Amigos, não estaríamos incorrendo no mesmo erro de conferir atributos divinos a processos naturais dos quais não temos pleno conhecimento? Lembram-se dos nativos americanos(índios) que atribuíam ao trovão o título divino de tupã, ou dos nórdicos que ao mesmo fenômeno chamavam de Thor, dentre muitas outras situações análogas como deificar o sol (íncas, astecas, egípcios, etc), a lua, o vento, o mar, os planetas e estrelas... Não vejo muita diferença entre essas situações e a abordagem panteísta. Os panteístas imputam à natureza em si (na sua totalidade) a qualidade de divina face ao dislumbramento, assombro, admiração, sentimento de pequenez dianta da imensidão e da elegância dos processos naturais os quais tem consciência o ser humano em virtude de sua capacidade de observar, perscrutar e questionar o mundo e sua própria existência. Muitos acham que deve existir um ser ou inteligência por detrás da origem e desenvolvimento do universo, o que, em última análise, acaba levando-os à solução divina,
Primeiro, não se trata de panteísmo, o conceito mais próximo é o panenteísmo.
São conceitos semelhantes, mas o panenteísmo inclui o aspecto transcendental e imanifesto de Deus, ou como disse o Mauricio Rubio, da realidade absoluta.
O aspecto imanifesto seria a fonte do que chamas de universo.
Imagine um buraco de onde jorra permanentemente energia, quase como uma vela ou como uma luz acesa. O "fogo" dessa vela, ou a "luz", seria o universo que vemos aqui.
Se imaginar uma vela, aquele "fogo", não é algo fixo, ele dura apenas um instante e é sempre renovando a medida que o pavio queima e alimenta essa chama.
O que chamamos de universo também seria assim, energia pulsante vindo dessa fonte imanifesta.
Essa fonte que imanifesta que é a origem de tudo, é também a origem de todas as formas de consciencia que vemos aqui, seja a nossa ou a de qualquer animal.
A essência de tudo é chamada de energia, espirito, alma ou consciencia. Depende de como você vai dividir esses conceitos ao falar sobre eles.
Os vedas hinduis declaram: Alma é consciência.
Outros preferem "dividir" essa essência ao falar dela, então separam a alma da consciencia, mas estão a falar sobre a mesma essência, apenas tratam de diferentes características dela.
Até aqui temos o conceito panenteísta e parte da metafísica religiosa, mas o que chamamos de Deus está além desses conceitos.
A fonte disso tudo é una, o que significa que tudo tem a mesma origem, sendo toda essa multiplicidade inseparável logo na origem e em essência, em consciencia.
Você leva sua mente a um estado de maior consciência.
Como estamos mais conscientes de nós mesmos, percebemos que não estamos "separados" do resto, estando mais "despertos", mais "acordados", mais "conscientes" por não estarmos presos a objetos "externos", podemos perceber aquilo que antes não podíamos.
Sentimentos novos, sentidos mais apurados, uma razão mais poderosa, etc...
É uma metamorfose mental, deixamos de ser o que somos e nos tornamos outra coisa.
É por isso que Buda dizia que não era um "humano", mas um ser "desperto".
Isso não é algo que se possa explicar, assim como não podemos explicar física a um cachorro, faltam palavras e ele simplesmente não entenderia. Isso é algo que a própria pessoa tem que ver, para entender.
Só não venham achar ruim a analogia com um cachorro, isso só tenta demonstrar a diferença de percepção, somos todos crianças aqui, em direção a fase "adulta".
A criança é humana e o adulto é divino.
Uma criança de três anos em sua pouca compreensão também poderia questionar se os adultos não estão enxergando "leis" naturais onde elas não existem, colocando um "padrão" onde só existe aletoriedade.
Isso é uma "possibilidade" no ponto de vista dela, mas para falsear essa idéia, ela vai ter que crescer, estudar e desenvolver sua mente.