por ele. Ou seja, os violinos Stradivarius foram feitos por Stradivari.

Ah, sim, esse efeito é clássico mesmo entre coisas mundanas, como cerveja de buteco, nesses cenários então...

Os instrumentos que você usa são "autorais"?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12387 Online: 02 de Março de 2016, 09:28:10 »
Pensei que já tivesse sido cientificamente comprovado que a qualidade induplicável do The Red Mendelssohn fosse devida a ter sido envernizado com sangue da esposa. :/

Muitas mulheres morreram em vão. :nao2:

Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12388 Online: 02 de Março de 2016, 09:37:25 »
Nunca tinha visto essa terminologia de instrumentos tidos como "autorais", embora, como deve ter sido com a maioria das pessoas, já conhecesse a noção por trás desse diferencial do violeiro, como falarem de "um Stradivarius", exemplo mais clássico.

"Autor", tanto ou talvez mais que "artista", tem a conotação de criação não apenas "técnica", mas algo mais criativa, original. Então um "instrumento autoral" nesse sentido mais corrente do termo teria sido o theremin do Theremin, e não qualquer instrumento não-original confeccionado com excelência por um indivíduo.


Fala-se também de instrumentos plagiados, mas não falsificações?

A princípio se poderia usar apenas o termo "artesanais" para diferenciá-los dos modelos de fábricas. O problema é que há um terceiro método de produção que também é artesanal, mas substancialmente diferente do modo de produção autoral, que é a fabricação em oficinas. Essas oficinas são linhas de produção onde há um luthier responsável pelo projeto e gerenciamento da fabricação, mas ela ocorre em etapas e cada uma delas é feita por um funcionário diferente (que não é luthier, é apenas treinado para realizar uma tarefa específica). Um faz o corte das madeiras, outro faz o lixamento, outro a colagem, outro a escultura da voluta, etc. e cada funcionário domina apenas sua parte do processo, fazendo com que o instrumento não tenha um autor, mas um grupo de "autores". A qualidade desses instrumentos é significativamente mais baixa do que a dos os instrumentos autorais, onde o mesmo artesão faz desde o projeto até a execução de todas as etapas, por isso é necessária a diferenciação entre violinos autorais, violinos artesanais de oficina e violinos de fábrica. Essa diferenciação foi tida como tão necessária pelos luthiers que quando surgiu esse terceiro modo de produção eles até mesmo pararam de chamar seus locais de trabalho de oficinas e passaram a chamá-los de ateliês, para se diferenciar.

Além disso, não é correto dizer que o trabalho do luthier se resume à execução técnica do projeto. Há várias decisões de caráter artístico, como a técnica usada para passagem do verniz (exemplo: a escola italiana defende a passagem do verniz com pinceladas, enquanto a escola francesa defende que deve-se passar o verniz com um chumaço de estopa envolto em algodão, e isso é alvo de sérias discussões), a escultura da voluta e o desenho do furo da caixa de ressonância (aquele desenho que parece uma letra "f"). O "f" é quase que uma assinatura do luthier, e uma pessoa bem treinada consegue identificar o autor de um instrumento só olhando para ele. Ano passado um luthier amigo meu conseguiu descobrir um falsário quando viu um cara vendendo um violino como sendo de autoria própria, mas ao olhar o instrumento reconheceu que o "f" era característico de um luthier que ele conhecia. Também tem as receitas de preparação de verniz, que são geralmente secretas e cada luthier tem a sua.

Quanto às cópias, elas são bem comuns e são mais entendidas como homenagens do que como plágio. Ter um instrumento copiado é um grande símbolo de reconhecimento para um luthier. Boa parte dos trabalhos de luthiers são cópias, que basicamente consistem em produzir um violino utilizando a mesma planta e as mesmas técnicas de um anterior, geralmente algum instrumento italiano ou francês do século XVIII ou XIX. As cópias feitas pelos melhores luthiers atuais chegam a ser melhores que os originais em testes objetivos, embora haja certa resistência em admitir isso devido ao tradicionalismo. Não existe nenhum problema quanto a isso, a não ser obviamente, que o autor tente vender sua cópia alegando se tratar do instrumento original, o que seria estelionato.

