Autor Tópico: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.  (Lida 39148 vezes)

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Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #175 Online: 10 de Dezembro de 2007, 23:57:34 »


Quando disse milênios, imagino que quis dizer milhões de anos.




Eu quiz dizer milhoes de anos mas eu nao sei usar milhoes de anos em uma palavra so, como decadas, seculos e milenios.
:)

Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #176 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:00:16 »
Você acha mesmo que biologicamente (foi o que afirmei) o ser humano é perceptivelmente mais complexo ou mais sofisticado do que outros animais?

Pode explicar em que?  Somos quase idênticos a gorilas e chimpanzés, certamente não muito mais complexos ou sofisticados que eles (no sentido biológico, pelo menos).  Muitos animais são mais velozes, mais eficientes, maiores, mais resistentes e virulentos do que nós.

Onde está essa peculiaridade biológica humana?

Dantas, a peculiariedade humana esta na "mente".

Temos um cerebro muito mais aprimorado do que o dos chimpanzes. O que faz com que qualquer outra vantagem biologica se torne inutil comparando conosco.

Offline Luis Dantas

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #177 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:01:46 »
Temos?  Cérebro e mente não são a mesma coisa.  Aliás, não estou convencido de que mesmo a mente símia seja muito diferente da humana.

As CULTURAS, essas sim são sensivelmente diferentes.  Mas talvez não por muito tempo.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #178 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:07:03 »
Temos?  Cérebro e mente não são a mesma coisa.  Aliás, não estou convencido de que mesmo a mente símia seja muito diferente da humana.

As CULTURAS, essas sim são sensivelmente diferentes.  Mas talvez não por muito tempo.

Nao. A "mente" e o cerebro dos dois sao muito diferentes. Caso contrario seria possivel fazer um simio pensar e vicer exatamente como nos. E nao se iluda, nao e'.
Nosso cerebro e' muito mais desenvolvido, como "evolucao" do deles.

Offline Luis Dantas

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #179 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:11:28 »
Temos?  Cérebro e mente não são a mesma coisa.  Aliás, não estou convencido de que mesmo a mente símia seja muito diferente da humana.

As CULTURAS, essas sim são sensivelmente diferentes.  Mas talvez não por muito tempo.

Nao. A "mente" e o cerebro dos dois sao muito diferentes. Caso contrario seria possivel fazer um simio pensar e vicer exatamente como nos. E nao se iluda, nao e'.

Como você sabe que não?  Ou, mesmo que não seja, por que seria devido a uma _grande_ diferença?  Poderia ser (e provavelmente é) devido a algum detalhe mínimo.

Citar
Nosso cerebro e' muito mais desenvolvido, como "evolucao" do deles.

Tem alguma fonte?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Adriano

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #180 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:28:20 »
Você acha mesmo que biologicamente (foi o que afirmei) o ser humano é perceptivelmente mais complexo ou mais sofisticado do que outros animais?

Pode explicar em que?  Somos quase idênticos a gorilas e chimpanzés, certamente não muito mais complexos ou sofisticados que eles (no sentido biológico, pelo menos).  Muitos animais são mais velozes, mais eficientes, maiores, mais resistentes e virulentos do que nós.

Onde está essa peculiaridade biológica humana?
No cérebro. A pequena diferença que nos separa dos nossos parentes mais próximos é o cérebro maior e com maior complexidade de funções.

Citar
Conforme defendido pela psicologia evolutiva, o cérebro dos humanos também sofreu pressões seletivas específicas, que o adaptaram a determinadas circunstâncias. Antes mesmo da vida em grandes sociedades, o homem precisava interagir e se comunicar. Um organismo geneticamente propenso ao altruísmo, por exemplo, poderia ter ganhos maiores se o ambiente fosse propício a isso, conforme demonstrou o biólogo Robert Trivers. Assim, sentimentos como a compaixão seriam influenciados por fatores genéticos, e portanto deveriam ser estudados com base na biologia.

