Eis uma questãozinha que sempre me incomodou:
Os exames de DNA costumam ostentar a possibilidade de acerto em 99,99%.
Eu nunca gostei de afirmativas desse tipo e sempre me cheirou excesso, desconhecimento e exagero de quem arrota esse número.
Há evidência matemática, estatística ou científica para esse valor? Ou apenas virou moda falar assim?
Vou esperar o posto do Dr. Manhattan sobre a discussão do livro, que me parece bem interessante. Mas posso adiantar para você que sim, esses números são baseados em dados científicos e não chutados.
No caso, baseado na freqüência conhecida de determinados alelos (versões diferentes de um mesmo gene, devido a mutações) em uma dada população.
Por exemplo, suponha que você esteja comparando dois dna para ver se coincidem. Você compara o mesmo locus nos dois dna e encontra o mesmo alelo a e a freqüencia desse alelo na população é de 1/10, ou 10%. Então a chance das amostras serem de duas pessoas diferentes ao invés do mesmo doador é de 10%.
Agora, suponha que você pesquise outro locus nos dna e descubra que ambos possuem o mesmo alelo b, e que a freqüência dele na população também seja de 1 em cada 10 indivíduos, ou seja, 10%.
Com essa freqüência e com dois alelos coincidentes, você tem então uma probabilidade de 1/10 x 1/10 = 1/100, ou 1% de que as amostras pertençam a dois indivíduos diferentes ao invés do mesmo.
Quanto mais loci você comparar nas amostras de dna, maior a precisão. Atualmente, se não me engano, faz-se a comparação usando 13 loci no mínimo.