Infelizmente, Adriano, não, não estou feliz. Não precisa concordar comigo. O que acontece é que você não está sendo convincente. E se for assim vou continuar rebatendo.
Tem assuntos em discussão, observações suas das quais não concordo (e não quer dizer que não respeite sua opinião ou o considere um troll), e vou tentar resumi-la e indicar por que são falsas :
1- Há uma hierarquia na evolução das espécies, onde o ser humano está no topo desta hierarquia
Se considerar uma sequóia, ela é um 'primo' afastado de nós. Isto é, temos um antepassado em comum, muito longíquo mas temos.
Então, estamos emparentados. Mas sequóias e nós sobrevivemos adaptados cada um no seu hábitat. Então, tratando separadamente cada espécie, não há como definir uma hierarquia.
Qual seria a medida para dizer que uma sequóia está atrás de nós na hierarquia ? Nós pensamos, elas não ? Pensar ou não é irrelevante para a sequóia, porque ela vive sem pensar, sem um sistema nervoso. Então não podemos utilizar essa medida.
É antropocêntrico 'medir' as qualidades de outra espécie a partir das nossas. O Haroldo companheiro do Calvin não acredita na supremacia humana, porque não temos rabo

2- O cérebro humano é uma constatação da superioridade humana em termos evolutivos.
Para a espécie, o importante é evoluir. Se é sugando os fluxos vitais de uma mosca, não importa. É válido. Se está bem adaptado ao seu meio ambiente porque dorme 20 horas por dia e caça, eficientemente as outras 4, ótimo.
Um cérebro avantajado foi com certeza a diferença entre ser um pequeno primata espremido numa selva e se disseminar pelo planeta. Então para nós foi determinante.
Mas para uma aranha, o determinante são outras características, como por exemplo a proporção entre paralisante e veneno que possa injetar na sua vítima. Inclusive veneno digestivo, pois já pratica uma alimentação exógena. Quer dizer, enquanto a mosquinha morre, vira um suquinho gostoso, e é digerida antes de ser comida. Nojento, eu concordo, mas eficiente, certo ?
Para a espécie, em termos evolutivos, o importante é isso. Quando digo 'em termos evolutivos' não estamos comparando se achamos o meio de sobreviver de uma espécie bonitinho, ou gostoso ou nojento. Funciona ? Em termos evolutivos, é relevante. E pronto. Então não há uma hierarquia de formas de sobrevivência, onde a consciência seja mais importante.
A consciência pode até ser desejável para muitas espécies, isto é, na medida em que possa conhecer melhor o ambiente, mais rápidamente poderá se adaptar. Mas não é a única, nem a melhor forma de sobreviver. Porque pode saber tanto que pode construir bombas atômicas e sair explodindo os ares. E não durar mais do que uns míseros 5 milhões de anos. Podemos nos gabar de ter mudado muito em pouco tempo, e nossa 'supremacia' pode assim durar pouco. Sò o tempo (e o tempo 'em termos de evolução' se mede em milhões de anos) poderá dizer.
Comprendes, Mendes ?
3- Nós dominamos o planeta
O planeta é grande. Se o dividirmos em nichos, podemos ver se alguma espécie 'domina' seu hábitat melhor do que outros. Embora seja irrelevante para a sobrevivência (cachorro não pensa, mas se aliou a uma espécie que pensa e hoje é um sucesso evolutivo), pensar tem sido uma forma eficiente
para nós de conquistar outros hábitats.
Mas não é o único. Formigas adaptaram, como demonstrei, o seu hábitat, inclusive modificando-o. Assim como lumbrigas tem digerido todo o humus da terra e é por isso que estamos aqui, bactérias modificaram até a composição gasosa do planeta, e novamente é por isso que estamos aqui, nos parasitam assim como vivem dentro de vulcões.
Quando trouxe à tona formigas e bactérias, estou querendo que reflita sobre o que é o nosso mundo, e verá que ignoramos e desconhecemos a vida de muitas espécies que 'dominam', inclusive no nosso jardim, ou num copo d´água (pronto, não vai beber por uma semana!). Não estou querendo dizer que formigas são superiores. Mas a verdade é que domesticaram animais milhões de anos antes que nós, e ainda sem inteligência.
Então é por isso que dissemos que seu ponto de vista é antropocêntrico quando privilegia o jeito de 'dominar' do ser humano.
E é essa a minha mesma argumentação para derrubar o mito da supremacia que justifica ao autor do tópico.