Os aspectos físicos são secundários comparados aos aspectos mentais e intelectuais. Isso é válido na nossa espécie, nessas que mencionou os atributos físicos são destaques, mas perdem para os atributos intelectuais do homem. O intelecto é um atributo do cérebro, portanto um atributo natural e biológico.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #181 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:35:46 »
Temos?  Cérebro e mente não são a mesma coisa.  Aliás, não estou convencido de que mesmo a mente símia seja muito diferente da humana.

As CULTURAS, essas sim são sensivelmente diferentes.  Mas talvez não por muito tempo.

Nao. A "mente" e o cerebro dos dois sao muito diferentes. Caso contrario seria possivel fazer um simio pensar e vicer exatamente como nos. E nao se iluda, nao e'.

Como você sabe que não?  Ou, mesmo que não seja, por que seria devido a uma _grande_ diferença?  Poderia ser (e provavelmente é) devido a algum detalhe mínimo.

Citar
Nosso cerebro e' muito mais desenvolvido, como "evolucao" do deles.

Tem alguma fonte?

Poxa Luis, voce esta exagerando.

Nao acha que somos intectualmente mais capazes do que os chimpanzes?
Do contrario eles e' que estariam tentando nos ensianr coisas e nao o oposto.
(me refiro a projetos que tentam "educar" certos macacos.)

Concordo com o Adriano.

Offline Luis Dantas

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #182 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:43:55 »
Somos MARGINALMENTE mais capazes do que chimpanzés, sim.

E ainda mais marginalmente diferentes deles biologicamente.  Não duvido que eles tenham cérebros mais complexos do que os nossos.

Não é só a complexidade do cérebro que decide qual espécie tem uma cultura e qual não tem.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Thufir Hawat

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #183 Online: 11 de Dezembro de 2007, 00:49:03 »
Citação de:  Adriano
Os aspectos físicos são secundários comparados aos aspectos mentais e intelectuais. Isso é válido na nossa espécie, nessas que mencionou os atributos físicos são destaques, mas perdem para os atributos intelectuais do homem. O intelecto é um atributo do cérebro, portanto um atributo natural e biológico.
E essa é uma avaliação exclusivamente humana, que só pode ser feita calcada num contexto cultural do qual qualquer ciência natural responsável, como a biologia, é isenta.

"Perder" e "ganhar" da forma como você as pretende na sua argumentação, Adriano, não fazem o menor sentido, do ponto de vista exclusivamente biológico.

Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.
« Última modificação: 11 de Dezembro de 2007, 00:54:33 por Thufir Hawat »
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #184 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:08:10 »
Somos MARGINALMENTE mais capazes do que chimpanzés, sim.

E ainda mais marginalmente diferentes deles biologicamente.  Não duvido que eles tenham cérebros mais complexos do que os nossos.

Não é só a complexidade do cérebro que decide qual espécie tem uma cultura e qual não tem.

Hahahaha tive um ataque de risos quando li a premeira frase relacionando "marginalmente" ao substantivo popularmente usado com sentido pejorativo "marginal".

Luis, eu acho que nao e' so' questao de cultura. Como seres individuais, ...putz.

Olha o texto que acabei de ler:

http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=3953

Defende totalmente o seu ponto de vista.

Mas acabei de ver um site que cita partes da biblia que provam que o homem e' superior. Se lascou.
(e' exatamente isso que nao gosto ao conversar com religiosos, os que botam a biblia no meio da ciencia.)

Li isso aqui tambem:
"Meu Deus fez os bichos para nos alimentar é inconcebivel a comparação de um ovo de galinha para um feto, nós humanos somos superiores eu me recuso a me comprar com qualquer animal, seja o macaco ou a galinhya, eu vim de Deus e por isto sou superior aos animais que vivem na terra."

e isso:
A questão é : É claro que os animais merecem respeito,
e na verdade é errado matar animais para nossa alimentação(apesar de eu não ser vegetariano),bem como caçar animais.
Mas o homem é superior aos animais,assim como os animais são superiores aos vegetais.E assim como uma galinha é superior a uma minhoca, e um cavalo é superior
a uma galinha. Não há aí arrogância.
Mas também não justifica na realidade o homem trucidar e massacrar animais com a simples alegação de superioridade.A superioridade do homem é apenas evolutiva.