Infelizmente no Brasil seguramente a imensa maioria dos instrumentos artesanais são falsificações. Geralmente são instrumentos de oficina, do tipo que mencionei no primeiro parágrafo e que poderiam ser vendidos honestamente nessa condição, mas são colocados à venda como sendo instrumentos autorais. Alguns avacalham tanto que até tentam vender esses instrumentos como sendo peças legítimas de luthiers antigos dos séculos XVIII e XIX, usando certificados falsos de autenticidade. Ainda hoje é comentada a história (verídica) de um ator da Globo que pagou 30 mil reais em um instrumento alegadamente de um autor italiano contemporâneo de Stradivari, sem saber que o autor nunca existiu, era apenas um nome italiano inventado ao acaso.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12389 Online: 02 de Março de 2016, 09:48:24 »
Além disso, não é correto dizer que o trabalho do luthier se resume à execução técnica do projeto. Há várias decisões de caráter artístico, como a técnica usada para passagem do verniz

Novamente, arte=técnica, está praticamente escrito em todas as letras aí! :P

Mesmo que a técnica/arte em questão seja para dar características apenas ornamentais sem relevância acústica.

Mas comentei isso mais de "brincadeira"... :P



Citar
Quanto às cópias, elas são bem comuns e são mais entendidas como homenagens do que como plágio. Ter um instrumento copiado é um grande símbolo de reconhecimento para um luthier. Boa parte dos trabalhos de luthiers são cópias, que basicamente consistem em produzir um violino utilizando a mesma planta e as mesmas técnicas de um anterior, geralmente algum instrumento italiano ou francês do século XVIII ou XIX. As cópias feitas pelos melhores luthiers atuais chegam a ser melhores que os originais em testes objetivos, embora haja certa resistência em admitir isso devido ao tradicionalismo. Não existe nenhum problema quanto a isso, a não ser obviamente, que o autor tente vender sua cópia alegando se tratar do instrumento original, o que seria estelionato.

Curioso. Não existe nenhum tipo de rivalidade então? Meio decepcionante se for tudo só na camaradagem e coleguismo mutuamente adulatório.


Citar
Infelizmente no Brasil seguramente a imensa maioria dos instrumentos artesanais são falsificações. Geralmente são instrumentos de oficina, do tipo que mencionei no primeiro parágrafo e que poderiam ser vendidos honestamente nessa condição, mas são colocados à venda como sendo instrumentos autorais. Alguns avacalham tanto que até tentam vender esses instrumentos como sendo peças legítimas de luthiers antigos dos séculos XVIII e XIX, usando certificados falsos de autenticidade. Ainda hoje é comentada a história (verídica) de um ator da Globo que pagou 30 mil reais em um instrumento alegadamente de um autor italiano contemporâneo de Stradivari, sem saber que o autor nunca existiu, era apenas um nome italiano inventado ao acaso.

Caiu no conto do Viggarius.

Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12390 Online: 02 de Março de 2016, 09:57:45 »
Eu também não sabia dessa terminologia. Até porque grandes "fábricas"/marcas também podem, ao pé da letra, ser chamadas de autorais, a não ser que no meio se atribua significado específico pro termo como sendo algo meio "único"/handmade/artesanal.

No contexto da fabricação de instrumentos, existem as três categorias que citei: os instrumentos de fábrica, caracterizadas por alto grau de mecanização do processo e produção em massa, as oficinas, que trabalham em linhas de produção mas usam processos artesanais, e os luthiers/autores, que fazem tudo sozinhos, do planejamento ao último retoque. O nível de qualidade aumenta nessa ordem, respectivamente.

Citar
Os instrumentos que você usa são "autorais"?