puta que o pariu, ta aqui o exemplo do tipo de coisa que citei:
E é justamente no texto bíblico do Gênesis onde Derrida vai buscar os relatos da origem da relação entre homens e animais. Ali está estabelecido que os animais foram criados antes por Deus e, somente depois disso e “à sua imagem e semelhança”, Deus cria o homem, permitindo que ele (o homem) nomeasse os animais, lhes desse seus nomes. Com isso fica marcada a diferença e superioridade do homem frente aos animais, além de ressaltar a gênese da linguagem, da capacidade de falar, apanágio do homem.

Bom, com a primeira leitura ( a unica decente) vi argumentos muito interessantes e tal.
Mas para mim ainda que tenha me flexibilizado muito, nao vejo como ignorar nossa supeioridade de capacidade mental. "Pontecia" do cerebro mesmo...







Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #185 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:11:34 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.

Luz

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #186 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:16:41 »
Já que está em pauta, queria fazer algumas perguntas relacionadas.

1) Essa tese de "hierarquia evolutiva" procede?

2) É correto aplicar a idéia de "seleção natural" entre diferentes espécies? Digo, espécies melhores adaptadas são responsáveis por extnguir outras menos adaptadas ou pela própria deficiência de adaptação essas se extinguem naturalmente?

3) O que significa precisamente extinção: sumiu sem deixar herdeiros ou se adaptaou a uma nova espécie? Por exemplo, grosso modo, nós somos o homo (antes do sapiens) evoluído/melhor adaptado ou aquele foi extinto por nós? Quero dizer, existiram, por exemplos, diferentes "homos" convivendo juntos? Nesse caso a seleção natural age como uma espécie de lei do mais "forte" também?

Offline Thufir Hawat

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #187 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:20:19 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.
Não tem a finalidade de juntar argumentos dos dois lado, pelo contrário, pretende deixar claro que a afirmação de que a alegada "superioridade" humana é baseada em conceitos científicos vindos da biologia não é verdadeira.

Quanto a se o homem é cultural/socialmente superior ao resto da natureza, digladiem-se a vontade a respeito, não vejo a menor relevância em tal discussão.
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Offline Twinning Hook

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #188 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:24:09 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.
Não tem a finalidade de juntar argumentos dos dois lado, pelo contrário, pretende deixar claro que a afirmação de que a alegada "superioridade" humana é baseada em conceitos científicos vindos da biologia não é verdadeira.

Quanto a se o homem é cultural/socialmente superior ao resto da natureza, digladiem-se a vontade a respeito, não vejo a menor relevância em tal discussão.

Nao disse que tem objetivo de nada. O faz de fato.

Ganhava mais se ficasse quieto depois do ultimo post....

Agora vai comecar tudo de novo, e depois de 7 paginas sabemos que ninguem ira ceder.

Offline Thufir Hawat

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #189 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:46:11 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.
Não tem a finalidade de juntar argumentos dos dois lado, pelo contrário, pretende deixar claro que a afirmação de que a alegada "superioridade" humana é baseada em conceitos científicos vindos da biologia não é verdadeira.

Quanto a se o homem é cultural/socialmente superior ao resto da natureza, digladiem-se a vontade a respeito, não vejo a menor relevância em tal discussão.

Nao disse que tem objetivo de nada. O faz de fato.

Ganhava mais se ficasse quieto depois do ultimo post....

Agora vai comecar tudo de novo, e depois de 7 paginas sabemos que ninguem ira ceder.
E qual o problema? A idéia aqui no fórum é discutir, não necessariamente chegar à alguma conclusão, muito menos chegar à uma conclusão conciliatória, que certamente não era o que eu pretendia, e claramente não é o que diz minha sentença, pelo menos para quem a lê sem viés.

Ganhava mais você em largar a necessidade de conciliação e aceitar que as pessoas possuem opniões diferentes e que nem sempre a certeza está no meio do caminho: às vezes alguém está certo e alguém está errado e não há nada de ruim nisso.

Já que está em pauta, queria fazer algumas perguntas relacionadas.

1) Essa tese de "hierarquia evolutiva" procede?

2) É correto aplicar a idéia de "seleção natural" entre diferentes espécies? Digo, espécies melhores adaptadas são responsáveis por extnguir outras menos adaptadas ou pela própria deficiência de adaptação essas se extinguem naturalmente?

3) O que significa precisamente extinção: sumiu sem deixar herdeiros ou se adaptaou a uma nova espécie? Por exemplo, grosso modo, nós somos o homo (antes do sapiens) evoluído/melhor adaptado ou aquele foi extinto por nós? Quero dizer, existiram, por exemplos, diferentes "homos" convivendo juntos? Nesse caso a seleção natural age como uma espécie de lei do mais "forte" também?

1)Não da forma como se tem pretendido passar aqui.

Pode-se dizer que determinadas espécies apresentam (ou deixam de apresentar) características que as tornam mais adaptadas a algum ambiente do que outras, mas uma vez que duas ou mais espécies persistam num mesmo ambiente, cada uma com seu conjunto de características particulares que as torna adaptadas àquela situação, não faz sentido considerar uma adaptação melhor que as outras sem levar em conta o contexto no qual aquela adaptação é considerada importante. Logo, não dá pra dizer que entre duas ou mais espécies igualmente bem sucedidas evolutivamente falando, uma seja "mais evoluída" que a outra.

Assim sendo, uma vez que "capacidade intelectual" é uma característica considerada importante apenas dentro do contexto Sócio-Cultural, e esse é exclusivamente humano e portanto irrelevante para a biologia (que, pasmem, estuda muito mais do que a humanidade), não faz sentido afirmar que o homem é "biologicamente superior" a partir da constatação de que têm maior capacidade intelectual.
Por outro lado, se o contexto for a capacidade de sobrevivência em condições extremas, que é relevante à biologia, pode-se argumentar que características como "armazenamento de água" (no caso de ambiente seco), "mucosa protetora" (no caso de ambiente de alta acidez) e etc., são superiores à outras como "grande massa corporal" e "complexidade" (que por sua vez podem se mostrar interessantes em outras situações).
« Última modificação: 11 de Dezembro de 2007, 02:08:59 por Thufir Hawat »
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #190 Online: 11 de Dezembro de 2007, 01:54:57 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.
Não tem a finalidade de juntar argumentos dos dois lado, pelo contrário, pretende deixar claro que a afirmação de que a alegada "superioridade" humana é baseada em conceitos científicos vindos da biologia não é verdadeira.

Quanto a se o homem é cultural/socialmente superior ao resto da natureza, digladiem-se a vontade a respeito, não vejo a menor relevância em tal discussão.

Nao disse que tem objetivo de nada. O faz de fato.

Ganhava mais se ficasse quieto depois do ultimo post....

Agora vai comecar tudo de novo, e depois de 7 paginas sabemos que ninguem ira ceder.
E qual o problema? A idéia aqui no fórum é discutir, não necessariamente chegar à alguma conclusão, muito menos chegar à uma conclusão conciliatória, que certamente não era o que eu pretendia, e claramente não é o que diz minha sentença, pelo menos para quem a lê sem viés.

Ganhava mais você em largar a necessidade de conciliação e aceitar que as pessoas possuem opniões diferentes e que nem sempre a certeza está no meio do caminho: às vezes alguém está certo e alguém está errado e não há nada de ruim nisso.

Quem falou que e' ruim?

Nao tem nada ver com conciliacao, tem a ver com nenhum dos lados estar apresentando argumentos nao tao esclarecedores. Criando um discussao do tipo:
"ele e' "
"nao e' nao"
"e' sim"
"nao e' nada"
e por ai vai.