Não, ainda não tenho grana pra isso, mas sempre tenho oportunidade de tocar em instrumentos de autor e realmente a qualidade é incomparável, não é mera frescura. Além da qualidade do som também se nota uma nítida facilidade de tocar. Há passagens específicas que eu consigo tocar em instrumentos de autor e não consigo tocar com a mesma qualidade nos meus próprios.

Outra coisa que eu esqueci de citar em relação à facilidade de tocar é o arco, que é um "mundo" à parte. O luthier não faz o arco. O autor de arco se chama archetier e dentro desse campo também há suas técnicas próprias, seus autores lendários que são copiados, tudo parecido com o que ocorre com os luthiers. A diferença é que enquanto os luthiers históricos mais lendários foram italianos, no caso dos archetiers os mais célebres foram franceses.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12391 Online: 02 de Março de 2016, 10:07:38 »
Para alguém que "nem mesmo leigo" é, violinos sempre me pareceram um dos instrumentos menos ergonômicos. Os luthiers fazem também coisas como tentar confeccionar instrumentos individualizados, adaptados à constituição física do músico? Meio como "luthiers de arquearia" fazem.

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12392 Online: 02 de Março de 2016, 10:11:53 »
Eu também não sabia dessa terminologia. Até porque grandes "fábricas"/marcas também podem, ao pé da letra, ser chamadas de autorais, a não ser que no meio se atribua significado específico pro termo como sendo algo meio "único"/handmade/artesanal.

No contexto da fabricação de instrumentos, existem as três categorias que citei: os instrumentos de fábrica, caracterizadas por alto grau de mecanização do processo e produção em massa, as oficinas, que trabalham em linhas de produção mas usam processos artesanais, e os luthiers/autores, que fazem tudo sozinhos, do planejamento ao último retoque. O nível de qualidade aumenta nessa ordem, respectivamente.

Acho curioso que os instrumentos sejam classificados mais pelo processo de fabricação do que pelas próprias características observadas nele mesmo.

Devem ter mais coisas que são classificadas assim, mas a noção da obrigatória diferença em qualidade não vai ser sempre tão taxativa. Tem muita coisa feita em escala industrial que supera os pares feitos manualmente, e tem muita coisa feita manualmente que é uma legítima porcaria. Imaginava que acontecia o mesmo com os instrumentos.

Costumo associar mais a noção de "industrial" a uniformidade, e a de "manual/autoral" à "uniquez" da coisa, pelo menos é o que acontece no ramo em que eu engenheiro (automobilístico).

Citar
Os instrumentos que você usa são "autorais"?

Não, ainda não tenho grana pra isso, mas sempre tenho oportunidade de tocar em instrumentos de autor e realmente a qualidade é incomparável, não é mera frescura. Além da qualidade do som também se nota uma nítida facilidade de tocar. Há passagens específicas que eu consigo tocar em instrumentos de autor e não consigo tocar com a mesma qualidade nos meus próprios.

Bacana.

Você tem muitos instrumentos?

Bicho, desculpe as "perguntas pessoais", mas é porque sou mesmo curioso nesse tema. :hihi:

Outra coisa que eu esqueci de citar em relação à facilidade de tocar é o arco, que é um "mundo" à parte. O luthier não faz o arco. O autor de arco se chama archetier e dentro desse campo também há suas técnicas próprias, seus autores lendários que são copiados, tudo parecido com o que ocorre com os luthiers. A diferença é que enquanto os luthiers históricos mais lendários foram italianos, no caso dos archetiers os mais célebres foram franceses.

Eu nunca nem havia ouvido falar nisso. Interessante.

Dei uma guglada rápida aqui e, como não poderia ser diferente, tem vários tipos de acabamento finíssimos. Legal saber disso.
« Última modificação: 02 de Março de 2016, 10:14:04 por Johnny Cash »

Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12393 Online: 02 de Março de 2016, 10:16:08 »
Além disso, não é correto dizer que o trabalho do luthier se resume à execução técnica do projeto. Há várias decisões de caráter artístico, como a técnica usada para passagem do verniz

Novamente, arte=técnica, está praticamente escrito em todas as letras aí! :P

Mesmo que a técnica/arte em questão seja para dar características apenas ornamentais sem relevância acústica.