Por isso seria bom se organizarmos o que ja foi discutido e conciliado e/ou exposto e deixar que nos concentremos mais nas partes que ainda estao em discucao, assim podemos discutir com mais organizacao e eficiencia.



Offline Thufir Hawat

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #191 Online: 11 de Dezembro de 2007, 02:04:17 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.
Não tem a finalidade de juntar argumentos dos dois lado, pelo contrário, pretende deixar claro que a afirmação de que a alegada "superioridade" humana é baseada em conceitos científicos vindos da biologia não é verdadeira.

Quanto a se o homem é cultural/socialmente superior ao resto da natureza, digladiem-se a vontade a respeito, não vejo a menor relevância em tal discussão.

Nao disse que tem objetivo de nada. O faz de fato.

Ganhava mais se ficasse quieto depois do ultimo post....

Agora vai comecar tudo de novo, e depois de 7 paginas sabemos que ninguem ira ceder.
E qual o problema? A idéia aqui no fórum é discutir, não necessariamente chegar à alguma conclusão, muito menos chegar à uma conclusão conciliatória, que certamente não era o que eu pretendia, e claramente não é o que diz minha sentença, pelo menos para quem a lê sem viés.

Ganhava mais você em largar a necessidade de conciliação e aceitar que as pessoas possuem opniões diferentes e que nem sempre a certeza está no meio do caminho: às vezes alguém está certo e alguém está errado e não há nada de ruim nisso.

Quem falou que e' ruim?

Nao tem nada ver com conciliacao, tem a ver com nenhum dos lados estar apresentando argumentos nao tao esclarecedores. Criando um discussao do tipo:
"ele e' "
"nao e' nao"
"e' sim"
"nao e' nada"
e por ai vai.

Por isso seria bom se organizarmos o que ja foi discutido e conciliado e/ou exposto e deixar que nos concentremos mais nas partes que ainda estao em discucao, assim podemos discutir com mais organizacao e eficiencia.
Foi você quem pareceu incomodado com minha réplica ao seu comentário sobre a frase que escrevi, sugerindo inclusive que eu não devia ter me manifestado a respeito. E foi você quem disse que a discussão continuaria por mais 7 páginas e que ninguém iria ceder, daí suponho que esperava alguma conciliação.

Agora, se faltam argumentos esclarecedores é apenas a um dos lados, que insiste em um antropocentrismo injustificado do ponto de vista biológico/evolutivo. O Dantas e o JCatino, entre outros, não só foram esclarecedores como o foram várias vezes.

Quanto a última parte, não discordo (nem concordo), mas também não assumo a responsbilidade de organizar a discussão, portanto não a ponha sobre o que afirmei, faça você sua própria organização se acha necessário.
« Última modificação: 11 de Dezembro de 2007, 02:07:05 por Thufir Hawat »
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #192 Online: 11 de Dezembro de 2007, 02:09:49 »
Que a capacidade intelectual do homem é maior que a de outras espécies é indiscutível, e que isso o torna cultural e sociologicamente superior é passível de avaliação, mas de forma alguma isso implica que o homem seja "mais evoluído", ou "biologicamente superior" do que qualquer outro ser vivo, até mesmo por que capacidade intelectual, do ponto de vista biológico/evolutivo, não ocupa qualquer lugar de mais destaque do que as adaptações evolutivas de qualquer outro ser vivo. Considerá-la melhor do que as outras é exclusivamente cultural, nada biológico.

Aceito como conclusao.
Junta argumentos dos dois lados para formar uma opiniao em comum.

Se alguem discordar, vamos la de novo.
Não tem a finalidade de juntar argumentos dos dois lado, pelo contrário, pretende deixar claro que a afirmação de que a alegada "superioridade" humana é baseada em conceitos científicos vindos da biologia não é verdadeira.

Quanto a se o homem é cultural/socialmente superior ao resto da natureza, digladiem-se a vontade a respeito, não vejo a menor relevância em tal discussão.

Nao disse que tem objetivo de nada. O faz de fato.

Ganhava mais se ficasse quieto depois do ultimo post....

Agora vai comecar tudo de novo, e depois de 7 paginas sabemos que ninguem ira ceder.
E qual o problema? A idéia aqui no fórum é discutir, não necessariamente chegar à alguma conclusão, muito menos chegar à uma conclusão conciliatória, que certamente não era o que eu pretendia, e claramente não é o que diz minha sentença, pelo menos para quem a lê sem viés.

Ganhava mais você em largar a necessidade de conciliação e aceitar que as pessoas possuem opniões diferentes e que nem sempre a certeza está no meio do caminho: às vezes alguém está certo e alguém está errado e não há nada de ruim nisso.

Quem falou que e' ruim?

Nao tem nada ver com conciliacao, tem a ver com nenhum dos lados estar apresentando argumentos nao tao esclarecedores. Criando um discussao do tipo:
"ele e' "
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"e' sim"
"nao e' nada"
e por ai vai.

Por isso seria bom se organizarmos o que ja foi discutido e conciliado e/ou exposto e deixar que nos concentremos mais nas partes que ainda estao em discucao, assim podemos discutir com mais organizacao e eficiencia.
Foi você quem pareceu incomodado com minha réplica ao seu comentário sobre a frase que escrevi, sugerindo inclusive que eu não devia ter me manifestado a respeito. E foi você quem disse que a discussão continuaria por mais 7 páginas e que ninguém iria ceder, daí suponho que esperava alguma conciliação.

Agora, se faltam argumentos esclarecedores é apenas a um dos lados, que insiste em um antropocentrismo injustificado do ponto de vista biológico/evolutivo. O Dantas e o JCatino, entre outros, não só foram esclarecedores como o foram várias vezes.

Quanto a última parte, não discordo (nem concordo), mas também não assumo a responsbilidade de organizar a discussão, portanto não a ponha sobre o que afirmei, faça você sua própria organização se acha necessário.

Certo.

Se continuarmos discutindo a respeito de uma pontencial idiotice que eu tenha dito sobra algo similar que voce tenha dito vamos bater o recorte de citacoes em um unico post.

Sugiro que voltemos ao topico. Vou tentar organizar entao.

Offline Thufir Hawat

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #193 Online: 11 de Dezembro de 2007, 02:12:29 »
Vá em frente.
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
G. H. Hardy, in "A Mathematician's Apology"

Offline FZapp

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #194 Online: 11 de Dezembro de 2007, 08:11:49 »
Citar
Continua correta na sua avaliação antibiológica. A teoria da evolução diz respeito a evolução das espécies. A diferenciação entre os primatas, que é muito pouca, nem 5%, já resulta em uma diferença gigantesca. Essa diferença adaptativa do homem, faz com que exista a cultura humana muito mais desenvolvida do que qualquer animal.

A 'diferença gigantesca' não significa que sejamos 'mais evoluídos' que os chimpanzés.
Avliação anti-biológica ? Por que não pergunta a um biólogo sobre isso ? Temos muitos e muito bons neste fórum, eu tão somente sou um amador.

Citar
Posso ter errado em usar a cadeia alimentar para justificar superioridade evolutiva da espécie humana em relação as demais, porém esse é um fato concreto. Diferente da idéia de raça entre os humanos, que por ser uma idéia falsa na espécie humana, então não pode justificar diferença alguma entre o que consideramos etnia. São somente características fenóticas que não configuram raça por não apresentarem diferenças genéticas significativas para isso.

Faça o seguinte: justifique a superioridade evolutiva do homem da forma que quiser. Até onde sei não existe, mas talvez esteja errado. Tente.

Citar
Uma grande diferença são as espécies, que, principalmente entre os primatas, são relacionadas diferenças evolutivas importantes que distinguem as espécies entre si. A sociobiologia já é uma área específica para o estudo da vida social dos animais, inclusive o homem.

E o que tem a ver isso com a suposta superioridade do homo sapiens ? A sociedade humana não é condição de evolução. As formigas tem sua sociedade, bastante complexa, aliás. E, como já disse até a exaustão, estão aí 'dominando na área' há umas 200 vezes mais tempo que a nossa espécie.