Mas comentei isso mais de "brincadeira"... :P

Na verdade o que eu chamei de "artístico" foi a decisão entre as técnicas, e não a técnica em si.

So close, mas ainda não foi dessa vez que caí...  :lol:

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Curioso. Não existe nenhum tipo de rivalidade então? Meio decepcionante se for tudo só na camaradagem e coleguismo mutuamente adulatório.

Como são poucos, geralmente a divisão da clientela ocorre por critérios geográficos/territoriais, há pouca concorrência direta no sentido de o cliente ter várias opções em sua própria região. Há relação entre eles, pelo menos no nível que posso ver, é basicamente de camaradagem adulatória e corporativismo de classe.

Uma das coisas que unem os luthiers de forma quase "falângica" é a repulsa a luthiers por hobby, que são pessoas de outras profissões (marceneiros, serralheiros e até engenheiros, programadores, arquitetos, gente de todo tipo) que são atraídos pelo ofício, compram algumas ferramentas básicas, adquirem conhecimento superficial e passam a trabalhar com manutenção e regulagens de instrumentos em seus horários de folga, fazendo os mesmos serviços que os luthiers mas cobrando uma fração do preço. Quando veem esse tipo de coisa, eles meio que se unem no estilo "taxistas x Uber".

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12394 Online: 02 de Março de 2016, 10:16:18 »
Para alguém que "nem mesmo leigo" é, violinos sempre me pareceram um dos instrumentos menos ergonômicos. Os luthiers fazem também coisas como tentar confeccionar instrumentos individualizados, adaptados à constituição física do músico? Meio como "luthiers de arquearia" fazem.

Eu sei que em violão essas adaptações/customizações são feitas. Para os violinos deve acontecer o mesmo, em parâmetros como largura do braço e outros, mas como já se chegou num "formato definitivo".... não sei. :/

Offline Johnny Cash

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12395 Online: 02 de Março de 2016, 10:22:55 »
Uma das coisas que unem os luthiers de forma quase "falângica" é a repulsa a luthiers por hobby, que são pessoas de outras profissões (marceneiros, serralheiros e até engenheiros, programadores, arquitetos, gente de todo tipo) que são atraídos pelo ofício, compram algumas ferramentas básicas, adquirem conhecimento superficial e passam a trabalhar com manutenção e regulagens de instrumentos em seus horários de folga, fazendo os mesmos serviços que os luthiers mas cobrando uma fração do preço. Quando veem esse tipo de coisa, eles meio que se unem no estilo "taxistas x Uber".

A propósito, estou incomodado com uma leve trastejada que meu instrumento está apresentando na corda ré e estou bastante "cabreiro" em eu mesmo tentar regular. Suspeito que seja o tensor que esteja contribuindo pro problema.

Sou meio cagão pra todo tipo de manutenção assim que precise ser feita, até mesmo pra troca de cordas. Normalmente apelo para amigos ou para os "uber". :lol:

Uma vez, num violão antigo, eu mesmo troquei a pestana (colei e lixei) e passei meses desconfiado do resultado. É osso a desconfiança psicológica.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12396 Online: 02 de Março de 2016, 10:24:34 »
Uma das coisas que unem os luthiers de forma quase "falângica" é a repulsa a luthiers por hobby, que são pessoas de outras profissões (marceneiros, serralheiros e até engenheiros, programadores, arquitetos, gente de todo tipo) que são atraídos pelo ofício, compram algumas ferramentas básicas, adquirem conhecimento superficial e passam a trabalhar com manutenção e regulagens de instrumentos em seus horários de folga, fazendo os mesmos serviços que os luthiers mas cobrando uma fração do preço. Quando veem esse tipo de coisa, eles meio que se unem no estilo "taxistas x Uber".

Bem, mas imagino que, diferentemente de taxistas vs uber, haja mais diferença técnico/artística (:P) entre os hobbyistas e os com formação tradicional, muito embora trabalho desses hobbyistas talvez possa ser em alguns casos uma coisa intermediária, mais acessível a músicos também ainda intermediários, ou pelo menos de bolso intermediário.

Já saiu alguém dessas origens hobbísticas/humildes para o "estrelato" luthierano?



Offline Gabarito

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12397 Online: 02 de Março de 2016, 10:31:22 »
Já que o assunto continua na construção de instrumentos, vejam esse aí abaixo.
Não sei se poderia ser classificado como instrumento musical e seu operador como instrumentista/músico.
Mas a inventividade para a criação disso aí é uma arte à parte.
Tem até algo parecido com um violino/viola no meios de seus mecanismos.

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Você irá demorar um pouco para aceitar, mas é verdade. Confira que incrível esse instrumento criado pelo músico Martin Molin, o instrumento super complexo funciona a manivela, que movimentam as 2000 bolas de gude que irão cair e provocar o som desejado, o aparelho ainda conta com um xilofone e uma espécie de baixo, esse controlado por ele.

Enfim, é tão complexo que é difícil explicar.

Ai você para e pensa: Se para explicar é difícil, imagine pro cara idealizar e construir esse trem?

<a href="https://www.youtube.com/v/IvUU8joBb1Q" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/IvUU8joBb1Q</a>


Offline Gabarito

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12398 Online: 02 de Março de 2016, 10:34:39 »
Isso me lembrou o Pipe Dreams e o Resonant Chamber, criações do Animusic de uns anos atrás:

<a href="https://www.youtube.com/v/hyCIpKAIFyo" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/hyCIpKAIFyo</a>

<a href="https://www.youtube.com/v/toXNVbvFXyk" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/toXNVbvFXyk</a>


Desculpem a interrupção na conversa sobre luthiers.
Considerem como um ligeiro parêntesis.
« Última modificação: 02 de Março de 2016, 10:39:11 por Gabarito »

Offline Lakatos

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Re:Perguntas idiotas (ou não!) que não merecem um tópico só para elas
« Resposta #12399 Online: 02 de Março de 2016, 10:35:18 »
Para alguém que "nem mesmo leigo" é, violinos sempre me pareceram um dos instrumentos menos ergonômicos. Os luthiers fazem também coisas como tentar confeccionar instrumentos individualizados, adaptados à constituição física do músico? Meio como "luthiers de arquearia" fazem.

Não, a medida do instrumento é padrão. Há versões menores para crianças, mas não possuem modificação estrutural, são apenas reduções mantendo a mesma proporção.

Até o começo do século XIX o jeito era esse mesmo, tocar ainda que gerasse algum desconforto, no máximo colocando uma toalha entre o queixo e violino ou algum enchimento macio por dentro da roupa, na região da clavícula. Mas desde então foram desenvolvidos vários acessórios acopláveis ao violino para torná-lo mais ergonômico, como a queixeira (aquele suporte para o queixo, geralmente preto ou de outra cor escura), a espaleira (plataforma ajustável que vai entre o violino e a clavícula) e até alguns modernos protetores de queixo feitos de silicone, que eu particularmente já acho frescura. A queixeira e a espaleira não são apenas itens de conforto, também têm um importante papel técnico, já que o violinista precisa ser capaz de sustentar o instrumento apenas com a pressão do queixo, e não segurando com o braço, como pode parecer a quem olha. Mesmo que o violinista abaixe os dois braços, o instrumento precisa continuar na mesma posição. Se o músico precisasse da mão para sustentar o violino, perderia grande parte da liberdade de movimentos necessária para tocar.

Quanto ao arco, também tem tamanho padrão e há técnicas específicas para segurá-lo, que geralmente exigem meses de treino. Recentemente, há coisa de duas décadas ou menos, inventaram também alguns acessórios que se acoplam ao arco para facilitar a pegada, mas eu nunca usei e não sei quão recomendados são.
« Última modificação: 02 de Março de 2016, 11:04:49 por Lakatos »

 

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