Citar
Bactéria, formigas e seres humanos como espécies equivalentes, somente na história da arca de Noé, com a justificativa de que deus criou todos os seres de uma vez, a teoria fixista.

Eu não disse que são espécies equivalentes. Eu substituí em seu parágrafo 'seres humanos' por 'bactérias' e 'formigas'. E continua sendo correto (dentro dos problemas que o seu próprio parágrafo tem). Não somos espécies equivalentes, mas cada um de nós tem colônias complexas, alteramos nosso meio ambiente, ou domesticamos e adaptamos a flora e fauna circundante para os nossos propósitos. Se quiser comparar 'feitos' evolutivos, podemos tentar nos comparar com bactérias ou formigas e a coisa vai ficar feia.

Mas mesmo se compararmos com uma espécie, digamos, de pinheiro, não seriamos ainda 'mais' evoluídos porque isso, para a biologia, não faz sentido.

Pesquise e verá.
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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #195 Online: 11 de Dezembro de 2007, 08:29:40 »
Citar
Discordo totalmente, a espécie humana se descata e estuda as demais. Nosso domínio se dá no campo científico, no intelectual. Isso nos faz entender e comparar os demais seres. Os demais animais não tem a razão, pelo menos não no nível de desenvolvimento que temos.

Enquanto não aparecerem sociedades de insetos ou outros animais científicos, com consciência e ecoconsciência, então estaremos em destaque.

Estudar os outros animais é lindo. Mas em termos de evolução das espécies, irrelevante. Você viu os pontos que citei para o Twinning Hook sobre 'sucessos evolutivos' ?

Lembre que o tópico se refere a uma suposta superioridade humana, que justificaria uma série de atitudes para com os animais. Ao não existir essa suposta superioridade, o argumento do criador do tópico se demonstra falso.

Além de eu ter já sugerido a ele que já a tentativa de explicação demonstra o seu sentimento de culpa. Enfim, no seu antigo linguajar diriamos que ele não é 'clean', certo ;) ?

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #196 Online: 11 de Dezembro de 2007, 08:51:33 »
Mr Tufir Hawat, vc respondeu à primeira elucidativa pergunta da Luz (elucidativa só poderia ser da Luz!). vou tentar responder as outras duas, me corrija se eu estiver errado:

Citar
2) É correto aplicar a idéia de "seleção natural" entre diferentes espécies? Digo, espécies melhores adaptadas são responsáveis por extnguir outras menos adaptadas ou pela própria deficiência de adaptação essas se extinguem naturalmente?

É correto dentro de um mesmo nicho ecolológico, desde que haja uma disputa pelos recursos naturais e/ou recursos energéticos (quando disputam a mesma caça).

Em geral a extinção é causada por um conjunto de fatores, como: escassez de alimentos, escassez de recursos naturais (abrigo, água, locais de reprodução, tudo depende da espécie e do hábitat).

Mudanças climáticas provocam extinção. Mas também o surgimento de novas espécies. Essas novas espécies são os descendentes das espécies que sobreviveram às mudanças, se adaptando (mudando seu comportamento, ou favorecidos por mutações que persistiram e fizeram com que novas características prevaleçam,etc).

Citar
3) O que significa precisamente extinção: sumiu sem deixar herdeiros ou se adaptaou a uma nova espécie? Por exemplo, grosso modo, nós somos o homo (antes do sapiens) evoluído/melhor adaptado ou aquele foi extinto por nós? Quero dizer, existiram, por exemplos, diferentes "homos" convivendo juntos? Nesse caso a seleção natural age como uma espécie de lei do mais "forte" também?

Extinção é o desaparecimento da espécie. Existem muitas formas disso acontecer, mas com humanos pode ter acontecido como explico abaixo, que é um bom exemplo de extinção/adaptação. Vou explicar do 'jeito analista de sistemas' fazendo um paralelo de espécies com versões de software:

Periodo A) Aparece Homo 1.0
Periodo B) Se separam tres grupos, então temos :
   Homo 1.0 (original)
   Homo 1.0.1 (1o grupo de nómades)
   Homo 1.0.2 (2o grupo de nómades)
   Homo 1.0.3 (3o grupo de nómades)

Periodo C) Homo 1.0, 1.01 e 1.0.2 disputam o mesmo hábitat; 1.0.3 se separa mais ainda
Periodo D) Homo 1.0 é eliminado na disputa, pois 1.0.2 tem a mesma dieta e está melhor adaptado à escassez (que o fez migrar e se adaptou melhor)
Periodo E) Após mudanças temos:
      Homo 1.0.2.1
      Homo 1.0.2.2
      Homo 1.0.2.3
      Homo 1.0.1.1
      Homo 1.0.3.1 em outro hábitat

Periodo F) Num periodo mais recente, os Homo todos acabam se encontrando e disputando pelo mesmo habitat (de maior área). Após centenares de milhares de anos de disputas, temos

      Homo 1.0.2.2.1
      Homo 1.0.2.3.1

Periodo G) Após última disputa, os sobreviventes de somente uma linhagem sobrevive: Homo 1.0.2.3.2

Poderiam ter acontecido outras coisas mais complexas: híbridos, poderiam ter se afastado mais e sobrevivido mais linhagens. É que no caso dos humanos, eliminamos sim outras linhagens. Sobreviveram primatas adaptados a outros hábitats que não conflitavam com o nosso.
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Offline Südenbauer

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #197 Online: 11 de Dezembro de 2007, 13:54:09 »
Adriano, do ponto de vista biológico ter um cérebro complexo é só um fator a favor. Te largo numa Etiópia da vida com leões a 3 dias sem comer e quero ver sua superioridade cerebral fazer a diferença.

Na natureza a inteligência não é tudo. É preciso visão, velocidade, força,olfato, audição. E não somos superiores a outras espécies nesses quesitos.

Offline Mafalda

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #198 Online: 11 de Dezembro de 2007, 14:15:34 »
Se houvesse necessidade era uma coisa, Mafalda.  Mas a imensa maioria das mortes e do sofrimento animal causados por humanos é perfeitamente evitável.
Acho que delimitei bem as situações onde aceito que haja mortes de animais.
"quem está em todos os lugares ao mesmo tempo, não está em lugar nenhum" (Sêneca)

Offline Galthaar

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Re: Porque não preciso agir eticamente frente à morte de animais.
« Resposta #199 Online: 11 de Dezembro de 2007, 14:23:17 »
Para começar, quero dizer que quando algo é superior, o é EM algum ou mais fatores e não intrinsecamente.

O fato é que alguns foristas estão colocando o homem em superioridade do ponto de vista biológico, que é um tanto geral, e mais ainda: completamente subjetivo e portanto intangível.

A inteligência (como é comumente chamada) humana, nada mais é do que uma simples ferramenta evolutiva que faz com que o ser humano possa sobreviver e reproduzir em seu meio tanto quanto as nadadeiras de um peixe no seu. Não há NADA especial no cérebro humano que não seja tão especial nos atributos de outros animais.

Há sim a necessidade de um ser consciente e dotado de uma moral muito forte como o ser humano de sentir-se superior, pois isto tira um peso de sua consciência quando se trata de utilizar outros animais (neste caso, pois em alguns o homem já tentou criar argumentos para ser mais importante que alguns de sua própria espécie).

Como já disse anteriormente, o homem não precisa ser superior aos animais para utilizá-los, pois já o faz, e querer encontrar algum motivo que justifique isto é além de falso, completamente desnecessário. Ademais, o que é natural, não necessariamente é correto.

Mesmo que o ser humano (supostamente) dominasse as outras espécies, isto não demonstraria sua superioridade senão em um único ponto de vista, ou seja, de quem tem o controle; mas ter o controle não significa ser superior, é um erro lógico.



edit: correção ortográfica.

"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

 

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